P.V.O Annabeth

No caminho inteiro para o hospital, Percy ficou tentando puxar assunto, apesar de eu responder sempre friamente.

____ Então... Você é daqui?

____ Não, sou de Nova York.

____ Quando você chegou á Califórnia?

____ Ontem. – respondi indiferente.

Ele me fez mais algumas perguntas e então percebendo que eu não queria conversar, ficamos em silencio ate chegar ao hospital.

Fomos ate á recepção e Percy falou algo á recepcionista, alguns minutos depois um medico veio até nos e nos levou ate o consultório.

____ Olá, eu sou o Dr. Anthony.

____ Annabeth, prazer.

___ Bem, você pode me falar o que aconteceu? Nos mínimos detalhes, por favor. – falou o Doutor.

Antes que eu pudesse falar Percy começou

___ Ela...

Mas o doutor logo o interrompeu.

____ Eu perguntei para ela.

Eu estranhei a grosseria mais deixei para lá. Comecei a falar o que aconteceu:

___ Esse idiota – falei apontando para Percy. – bateu uma porta de ferro contra minha cabeça, e desde então minha cabeça está doendo, e toda vez que eu tento andar tudo gira.

___ Tinha que ser essa pessoa mesmo. – falou o doutor.

Percy revirou os olhos. Então o doutor deu o diagnostico.

____ Olha, você está bem, só recomendo colocar gelo nessa cabeça para não inchar nem ficar roxo.

____ Então por que eu vomitei? – perguntei.

___ Provavelmente foi a reação a conhecer esse idiota. – falou ele olhando para Percy.

___ Eu estou bem aqui do lado Tony. – falou Percy.

____ Vocês se conhecem? – perguntei intrigada.

____ Ele é casado com a minha irmã. –falou Percy.

___ Vou buscar gelo pra você colocar ai, então vocês já podem ir. – falou o doutor ignorando Percy.

___ Obrigado. – agradeci.

Ele piscou para mim e saiu do consultório.

Eu e Percy ficamos alguns segundos em silencio, e então o celular de Percy começou a tocar, mas ele só ficava olhando para mim.

___ Não vai atender? – perguntei.

___ Ah... Claro, só um minuto.

Ele se distanciou um pouco, mas ainda deu para ouvir um pouco da conversa.

‘’ Alo? – falou ele. – Ah, oi mãe.’’

Passou alguns segundos ate que ele falasse novamente.

‘’ Ai? Agora? Tudo bem, daqui a pouco estou ai.Te amo. ’’.

Ele desligou o telefone e veio ate mim. Quando ele ia falar algo o doutor chegou, me deu uma bolsa de gelo que eu logo pressionei contra minha cabeça.

____ Vocês têm um problema. – falou o doutor. – Minha sala de espera está cheia de homens com câmeras.

____ Paparazzis? – falou Percy.

___ Nossa grande coisa. – falei irônica.

____ Você não entenderia. – falou ele. – Tony, com que carro você veio?

___ Ah, não faz o seu estilo, eu ainda estou pagando por ele.

____ Deixo você ficar com a minha Ferrari preta. – sugeriu Percy.

___ Feito. – falou o doutor e pegou as chaves da mão de Percy.

Percy veio ate mim e perguntou:

___ Você consegue andar?

Antes que eu pudesse responder o doutor falou:

____ Ela vai estar um pouco tonta ainda por causa da batida, é melhor ajuda-la, se não ela corre o risco de desmaiar novamente.

___ Eu estou bem. – resmunguei

Tentei levantar, mas logo me deu uma tontura, e Percy me segurou.

Ele revirou os olhos e bufou.

____ Consegue né? Você é muito teimosa sabia?

Senti meu rosto ruborizar.

___ Venha, nós temos que ir.

Percy me segurou pela cintura para me apoiar e então saímos, evitando totalmente a sala de espera cheia de paparazzis. Percy colocou o capuz do moletom que usava, sobre a cabeça, que ajudava um pouco a não ser reconhecido.

Fomos andando até o estacionamento na ala onde estavam os carros dos funcionários.

Era uma cena extremamente estranha. Eu andando ao lado de Percy, com ele me segurando firmemente pela cintura, as mãos dele se encaixando perfeitamente na mesma. Não que não era algo bom, surpreendentemente era, e ele aparentava ter uma boa pegada, e era um gato, na minha opinião, mas até do que na foto que Thalia havia me mostrado, mas era algo estranho, eu não o conhecia, e nem ele a mim, porem apesar da idéia não me agradar eu me sentia segura com ele.

Nos chegamos no estacionamento, e nos vimos o carro, era antigo e extremamente desgastado, e definitivamente não perecia seguro. Percy me ajudou a sentar no banco do passageiro e logo se sentou atrás do volante e deu partida no carro, e então saímos do hospital.

[...]

O carro do doutor realmente estava em péssimo estado, a cada dez metros percorridos o carro fazia um estranho som de explosão. Comecei a ficar desesperada.

____ Tem certeza que isto é seguro? – perguntei.

____ Claro que é seguro. – respondeu ele. – fica calma ok?

O carro fez outro de seus barulhos.

____ ISSO NÃO É SEGURO! – gritei.

____QUAL O SEU PROBLEMA? – começou Percy a gritar também.

____ O MEU PROBLEMA? O MEU PROBLEMA É QUE SIMPLESMENTE MEUS PAIS VAO ME DEIXAR DE CASTIGO ATÉ EU COMPLETAR 50 ANOS, POR EU NÃO ESTAR EM CASA.

____ Por que esta tão irritada? – falou ele controlando sua voz.

____ Não estou irritada.

____ Está.

___ Não estou.

____ Agora você está na defensiva.

____ Não estou. Eu só quero ir para a minha casa.

____ Tudo bem eu vou te levar. Só precisamos fazer uma coisinha antes.

[...].

Paramos em frente á uma imensa mansão. Muito bem fechada, e com dois seguranças de preto em frente ao portão de entrada.

Percy então deu a volta na mansão, parando em frente ao portão da garagem. E ao apertar de um botão o portão se abriu.

Ele estacionou o carro, e como eu já estava melhor, sai do carro por conta própria.

___ Essa é a sua casa? – perguntei impressionada enquanto ele me arrastava pela casa quase como se quisesse que ninguém me visse.

___ Sim. – falou ele sem cerimônia. – Venha precisamos achar um lugar para você ficar.

Fiquei realmente ofendida quando ele falou isso.

___ Por que? – perguntei.

___ Se eles virem você, começaram a fazer perguntas. – explicou ele.

___ Que tipo de perguntas?

___ Perguntas do tipo: Quem é ela? Quando se conheceram? Estão namorando?

___ Namorando? – perguntei incrédula.

____ É, eles inventam esse tipo de coisa. – falou ele revirando os olhos.

Paramos em frente á uma grande porta branca. Percy abriu a porta, e então entramos.

___ Fica aqui, eu preciso fazer algo, depois eu prometo que te levo para a casa.

E então ele saiu. Observei melhor o local onde eu estava. Aparentemente era um quarto de hospedes, bem arrumado, com uma cama de casal, e um sofá preto sofisticado. No quarto havia uma porta grande de vidro que dava para uma varanda de onde se via o quintal e a enorme piscina. Abri a porta e sai para o lado de fora. Havia uma grande aglomeração de pessoas no quintal. Todas bem vestidas, rindo, conversando, e quase todas com uma taça de champagne. Era provavelmente uma festa.

Percy havia acabado de chegar, e estava conversando com um casal. Uma bela mulher de cabelos castanhos, e um homem forte de cabelos pretos e olhos verdes, Percy com certeza havia puxado ele. Eles falaram algo e Percy concordou com a cabeça sorrindo.

Após alguns minutos um garoto um pouco mais novo que Percy foi ate ele levando um violão. Percy pegou o violão e agradeceu sorrindo.

Ele sentou-se em um banco que havia ao seu lado, e logo começou a tocar, dando inicio á uma musica. Reconheci a musica, era um cover de Jeremy do Pearl Jam. Eu adorava aquela musica.

____At home . Drawing pictures. Of mountain tops. With him on top. Lemon yellow sun. Arms raised in a V. And the dead lay in pools of maroon below.

Daddy didn't give attention. To the fact. That mommy didn't care. King jeremy the wicked. Ruled his world.

Jeremy spoke in class today

Jeremy spoke in class today

Clearly I remember. Picking on the boy. Seemed a harmless little fuck. But we unleashed a lion. Gnashed his teeth and. Bit the recess ladies breast. How could I forget?. And he hit me with a surprise left. My jaw left hurting. Dropped wide open. Just like the day. Like the day I heard.’’

O modo como ele cantava, se entregando a musica, me fez por algum motivo sorrir. A voz dele era suave e agradável. E apesar de já ter ouvido algumas musicas do The Dark Sun, era totalmente diferente ouvi-lo pessoalmente.

____ Daddy didn't give attention. To the fact. That mommy didn't care. King jeremy the wicked. Ruled his world

Jeremy spoke in class today

Jeremy spoke in class today

Jeremy spoke in class today

Try to forget this

Try to erase this

From the black board

Peguei-me olhando cada detalhe dele ao cantar, o leve mexer dos lábios, como ele fechava os olhos a cada agudo, cada pequena coisa que eu observava com afinco. Ao perceber isso fiquei assustada com a atenção que eu o observava. Recompus-me e decidi ir embora por conta própria. Sai do quarto com cuidado para que ninguém me visse. Eu ainda podia ouvir Percy cantando os últimos versos da canção.

‘’Jeremy spoke in class today

Jeremy spoke in class today

Jeremy spoke in spoke in

Jeremy spoke in spoke in

Jeremy spoke in class today’’

Decidi que o modo mais fácil de sair sem ser vista era pela garagem. Porem a casa era muito grande, e eu acabei entrando na porta errada. Entrei em uma sala enorme que tinha pelo menos oito carros, todos clássicos e também alguns modernos, e todos provavelmente mais caros que minha vida.

Fiquei observando os carros durante alguns segundos, até a porta se abrir atrás de mim. Para o meu alivio era Percy.

____ Hey, aonde você vai? – perguntou ele.

____ Vou embora.- respondi ríspida.

____ Vamos, eu te levo, escolha um carro.

____ Não.

____ Então vamos á pé. – falou ele revirando os olhos. – Onde sua avó mora?

____ Beverly Hills.

____ Tudo bem, a gente chega lá. Na Quarta. – falou ele irônico.

Bufei.

Ele foi ate um dos carros, aparentemente um Lexus prata e abriu a porta cavalheirescamente. Ignorei, e fui ate o carro ao lado, um Impala 67 preto, e entrei no banco do passageiro.

____ Por que você é tão teimosa? – murmurou Percy retoricamente, enquanto pegava a chave do carro em que eu estava e entrava no carro e dava partida.

[...].

Estávamos no carro em silencio, então Percy de repente ligou o radio, onde estava tocando um dos sucessos do The Dark Sun. Do nada ele começou a cantar junto com a musica.

Suspirei irritada.

____ Você quer parar?- falei

____ O que? Pensei que você gostasse. –falou ele.

___ Deixa eu adivinhar. Você achou que eu estava louca para andar de carro com o astro Percy Jackson enquanto ele canta um de seus sucessos. É um sonho que vira realidade pra uma fã. – falei. – Só tem um problema. Não sou sua fã.

Ele me olhou meio desapontado

___ Você não gosta das nossas musicas? – perguntou ele.

___ Ah, ate que suas musicas são boas. Só não sou fanática por você. – falei.

____ Mas você nem me conhece.

___ Exatamente. – falei.

Ele estava preste a falar algo, mas então olhou pelo retrovisor. Uma van preta nos seguia.

____ Paparazzis. Droga. – falou ele.

____ Nossa, pra que tanto drama? - perguntei.

____ Você não entenderia.

Revirei os olhos.

___ Rápido entre á esquerda a casa da minha avó é ali.

Ele fez o que eu mandei rapidamente despistando a van e parando em frente á casa.

____ Bem... Valeu pela carona. – falei e tirei o cinto para sair.

___ Hey. – ele me chamou de volta. – Só quero que você saiba que eu sinto muito, pela cabeça e tudo.

____ Tudo bem, tchau. – falei e sai do carro.

Entrei em casa. No quarto Thalia dormia calmamente.

Decidi me trocar para ler, já que não sentia sono algum. Coloquei uma camisola vermelha, minhas Uggs pretas e sentei no sofá da sala lendo ‘’Em Chamas’’ da Suzanne Collins.

Li alguns parágrafos, e então ouvi leves batidas na porta. Estranhei e fui ver quem era.

____ O que você quer? – falei quando vi Percy parado na porta.

____ Eu preciso de um favor. Eu pago. – falou ele.

___ Não será um favor se você me pagar.

___ Isso é um sim? – perguntou ele.

[...].

____ Você tem que estar fora daqui pela manha, e você vai dormir no seu carro. – falei enquanto ele ajeitava as coisas na garagem da minha avó.

___ Tudo bem. Você tem algo, para eu me disfarçar dos paparazzis quando eu sair daqui?

Suspirei e falei:

___ Pode procurar naquele baú. – falei.

Ele procurou e então achou um chapéu de caça do meu avô. Sorri a lembrança.

___ Era do meu avô. – falei.

___ Ah, desculpe.

___ Não, pode ficar, ele ficou bom em você.

Ele me olhou com um meio sorriso, que me deixou constrangida.

Ele começou a me olhar de cima á baixo com um sorriso malicioso nos lábios. Então lembrei que estava somente com a camisola vermelha e corei.

___ Belas pernas. – falou ele sorrindo maliciosamente.

Corei violentamente.

___ Idiota. – falei.

Ele riu e me lançou um olhar que estava entre um meio sorriso e um olhar sexy e ficou me olhando por um instante.

___ Argh, dá pra parar com isso? – falei irritada

____ Parar o que? – falou ele rindo.

___ AH, você sabe muito bem o que ta fazendo, deve fazer isso o tempo todo. Olha pras garotas assim e... Elas ficam caidinhas por você, mas isso não funciona comigo, então pode parar.

Dei meia volta e entrei em casa, mas pude ouvir a risada de Percy ao longe.

Desisti totalmente de ler e fui direto para a cama dormir.

Fiquei pensando no dia louco que tive. Conheci um astro do rock, fui para no hospital com ele, fui ate a casa dele, e ele ainda estava dormindo na garagem da minha avó. Era um mundo estranho. Dei risada ás lembranças e logo adormeci.