Noite Escura escrita por MissDavina


Capítulo 2
Capítulo 1: Começando o Começo.


Notas iniciais do capítulo

Preparem-se para a historia, espero que gostem assim como eu para escreve-lá.



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Abro meus olhos e dou de cara com Brian me encarnado, seus olhos são apreensivos ao mesmo tempo que interessados no que se passa em mim, dou um meio sorriso mais volto meu foco ao céu escuro com estrelas extremamente claras e brilhantes. Diziam que na cidade grande não se podia ver as estrelas igual nas cidades dos interiores, pra falar a verdade isso fazia sentido já que as luzes eram extremamente claras e você mal conseguia distinguir entre a luz do poste ou o sol.

-Feliz 15 Anos! –disse Kauanne vindo em nossa direção.

Tentei sorrir para a garota morena e baixinha que vinha em sua bicicleta com uma sacola de coca-cola de 2 litros mais um nó se prendeu em minha garganta de tal modo que me fez parecer com um sorriso triste, o que no final era verdade mais ninguém precisava saber.

-15 Anos. –repetiu Brian que estava sentado ao meu lado um pouco preocupado.

Todos nos sabíamos o que aquilo significava, 15 Anos era a idade que as garotas eram mandadas para a arena de gladiadores e 16 o dos garotos, pelo menos Brian ainda teria mais 1 ano de folga..já eu e a Kauanne não teríamos tanta sorte assim.

-Qual e Sammi da pra ficar um pouco feliz? –respondeu ela me dando meio que uma bronca pela minha falta de animo.

-Não. –respondi secamente.

O silencio nos fitou por um momento, ninguém ali realmente queria fingir estar feliz quando na verdade não estava ate porque aquilo não era motivo para se comemorar nada. Para piorar ainda mais o tempo parecia correr como nunca e deixava a situação ainda pior, a sensação de frio no estomago com ansiedade me fazia pulsar de tal forma que a pior das ideias veio a minha mente.

-Podíamos fugir ! –eu disse tentando ter esperanças, Kauanne sabia do que se tratava assim como o Brian.

-É claro, e daí nossas famílias seriam mortas pelos G.G ! –lembrou-me ela sendo sábia.  

-Podíamos levar eles. –continuei.

-São muitos parentes para levar, eles nos achariam rápido. –retrucou novamente.

-Poderíamos ir para as Cidades- Estados. –respondi mais seria e firme.

-Os prefeitos delas nos dariam de mão beijada para os G.G e daí nos morreríamos todos juntos depois de uma longa tortura sem fim. –insistiu a mesma com um olhar apreensivo.

Reflito um pouco suas palavras me lembrando da historia que havia ouvido relacionada a isso, a alguns anos atrás um garoto havia fugido da Arena dos Gladiadores e sua família foi encontrada esquartejada e nem mesmo as crianças menores foram poupadas, a policia negou tudo e disse ter sido acidente domestico mas no final todos sabia o que realmente aconteceu. Tentei retirar aquela lembrança da minha cabeça e voltei o foco ao presente momento, até mesmo só de ouvir já me dava medo.

-Feliz aniversario então! – resmunguei pegando meu copo de coca-cola enquanto brindávamos e ficávamos vendo a lua nos iluminar.

-Feliz aniversario! –responderam.

Depois de terminar a garrafa de 2 litros de coca-cola e algumas horas depois lá estava eu jogada sobre a cama chorando no quarto de minha mãe, tinha medo de morrer e principalmente medo de ficar sozinha novamente.  Me cobri com o meu cobertor  vermelho e dormi embalada pelas lagrimas que escorriam por meu rosto ate que eu cansasse e caísse no sono profundo.

Naquela noite uma lembrança ruim me veio a mente, quando era pequena em torno de 10 ou 11 anos já havia descobrindo por mera conhecidencia onde era a tal arena, estava havendo uma luta de gladiadores no dia. Uma garota de cabelos Pink com Violeta havia acabado de perder seu guardião com o golpe do machado do adversário, o guardião do mesmo chutou-a fazendo acertar uma das pilastras da arena e logo em seguida gritar de dor...com o grito eufórico da plateia pelo desejo de sangue o adversário da garota cortou-lhe o pescoço com seu machado e deixou que a mesma sangrasse ate a morte fazendo um lago de sangue vinda do corte. A garota passava a mão sobre o mesmo tentando estancar o sangue que brotava como água, seus olhos refletiram dor e angustia e logo em seguida uma orbita vazia e seca, seus olhos fitavam os meus sem nenhum movimento como se a mesma me avisasse para sair dali o mais rápido possível.

Acordei soada e com medo enquanto tremia, minha mãe não estava mais lá pois já havia ido trabalhar. Um silencio mortal contaminava a casa, já estava acostumada com isso então agora não seria novidade, era somente eu e ela contra tudo e todos.

Caminhei pela casa com medo que ainda fazia efeito sobre mim, ainda de camisola fui ate a cozinha comer algo já que minha barriga roncava louca por comida, um enorme bolo me esperava como sempre. O lado bom de se ter empregados robóticos era que eles haviam ocupado os pequenos detalhes que nos odiávamos como lavar a lousa, comprar comida, fazer lista de compras, vigiar a casa, arrumar o carro e etc. No final das contas havíamos nos tornado escravos da tecnologia e mal sabíamos disso direito, sentei no sofá e comecei a comer o meu café da manhã em silencio enquanto sentia a realidade me acertar em cheio no peito como uma bomba pronta para explodir.


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