Capuz Vermelho escrita por Greensleeves


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

ok.. eu sei, eu não dou tempo para vcs respirarem de um cap ao outro.. mas é que eu estou amando escrever essas fic para vcs... Mas vc nem falam comigo. Eu sei.. eu leio fic, sei como é tenso mandar um comentário... mas.. qualé.. tenham um pouco de consideração. Como eu vou saber o que vcs estão achando da fic....?
—Enfim, aproveitem o cap. =)



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 Logam acordou cedo. Ele tomou um café que a avó havia preparado e logo estava pronto para voltar para casa. 

 Sua tia sabia que ele tinha passado a noite na casa da avó, mas gostava que ele chegasse cedo de casa, assim não atrapalhava a avó e outras coisas do tipo que sua tia dizia. 

  "Eu terminei o seu presente, quer ver?" -Sua avó perguntou enquanto o ajudava a por as coisas na bolsa.

  "Claro." -Ele sorriu.

 Ela foi para a sala e voltou segurando uma caixa, pois em cima da mesa e tirou a tampa.

  "Não tive tempo de embrulhar, querido, mas a intenção é a mesma."

  "Não se preocupe com isso, vó." 

 Ela tirou um bolo vermelho da caixa e o segurou no ar. Era um casaco vermelho, com toca e até bolso.

  "Esse seu casaco está muito velho, então pensei em fazer um novo."

 Logam pegou o caso e olhou.

  "Obrigado vó." -Ele a abraçou.

  "Assim pode ir decente para os lugares agora. E fiz de vermelho, pois sei que gosta dessa cor."

 E Logam realmente gostava. Vermelho era uma cor viva e forte, como se exercesse um poder sobre os outros. Por ele ser um pouco tímido, adorava usar algo vermelho, o deixava mais corajoso; isso era o que ele  achava.

  "Vista. Assim arrumo se precisar." 

 Logam vestiu o casaco e o abotoou.

  "Ficou bom." -Ele disse olhando sobre o ombro.

  "Fiz até uma toca, para quando você cortar essa sua juba, não passar frio na orelha."

  "Vou cortar essa semana, prometo." -Ele riu.

  "Não ria, estou falando serio. Se eu tivesse uma tesoura agora..."

  "Tenho que ir, vó." -Ele a beijou na testa e pegou a bolsa.

  "Cuidado." -Ela disse quando ele abriu a porta.

  "Não se preocupe." -Ele sorriu e saiu.

 O dia estava nublado e meio sem vida.

 Logam fechou o portão da casa e caminhou em silêncio com as mãos no bolso. 

 Ele avistou uma pessoa perto da floresta que parecia familiar.

  "Annita, o que faz aqui?" -Ele perguntou ao se aproximar da menina. Que se assustou ao ver o rapaz.

  "Oh, Logam." -Ela deu um passo para trás- "Não te esperava encontra aqui."

  "Minha avó mora aqui." -Ele suspirou a lembrando.

  "Claro...Claro." 

 Os dois entraram na floresta e andaram em silêncio.

  "Você não respondeu minha pergunta." -Ele olhou para ela.

  "Que pergunta?" 

  "O que faz aqui? Nunca a vi por essas regiões."

 Ela lambeu os lábios e olhou para ele.

  "Fui pegar um negócio para o meu avô." -Ela disse desviando o olhar.

 Logam olhou para a garota ruiva e magricela ao seu lado. Ela usava um vestido azul claro e um casaco fino, apenar do frio que fazia. Mas não tinha nada nas mãos.

  "E o que era?" -Ele perguntou, dando um sorriso de lado, descobrindo a mentira da amiga.

  "Eu... Eu não achei." -Ela olhou para ele. Seus olhos estavam um pouco vermelhos e as olheiras davam-lhe um ar de cansaço. 

  "Esta tudo bem?" -Ele perguntou parando e olhando para a garota.

  "Sim... Eu... Preciso ir para casa, Logam." -Ela disse olhando em volta- "Nos vemos." 

 Logam não teve tempo de responder, a garota deus as costas e saiu andando rapidamente.

 Ele continuou a andar em silêncio e olhando para o chão. Como havia chovido, a relva estava um úmida e a qualquer momento te fazia escorregar.

 Logam se perguntou por que Annita estava tão estranha com ele. Será que ele havia feito algo de mal? Garotas tinham seus momentos estranhos as vezes.

 Ele continuou a andar e então veio a sua mente a cena da noite passada, então ele parou.

 Uma das coisas que Logam odiava em si, era a facilidade que seu cérebro tinha em lembrar coisas que ele não queria.

 Ele parou de andar e olhou em volta. Agora ele podia sentir seu coração batendo. 

 E se o lobo estivesse por ai? E se ele pegasse Annita? E se entrasse na casa de sua avó?

Não seja covarde Logam. Ele pensou. Não seja um mariquinha.

 Ele voltou a andar em silêncio, mas um pouco mais alerta. Qualquer barulho o sobressaltava, até mesmo seus passos na grama.

 Uma fina neblina desceu na floresta. Agora, além de estar sozinho, estava temporariamente cego.

 Foi quanto que um vulto preto saiu por entre as arvores. Logam parou e tentou olhar melhor, mas não teve sucesso.

 Era uma criatura alta, por sorte não poderia ser um suposto lobo, mas Logam então lembrou do lenhador do dia passado e suas mãos começaram a suar. Ele não sabia se corria, ou ficava parado e passava de despercebido pelo outro.

 Aos poucos a criatura foi se tornando um corpo, logo uma pessoa, e então um homem, mas ele não conseguia ver seu rosto direito.

 Ele não queria ficar mais ali. 

 Deu as costas e voltou a andar para casa, mas involuntariamente seus passos começaram a acelerar e, em segundos, ele estava correndo. Não queria olhar para trás, tão pouco para os lados, apenas desviava das arvores e de algumas pedras. 

 Mas então seu pé escorregou em um pequeno relevo e ele deslisou para o lado, tropeçando em uma pedra, caindo no chão e deslizando para frente.

  "Esta tudo bem?" -Uma foz perguntou.

 Logam abriu os olhos e sentiu uma forte dor na bacia e nos joelhos. Ele levantou a cabeça e viu uma pessoa a sua frente com as mãos estendidas.

 Ele a segurou e a mão o ajudou a levantar.

 Um garoto, deveria ter sua idade ou mais, estava parada a sua frente. Seu cabelo era loiro e tinha olhos claros, mas se não fosse pelo sotaque estrangeiro, seria apenas mais um garoto austríaco.

 Ele limpou a terra das calças e olhou em volta. Tinha sido uma bela queda.

  "Você caiu feio. Está tudo bem?" -O garoto disse outra vez. Ele falava muito bem alemão, mas as vezes puxava um pouco o r.

  "Sim... Eu..." -Logam passou a mão no casaco e ficou triste por ter sujado o presente de sua avó tão cedo.

  "Quer que eu te ajude a ir para casa?" 

 Ele olhou para o garoto e cerrou os olhos. Estava um pouco tonto e sua cabeça doía junto com as outras partes do corpo.

  "Não, eu consigo ir." -Ele disse andando, mas quase caiu de frente se o garoto não tivesse segurado seu braço.

  "Sabe, eu não conheço muito por aqui, mas se você me disser seu nome..."

  "Me solte." -Logam puxou o braço- "E eu já disse que estou bem."

 Ele não estava bem. Mas não queria ser tratado como um coitado.

  "Tudo bem." -O garoto disse dando de ombros.

 Logam olhou em volta e sentou em um tronco no chão. Ele precisava pensar.

 O garoto a sua frente usava uma camisa xadrez vermelha e um casaco maior que seu corpo. Próximo dele tinha um machado fincado em uma arvore, mas o garoto não parecia um lenhador, pelo menos não tinha uma estrutura física para isso.

 Foi então que Logam se lembrou que o motivo de haver tantos lenhadores, é que estava na época em que eles vinham para a cidade. Tudo fazia sentido agora.

  "Você não é austríaco." -Logam disse encarando o chão. Ele ainda estava meio tonto para levantara cabeça.

  "Não." -O garoto respondeu. O que significava que ele ainda estava ali.

  "Mas é lenhador?" 

 Houve uma pausa.

  "Aprendiz." -Ele respondeu.

 Logam riu. 

  "Aprendiz que lenhador? É só cortar uma arvore." -Ele olhou para o garoto.

  "Vai querer minha ajuda ou não? Não tenho o dia todo." -Sua voz soou irritada, mas controlada. 

  "Não, estou bem." -Logam se levantou e pegou a bolsa caída no chão.

 O garoto deu espaço para ele, então ele voltou a andar.

 Em minutos, Logam já estava em casa. Tinha sido uma longa caminhada, e eles estava feliz por ter chego antes do almoço. Ele abriu o portão e foi até a porta.

  "Cheguei." -Disse entrando.

  "Achei que não vinha." -Disse sua tia saindo da sala.

  "Eu... Houve um incidente no caminho." -Ele disse tirando o casaco.

  "Esta tudo bem?" -Ela perguntou pegando a bolsa- "Sua avó esta bem?"

  "Sim." -Ele disse tirando os sapatos.

  "Que bom. Eu vou ao cabeleireiro, volto antes do almoço. Thomas veio perguntar e você."

  "O que ele queria?" 

  "Não sei..." -Ela negou com a cabeça e pegou o casaco- "Volto logo."

 Logam fechou a porta para a tia e subiu para o quarto. Ele estava cansado e dolorido.

 Deitou na cama e olhou para o teto.

 Tudo girava na sua cabeça. Há duas coisas na qual ele pensava. Por que eu garoto da sua idade era aprendiz de lenhador? E por que Annita estava tão ocupada, e andava por a quelas redondezas?

 As vezes, Logam achava que pensava de mais. E isso o cansava.

 Ele suspirou profundamente e tentou lembrar do rosto do garoto. Mas só consegui imaginar seu cabelo e as roupas que vestia.

 Por que ele quis ajudá-lo? Ele poderia ter continuado seu trabalho ou ter xingado ele, como todo lenhador faria. Mas não... 

 As coisas estavam mudando em Innsbruck, e Logam temia que fosse para pior.

  


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Notas finais do capítulo

digamos que a fic esta começando agora... ^-^