Capitulo 11 - Natasha Romanoff

—Tem certeza disso? E se for uma armadilha? — Clint me perguntava pela sétima vez enquanto eu arrumava a minha mala.

— Clint, eu já disse, vão ser no máximo dois dias. — Ele continuava desconfiado da história que Scarlett havia contado.

— Ainda acho uma péssima ideia.

— Eu sei que você acha. — Desde a luta contra Loki, Clint havia ficar bem mais...protetor, e isso me irritava as vezes.

— Eu só estou dizendo que da última vez que estive no Novo México, fomos atacados por um robô gigante enviado por Loki. — Ele se sentou na cama. — E a história que Scarlett contou...não me parece muito...

— Desde quando você desconfia dela? Se me lembro bem, vocês dois estavam se dando tão bem até ontem à tarde.

— E desde quando você confia tanto nela? Pelo que me lembro, você não suportava respirar mesmo ar que ela até ontem à noite. — Ele me olhava acusador.

Eu odiava mentir para Clint, nós éramos parceiros a tanto tempo, ele confiava tanto em mim, e eu nele...me sentia horrível por não contar a verdade. Mas eu não poderia simplesmente dizer a ele: “Sabe por que agora confio nela? Por que descobri que ela é nossa filha, que veio do futuro. Surpresa! ”

— Clint, já estamos acostumados com missões separadas, sem drama, ok? Só...confie em mim. — Eu pedi.

— Você sabe que eu confio em você. — Ele respondeu me abraçando.

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Eram 02:30h da manhã quando acordei de um pesadelo.

Desde que lutamos contra Loki, eu tenho repetidamente o mesmo pesadelo, nele eu mato Clint e todos que se tornaram importantes para mim. Mas desta vez, o pesadelo foi infinitamente pior, ele parecia real demais. Mas desta vez, Loki matava apenas duas pessoas, Clint e....Scarlett.

Assim que acordei, sabia que não ia conseguir mais dormir, então resolvi dar uma volta no terraço da torre. Quando cheguei na porta, vi que teria companhia.

— Você nunca dorme? — Eu perguntei pegando Scarlett de surpresa.

— Geralmente, durmo até demais. — Ela responde com o sorriso do Clint, enquanto me sento ao seu lado.

— Então - Conversar com ela não faria mal – Quer dizer que eu te ensinei a lutar, a mentir, e te contei sobre Budapeste. Devo ter ganhado o prêmio de melhor mãe do ano, 17 anos seguidos, não?

— Na verdade, você ganhou 16 prêmios. Você perdeu minha apresentação de Ballet quando eu tinha 7 anos, por que estava em uma missão. Mas já te perdoei relaxa. — Eu olhei para ela surpresa.

— Você é bailarina também? — Eu continuava surpresa. Eu havia sido bailarina, quando ainda morava na Rússia.

— Era. Dança não era muito a minha praia, mas fiz Ballet até meus 13 anos.

Ficamos um momento em silêncio, eu deveria me desculpar por ter batido nela, mas não fazia ideia de como fazer isso. Veja bem, eu não era do tipo de pessoa que se desculpava ou sentia remorso, mas acho que bater na própria filha...merecia um esforço.

— Eu queria me desculpar...por ter batido em você e.... — Tentei começar, e Scarlett apenas riu da minha tentativa.

— É sério? Você é péssima com desculpas, vamos fingir que nada aconteceu e seguir em frente, ok? — Com certeza, ela era minha filha.

— Fechado.

Olhei para ela, reconhecendo traços de Clint nela. Sim, ela se parecia demais comigo, mas ela tinha muito dele também, principalmente os olhos. Tenho que admitir que provavelmente, alguma coisa de certo eu devo ter feito como mãe, pois Scarlly era uma boa garota. Ou então, talvez ela fosse assim por causa de Clint, eu ainda não sabia.

— Vocês não nos contaram como vieram parar aqui. — Eu havia me lembrado deste detalhe.

— Ah, bom...acho que nem nós sabemos direito. Estávamos na casa do Logan, e sem querer achamos um cubo azul brilhante, quando tocamos nele, aparecemos por aqui.

— Então o Tesseract fez isso? É por isso que precisam dele? E por que ele estaria na casa de Tony?

— Não faço ideia. Mas é por isso que precisamos dele.

— Quantos vocês são? Digo...Thor, Bruce, Steve...eles também têm filhos?

— Na verdade, acho melhor você não saber ainda, não sei se te contando eu vou ferrar com alguma coisa no futuro, ou sei lá.

— Você tem razão. – Tive de concordar com ela.

Ficamos ainda um bom tempo lá, falando sobre coisas triviais. Scarlly me contou, por exemplo, que ganhou seu primeiro arco e flechas aos 4 anos de idade, o que não me deixou muito surpresa, considerando que Clint e eu éramos pais dela. Scarlett tomava cuidado para não revelar muitas coisas sobre o futuro, e digamos que ela fez um bom trabalho.

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No dia seguinte, fomos atrás de Jane Foster.

Bruce ainda ficava meio desconfortável em pegar o avião, pois tinha medo que o Hulk pudesse aparecer - Bobagem, na minha opinião. Tony estava sendo o Tony de sempre, Logan desenhou a viagem toda - o garoto era muito bom com desenhos -, e Scarlett tentou ler um livro, mas com dificuldade, então ela me contou que era dislexa. No meio da viagem, Logan e Scarlett contaram a todos como vieram parar aqui, a mesma história que Scarlly havia me contado noite passada.

— Então isso só aconteceu por que vocês me desobedeceram. –— Tony disse com falso tom de reprovação. — Quando vocês voltarem para seu tempo, me lembrem de colocá-los de castigo até a faculdade.

— Você pode colocar ele de castigo, não eu. — Scarlly sorri em vitória.

— Bom, acho que sua mãe concorda comigo certo? Não é Tasha? — Ele olhou pra mim e sorriu antes de continuar. — Além do mais, sou seu padrinho, posso mandar em você também. — Eu apenas sorri com a conversa deles.

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Ao chegarmos na cidadezinha, não tivemos nenhum problema ao encontrar o observatório de Jane.

— É aqui? — Logan perguntou um pouco surpreso.

— Achei que você saberia onde fica. — Tony o provocou.

— Não sou filho dela pra saber onde ela morava há 18 anos atrás. — Logan respondeu meio emburrado – E só pra constar, ela mora em um lugar diferente agora.

— Beleza, e fazemos o quê agora? — Scarlly perguntou ignorando a discussão de pai e filho.

— Bom, agora é só batermos na porta e perguntarmos sobre o grandalhão. – Tony foi na frente.

— Só não fale que somos seus filhos do futuro, e tudo mais. — Logan disse seguindo Tony – Não sabemos quais são as consequências se muitas pessoas saberem disso.

— Garoto, você acha que eu sou idiota? Eu sei o que devo ou não fazer quando se trata de “problemas com o tempo”. — Tony olhou para mim e Bruce com uma expressão de: “dá pra acreditar que esse garoto quer mandar em mim? ”

— E o que vamos dizer a eles então? – Bruce inquire, com um ar curioso

— Pensaremos em alguma coisa. — Tony e Logan disseram juntos.

Scarlett apenas deu de ombros e olhou pra mim com cara de: “deixa eles, os dois são assim mesmo” e seguiu os dois. Bruce se aproximou de mim e comentou.

— Eles vão achar que somos loucos, não é?

— Com toda certeza. – Mas a verdade, é que éramos loucos mesmo.

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Uma mulher com cabelos castanhos cacheados e óculos atendeu a porta. Quando ela viu Tony, quase teve um ataque.

— Tony Stark? – Ela estava em choque.

— Sim, sou eu, preciso falar com Jane Foster, ela está ai?

— Uhm...Jane, Tony Stark está na nossa porta e quer falar com você. — A mulher gritou para dentro do observatório. — A propósito, meu nome é Darcy Lewis. Grande fã sua. — Ela sorria como uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo.

Não demorou muito para Jane Foster aparecer.

— Ai meu deus...Tony Stark! O que faz aqui?

— Precisamos de uma ajudinha, e você é a pessoa mais qualificada para isso. O doutor Selvig está? Precisaremos dele também.

Entramos no observatório, e o Doutor Selvig estava lá. Ele pareceu surpreso ao nos ver, e nos cumprimentou como se fossemos velhos amigos.

— Tony, Natasha, Bruce! Não esperava vê-los novamente tão cedo! E cadê o Gavião?

— Ele não pode vir, mas direi que mandou lembranças. — Respondi a ele.

— Pera aí, vocês se conhecem? — Agora quem estava surpresa era Darcy.

— Sim, nós trabalhamos juntos na S.H.I.L.E.D, há alguns dias atrás.

— Ah sim, o lance dos vingadores. — Jane já sabia da história. — E então, a que devo a honra de recebe-los por aqui?

— Bom... — Tony começou. — Precisamos falar com Thor, e achamos que você sabe como, afinal, você não é a namorada dele?

Jane fez um cara de quem não podia ajudar após ficar vermelha com o comentário desnecessário de Tony. O cara era um mestre em deixar as pessoas desconfortáveis.

— Sinto desapontá-los, mas eu não tenho comunicação com ele. Estamos tentando, mas ainda não conseguimos. — Ela se sentou à nossa frente — Desde que ele veio para ajuda-los com o lance em Nova York, sabemos que deve ter algum jeito de achá-lo, mas geralmente, é ele quem vem ao nosso encontro, entende?

— Por que precisam de Thor? E quem são eles? — Selvig perguntou apontando para Scarlett e Logan.

— Eles são Logan e Scarlett. Eles são...sobrinhos da Pepper, Estão passando uma temporada conosco. – Aquilo pareceu convencer eles.

— E por que precisam do Thor? – Erik repetiu a pergunta.

— Precisamos que ele nos leve até o Tesseract. — Bruce diz — Ou traga ele até aqui.

— O Tesseract? Pra que precisam dele de novo? — Selvig começou a ficar desconfiado. — Acabamos de entregá-lo a Thor para que ficasse seguro em Asgard!

— Tesseract? Mas não foi por causa dele que Nova-York foi quase destruída? — Jane perguntou.

— Sim mas...precisamos dele para outro motivo agora. — Bruce tentava consertar o que tinha dito.

— Outro motivo? Como assim?

— Não vamos usar ele para o mal, você sabe disso. — Tony tentou. — Só vamos pegar emprestado por uma hora talvez.

— O que Tony quer dizer, é que é uma longa história, Erik. — eu disse, tentando encerrar o assunto.

— Bom, nós temos tempo de ouvi-la.

— Lá vamos nós de novo... — Scarlett comenta cruzando os braços e fechando os olhos.

Aquele ia ser um dia longo, muito longo.