The Princess And The Pirate escrita por Karollin


Capítulo 21
Primeira parte da batalha


Notas iniciais do capítulo

Olááá pessoas lindas que eu amo ♥; Finalmente eu estou de férias! Uhuuu! Isso quer dizer mais tempo para escrever e provavelmente os próximos caps não atrasarão :D

Obrigada a todos os comentários no capítulo anterior! Irei respondê-los em breve ♥ Empolguei demais com esse capítulo, mais de 3.600 palavras xD

Boa leitura, espero que gostem ♥



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Anteriormente:

Uma criança havia levado um chute nas costelas. Wendy estava deitada no chão, repleta de hematomas, com sangue escorrendo pelo canto da boca e em prantos. Apreciei o ótimo trabalho que Reedus havia feito para simular os machucados. Ele definitivamente tinha o dom para a pintura. Mas algo estava estranho.

Quando o homem levantou a cabeça após fingir chutar novamente o corpo da pequena, percebi, com horror e angústia, o que havia de errado.

Aquele homem não era Gajeel.

E aqueles golpes estavam sendo reais.

Atualmente:

O que havia dado errado? Essa era a única pergunta que passou pela minha mente nos primeiros milésimos de segundos depois de ver que aquela terrível cena era real. Após isso, entrei em choque. Meus olhos só focalizavam o braço do brutamonte descendo e subindo repetidas vezes acertando o frágil e pequeno corpo de Wendy. Ela já não expressava nenhuma reação, nem protestava ao receber os golpes. Seu sangue escorria de seus ferimentos e formava uma pequena poça no chão.

Quando dei por mim, a mão do pirata havia acertado meu rosto com uma imensa brutalidade. Inconscientemente eu havia corrido na direção do centro da praça e me colocado na frente do homem. Notei a surpresa cruzar seu rosto, mas tão rápido quanto surgiu ela se foi restando somente a genuína crueldade.

Quanto mais golpes recebia, mais eu estava determinada a proteger Wendy, cujos gemidos de dor davam-me força para levantar sempre que minhas pernas fraquejavam. Meus ouvidos zuniam, minha cabeça rodava e eu sentia cada nervo de minha pele doer. Quando abaixei o olhar percebi que meu vestido e meus braços estavam impregnados de sangue.

Nesse momento admirei o corpo humano. O próprio corpo da pessoa era inteligente e se auto defendia. Um exemplo disso era que quando uma pessoa se afoga, ela fica inconsciente antes de, enfim, morrer. O mesmo acontece ao cair de uma grande altura sem proteção ou quando se é queimado por inteiro. Meus nervos receptores estavam tão sobrecarregados e havia tanta adrenalina em meu sangue que com o tempo eu não sentia mais dor, a única coisa que eu percebia era onde os golpes do brutamonte acertavam minha pele.

– Já chega. – falou uma voz conhecida.

Levantei o olhar e vi Gajeel com as roupas um pouco rasgadas e com alguns machucados ensanguentados pelo corpo e principalmente em seu rosto.

– Não era isso que você iria fazer? Quer levar outra surra para relembrar que somente eu posso aplicar castigos brutais e públicos desta forma? – questionou o pirata com a voz grossa.

– Tenho certeza que já é suficiente por um dia, Hyu. – anunciou uma terceira voz brincalhona.

Observei o estranho que caminhava a passos lentos até nós. Seu cabelo era verde e penteado para cima, possuía um fino bigode da mesma coloração de seus fios e utilizava um monóculo, cuja armadura era feita de bronze, no olho direito. Trajava um terno marrom caro feito sob medida juntamente com sapatos sociais, o que não combinava nem com a atmosfera simples da vila nem com as vestimentas leves e arejadas dos piratas. Além disso, ele era extremamente magro e pelo seu modo de andar e de falar dava para perceber que ele era excêntrico.

– Sol? Por que está aqui? Achei que preferia ficar no navio em sua sala cheia de relógios se recusando a pôr os pés nesta terrinha de maltrapilhos, como você chama. – perguntou o brutamonte.

– Vim encomendar mais um relógio, mas vocês piratinhas sujos e burros tiveram que fazer essa ceninha atrapalhando meus planos. Saia daí antes que eu o mate. Ho-ho. – ameaçou rindo.

Apesar da risada no final, percebi que o homem não estava brincando. Pelo visto meu agressor havia chegado à mesma conclusão, pois soltou a gola de meu vestido recuando um passo para trás. Sem ter como mais me apoiar, caí no chão colocando o braço ao redor do corpo de Wendy em uma atitude protetora.

– Já está na hora de vocês voltarem ao trabalho! – berrou o pirata para a população.

Quando ele notou que as pessoas recusavam-se a se mover, os ‘‘carcereiros’’ apontaram suas espadas em direção aos cidadãos, que aos poucos e de modo relutante afastavam-se da praça voltando às suas atividades corriqueiras.

Gajeel veio em nossa direção ajudando-me a ficar de pé e, com muita dificuldade, consegui manter-me firme ainda apoiada nele. Wendy estava inconsciente no chão e o moreno carregou-a de modo delicado nos braços. Constance veio correndo aos tropeços ao nosso encontro com lágrimas nos olhos.

– Oh Lucy! Olhe o que aqueles brutamontes sem coração fizeram a vocês! Ajude-me a leva-las a minha casa. Lá estarão seguras por hora. – Constance pediu aflita para Gajeel.

Apoiei na morena e seguimos a sua residência. Assim que entramos, ela ordenou que o moreno colocasse Wendy deitada no sofá e ele fez esse ato com extrema delicadeza, tomando cuidado para que a pequena não se machucasse ainda mais. Depois disso, saiu sem dizer nada, mas pude notar sua expressão receosa. Ele pensava que havia sido sua culpa estarmos naquela condição deplorável.

Constance arregaçou as mangas longas de seu vestido turquesa até seu cotovelo deixando a mostra seu fino antebraço. O que me horrorizou foram as feias e finas cicatrizes que estavam em toda sua extensão. Ao perceber meu olhar sobre si, a mulher deu um sorriso constrangido e virou-se de costas, tampando um pouco o corpo da pequena e a visão de seu braço.

– São feias não são? Antes de vocês chegarem os castigos eram bem piores e mais frequentes já que ninguém queria estar sob a tirania daqueles piratas. Ganhei algumas por defender minha filha e outras tentando impedir que meu marido fosse para a praça ser espancado. – contou com a cabeça abaixada.

– Onde ele está? – perguntei curiosa, pois não havia visto indícios de uma presença masculina ali.

– Morto. – respondeu com a voz carregada de pesar e dor.

– Desculpe. – falei arrependida por ter feito aquela pergunta.

Observei-a limpar as lágrimas com as costas das mãos e suspirei. A situação ali deveria estar muito, muito pior do que imaginávamos.

– Não se desculpe. Não foi sua culpa. Em um instante estávamos conversando banalidades na sala, no outro ele estava sendo arrastado pela gola da camisa para fora de casa enquanto eu estava sendo puxada pelos cabelos até o quarto de cima para os piratas me darem uma lição. – retrucou com nojo.

– Você quer dizer que eles... – não consegui terminar a frase, minha voz se recusou a proferir aquelas palavras.

Ela apoiou as mãos na mesa abaixando a cabeça. Após um segundo, ela se virou para mim com a postura reta e com as mãos fechadas em punho ao lado de seu corpo. Sua expressão demonstrava raiva e os olhos, revolta.

– Sim, Lucy. Eles me molestaram. – afirmou.

Nesse instante admirei-a por demonstrar ser forte na frente de todos e até para si mesma. Caso eu estivesse em sua situação, ficaria o dia inteiro trancada sem ver ninguém ou então indo a um ataque suicida pra cima dos piratas a fim de matar quem fizesse aquilo comigo. Pelo visto, ela escolheu a segunda opção, mas com nossa chegada, aquela não era mais uma tarefa tão suicida assim.

Constance virou de costas para mim, analisando o corpo da pequena, que soltava alguns baixos gemidos de dor. Rapidamente a expressão no rosto da mulher passou de repulsa para concentração enquanto dava pequenas corridinhas buscando objetos dentro da cozinha e do quarto.

– Sente-se. Quando terminar de ajudar essa pobre menina colocarei gelo e alguns curativos em você. – pediu.

Relaxei meu corpo no sofá sentindo a extrema dor recomeçar a me atingir graças à adrenalina que aos poucos saída de minha corrente sanguínea. Rasguei a barra de meu longo vestido e enrolei-o de modo apertado em minha barriga, para estancar o sangramento de meu machucado, o que não surgiu tanto efeito já que rapidamente o tecido começou a se manchar com o líquido carmesim. Por incrível que pareça era fácil esquecer os ferimentos, pois Wendy foi a que mais sofreu. Pensei que não podia reclamar nem expressar quanta dor eu sentia, pois a criança havia sido golpeada muito mais vezes do que eu, apesar de sua pouca idade.

Os minutos iam passando e à medida que a azulada ia recobrando a consciência, seus gemidos e protestos tornavam-se cada vez mais frequentes. Constance limpava seus ferimentos, mas por mais delicada que ela realizasse essa ação, não amenizava as dores da pequena.

Quando a morena terminou de cuidar de Wendy, deu para ela morfina para que dormisse e não sentisse mais nada. Virou-se para mim dando um suspiro e com um sorriso carinhoso nos lábios para começar a tratar de meus ferimentos. Admito que mordi a almofada para não gritar quando Constance deu pontos em um corte que havia sofrido em minha barriga.

– Como você está se sentindo? – perguntou-me estendendo um pacote de gelo em minha direção.

– Se eu fosse esmagada por uma manada de elefantes, teria a mesma sensação que estou sentindo agora. – respondi torcendo o nariz fazendo-a rir.

Entretanto, o nosso momento de distração não durou muito, pois sabíamos que estava na hora de divulgar a ideia do motim. Como sua preparação levaria algumas semanas, minha situação e a da Wendy já deveria ter melhorado, se não por completo, quase. Contava com isso para que pudesse ajudar o cabeça de vento do Natsu com os preparativos. Levantei-me sentindo uma fincada em minha barriga, mas ignorei-a e fiquei com a postura ereta.

– Você não pode se levantar ainda! Muito menos andar! – exclamou Constance alarmada ao ver a faixa que ela havia enrolado em meu corte sujando-se rapidamente de sangue.

– Estou ótima, foi só um arranhãozinho. Não será isso que me impedirá de ir até meus amigos. Eles precisam saber da minha situação e do estado de Wendy. – declarei.

Não consegui manter a expressão neutra por muito tempo, pois uma forte sensação de fincada fez-me contorcer o rosto de dor, o que tornava todas minhas palavras ditas anteriormente, falsas. Não conseguindo mais ficar de pé, deixei meu corpo cair no sofá bufando de raiva. Eu havia me tornado uma inválida temporária. Neste momento, um velho com uma perna de pau e eu seríamos de nula serventia em um motim, serviríamos somente para retardar os outros – se bem que se o velho tivesse experiência com sua prótese ele seria infinitas vezes mais eficaz do que uma jovem com um corte na barriga recém costurado e que mal consegue ficar ereta.

Rezei para que eu estivesse melhor antes do levante de fato ocorrer. Pelos meus rápidos cálculos levaria cerca de um mês para termos todos os utensílios – armas, armaduras, mantimentos, etc - necessários a fim de termos uma real chance de vitória. Além disso, tínhamos que descobrir um esconderijo em que pudéssemos reunir com as pessoas que aderirem a nossa causa para bolar planos e estratégias de batalha.

– Onde eles estão? Se quiser posso trazê-los aqui, minha porta dos fundos dá para o início da floresta e ninguém realmente vigia aquela porta. Além disso, não dá para ninguém que passe na rua ver as pessoas aqui dentro por causa das madeiras cobrindo a janela. Será um bom local para vocês bolares os planos. – falou Constance como se lesse meus pensamentos.

– Tem certeza que quer abrir as portas de sua casa para pessoas que mal conhece? – questionei receosa.

– Eu te conheço e se seus amigos querem chutar a bunda daqueles malditos, confio neles. Só quero voltar a minha vida normal, sem medo de ir ao parque com minha filha. – respondeu.

– Você tem uma filha? – perguntei incrédula.

Ela parecia ser jovem e seu corpo não dava indícios que já tinha passado por uma gravidez. Além disso, eu nunca vira nenhuma criança pulando pelas escadas de sua residência ou fazendo barulho no andar de cima.

– Sim. Katherine, ela tem três anos. Mandei-a para o esconderijo na casa da anciã da cidade. Os piratas nunca se incomodam em ir fazer uma visita a ela, pois além de sua casa ser distante, ela não tem muito a oferecer. A maioria das crianças está com ela. – esclareceu.

Não disse nada, pois sabia que ela estava prestes a pôr algo para fora, desabafar, e ela precisava de uma amiga. Uma conselheira imparcial, que não iria julgá-la fervorosamente nem consolá-la desnecessariamente. E por alguns minutos eu iria ser essa pessoa. Como minha mãe, que sempre me ouvia reclamar de mais uma criança que provava ser minha amiga só porque eu era princesa. Isso parecia ter ocorrido há tanto tempo, como se fosse em outra vida.

– Quando a invasão começou os piratas eram muito violentos. Para controlar as pessoas, sequestravam seus filhos e ameaçavam-nos. Por quase três meses era comum encontrarmos crianças mortas na praça com seus parentes ao redor dela chorando desamparados. Quase aconteceu isso comigo, só porque eu tinha... só porque eu tinha esquecido que não podíamos conversar com nossos vizinhos.

‘‘ Fui pedir um pouco de açúcar a minha vizinha do lado, pois queria fazer um doce para Katie a fim de agradá-la e fazê-la sofrer o menos possível naquela situação estressante. Eu não encontrava o produto em nenhum mercado e pedir à mulher me pareceu a única saída. Quando chegou aos ouvidos dos piratas o que eu havia feito, eles simplesmente arrombaram minha porta em uma tarde e quase levaram minha filha. Eu me coloquei no caminho deles e convenci-os a punir a mim e não à minha pequena. Foi assim que ganhei a maioria das cicatrizes. Alguns dias depois, em uma noite sem lua, levei-a até a casa de Helen, a anciã, que mora em um morro no meio da floresta. Foi horrível ter que deixa-la, mas era preciso. Não poderia ficar com ela aqui sabendo que ao menor deslize que eu cometesse ela poderia ser mais um corpo no meio da praça. ’’

Abracei-a fervorosamente enquanto suas lágrimas molhavam meus ombros. Sentia seu corpo tremer, mas não havia nada que eu pudesse dizer a ela. Eu não compreendia sua dor e não iria dizer o contrário, pois seriam palavras banais e desnecessárias.

Após alguns minutos, seus soluços tornaram-se menos frequentes e menos sofridos. Limpando as lágrimas restantes em suas bochechas, soltou-se de meus braços delicadamente e deu um leve sorriso.

– Não podemos nos dar ao luxo de parecermos duas bebês choronas. Quer dizer, só eu estava realmente aos prantos, então acho que essa definição não se aplica totalmente a você. Onde estão seus amigos? Temos um levante para planejar! - anunciou com os olhos brilhando com uma determinação contaminante.

~ # ~

1 mês e 1 semana depois...

– Erza, todas as armas estão prontas? Só para conferir: quantas temos? – questionou Natsu com o semblante firme.

Depois daquele dia na casa de Constance, resolvemos que sua residência seria nosso ponto de encontro em todas as reuniões. A ideia do motim se espalhou rapidamente entre as pessoas, como fogo em palha seca. O desejo de levante estava presente no coração de cada uma delas, só esperando o momento mais propício para vir à tona.

Quase todas as pessoas decidiram nos ajudar, ao todo éramos cerca de pouco mais de 300. A maioria dos que iria lutar era homem, mas havia uma quantidade razoável de mulheres no grupo. Em um pouco mais de um mês Natsu e meus amigos ocuparam-se em ensinar a todos um pouco de luta corporal e de espadas, afinal grande parte dos que estavam ali mal sabiam empunhar uma arma. Os ferreiros, por estarem tão acostamos com seus grandes e pesados martelos de moldar ferro, preferiram lutar com eles a aprender o manejo de alguma outra arma.

Graças aos céus, eu havia melhorado e, embora houvesse uma pequena e fina cicatriz indicando o local do corte em minha barriga, já conseguia lutar. Na primeira semana em que fiquei totalmente incapaz de treinar, quase enlouqueci por não aguentar ficar deitada repousando. Após a segunda semana, eu já tentava me levantar endireitando a postura e ignorando ao máximo meu ferimento . Devo admitir que doía como o diabo aquele machucado e na maioria das vezes minhas tentativas falhavam poucos segundos depois de eu ter ficado em pé.

Wendy surpreendentemente não quebrou nenhum osso, como a maioria pensava a princípio. Ao poucos seus roxos iam clareando e suas escoriações iam sarando. Ninguém se importou em esconder o quanto ficara abalado com aquele acontecimento e, embora a pequena ficasse constrangida quando alguém falava aquilo e respondesse que não era culpa deles ela ter ficado assim, era possível ver o seu olhar um brilho de felicidade por ter alguém se preocupando com ela. Por ter se inserido em nossa vida, por sermos seus amigos verdadeiros.

Quando algum pirata desconfiava de nosso esconderijo e de nossos planos, ficávamos quietos por alguns dias. Mas com o passar do tempo os brutamontes se acomodaram, caíram na monotonia e ficavam entediados com toda aquela vigília constante e às vezes deixavam de fazê-la. Acho que eles queriam que alguém se voltasse contra eles para terem a adrenalina correndo livremente por suas correntes sanguíneas, sentirem a emoção dominar seus corpos.

– Temos cerca de trezentas e cinquenta armas, desde espadas a lanças. Todas estão afiadas e sem nenhum resquício de ferrugem. – falou Erza.

– E quanto às armaduras? – questionou Gray.

– Já estão todos as usando. Estão fazendo os últimos ajustes e em meia hora estaremos prontos para a primeira parte do plano. Os grupos que vão cuidar da cidade já estão separados e nós seguiremos para a base da Phantom. – respondeu Levy.

– E quanto ao grupo de elite deles? – indagou Gajeel.

– Não fazem ideia dos nossos planos. Sol está no navio, Aria está na base deles junto com Totomaru. Temos que tomar cuidado com eles, por isso Natsu, Elfman e Erza se encarregarão de dar fim a eles. Acabar com Jose será complicado, mas há possibilidade de, se ele ver seus melhores piratas sendo derrotados, ele caia fora com os marujos que estiverem perto dele. – explicou Welle.

Meia hora depois estávamos todos prontos para a batalha. Nós, mulheres, ao invés de usarmos vestidos longos, estávamos trajadas igual aos homens com calças de couro, blusas compridas uma armadura de ferro fino leve e resistente cobrindo nossas costas e nosso tórax e barriga.

– Estou tão empolgada para expulsar aqueles piratas daqui e buscar minha filha! – exclamou Constance.

– Eu também. – concordei sorrindo enquanto dava uma espada para ela.

– Obrigada Lucy. Muito obrigada mesmo. – agradeceu.

Abracei-a e voltamos nossa concentração a tarefa de deixar os piratas da cidade inconscientes. Como havia apenas trinta brutamontes, sessenta pessoas iriam acertá-los na cabeça fazendo com que perdessem a consciência. Depois iríamos prendê-los para impedir que eles alertem os outros marujos da Phantom. Teoricamente seria uma tarefa fácil.

Iríamos agir em duplas para facilitar nosso trabalho. O nosso alvo era um dos homens que havia molestado Constance. Ela estava incrivelmente centrada e decidida a mata-lo. E eu, bem... não seria eu que iria impedi-la.

Nosso alvo estava escorado em uma árvore olhando de modo relaxado para a velha dentro do mercado. Sua espada estava dentro da banhia, diferente das nossas que estavam empunhadas. Constance chegou silenciosamente por trás do homem e tentou acertá-lo com um forte golpe vindo de cima. Entretanto, para nossa surpresa ele riu. Rápido como uma piscada, o ataque foi bloqueado pela lâmina de um desconhecido que havia saído de dentro da floresta e que não havíamos visto seu esconderijo.

O que era para ser uma tarefa fácil transformou-se em uma luta acirrada entre nós e os piratas. Enquanto eu batalhava com o pirata desconhecido, a morena lutava com seu molestador. Infelizmente não pude concentrar em sua luta, pois meu oponente era forte e habilidoso. Ao aproximar um pouco dele, notei que foi ele que havia batido em mim e na minha amiga no mercado, o que só contribuiu para minha sensação de vingança aumentar.

O barulho de nossas lâminas encontrando-se ecoavam pelas ruas praticamente desertas da cidade. Não importava o quanto eu me esforçava para derrota-lo logo, não conseguia. Estava ficando cansada e minha preocupação com Constance aumentava, porque se seu oponente tivesse a mesma habilidade do que o meu, suas chances de vitória seriam terrivelmente pequenas.

Alguns minutos de luta já estavam sendo suficientes para que o homem, já cansado, cometesse erros. Aproveitei sua lerdeza e consegui fazer um grande corte em sua barriga, mas descuidei-me uma fração de segundos e fui atingida no braço por sua pesada espada. Suas pernas fraquejaram devido à perda de sangue e ele caiu ajoelhado no chão com a mão tentando estancar em vão o sangramento. Com um rápido movimento decepei sua cabeça e seu corpo sem vida caiu no chão enquanto uma enorme poça de sangue crescia abaixo dele.

Limpei o suor em minha testa com minha blusa e me virei para ajudar Constance com seu adversário. Olhei para a direção em que ela provavelmente estava, mas fiquei estática ao ver a espada do homem fincar, como em câmera lenta, a barriga dela. Sua expressão estava tomada de surpresa e à medida em que a lâmina saía de seu copo, seus olhos iam perdendo a vida e ela ficava cada vez mais pálida.

Não adiantaria correr para salvá-la, pois antes de seu corpo cair no chão, ela já estava sem vida. A única coisa que consegui pensar foi em Katherine. Por um breve instante visualizei toda a cena. Em uma pequena casa no alto de um morro uma criança de nove anos estaria esperando sua mãe pegá-la para voltarem para casa e esquecer da invasão pirata, como se fosse um sonho ruim, um ocorrido em um livro, que após virar uma folha mal se vinha à mente. A garotinha estaria vendo seus amigos sendo buscado por seus pais radiantes de felicidade, mas após um tempo percebeu que sua querida progenitora, sua única família, nunca mais iria vê-la. Porque Constance, sua mãe, havia morrido.


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Notas finais do capítulo

BWAHAHAHA Sim, saíram lágimas dos meus olhos com esse final. Espero que não queiram me matar, eu gostava de Constance, foi duro matá-la T^T Oh Katherine o que eu fiz com você? D: Matei sua mamai T^T

Gostaram? Odiaram? Deixem comentários ou eu irei matar mais personagens u-u