"O almoço estava ótimo, Bertha."

"Obrigada." -Ela sorriu.

"Já tem a resposta?" -Artie perguntou a olhando.

"Resposta?"

"Sobre a viagem." -Ele sorriu e olhou para Logam.

Ela suspirou e olhou para o prato.

"Não vai ser um incomodo?" -Ela o olhou.

"Claro que não."

"Por favor, tia." -Logam disse.

"Tudo bem."

Logam sorriu e olhou para Haskel.

"Vocês já podem ir amanha se quiser. Eu levo vocês." -Artie sorriu e bebeu o resto do suco.

"Ah Artie, obrigada." -Bertha sorriu se levantando e pegando os pratos da mesa- "Você ouviu Logam, diga para o seu amigo que precisamos da resposta logo."

"Ele ouviu." -Logam sorriu- "Você vai?" -Ele se virou para Haskel.

"Não vou atrapalhar a viagem de vocês?"

"Claro que não!" -Artie disse- "Vai ser muito bom ter alguém como você lá, sempre quis saber com é a Polonia."

Haskel sorriu.

"Isso é um sim?" -Logam o olhou.

"Acho que sim."

"Perfeito! Venho pegar vocês amanha as três."

"Achei que ia levar Thomas." -Bertha disse tirando o resto da mesa.

Logam negou com a cabeça.

"E os seus pais, Haskel?" -Artie perguntou.

"O pai dele esta trabalhando fora e ele esta sozinho em casa, por isso achei uma boa ideia convida-lo para ir junto." -Logam disse olhando para Haskel, que concordou com a cabeça sem saber do que ele falava.

"Ah sim." -Artie assentiu- "Bem, então acho que esta tudo resolvido. Onde o seu pai esta?"

"Alemanha." -Haskel disse desviando o olhar.

Artie assentiu novamente e sorriu.

"Ele não terá problemas com isso, não?"

"Não se preocupe, digamos que ele não liga para isso." -Haskel sorriu.

"Precisa de ajuda?" -Logam perguntou para a tia.

Ela negou com a cabeça.

"Esteremos lá em cima." -Logam disse se levantando.

"Sim, se começar a nevar, não deixe seu amigo sair."

"Pode deixar." -Ele olhou para Haskel e foram até a escada.

"Você viu os olhos da quele garoto?" -Artie disse da cozinha- "Incriveis."

Haskel ouviu o comentário e pensou e agradecer, mas mudou de ideia. Os dois subiram para o quarto novamente, Logam entrou e fechou a porta, indo até Haskel na cama.

"Sua tia é bem legal." -Ele disse pegando um dos livros de Logam em cima do criado mudo.

"Sim." -Ele sorriu- "Ah, esqueci que precisava entregar os livros na biblioteca."

"Eu entrego quando for embora." -Haskel disse pondo o livro de volta.

"Obrigado."

Logam tirou os sapatos e deitou na cama. Suas costas ainda doíam um pouco e deitar aliviada o incomodo. Ele olhou pela janela e o dia nublado estava muito triste, e as chances de nevar eram bem grande. Talvez nevasse muito e Haskel tivesse que dormir na sua casa, isso seria legal.

"Comer me da sono." -Ele comentou bocejando.

Haskel riu e deitou ao seu lado.

"Dorme oras." -Ele o olhou.

"Se eu dormir agora, não consegui dormir anoite."

"Ah, que ruim."

"Muito." -Ele bocejou novamente.

"Então vamos fazer alguma coisa para te deixar acordado."

"Como por exemplo?"

Haskel deu de ombros.

"Xadrez?"

Logam negou com a cabeça.

"Você toca acordeon?" -Haskel perguntou vendo o instrumento no canto do quarto.

"Um pouco, eu tocava na banda da escola."

"Legal."

"Você toca alguma coisa?" -Logam o olhou.

"Não, mas gostaria."

"O que?"

"Não sei, violão talvez."

"Violão é legal, mas um garoto já havia escolhido, só tinha sobrado flauta e acordeon."

"Flauta é legal."

"Não tenho muito fôlego para tocar instrumentos de sopro."

"Você tem asma?"

Logam riu.

"Não, apenas pulmões fracos."

Haskel assentiu.

"Que bom que você vai viajar com a gente." -Logam sorriu.

Haskel riu. Logam levantou e foi até o armário, pegou uma manta e voltou para a cama.

"Esta com frio?" -Haskel perguntou.

"Um pouco."

"Lembre-se que você não pode dormir." -Ele riu.

"Não vou." -Logam sentou na cama, abriu a manta e na barriga de Haskel.

"Para que travesseiro, deite na barriga dos outros mesmo." -Haskel sorriu e olhou para ele.

Logam riu.

"É mais confortável, mas ela faz uns barulhos estranhos."

Haskel riu e sua barriga tremeu mexendo a cabeça de Logam, que começou a rir também.

"Barulho de barriga." -Haskel deu de ombros.

Logam riu e suspirou olhando para ele.

"Posso fazer uma pergunta?"

Logam assentiu.

"Era sua mãe em uma das fotos na caixa?"

"Era." -Logam disse.

"Ela parece com você."

"Parecia." -Logam corrigiu- "Todos diziam isso."

"O sorriso era o mesmo."

Logam sorriu.

"E os olhos."

"Não, os olhos devem ser do seu pai." -Haskel disse.

"Sempre achei que pareciam com os delas."

"Não, os dela eram mais puxados."

"Ah."

"Mas eu gosto dos seus olhos." -Haskel sorriu.

"Quanto tempo ficou olhando a foto para lembrar de tantos detalhes."

Haskel riu.

"Alguns segundos, mas parecia familiar."

"Familiar?"

"Não sei... só achei." -Haskel deu de ombros.

"Seus olhos também são bonitos." -Logam o olhou e riu.

Haskel desviou o olhar, como se aquilo não tivesse soado como um elogio.

"Não, não são." -Ele olhou para o teto.

"Eu nunca vi ninguém com iguais."

"Que bom." -Ele sorriu de lado.

Logam suspirou e voltou a olhar pela janela.

"Eu a esqueci tão rápido."

"O que?"

"Annita." -Logam o olhou.

"Isso é bom."

"Bom?"

"Pode acreditar... É melhor assim."

"Mas parece que eu não fui um bom amigo. Deixando ela ir."

Haskel passou a mão por seus cabelos e Logam o olhou.

"Não se sinta mal com isso... Aposto que ela prefere ter ver assim do que sofrendo." -Ele disse acariciando seu cabelo.

Logam assentiu e olhou para a janela

"Apenas... Sinto falta dela."

"Logam." -Sua tia bateu na porta.

Logam sentou na cama rapidamente e a porta se abriu.

"Estava dormindo?" -Ela perguntou olhando para os dois na cama.

"Não."

"Eu fiz chá. Você eu seu amigo não querem comer alguma coisa? Ou ainda estão digerindo o almoço. Tem torta." -Ela sorriu.