Capuz Vermelho escrita por Greensleeves


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que postei um cap ontem... mas eu estou com muiiiiito tedio... então para quem estiver no mesmo barco que eu.. espero que gostem



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 Não havia muitas coisas para se fazer em Innsbruck, tudo era muito velho e precisava de reforma.

 O prefeito um dia tinha dito que reformaria o teatro para haver apresentações e coisas do tipo, mas nunca começou. No cinema só passava filmes antigos e sem graça, e ao lado dele havia uma sorveteria, mas ninguém ia para lá no inverno; e como quase sempre estava frio na cidade, ela quase era abandonada.

 E era apenas isso que os jovens de Innsbruck podiam aproveitar.

 Mas perto da igreja, algumas ruas de sua casa, havia a ''santa biblioteca''. Digamos que era o que salvava Logam de não morrer de depressão; grosseiramente falando.

 Ele ia tantas vezes, que a mulher idosa que cuidava de lá já até sabia quais livros ele pegava, quais ele não gostava e quais ela poderia deixar reservado para o garoto. 

 Logam caminhou em silêncio e com as mãos no bolso até a biblioteca. No caminho, passou na frente do mercado e viu o irmão de Fredye. Ele pensou em ir dizer alguma coisa, mas desistiu ao ver o irmão tão abalado. Talvez seria uma péssima ideia tocar no assunto, então ele continuou reto.

 A biblioteca era um grande monumento branco, parecia mais uma prefeitura. Ele subiu rapidamente os degraus brancos e entrou na sala que cheirava a madeira e perfume de mulher.

  "Bom dia Logam." -Disse Margoh. Ela era filha da dona da biblioteca. Era uma mulher muito bonita, de cabelos negros e ondulados, mas após a morte do pai, ela nunca mais se relacionou com nenhum homem, e sempre usava roupas escuras.

  "Não tão bom assim." -Logam disse parando em frente ao balcão.

  "Ah sim... Pobre Fredye." -Ela disse tristemente.

 Logam assentiu. 

  "Mas mesmo assim, você não deixa de vir aqui, não é." -Ela disse sorrindo escrevendo alguma coisa no papel.

 Ele deu de ombros.

  "Chegaram livros novos na sessão D, dê uma olhada." 

  "Obrigado." -Ele disse indo até a escadinha de madeira que levava para a parte de cima da biblioteca.

 Ele foi até a sessão indicada e avistou os novos livros entre os outros, o que foi fácil  já que as capas novas se destacavam entre as surradas.

 Se aproximou e lembrou que estava com A Metamorfose em casa e era muito bom. Talvez devesse pegar outro parecido. Foi para a sessão de suspense e foi olhando os livros.

  "Para que livro, se estamos vivendo em uma história de terror?" -Alguém disse.

 Logam e virou e viu um velho, deveria ter mais de setenta anos, sentado em uma das poltronas para ler.

  "Como assim?" -Curioso, ele se aproximou e sentou-se na poltrona da frente.

  "Não há lobos e nunca terá em Innsbruck." -O velho disse o olhando.

  "Mas..." -Logam pensou nas palavras cuidadosamente, não ia querer parecer ignorante com o senhor de idade- "Então como explica esses acontecimentos?"

 O velho lambeu os lábios e se inclinou para frente.

  "Acredita em lendas, meu jovem?" 

 Logam pensou. Ele já havia lido várias histórias fictícias e contos de terror, mas nunca chegou a acreditar em algo do tipo.

  "Não ha lobos em Innsbruck." -O velho repetiu- "Mas sim... entre ps habitantes." 

  "O que quer dizer com isso."

  "Estranho nunca se ter visto pegadas ou rastros desse lobo, mas corpos são encontrados com arranhões e mordidas no corpo." -O velho sussurrou meio pensativo- "É porque o lobo esta entre nós."

  "Entre nós?" -Logam estreitou os olhos.

  "Uma criatura meio lobo meio homem, que se transforma e é sedenta por sangue." -O velho disse tão baixo, como se fosse um segredo.

  "Acredita mesmo nisso?" 

  "Não." -O velho encostou na poltrona- "Mas se existe, tome muito cuidado."

 Logam olhou para o velho. Ele não parecia bêbado, tão pouco maluco.

  "Não precisa ter medo, garoto. Se você ainda esta vivo é porque ele não o quis morto." 

  "Mas..."

  "Não há mas, garoto. Em noite de lua cheia, apenas tranque as janelas e as portas e espere em silêncio em casa. Estamos em tempos difíceis."

 Logam se levantou e desceu as escadas de volta ao balcão.

  "Algum livro, Logam?" -Margoh perguntou quando ele passou por ela.

  "Hoje não, tenha um bom dia." -Ele disse rapidamente saindo pela porta.

 Logam estava pensativo.

 Talvez o velho estivesse certo. Talvez o suposto lobo fosse qualquer um. Ele precisava pensar mais, talvez sabendo disso, pudesse investigar algumas coisas. 

 As mortes começaram a alguns dias, já haviam sido dois. Na mesma semana em que os grupos de lenhadores vieram para Innsbruck. Mas no mesmo dia da inauguração da reserva. Talvez essas mortes fosse um protesta contra a reserva?

 E Annita. O que ela fazia na floresta? Isso a transformava em uma suspeita? 

 E no mesmo dia da primeira morte, Thomas havia se atrasado. Daria tempo de ele ter matado alguém e ter corrido para a inauguração?

 Mas Thomas? E Annita?

 Logam estava subestimando e acusando seus amigos. Ele devia parar de pensar nisso. Mas como, a cidade era tão pequena e as mortes tão significantes. Ele poderia ser o próximo, ou sua tia, ou sua avó.

 Ela morava perto da floresta, onde tudo aconteceu. Ela poderia estar correndo grande perigo. E tão indefesa.

 Logam virou a rua e percebeu que não havia almoçado ainda. Ele então decidiu ir até a padaria para comprar alguma coisa.

 Ele estava andando pela rua quando sentiu algo molhado e frio no seu rosto. Olhou para o céu e percebeu que começara a chover. Ele começou a correr o mais rápido possível para casa; já que da biblioteca até ela era mais rápido do que a padaria.

 Ele avistou o portão da casa e correu mais ainda. Gotas geladas  escorriam pelo seu pescoço e desciam pelas suas costas. Não dava mais para por a toca, seu cabelo batia no rosto e seu sapato deslizava pela rua.

 Sua tia ficaria muito brava quando ele chegasse. Uma por não ter comigo, e outra por estar todo molhado.

 Chegando na rua de casa, ele esbarrou em alguém que vinha em sua direção, mas não teve nem tempo de pedir desculpas ou olhar para quem era, já que a outra também corria.

 Ele abriu o portão de casa e foi até a porta. Ele se virou e olhou para a pessoa de casaco azul que andava pela sua calçada, talvez ela tivesse parado e assim ele poderia se desculpar,  mas ela foi rapidamente se distanciando com passos apressados, então sumiu entre a chuva.


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Notas finais do capítulo

Mais mortes pela frente... só digo isso kkkkkkk