Eu Odeio Esse Fantasma! escrita por Julia


Capítulo 29
And, I love you


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Aqui quem fala é Rayn Miller, o cara mais gostoso desse universo inteiro.

Antes de mais nada, Julia pediu para perguntar se tem alguém ainda lendo essa budega.
Eu não leria, sinceramente.

Mas enfim, muita coisa pra falar e vocês devem estar se perguntando "CADE AQUELA VADIA QUE DEMOROU QUASE DOIS MESES PRA POSTAR A PORRA DE UM CAPITULO?" Ai Julia, para de me xingar, é o pensamento delas. Pra mim você é uma deusa ok? ~mentira

Eu estou aqui por um desses motivos e o fato do capitulo ter três mil palavras também. Além do fato de que a nossa autora aqui, está emocionalmente abalada com o termino da fic e desse capitulo. Eu ainda não li mas ela chorou, então a coisa ta feia. Por isso, eu vou narrar essa budega. Por um estranho motivo ela disse que nas notas finais eu não poderia falar por que as leitoras iriam estar me odiando. Não tanto quanto ela. Ela disse que o ódio das leitoras seria muito, muito, muito mortal mesmo.

Vish. O que tu fez Julia? ~"me deixa cara" voz de choro~

Enfim, leiam então gatitas do meu coração. Isso foi muito gay não foi?

PS: Ela mandou vocês escutarem A Thousand Years no ultimo POV da Julie catarrenta. AI! Ok, o catarrenta foi eu que disse ~avá



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__VAI! VAI DROGA! – Olhei para Adrian, que mexia freneticamente no controle, estraçalhando todos os botões e sorri sem que ele percebesse. Seu rosto concentrado, com a testa franzida e lábios entreabertos o deixavam ainda mais bonito.

Tudo bem, eu estava apaixonada por ele e isso não era nenhuma novidade. Até um cego poderia ver aquilo.

Eu nunca havia pensado que ver todos aqueles fantasmas me trariam algo de bom, mas quando conheci Julie e Rayn, de alguma forma eu sabia que tudo iria mudar e incrivelmente, não era pelo fato de Rayn ser um fantasma.

Quando vi Adrian sair daquele carro, com o rosto completamente furioso, meu coração havia falhado uma batida. A princípio, pensei que Julie era sua namorada, mas quando vi o modo como ela falava com aquele fantasma –estranhamente mais vivo que os outros que tinha conhecido- sabia por quem ela estava apaixonada.

Ele me olhou com aqueles olhos cor de mel e me derreti toda.

__Hm, Mile, você está parada faz alguns minutos – Sua voz me despertou e percebi que a Princesa Peach se encontrava parada no meio da pista.

Corei e sorri timidamente.

__Desculpe. Pensando demais – Obriguei a tirar a visão de Adrian sem camisa da minha mente – uma garota não pode sonhar? – e comecei a mexer nos botões novamente.

Ele soltou um riso anasalado.

__Desculpe. Sei que não quer fazer isso.

__Não! Tudo bem, agora eu estou pegando o jeito. Talvez até te ultrapasse dessa vez.

Sorri e ele gargalhou.

__Isso nunca amor.

Engasguei com a saliva, mas continuei a jogar como se não tivesse ouvido aquilo. Amor.

Tudo bem, não foi com a verdadeira intenção da palavra mas apenas ouvir aquilo quase me fez desmaiar no meio da sala de estar.

Bem, isso iria ser muito constrangedor.

[...]

Continuamos jogando durante um tempo e eu, incrivelmente estava ganhando de Adrian, mesmo sabendo que ele fazia de propósito. Seu carro estava ficando cada vez mais lento e batia diversas vezes.

Virei o rosto para debochar do que ele havia me dito mais cedo, porém parei antes de falar qualquer coisa quando vi sua mandíbula trincada e suas mãos brancas pela força que ele exercia sobre o controle.

__Adrian? – Falei preocupada e aquela palavra foi o bastante para seu rosto se contorcer em uma careta de dor e ele largar o controle, caindo no chão logo depois.

Soltei um grito agudo e fui de encontro ao seu corpo.

__Meu deus, Adrian! Fale comigo! – Coloquei sua cabeça sobre minhas pernas e o olhei desesperada, enquanto tentava procurar seu celular em um dos bolsos.

__Mile, tudo bem – Ele falou com a voz falhada e me olhou com olhos pesados

__O que está acontecendo?! – Falei, já discando o primeiro número que veio em minha mente; só depois que eu iria descobrir que havia sido o de Julie.

__A-Acho que foi antes de te conhecer. Eu estava com alguns... problemas de saúde – Ele sorriu irônico, parecendo se lembrar de algo – Rayn percebeu que alguma coisa estava errada antes de mim, na verdade.

__Rayn?! – Perguntei confusa, enquanto ouvia o celular chamar – O que Rayn tem a ver com...

Arregalei os olhos diante do pensamento que me ocorreu.

Rayn era um fantasma.

Olhei com os olhos marejados para Adrian e ele pode perceber que eu havia entendido suas palavras. Não notei que tinha começado a soluçar e só me dei conta daquilo quando as mãos quentes dele estavam sobre meu rosto.

__Vai ficar tudo bem. Você vai ver.

__Eu não posso ter outro fantasma na minha vida Adrian! – Disse, segurando sua mão. Ele sorriu fraco.

__Hey, e quem disse que você vai ter? Eu não posso morrer, não justo agora que me apaixonei por você.

Arregalei os olhos e sorri debilmente com a declaração. Não disse nada pois não era necessário, ele sabia o que eu estava sentindo.

Ouvi uma respiração descompassada do outro lado da linha, indicando que alguém havia atendido. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, falei angustiada.

Adrian não ia morrer.

__Julie – Soltei um soluço – É o Adrian.

Pov. Julie

Quando ouvi aquilo meu coração parou por um instante, voltando a bater com uma força desnecessária. Voei até o carro depois de algumas perguntas ao telefone – “Onde ele está? ” “Hospital St. Marine” – e dirigi rapidamente, atravessando algumas sinaleiras fechadas.

__JULIE VOCÊ NÃO VAI QUERER MORRER AGORA! – Rayn apareceu apavorado ao meu lado, se agarrando no banco. Ri, achando graça de sua reação considerando que ele já estava morto.

Ele percebeu e me olhou com escárnio.

__Foi assim que eu morri, caso você não saiba. Não vou deixar você cometer o mesmo erro – Sua voz tinha ficado séria e determinada e minhas mãos escaparam do volante por um momento.

Olhei para ele desconcentrada. Ele parecia tão preocupado e angustiado, como se o pensamento da minha morte o machucasse.

__FOCA NA ESTRADA! – Ele falou fincando os dedos no banco com mais força.

__EU TO FOCANDO DROGA!

Começamos a nos xingar de várias formas enquanto eu dirigia o mais rápido possível.

[...]

Eu segurava um copo de café na mão, passando os dedos por cima do mesmo para sentir o vapor quente saindo, esquentando minha pele fria. Estava sentada de um jeito nada confortável sobre a cadeira e percebia várias enfermeiras atravessarem o corredor, apressadas.

Eu via diversas famílias, algumas chorando de alivio ao receber uma notícia, outras caindo sobre o chão, sabendo que haviam perdido alguém que nunca mais voltaria.

Me peguei imaginando a mãe de Rayn ali, sabendo que seu filho havia morrido. Acidente de carro.

__Eu também penso nisso – Ele apareceu novamente, olhando para o mesmo lugar que eu olhava segundos atrás.

__Chegou a visitar sua família? Ou ainda não criou coragem? – Perguntei, passando minha mão sobre a borda do copo.

__Eu fui... Uma vez – Sua expressão indicava que não queria falar sobre aquilo. Suspirei e encostei a cabeça na parede, fechando os olhos.

__E agora hein Miller – Sorri de canto – Estamos apaixonados. Que droga.

Estranhei ele não ter debochado e ergui a cabeça, abrindo os olhos e dando de cara com aquela imensidão azul me fitando.

__Depois de tudo o que você já fez por mim Julie, acho que não estou apenas apaixonado por você – Gelei onde estava e ele soltou uma baforada de ar, tomando coragem para continuar– Você poderia ter me ignorado, fingido que eu não existia e eu sumiria, sei disso. Mas você continuou me escutando, como está fazendo agora. Me escutou, me deu atenção e me aguentou – Ele deu um sorriso debochado – Do seu jeito, mas me aguentou. E eu não paro de pensar em você Evans, essa é a verdade. Eu não consigo parar de pensar em você. Droga, eu acho que não estou mais, apenas apaixonado por você.

Seus dedos passavam pelo cabelo impacientes, enquanto eu não conseguia mexer um musculo sequer.

__Eu sei que você não sente a mesma coisa, quer dizer, eu nem acreditei quando você disse que estava apaixonada por mim.

Eu queria dizer que sim, gritar que eu sentia o mesmo.

Mas eu sentia? Não sabia dizer.

__Me desculpe Evans, mas eu precisava falar tudo antes de... – Ele me olhou triste – Me desculpe.

Antes de protestar, – ou encontrar minha voz para isso – ele já tinha desaparecido.

__Srta. Evans? – Olhei para cima – quase derramando o café intocado sobre minhas pernas devido ao susto – e vi a médica que cuidava de Adrian, segurando uma prancheta e esperando uma resposta de minha parte.

__Hm, sim, sou eu. Adrian está bem, certo? – Perguntei me levantando e encarando a mulher de jaleco a minha frente.

Ela mexeu nos óculos, desconfortável.

__Infelizmente, não posso afirmar isso. O caso de seu...

__Amigo. Melhor amigo.

__Bem, o caso de seu amigo é grave. Ele já havia vindo aqui algumas vezes, mas não tínhamos certeza de seu estado até hoje. É triste dizer isso, mas não sabemos se ele possui alguma chance de melhora, seu quadro piora a cada minuto.

Ela me lançou um olhar que dizia claramente que só um milagre poderia salva-lo.

Sentei em um baque surdo na cadeira e percebi que agora, eu estava muito perto de desabar ao chão sabendo que alguém tinha partido para nunca mais voltar. Eu era uma dessas pessoas agora.

Meus olhos marejaram e não fiz força alguma para conter as lágrimas que ameaçavam sair.

__A namorada dele – A doutora se permitiu entreabrir os lábios minimamente – está aqui desde que ele chegou e não quis sair de perto nenhum instante. Mas pode vê-lo se quiser.

Namorada? Seria Mile?

Assenti com a cabeça e me dirigi melancólica até o quarto onde meu amigo se encontrava. Abri a porta e foi minha a vez de dar um mínimo sorriso diante da cena.

Mile estava dormindo na poltrona desconfortavelmente e segurava uma das mãos de Adrian enquanto a outra pendia no ar. Seu rosto parecia cansado e tinha a testa franzida, como em um sonho ruim. A coberta quase caindo de suas pernas. Adrian por sua vez, estava deitado, os olhos fechados sem indícios de que sonhava com alguma coisa – provavelmente tinham o sedado – e os diversos fios em seu braço, juntamente com o som daquele aparelho infernal me davam vontade de chorar em um canto afastado dali.

Mesmo assim, fui até ele, me sentando perto de seu corpo e me inclinando sobre seu rosto, deixando um beijo sobre sua testa.

__Ei babaca – Minha voz ficou travada na garganta – Você não pode ir embora agora. Eu ainda preciso encher muito o seu saco. Quem vai fazer pegadinhas na Stacy comigo hein? Quem vai me carregar nas costas quando eu estiver sedentária demais para andar? Quem vai me dar o ombro para chorar quando eu levar um pé na bunda e rir da minha cara pelo mesmo motivo? Quem foi meu melhor amigo por todos esses anos e aguentou todas as minhas crises e xingamentos? Você, seu otário.

O abracei enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto.

__Por favor, deixe de ser cabeça dura uma vez na vida Adrian. Por favor.

Olhei para Mile e imaginei como eu estaria se Rayn ainda estivesse nessa situação.

Fui até ela e arrumei seu cobertor, me agachando em sua frente. Ela ainda dormia com o rosto angustiado.

__Cuide bem do meu melhor amigo, tudo bem? – Falei sussurrando e depois, fui embora.

POV. Mile

Acordei quando senti uma dor em minhas costas e logo, me ajeitei na poltrona tentando me orientar.

Onde eu estava?

Hospital. Adrian. Doença. Tudo voltou rápido demais.

Ainda coçando os olhos, percebi uma movimentação estranha no quarto e ergui a cabeça para entender o que acontecia.

A cena seguinte fez meu coração parar por alguns segundos.

A luz que emanava deles era intensa, mas aquilo não era o que me importava e sim o fato de cerca de 30 fantasmas estarem ao redor da cama de Adrian. O encarando de forma estranha.

Arregalei os olhos e emiti um som esquisito com a garganta, correndo em direção a um fantasma se encontrava perto demais de Adrian.

Me pus em frente a cama e do fantasma, abrindo os braços em uma forma inútil de proteção.

__Vocês não vão leva-lo. Não comigo aqui.

O fantasma pareceu achar graça, mas não tive certeza já que ele não tinha mandíbula.

Estou falando sério!

__Acho que você entendeu errado, mas não podemos culpa-la – Disse outro fantasma – Todos os fantasmas que estão aqui, foram os que você ajudou, mesmo não querendo. Me desculpe por isso, alias, mas estávamos desesperados. Vimos como você e a outra garota estavam por causa dele.

Outra garota? Julie esteve aqui?

Eu estava assustada, não entendia porque estavam ali senão para tirar Adrian de mim. O barulho das batidas do coração de Adrian ficavam cada vez mais lentas e eu só queria que aquilo acabasse.

__Saiam daqui! – Falei com a voz tremula – Não tem nada aqui que vocês queiram! Não vou ajuda-los pela segunda vez. Não vão tira-lo de mim. Eu não vou deixar.

__Nós sabemos – O fantasma me olhou solidário e sorriu.

__Você nos ajudou uma vez – Um fantasma ao lado daquele falou, gentil – Agora é a vez de nós retribuirmos o gesto.

Antes que eu pudesse perguntar, todos os fantasmas presentes no quarto foram em direção a Adrian, me atravessando e iluminando o lugar de uma forma em que tive que fechar meus olhos para não ser cegada pela luz.

Assim que a claridade passou, me virei apavorada, esperando ver Adrian morto e o monitor apresentando uma linha fina, junto com o som agudo.

Ao invés disso, ouvi aquele som ficando cada vez mais forte, as linhas subindo e descendo com mais intensidade, o rosto ganhando mais cor e seus olhos se abrindo, revelando as íris cor de mel que eu tanto amava.

Soltei um soluço engasgado.

__Ai meu deus! Você está bem! Oi! Oi! – Eu estava tão feliz que me inclinei e dei um beijo inesperado em seus lábios.

Ele arregalou os olhos e ouvi os apitos ficarem mais fortes.

__Droga de máquina – Ele resmungou envergonhado, a voz rouca e eu quase chorei novamente por ouvi-la.

__Pensei que ia te perder. Ai meu deus, você está vivo! – Falei chorando mais um pouco enquanto ele colocava sua mão – cheia de agulhas. Não que eu me importasse, estavam quentes – sobre minha bochecha molhada pelas lágrimas, seu polegar passando sobre elas em um carinho sutil.

__Eu disse que não iria te deixar não é? – Eu assenti sorrindo e sua mão migrou para minha nuca, me puxando delicadamente para outro beijo.

Agradeci aos fantasmas que nem conhecia. Sabia que estavam olhando e incrivelmente, fiquei feliz.

POV. Julie

Eu estava sentada na cama, comendo meus bolinhos, enquanto sentia as lágrimas secas esfriarem meu rosto. Havia recebido a notícia de Mile que Adrian estava bem e de como isso tinha acontecido.

Viva aos fantasmas!

Nossa. Nunca pensei que viveria para falar isso.

__Eu já disse que você vai ficar gorda se continuar comendo esses bolinhos Evans- Rayn apareceu, com os braços cruzados e um sorriso triste no rosto.

__Melhor que os muffins toscos que você gosta né querido?! – Falei colocando mais um bolinho na boca – E que cara horrível é essa?

Rayn revirou os olhos e deu uma risada. Ele tinha olheiras profundas, parecia cansado e muito, muito triste.

__Eu... Você nunca vai me perdoar – Ele olhou para baixo e deu um riso de escárnio.

Estreitei os olhos em sua direção.

__O que você fez Miller?

Seus olhos azuis encontraram os meus. Medo, tristeza, confusão.

__Não era para ser assim sabe. Eu brigaria com você todos os dias e depois de muito tempo, perceberia que você é perfeita pra mim – Ele me olhou e meu coração deu um salto. Sobre o que ele estava falando? – Não era para eu ter morrido. A culpa é minha. Eu arruinei sua vida Evans.

__Você... Do que você está falando Miller?!

__Você teria uma vida normal. Sem um fantasma para atrapalhar. Teria mais amigos, mais namorados.

__Eu não quero ter mais amigos ou mais namorados Rayn – Falei o olhando com a testa franzida – Eu amo meus amigos. E...

“E amo você”. Era isso que eu queria dizer?

__E está apaixonada por mim – Ele suspirou – Eu sei. Esse é o principal motivo.

__O que? Como assim? – Perguntei me levantando e andando em sua direção, mas ele deu um passo para trás.

__Você nunca vai ter uma vida normal. Nunca. Sempre vão olhar para você como ”a garota que fala com o nada”.

__Eu não ligo pra isso!

__Mas eu sim! – Ele suspirou novamente, parecendo angustiado – E é por isso que você precisa me esquecer.

Fiquei tonta um momento, assimilando aquela frase.

__Esquecer? – Falei com a voz rouca

Ele passou as mãos no cabelo, olhando para o tapete e novamente para mim.

__Eu vou fazer você e todos que me conheciam – Sua voz falhou, o ar em meu peito ficou escasso quando entendi o que ele iria fazer – Esquecerem que eu existi

__I-Isso é i-impossível! – Ele não iria me fazer esquecer dele. Não mesmo.

Ele sorriu com escárnio, triste.

Destruído.

__Não para um fantasma.

__Não! – Ofeguei. O pensamento de perde-lo, de esquecer que ele existia. Doeu mais do que eu esperava.

Sim, eu amava ele.

Não percebi que tinha começado a chorar até um soluço sufocado sair de minha boca.

__DROGA MILLER! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! – Falei em meio as lagrimas – NÃO PODE!

Ele não ficou surpreso por eu ter gritado. Mas colocou a mão nos ouvidos como se aquilo estivesse o machucando.

__E VOCÊ ACHA QUE EU QUERO ISSO EVANS?! EU NÃO CONSIGO PENSAR EM VIVER SEM VOCÊ! – Abri a boca surpresa, enquanto via algumas lágrimas escaparem por aqueles belos olhos azuis, que agora estavam tristes e sem cor – Mas, se for para viver assim, sem poder toca-la...

__VOCÊ NÃO ENTENDE?! EU NÃO CONSIGO! – Gritei com toda minha força, as lagrimas caindo impetuosamente. O pensamento de nunca mais lembrar de seu rosto cada vez mais fixo em minha mente – Não sem você.

Ele me olhou sôfrego. Quis arranhar minha garganta, desaprisionar aquele medo, a angustia de perde-lo era demais para suportar. Eu estava me sufocando com minha própria dor.

__Eu estou morto Evans. Não posso fazer isso. Dói não poder te tocar, não poder te abraçar, não poder te consolar. Droga! Dói demais.

Minhas lagrimas não paravam de cair. Não paravam.

Por que não paravam?!

__Não faça isso Miller. Por favor, eu não posso te esquecer.

__Vai ser melhor assim. Amanhã, irá ser como se... Eu nunca tivesse existido – Ele levantou a cabeça e vi, pela primeira vez, um fantasma.

Sem felicidade, sem alma, sem vida.

__ NÃO DÁ PRA ESQUECER! – Gritei frustrada, amargurada e ele arregalou os olhos marejados na minha direção – INFERNO! NÃO DÁ! É IMPOSSÍVEL ESQUECER VOCÊ MILLER!

Enquanto minhas lagrimas desciam livremente e eu olhava com uma fúria contida para o homem a minha frente, meu corpo cambaleou, tendo como suporte, a cama para me manter de pé.

__Logo – Ele disse com a voz completamente embargada. Morta de alguma forma – Você vai estar imersa em sonhos. Sonhos bons Julie.

Era a primeira vez que ele me chamava de Julie durante toda aquela conversa. Soltei um soluço engasgado.

__Você não pode me deixar– Falei me sentindo tonta, sentando na cama e apoiando minha mão sob a cabeça. Olhei suplicante para aqueles olhos azuis, agora opacos - Por favor, não me deixe.

Ele apenas afirmou com a cabeça, segurando as grossas e cristalinas lagrimas que teimavam em escorrer sob suas bochechas.

__Você vai gostar do sonho – Sua voz travou, como se algo o sufocasse – Você vai gostar.

Minha cabeça pesou e fui obrigada a deita-la sob o travesseiro.

__Você não pode me deixar – Olhei para ele com a visão já ficando turva, os olhos começando a pesar – Eu te amo Rayn Miller.

Rayn cambaleou com a declaração, seu rosto ficou mais aliviado, como se finalmente alguma coisa o libertasse; veio para perto de mim. Talvez aquilo fosse uma alucinação, mas ele pareceu ter ficado mais sólido, mais humano. Antes de mergulhar na escuridão, gravei na mente a imagem da primeira vez em que o conheci. Cabelos loiros rebeldes, casaco de colegial, expressão debochada, superior, riquinho metido a besta. Os olhos mais maravilhosos do mundo.

Ele se curvou, seu rosto a centímetros do meu. Os azuis finalmente brilhantes outra vez.

__Eu também te amo Julie Evans – Ele deu um beijo cálido sob a minha testa. Vivo pela ultima vez.

Existe um ditado que você só pode dizer “Eu te amo” para alguém, se você fosse capaz de morrer por essa pessoa. Rayn e eu provamos ser verdade.

__Eu te amo – Ele repetiu, enquanto eu caia na inconsciência - Para sempre.


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Notas finais do capítulo

Ai. Meu. Caralho. Julia o que tu fez mano?! TU QUER MORRER?! POR QUE SE TU QUISER É MELHOR PEDIR DO QUE FAZER ISSO!

Afe, aqui é a Stacy" Porque a Julia ainda não tem a cara de pau de vir aqui. Se bem que depois dessa, nem eu teria. Enfim, ela me mandou ler isso:

"Oi meus amores. Me desculpem por tudo. Pela demora e por esse capitulo. Queria explicar que, nos primeiros capitulos, Rayn disse que Adrian estava entre a vida e a morte. Então, ai o resultado. Além disso, o próximo capitulo vai ser o ultimo ~meu deus do céu como eu to sofrendo, vocês não tem noção~ e vai ter muitas surpresas. Enfim, me digam o que acharam. Jesus. Socorro.

DEIXEM RECOMENDAÇÕES E REVIEWS!"

E é isso! Até o próximo capitulo meu povo!