Simplesmente Complicado escrita por DanyMellark


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, resolvi postar essa two-shot pra vocês, então espero que vocês gostem e comentem como fizeram em Nenhum Igual. Espero a opinião de vocês e vejo todo mundo no próximo capítulo. Beijos e boa leitura pra vocês.



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          Continuava olhando de novo freneticamente o visor do meu celular sem ter recebido nenhuma mensagem ou ligação desde aqueles últimos três dias. Bem pelo visto Peeta havia entendido bem o recado que eu não queria falar com ele, mas mesmo assim me doía o fato de ele não ter tentado falar comigo.

           Parecia que nossa amizade, ou qualquer que fosse o nome para aquela relação estranha e levemente doentia que tínhamos tido um com o outro nos últimos anos não faria muita falta mesmo para ele.

             Deitei na cama e coloquei o travesseiro no rosto, não queria pensar, não queria sentir nada daquelas coisas. Não tinham me levado a nada há três anos quando começaram e com certeza não me levariam a nada agora. Mas mesmo assim não conseguia não me sentir extremamente deprimida e com vontade de chorar, principalmente ao lembrar da conversa de ontem a noite com minha melhor amiga.

            Flashback on

           -Então você finalmente disse, Kat. Demorou uma eternidade, mas foi melhor do que nunca... E ele o que respondeu?-  Johanna falou enquanto bebia seu café descafeinado que para mim não tinha gosto de nada.

            - Eu não sei, não fiquei para ouvir uma resposta... – disse já esperando um novo sermão de que não tinha feito a coisa certa.

              - Mas como? Que DROGA é essa? Você não ele deixou responder? Que raios de declaração é essa que você não deixa o outro responder...

            - Ele está namorando... Está com a Delly agora e apaixonado, eu sei disso. Que diferença faz o que ele poderia ou não me responder?

             - O seu direito de saber a verdade? De ouvi-lo parando de ficar em cima do muro e dizendo pelo menos uma vez na vida como se sente em vez de só te enrolar?

            - Ele gosta de outra pessoa, eu já sei disso... Que parte de ouvi-lo dizendo isso ia me fazer algum bem? Porque eu não consigo realmente imaginar, Johanna ... – falei enquanto jogava o pouco que sobrava do meu suco de laranja no lixo.

              - Kat, você vai continuar gostando dele até ouvir Peeta Mellark te dizendo pra partir pra outra. Sabe pode parecer horrível agora, mas é a melhor coisa que ele pode fazer por você. Simplesmente te deixar ir.

            - Não sei se quero ir... – suspiro pensando o quão patética estava sendo.

             - Você quer, só não tem coragem pra fazer alguma coisa.

             - Johanna, eu só quero que essa história acabe logo. Eu só quero esquecer...

            - Ótimo, então acabe com isso de uma vez. È o melhor para vocês dois.

Flashback off

           

   “È o melhor para vocês dois. Acabe logo com isso.” Essa frase não sabia da minha cabeça desde o fim de semana, e os vários sentidos para o verbo acabar também ficavam martelando mais e mais na minha mente.

             Levantei da cama e peguei meu casaco, já tinha perdido a primeira aula não fazia sentido perder todas as aulas do dia. Não íamos mesmo ter aulas juntos hoje, então quem sabe eu tivesse um pouco de boa sorte e conseguisse não vê-lo na faculdade. È me iludir era uma coisa boa, apesar de saber que nosso bloco de aulas era minúsculo e que só um milagre para não tombarmos um com o outro na saída de alguma sala.

            Bem, mas sempre fui adepta daquela frase, sonhar é bom e travesseiro é de graça. Ao menos pelos que você já tem não vai pagar nada mais. Entrei no carro e dirigi o mais rápido que podia até chegar ao CCH, peguei a mochila e corri para segunda aula, mas minha suposta sorte não durou nem até entrar na sala.

Peeta estava lá perto da minha sala, junto com minhas outras amigas que nem faziam idéia do que tínhamos conversado. Ele parecia feliz, lindo como sempre ficava quando estava sorrindo. Mas assim que me viu o sorriso sumiu do rosto dele e os seus olhos expressavam que tanto como eu, ele também não sabia o que dizer o que fazer, ou se devia sair dali ou ficar.

             Provavelmente ele não seria tão ridículo quanto eu fui saindo literalmente correndo para dentro do primeiro ônibus que vira depois que dissera “sou louca por você”. Lembrar me fazia sentir ainda mais patética, se é que havia como eu me sentir mais patética.

            Andei até as meninas e disse um oi rápido para todos antes de entrar no estúdio de rádio, me concentrar em prestar atenção na aula de edição ia ao menos aliviar a minha mente por cinqüenta minutos.

             E eu queria mesmo que aqueles cinqüenta minutos nunca mais acabassem.

              Mas acabaram.

             Não foi tanta surpresa assim ver que ele estava ainda ali do lado de fora da sala, sentado agora sozinho num dos bancos, devia estar a minha espera, para acabar logo com isso como dissera Johanna. Eu odiava o fato que ela sempre tinha razão em tudo, principalmente quando esse tudo era a minha vida amorosa. Se é que eu ainda podia dizer que tinha uma estando há três anos sem sair com ninguém.

            Coloquei minha bolsa do lado dele no banco e continuei em pé um pouco longe. Não sabia como começar aquela conversa, afinal o impulso de falar pra ele que não gostava dele só como amigo fora uma loucura do momento. Não havia planejado nada.           Ele olhava pro chão, como se tivesse também algo engasgado há muito tempo pra me dizer e não soubesse como. E algo no meu peito me dizia que eu iria odiar aquilo mais do que um simples “eu não gosto de você”.

              Mas eu sabia que Johanna tinha razão, não podíamos continuar com aquele joguinho idiota e fingimento pra sempre. Quem sabe estivesse mesmo na hora da nossa história, que nem sequer teve um começo, simplesmente terminar.

           


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