P.V.O Percy.

O sentimento que mais me impressiona no ser humano, é a capacidade de acreditar. Acreditar que mesmo nos momentos sombrios e difíceis, podemos ver a luz do sol brilhando e nos mostrando que sempre há uma solução. A fé, que nós faz lutar por uma coisa que nem ao menos podemos enxergar o futuro, que nos mostra que mesmo nos tempos de aflição, há felicidade, e motivos para continuar acreditando, continuar sorrindo, continuar lutando. Porque no fim das contas é nos momentos de escuridão que descobrimos nossa verdadeira força.

Era essa fé que me fazia acreditar que eu teria minha Sabidinha de volta comigo, essa mesmo fé que me fazia lutar a cada instante, sem desistir de acreditar.

Depois da discussão com Atena, eu simplesmente me retirei e fui para o meu quarto, onde eu estava desde então.

Já era quase 21:00 da noite quando meus pais ligaram.

– Alô? – falei logo após um longo suspiro.

– Percy? Filho, como você está? – perguntou a voz forte de meu pai.

– Indo. Vocês já estão chegando?

– Sim, foi por isso mesmo que eu liguei, estaremos ai em no máximo meia hora.

Então me lembrei do pedido de Thalia.

– Ahn... pai, eu tenho um pedido pra te fazer. – falei.

– fale Percy.

– Quando a Annie e a Thalia, irmã dela, vieram para a Califórnia, elas falaram para os pais dela que ficariam hospedadas aqui em casa, sobre os cuidados de você e da mamãe. E agora meus queridos sogros, que me odeiam, estão aqui em casa, e por sorte não perceberam que vocês não estavam aqui, então se você pudesse falar que apenas haviam saído rapidamente para resolver algo dos clubes, mas estiveram aqui o tempo todo, eu agradeceria. – falei.

Meu pai riu fraco.

– Pode deixar eu acoberto vocês. E então tiveram alguma nova informação?

– Não depois que o Jones me falou sobre o plano, ele vem tentando achar um jeito de executa-lo, já que é essencial saber exatamente o local em que ela está. – falei.

– Quando eu chegar ai, nós vamos examinar cada uma das provas juntos. Nós vamos achar sua namorada Percy.

– Valeu pai, agora é só enfrentar Atena. Ela ameaçou levar Annabeth embora assim que acharmos ela. Eu não posso ficar longe dela e do meu filho, pai. – falei desesperado.

Ele ficou alguns instantes em silêncio.

– Você sabe que ela pode, não é? – falou ele com a voz triste.

Eu suspirei.

– Eu sei.

Ele se despediu de mim, e depois desligou então eu me joguei novamente na cama.

Olhei para o lado, e vi o porta-retrato com uma foto minha e da Annie. Peguei e sorri, enquanto acariciava a foto. O sorriso radiante dela enquanto me olhava nos olhos, e eu fazia o mesmo enquanto a segurava firme pela cintura.

Como eu não tinha nada para fazer, e não havia em mim nem um pingo de vontade de encarar Atena naquele momento, fui até o closet, peguei meu violão, e as partituras que eu havia começado a escrever.

A letra estava praticamente toda pronta, então apenas terminei a partitura e comecei a tocar.

We can't seem to let go

[Não consigo deixar de ir]

The thread's so thin it just doesn't show anymore

[do fio tão fino que simplesmente não mostram mais]

it seems like we're playing charades

[Parece que estamos jogando charadas]

Playing like we're afraid to live

[jogar como temos medo de viver]

And this is one sacrifice I don't want to make

[E este é um sacrifício que eu não quero para fazer]

If there's no end

[Se não há fim]

There can be no beginning, there can be no beginning

[Não pode haver começo, não pode haver início]

If there's no end

[Se não há fim]

It feels like forsaking the dawn, we awaken and still we don't see

[Parece que abandonar o amanhecer, despertamos e ainda não vemos]

I am still secretly grateful you're living this moment with me

[Eu ainda estou secretamente grato você está vivendo este momento comigo]

We can see where it leads

[Podemos ver onde ele leva]

It's like you can't, can't kill the monster that feeds on you

[É como se você não pode, não pode matar o monstro que se alimenta de você]

No matter what you do it seems to get you every time

[Não importa o que você faz, parece-te cada vez]

And that's a predicament if I know anything

[E isso é uma situação, se eu sei de nada]

If there's no end

[Se não há fim]

There can be no beginning, there can be no beginning

[Não pode haver começo, não pode haver início]

If there's no end

[Se não há fim]

It feels like forsaking the dawn, we awaken and still we don't see

[Parece que abandonar o amanhecer, despertamos e ainda não vemos]

I am still secretly grateful you're living this moment with me

[Eu ainda estou secretamente grato você está vivendo este momento comigo]

Secretly grateful you're sharing this moment with me

[Secretamente grato você está compartilhando esse momento comigo]

If it's just one life we're given, one time you're living

[Se é apenas uma vida nos é dada, uma vez que você está vivendo]

I feel your touch light up a wild desire

[Eu sinto seu toque leve até um desejo selvagem]

Borne on my ache to take us ever higher

[Carregado em minha dor para nos levar cada vez mais alto]

In our love we are birds of prey

[No nosso amor que são aves de rapina]

Every cry serves to lead astray

[Cada grito serve para desviar]

So carry my ache and you will know the feeling

[Então, levar a minha dor e você vai saber o sentimento]

Inside I am weak but for this love I'm bearing

[Dentro sou fraco, mas por este amor que eu sou tendo]

So breathe your life in my shades of grey

[Então respire sua vida em meus tons de cinza]

Or kill the lights and we'll fade away

[Ou matar as luzes e vamos desaparecer]

– Ficou incrível, Percy. – falou uma voz vinda da porta.

Abri os olhos e vi Nico, parado me olhando.

– Valeu irmão. – falei.

– Só você para conseguir escrever uma musica com toda essa bagunça.

– Foi essa bagunça que me inspirou. – falei.

– Seus pais chegaram, é melhor você descer, quando eu vim te chamar a coisa já estava pegando fogo lá embaixo. – falou Nico.

Deixei o violão sobre a cama e sai correndo para o andar de baixo.

Quando fui chegando perto pude começar a ouvir os gritos.

– Foi por causa dele que a minha garotinha agora está nas mãos de bandidos! – gritou Atena.

– Não coloque a culpa no meu filho, nenhum deles tem culpa! – gritou meu pai em minha defesa.

Decidi intervir.

– Será que tem como vocês ficarem quietos! – gritei e os dois calaram a boca para o alivio de Sally e Thalia.

Frederick apenas observava a cena com uma carranca.

– Annabeth pode estar em perigo e tudo o que fazem é brigar, essa é a hora em que devíamos estar mais unidos. – falei e eles ficaram quietos.

Fui ate meus pais e abracei-os.

– Que bom que estão aqui. – sussurrei.

– Percy, porque não me mostra os vídeos que você me falou. – disse meu pai.

– Claro, vamos lá em cima. – falei e olhei para Thalia, Atena e Frederick. – Se descobrirmos algo, contamos á vocês.

Thalia assentiu fracamente com os olhos inchados e abraçada a Nico. Atena e Frederick se limitaram a apenas me lançar um olhar frio.

Subi as escadas em direção ao meu quarto e meu pai me seguiu.

– Os bandidos inventaram de fazer pequenos vídeos com Annabeth sendo torturada, até agora eu tenho apenas dois, um de ontem e outro de hoje mesmo. – falei.

Peguei meu notebook e dei os CDs com os vídeos para ele.

– Você pode ver, eu não consigo. – falei.

Ele pegou o segundo cd e colocou para executar, enquanto eu me jogava na cama.

Enquanto assistia o vídeo,ele ficou com as sobrancelhas franzidas o tempo todo, a mesma mania que eu tinha quando via algo que não devia estar ali.

– Espera. – ele deu pause no vídeo e virou o notebook para mim.

– Essa corrente que a Annabeth está usando, é o nosso símbolo? – perguntou ele confuso.

– Sim, eu dei o meu pingente a ela alguns dias depois que descobri a gravidez. Ela colocou na corrente junto com o símbolo dos Chase. Por quê? –perguntei.

O rosto dele se iluminou.

– Percy, essa era a melhor coisa que você poderia ter feito.

– Não entendi. Eu sei que você e a mamãe adoram a Annie, mas por que toda essa animação?

Ele revirou os olhos.

– Agora eu entendi o motivo da Annabeth te chamar de Cabeça de Algas. Percy, eu nunca te contei isso porque provavelmente você não iria gostar, mas você se lembra de quando você fez 15 anos, e nós te damos esse pingente?

– Você também se lembra que essa era a época que você e os meninos mais se metiam em confusão não é?

Dei um mínimo sorriso lembrando-se das confusões em que eu e os meninos nos metiamos.

– Então, foi nessa hora em que eu e sua mãe decidimos colocar um rastreador no seu pingente. – falou ele sorrindo. – e pelo que eu entendi, você deu o SEU pingente para ela, isso significa...

– Que nós podemos rastrear o meu pingente e descobrir onde ela está. – falei com uma felicidade que não cabia no meu corpo.

Levantei rapidamente.

– Pai, eu nunca pensei que fosse agradecer por ter colocado um rastreador em mim. – falei rindo.

– Nós só temos que ir até o Jones e pedir que ele ative o rastreador, já que nós o desligamos quando você fez 17, e criou juízo. – falou ele.

– Vamos fazer isso agora. – falei.

Peguei minha jaqueta, minhas chaves e a carteira de motorista. Sai pela porta e meu pai seguiu atrás de mim.

– Descobriram algo? – perguntou minha mãe se levantando, movimento que todos imitaram.

– Nós vamos descobrir onde a Annie está. – falei.

– E posso saber como você vai fazer isso? – perguntou Atena.

Expliquei a historia rapidamente, e logo Thalia começou a chorar e Atena, Frederick e minha mãe deram um suspiro.

– Nós também vamos à delegacia. – falou Atena.

– Eu também vou. – falou Thalia.

– Vamos todos. – falei.

Todos se arrumaram em questão de minutos e saímos nos carros.

Thalia e Nico foram comigo no meu carro, meu pai e minha mãe foram com o deles e Atena e Frederick no deles.

Logo chegamos á delegacia, descemos dos carros, e entramos em peso na delegacia.

Por sorte encontramos Jones logo no balcão de informações entregando uma papelada á secretaria.

– Poseidon? Sally? – falou Jones assim que nos viu.

Poseidon deu um abraço em Jones, já que eram velhos conhecidos e logo após em Sally.

– Jones, nós descobrimos um jeito de rastrear a Annie. – falei.

Expliquei á ele, e ele se mostrou pronto á ajudar.

Fomos todos até a sala dele, ele olhou para Atena e Frederick.

– Jones, esses são Atena Chase e Frederick Chase, os pais da Annabeth – falei.

– Muito prazer. – falou ele e os dois assentiram.

Jones começou a mexer no computador para ativar o rastreador.

– O rastreador está ativado. – falou ele.

Ele mexeu mais um pouco, então olhou para nós e sorriu.

– Eu sei onde ela está.