P.O.V LEO

– Qual é o seu problema? - pergunto para Reyna.

Ela estava com cara de quem quem chupou limão desde que encontramos a Piper e saímos para a missão. Na verdade, essa era a cara normal dela, só que agora estava mais acentuada.

– Não sei do que está falando. - ela disse curta e grossa. Quando eu era pequeno minha mãe me disse que ela tinha ido para o Brasil bem pequenininha e que lá quando geralmente isso acontecia o pessoal falava algo como "TRAMONTINA CORTE RÁPIDO!".

– Tramontina corte rápido. - eu murmurei com um sorriso nos lábios.

– O quê?

– Nada.

Ela me encarou com os intensos olhos castanho-escuros com um brilho gelado. Ela provavelmente me congelaria se pudesse mais eu gostava tanto daquele seu olhar.

– Calma. Qualquer dia desses eu te explico.

– Leo, como é ser...assim? - ela perguntou meio acanhada.

– Como assim? Ser alegre?

– É. As pessoas sempre me julgam pelo fato de eu ser sempre séria. É quase como ser excluída do mundo por não rir tanto.

" Eles têm inveja da sua beleza, mi Reyna." eu pensei.

– Eles, bem, eles só podem ser um bobões. - vi um início de um sorriso nos lábios vermelhos dela e aquilo me motivou a continuar - Você é maneira do jeito que é e ninguém deveria querer fazer você mudar, porque você já é perfeita, Reyna.

Ela corou com o último comentário.

Desde que havíamos saído do acampamento estávamos andando até a primeira parada de ônibus em direção ao sul da Flórida. Á pé. Fala sério, o que custa dar á seis jovens semideuses com habilitação para dirigir um carro? O sol estava tão quente que além de suar feito um porco, eu já conseguia sentir a sola do meu all star derretendo.

– Fala sério! Quanto ainda falta ainda falta para a parada de ônibus mais próxima? - perguntou Piper na mesma situação que eu.

– Segundo o meu GPS... mais 2 km. - falou Annabeth.

Eu, Percy, Jason, Reyna e Per bufamos ao mesmo tempo.

– Ei, vocês ainda não disseram o por que de aqui ter o sinal tão bom. - falou Percy.

As três se entreolharam e riram. Nós meninos ficamos com uma facepalm gigante. Elas riram mais ainda disso.

– Talvez eu te conte qualquer dia desses. - falou Reyna usando as mesmas palavras que eu havia usado antes.

– Ok, ok, mas será que não dá de chamar um taxi ou qualquer outra coisa? - perguntei já cansado de andar.

– Por que você acha que estamos indo de ônibus sabichão? É óbvio que só temos dinheiro para transporte público. - falou Reyna.

– Mas taxi não é transporte público? - questinou Percy olhando para Annabeth e a mesma bateu a mão na cabeça.

– Deuses, quando você era pequeno sua mãe te deixou cair do berço? - ela perguntou.

– Na verdade, quando eu era criança e ia pra creche, eu só fui atacado por cobras e depois as estrangulei. - ele falou como se estivesse falando "pão sem manteiga não é pão".

As três garotas ficaram perplexas.

– O quê?- Percy comentou. Quanto lerdeza!

– Percy, elas acabaram de descobrir que são semideusas, acho que agora não é a melhor hora pra você compartilhar suas aventuras, amigão. - falou Jason tentando ser educado. Piper disse "owwnnn" e Reyna revirou os olhos.

– Quanta melosidade. - falamos eu e Reyna juntos.

– Então, voltando ao assunto. O que os senhores tô-cansado-de-andar têm alguma ideia? - perguntou Annabeth.

– Vamos pedir uma carona até a parada de ônibus mais próxima. - falei sorrindo. Essa ideia era brilhante na minha cabeça.Eu já podia imaginar pegar carona como se estivesse dentro daqueles filmes hollywoodianos.

– Parece ser uma boa ideia. - falou Jason e Percy concordou.

– Uma vez na vida você mostrou que existe cerébro dentro dessa cabeça cheia de vento. - falou Annabeth e Piper riu concordando.

Todos olharam para Reyna esperando sua decisão. Ela bufou.

– É bom que a gente não pegue um carro cheio de garotos idiotas dando em cima da gente ou garotas assanhadas que acabaram de sair do turno na casa da mãe Joana.

Eu não pude evitar de abrir um sorriso com seu comentário. Acho que talvez as "garotas assanhadas" fosse uma ideia bastante interessante.

–-----------------------------------------------------------------

– Então gato. Tudo bem com você? - perguntou uma das meninas pra mim.

– De boa. - eu disse abrindo um sorriso e vi Reyna revirando os olhos de relance.

Acontece que depois de ficar pedindo carona durante 1 hora num sol de lascar e sem água, finalmente passou um focus com exatamente tudo o que Reyna disse que não queria que acontecesse. Tinha as garotas assanhadas que eu tenho que admitir como que são incrívelmente gatas e infelizmente também tinham os caras que ficavam dando em cima das garotas. Principalmente um cara meio moreno que não parava de secar Reyna.

– Sabe, é meio difícil encontrar caras tão legais como vocês pedindo carona no meio da estrada. - falou uma gata loira dando em cima de Jason.

– Sério? Por que eu vi um cara um pouco antes da gente pedindo carona também. - ele falou inocente. Pobre Jason. Nem se tocava que a garota estava quase se atirando pra cima dele.

– Mas ele não era como vocês. - falou manhosamente uma ruiva ousada que estava ao lado de Percy.

– Como assim?

– Ele não era um loiro. - falou a loira acariciando os cabelos de Jason.

– Ou um moreno. - falou a morena sentando no meu colo.

– Ou tinha olhos verdes. - falou a ruiva dando um beijo demorado demais na bochecha de Percy.

– Agora já chega! - gritou Annabeth - Se as minhas amigas não vão impedir vocês, eu vou! Sai de cima dele e vai caçar outro vadia!

Piper também se juntou a revolução puxando a loira pelos cabelos pra longe de Jason.

– Antes de passar a mão no cabelo do MEU Jason trata de tingir melhor esse seu cabelo, coisa oxigenada.

A coisa que eu menos esperava aconteceu. Reyna empurrou pro lado o cara que queria forçar um beijo nela e se aproximou dando um tapa na cara da morena.

– Pronto! Agora você não vai mais precisar fazer esse seu bronzeamento artificial de quinta querida, agora você já tá com uma parte do corpo vermelha naturalmente.

Tudo o que eu consegui foi abrir um sorriso. Ela demonstrou que gostava de mim, mesmo que isso tenha custado nossa carone e que tenhamos que voltar a andar á pé.