"Já tem algo em mente?" -Thomas perguntou distraído enquanto andava ao lado da amiga.

"Sim. Algo azul ou roxo." -A garota disse animada.

"Você gosta de azul, não."

"Você ainda pergunta?" -Annita disse rindo.

Thomas deu de ombro e entrou na loja logo depois da amiga.

Annita foi rapidamente até o balcão e pediu para o atendente mostrar quais tecidos ele tinha da cor azul. Alguns minutos depois, o homem voltou com algumas amostras de tecido e pois na sua frente.

"O que você acha desse?" -Annita perguntou se virando para Thomas, que procurava por um lugar para se sentar.

Ele olhou para o tecido nas mãos dela e assentiu.

"Bonito." -Ele respondeu se sentando em uma caixa de papelão.

"Mas... Não acha muito claro?"

Thomas olhou novamente e negou com a cabeça. Mas isso não convenceu a amiga.

Annita pegou outro tecido e perguntou novamente sua opinião.

Dessa vez, ela havia pego um tecido azul celeste que se destacava entre os demais.

"Esse é bonito." -Thomas disse.

"Eu sei." -Ela sorriu e se virou para o atendente- "Quando fica o metro?"

"Para você, faço um desconto." -O homem sorriu e pegou o tecido- "Quinze."

"Muito obrigada." -Annita sorriu e pegou sua bolsinha de moedas do casaco.

"Já escolheu?" -Thomas perguntou se juntando a ela.

"Sim." -Ela disse entregando o dinheiro e pegando a sacola com o tecido- "Vai ficar lindo."

Os dois saíram da loja e caminharam juntos pela rua.

"Minha prima prometeu faze-lo para mim. Ela disse que até compraria um enfeite para por na manga."

"Se você deixar, eu compro um para você." -Thomas disse olhando para a ruivinha.

"Não precisa." -Ela disse pondo as mãos no bolso.

Os dois viraram a rua e continuaram andando.

"Eu sei que ainda não entreguei os convites, mas já tem um par para a festa? Você sabe que todo ano tem a valsa e tudo mais..."

"Sei." -Annita assentiu, já prevendo o rumo da conversa.

"E então?" -Ele perguntou olhando para ela.

"Não, ainda não."

Pararam na calçada e esperaram o sinal fechar.

"Gostaria de ir comigo?" -Thomas perguntou desviando o olhar.

Ela olhou para o amigo e sorriu.

"Sim." -Ela sorriu.

Thomas olhou para ela e sorriu de volta.

"Quer tomar alguma coisa?"

Annita riu do amigo e concordou.

Eles deram a volta e foram para o café que ficava virando a esquina.

"Admito que fiquei aliviado quando você aceitou." -Thomas disse abrindo a porta e esperando Annita entrar.

"Por que?" -Ela foi até uma mesa vazia e sentou-se.

"Achei que Logam já tinha feito isso." -Ele respondeu sentando-se a sua frente.

"Não..." -Ela negou com a cabeça- "Ele não disse nada."

Annita suspirou e cruzou os braços sobre a mesa. No fundo ela estava desapontada com o amigo. Jurava que nesse ano Logam a convidaria, mas não.

Talvez ela estava se iludindo achando isso. Mas ela esperava todos os dias que o amigo dissesse alguma coisa, desse algum sinal para ela saber o que ele pensava sobre ela.

Uma das coisas que ela mais admirava e odiava ao mesmo tempo em Logam, era que dificilmente ele demostrava o que pensava.

"Quer beber o que?" -Thomas perguntou olhando no cardápio.

"Tem chá?" -Ela disse, despertando de seus devaneios e olhando para o amigo.

"Sim." -Ele assentiu e em seguida chamou a garçonete.

"O que desejam?" -Ela perguntou segurando um caderninho.

"Um chá verde e café."

"Açúcar?"

Thomas assentiu e a moça saiu.

Thomas olhou para Annita, que estava pensativa encarando a vista da janela.

"Está frio, não?" -Ele disse tentando puxar assunto.

Ela assentiu ainda olhando para a janela.

Thomas suspirou e encostou na cadeira.

"Será que Logam já chamou alguém?" -Annita perguntou.

"Ele não me disse nada." -Thomas deu de ombro.

"Ah." -Ela assentiu e pegou a xícara que a garçonete pois na mesa.

"Obrigado." -Thomas disse.