Hermione acordou com uma ansiedade quase palpável e pela primeira vez na vida ela se perguntou o que vestir com a mesma neura que Parvati Patil e Lilá Brown perguntavam diariamente.

-Eileen, acorda! – ela cochichou no ouvido da amiga – preciso da sua ajuda pra decidir qual roupa vou usar.

-Duvidas em roupas? Você chamou a garota certa! Sathya acorda, a Mione ta com problemas de vestuário! – Eileen chamou tacando um travesseiro na amiga.

-Problemas de vestuário? Daremos um jeito nisso e é agora! – a outra concordou pulando da cama – Deixa-me ver suas roupas Mione!

-São essas aqui – ela jogou algumas calças jeans, moletons, camisetas, regatas, agasalhos e vestidos.

-Ah! Esse vestido é lindo! Sah, passa a minha sandália lilás! – Eileen pediu e mostrou um vestido lilás florido de alcinhas que ia até metade da coxa. E Sathya trouxe uma sandália lilás quase do mesmo ton.

-Não, eu não gosto desse vestido ele é muito curto! – Hermione reclamou.

-Curto nada! Garotos gostam de um pouco de carne a mostra! Mas acho que as alcinhas te deixaram com frio – Eileen respondeu e com um aceno da varinha uma manga cumprida de um tecido transparente e muito leve apareceu.

-Agora Mione pega esse vestido e essa sandália, e é melhor você calçar trinta e sete! – Eileen falou empurrando Hermione para o banheiro.

Quando Hermione saiu, usando o vestido e as sandálias, que couberam perfeitamente, Eileen estava usando uma calça Jeans, uma sapatilha preta e uma camiseta branca justa no corpo, Sathya usava uma regata verde e uma saia xadres verde e cinza com um sapatinho de boneca preto envernizado, quando as duas viram Hermione a arrastaram para a penteadeira e a maquiaram e alisaram seu cabelo.

-Miga, você ta parecendo uma princesa! – Eileen comentou radiante.          

-É! Nossa amiguinha já ta crescendo! – Sathya comentou com lágrimas nos olhos e a três começaram a rir.

-Vamos! Não podemos chegar atrasadas! – Hermione falou – e CARAMBA! Dez pras dez! – ela saiu correndo do dormitório sem esperar as outras duas, passou correndo pelo salão comunal da Sonserina, e não viu sinal do Tom, “droga! Ele deve ta tomando café!” ela pensou e foi na direção do salão principal parou na porta e olhou para a mesa da Sonserina, “ Cadê ele? E se eu estiver atrasada? Ah! Ele vai me matar... E literalmente!” ela começou a ficar preocupada e foi correndo para o saguão de entrada, mas antes de ver se tinha alguém na porta ela tropeçou no próprio pé e vendo que ia se espatifar, de saia, no chão fechou os olhos. Mas ela não sentiu o impacto no chão e sim uma mão segurando sua cintura e a pondo de pé.

-Você está bem, Hermione? – a voz de Tom soou bem perto dos seus ouvidos, ela abriu os olhos e viu que estava parada na frente dele. Ela sentiu suas bochechas corarem, “Ótimo! Sua imbecil! Agora ele deve além de te achar uma retardada, cdf, ainda por cima virou a desastrada!” a consciência impulsiva falou.

-Estou ótima... Obrigada, Tom – ela agradeceu olhando para seus sapatos.

-Vamos então? – ele falou apontando para a direção de Hogsmead.

-C-Claro – ela respondeu e começaram a andar.

Quando chegaram a Hogsmeade ficou um clima meio bizarro, com certeza sair com um amigo, que por acaso é o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos, não da muita margem para bate-papo.

-Onde você quer ir? – ele perguntou.

-Em algum pub, ou casa de chá, eu gosto de lugares assim - ela respondeu, percebendo que o Três Vassouras não existia.

-Vamos ao Cabeça de Javali – ele falou e passou o braço pelo braço da garota(como naqueles filmes de época) e foram até o bar. Que nesse tempo estava cheio de alunos bebendo cerveja amanteigada, conversando, os dois foram em uma mesa afastada para dois.

-O que você vai querer? – ele perguntou educado.

-Uma cerveja amanteigada – ela respondeu. Tom foi até o bar e pegou as cervejas, depois voltou com duas cervejas amanteigadas, se sentou  passou uma pra Mione e começou a beber a sua.

-Esse bar é diferente - a garota comentou distante, mas realmente queria dizer, esse bar está diferente.

-Como assim? – Tom perguntou – como são os bares da Espanha?

-Diferentes, tocam musica local e em geral não são tão lotados – ela mentiu.

-Ah! Me diga então Hermione, porque você mudou de escola e país? – ele perguntou olhando nos olhos da garota.

-Porque... Meus pais... Viajavam muito... E a educação na Espanha não é tão boa... Então quando eu completei dezessete anos, falei para meus pais que ia mudar de escola, e como eu não sei falar Francês nem para salvar minha vida, e como inglês é minha segunda língua, eu decidi estudar aqui que é uma das melhores escolas de bruxaria da Europa – ela explicou sem o encarar.

-Sei... E como chamam seus pais? – ele perguntou desconfiado.

A garota bebeu um longo gole de cerveja amanteigada enquanto pensava em nomes espanhóis – Maria e Juan Granger – respondeu sorrindo.

-Ainda bem que eles te deram um nome bonito como Hermione, e não um nome típico espanhol como o deles – o garoto comentou.

Hermione corou violentamente com isso – O... Obrigada, é... Que eles são grandes apreciadores de Sheakpeare – ela falou envergonhada.

-É Sheakspeare, para um trouxa escreve bem, sempre leio histórias dele no orfanato onde moro – Tom falou olhando ela nos olhos.

“Ah! Eu disse que ele era um partidão!” A consciência Eileen falou “Não muda o fato que ele quer se tornar o bruxo das trevas mais poderoso do mundo!” a razão contestou “Ui! Mas os caras maus são os melhores!” a outra devolveu “Parem as duas com isso” Hermione pensou parando a briga das suas consciências.

-Hermione... Você esta bem? – Tom perguntou olhando preocupado para ela.

-Ã? Aconteceu alguma coisa? – a garota perguntou voltando a realidade.

-Você ficou estranha, quieta, parecia que foi confundida – ele respondeu.

-Er... A culpa é das consciências! Eu já disse que estou ficando louca com elas? – Hermione perguntou.

-Acho que você já é louca com ou sem essas suas consciências - ele comentou sorrindo de lado.

-Assim você me ofende Sr. Riddle! – Hermione falou fingindo de ofendida.

-Oh! Não foi minha intenção Srta. Granger – ele respondeu irônico e os dois começaram a rir.

Pagaram a conta e saíram do bar com aos braças entrelaçados, como naqueles filmes antigos, conversavam agora sobre escola, e os planos para o futuro... Claro que ambos mentiam.