Capitulo 10 - Scarlett Romanoff

Tio Bruce chegou um dia depois da nossa pequena reunião de família.

Juro que eu queria ter filmado a cara dele quando ele entrou na sala da torre dos vingadores e nos viu, por que foi incrívelmente hilária. A primeira coisa que ele disse foi:

— Espera...Existem duas Natashas ou só eu estou vendo isso? — Ele perguntou para Tio Tony quando me viu. Eu estava do lado da mamãe no sofá da sala.

— Pois é Bruce, esse é o pequeno probleminha que mencionei. — Disse se virando para mim e Logan. — Estes são Scarlett e Logan.

— E qual o problema? — Bruce perguntou confuso — Perdoe-me se ainda não entendi direito...

— Isso não vai ser um problema. Vamos ao laboratório e você vai entender.

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Estávamos todos sentados na mesa que havia no laboratório, enquanto tio Bruce estudava os exames feitos por tio Tony.

— Tá legal...— Ele começou — Isso não é de verdade, é? — Sua cara continuava com a mesma expressão de confusão de minutos atrás

— Entendeu nosso problema agora?

— Pensamos que pudesse nos ajudar a entender o que está acontecendo. — Mamãe disse.

Contamos a história para tio Bruce, que não aprecia acreditar no que estávamos dizendo, e se mamãe não tivesse ajudado tio Tony na história, provavelmente ele não teria acreditado mesmo.

— Então...vocês estão me dizendo que eles são do futuro, e são seus filhos? — Ele nos olhava com descrença.

— É basicamente isso. — Tio Tony respondeu. — Mas queremos ter certeza. Não tem nada que você possa fazer?

— Bom, você já fez o exame de DNA, e se aqueles foram os resultados...

— Faça de novo. Pode ser que eu tenha feito algo que alterasse os resultados.

Tio Bruce olhou para nós e então disse.

— Ok, então vou precisar de uma amostra de sangue deles, a de vocês não precisa, pois já temos aqui.

— Pera aí…vamos ter que tirar sangue? – Comecei a suar frio. — Ninguém me disse sobre tirar sangue....

— Sim, tem algum problema?

— Ela tem pavor de agulhas. — Logan fez o favor de responder.

— Você tem medo de agulhas? Pera aí, a filha da Viúva-Negra tem medo de agulhas? — Tony gargalhou.

— Agulhas e Aranhas.

— Cala a boca Logan! – Eu disse um pouco mais alto do que desejava.

— Olha, vai ser rápido e....

— Não. — Eu sei, eu sei. Uma garota de 17 anos com medo de uma agulhinha de nada, ridículo, ok, podem rir. Mas eu não podia fazer nada, eu odiava agulhas, nem que eu me curasse rápido, eu não gostava de sentir aquela dor.

— Só o meu não serve? — Logan estava finalmente tentando me ajudar.

— Infelizmente não. — Tio Bruce até parecia entender.

— Olha, eu já disse...é só perguntar qualquer coisa que eu respondo e....

— Tá bom, eu vou te dar duas opções. — Mamãe se levantou e ficou de frente para mim. — podemos fazer isso do jeito fácil, ou do difícil. Ou você deixa de frescura e deixa o Bruce fazer o que tem de ser feito, ou eu juro que eu mesma faço. — Disse mostrando os punhos.

Agora sim ela parecia minha mãe.

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Meu braço ainda estava doendo - Ok, não era dor, era aflição, mas não tive outra escolha.

Tio Bruce terminava de analisar as amostras, e Tio Tony continuava me enchendo o saco, ele nunca mais iria se esquecer disso.

— Bom, eles não estão mentindo, nem eles nem os testes. São mesmo filhos de vocês. — Tio Bruce concluiu o óbvio. — Pepper e Clint já sabem?

— Na verdade não. Resolvemos deixar isso só entre nós, já temos muita gente envolvida nisso. – tio Tony estava certo, não precisávamos envolve-los.

— Devo concordar que é uma ótima ideia. — Mamãe falou

— Então...só nós cinco sabemos?

— Isso aí.

— E como vamos mandá-los para casa? — Tio Bruce perguntou.

— Bom, é ai que vocês têm de nos ajudar. — Logan levantou sua voz — Precisamos encontrar o Tesseract. Ele nos mandará de volta.

— Como sabem disso? — Mamãe parecia desconfiada, como sempre.

— Megan nos contou. — Eu deixei escapar, e logo recebi um olhar reprovador de Logan.

— Megan? Quem é Megan? — Mamãe me perguntou.

— É uma amiga nossa, só isso. – Eu sei que deveríamos ser honestos com eles e tudo mais, mas acho que passar spoilers sobre a vida deles e seus filhos no futuro já tinham atingido a cota com nós dois.

— E como ela sabe disso?

— Sabendo, ué. — Eu dei de ombros — Enfim, se eu me lembro bem na história que Mamãe e Papai me contaram quando eu era pequena. O Tesseract deve estar com..Thor...Acertei?

— Sim, ele está em Asgard com Thor. — Mamãe respondeu talvez até um pouco admirada, não sei por quê.

— E como vamos pegá-lo? — Logan estava com cara de desanimo

— Bom, realmente vai ser meio complicado acha-lo. — Bruce começou. — Não temos comunicação com Thor, temos?

— Não. – Mamãe se jogo na cadeira ao meu lado. – E agora? Vamos ter de ir para Asgard?

— Na verdade não, eu tenho uma ideia — Tio Tony levantou-se e foi até o computador. — Eu sei de alguém que pode conseguir trazer Thor de volta, ou pelo menos falar com ele.

— Quem? — Eu e Logan perguntamos juntos

— A namorada dele. — Disse ele virando a tela do computador onde havia a foto de uma mulher que aparentava uns 26 anos, com olhos e cabelos castanhos. Logo a reconheci como sendo a mãe de Connor. — O nome dela é Jane Foster, ela é astrofísica, e mora no Novo México.

— Jane Foster? O nome dela não me é estranho... — Tio Bruce parou para pensar um pouco – Ela não é a protegida do Doutor Selvig?

— Sim. Erik Selvig cuida dela e trabalha nas pesquisas com ela, lembram-se dele certo? – Mamãe e tio Bruce acenaram com a cabeça.

— Então você está sugerindo que nós façamos uma viagem até o novo México, para encontramos com esses dois cientistas, para ver se eles conseguem contatar Thor? Esse é seu plano, Tony?

— Tem alguma ideia melhor, Tasha?

— O que vamos dizer a Pepper e Clint?

— Podemos inventar uma desculpa. — Eu disse

— É, deixem essa parte com Scarlly, ela é muito boa nisso.

Mamãe me olhou e me deu um pequeno sorriso, o que foi muito legal, pois pela primeira vez neste tempo, ela estava se acostumando comigo por aqui.

— E quando vamos? — Eu perguntei

— Amanhã cedo. Hoje, você e o garotão aqui precisam comprar algumas roupas, eu quero as minhas de volta e tenho certeza que Pepper também.

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Após um maravilhoso dia de compras - maravilhoso como o inferno, pois eu odiava compras -, voltamos para a Torre Stark, onde Papai e Tia Pepper nos esperavam. Como eu havia prometido, inventei uma história qualquer para explicar o porquê de estarmos indo para o Novo México. Tia Pepper pareceu acreditar na hora, já papai ficou um pouco desconfiado, mas como Logan havia dito, eu minto muito bem.

Depois disso, decidimos onde Logan iria dormir naquela noite, já que Bruce iria usar o quarto que lhe pertencia. Acabou que Logan foi dormir no quarto simbólico de Thor, já que o mesmo nunca o havia usado. E naquela noite, mais uma vez, eu não conseguia dormir.

Eu fui dar uma volta no terraço, por que me pareceu uma boa ideia e eu não estava com vontade de ir treinar arco e flechas. Fiquei lá por uns 10 minutos, distraída com as lembranças dos últimos dias, tão distraída que nem percebi quando ela se aproximou.

— Você nunca dorme? — Mamãe me pegara de surpresa.

— Geralmente, durmo até demais. — Eu digo sorrindo, e ela me acompanha, sentando-se ao meu lado.

— Então...quer dizer que eu te ensinei a lutar, a mentir, e te contei sobre Budapeste. Devo ter ganhado o prêmio de melhor mãe do ano, 17 anos seguidos, não?

— Na verdade, você ganhou 16 prêmios. Só não ganhou no ano em que você perdeu minha apresentação de Ballet quando eu tinha 7 anos, por que estava em uma missão. Mas já te perdoei, relaxa! — Eu disse ironicamente.

— Você é bailarina também? — Mamãe estava surpresa, e parecia até mesmo...orgulhosa

— Era. Dança não era muito a minha praia, mas fiz Ballet até meus 13 anos.

Ficamos um momento em silêncio. Até pra mim era difícil saber o que a Viúva-Negra pensava.

— Eu queria me desculpar...por ter batido em você e.... — Mamãe era péssima com desculpas, e eu também, então eu ri.

— É sério? Você é péssima com desculpas, vamos fingir que nada aconteceu e seguir em frente, ok?

— Fechado.

Ficamos um bom tempo conversando depois disso. Eu contei sobre quando papai me deu meu primeiro arco e flechas, e sobre como nós três nos dávamos bem, e várias outras coisas. Era muito bom ter minha mãe de volta, mesmo que de um jeito meio estranho.

Na manhã seguinte, partiríamos para o Novo México, a procura de Jane Foster.