The Princess And The Pirate escrita por Karollin


Capítulo 2
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Ei galera! Muito obrigada pelos comentários do primeiro capítulo! Eles me animaram muito, até vou postar o cap antes do prazo 'u' Espero que gostem, boa leitura :3



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Anteriormente:

– Não, melhor. Agora é um plano definitivo e eu não vou pedir para vocês o realizarem comigo. - enrolei olhando a cara de expectativa das meninas - Eu vou fugir e me esconder em um navio pirata.

~#~

Atualmente:

Por alguns minutos, o silêncio reinou no recinto enquanto elas encaravam-me com incredulidade no olhar, porém eu continuei firme e decidida.

– Lu-chan...- a azulada começou a falar.

Qualquer pessoa esperaria uma resposta do tipo: você é louca, não dará certo. Entretanto eu conhecia suficientemente as duas para saber que suas respostas seriam...

– Esse definitivamente foi o melhor plano que você já teve em toda a sua vida! E com certeza eu participarei. Também quero fugir e me tornar uma pirata. - completou a ruiva e a baixinha consentiu.

Eu já sabia que elas iriam mesmo antes delas terminarem de falar. Essa é a vantagem de saber ler as expressões das pessoas e conhecer seus comportamentos graças ao anos que já passamos juntas.

– Quero as informações. - falou Levy.

Levy e Erza sempre perguntavam sobre as informações antes de fazem um grande interrogatório a fim de saber o que elas teriam que fazer, as consequências, os pontos negativos a probabilidade dele dar certo e principalmente se a ruiva poderia tentar matar alguém durante a realização dele, o que já aconteceu em mais de uma situação.

– Quando vai ser?

– Hoje à noite.

– Como vai desviar a atenção dos criados de você?

– Falarei que estou cansada e pedirei para ninguém me incomodar.

– Qual é o plano?

Sorri para elas, tirei do bolso de trás de minha calça um papel dobrado e mostrei-o para as duas que o fitavam sem desviar os olhos nem por um segundo.

– Lucy, definitivamente este é o melhor plano que você já teve na vida. - falou a ruiva admirada.

~# ~

– Recapitulando, vocês vão vestir estas roupas e pôr estas perucas. Amarrem essa faixa em seus seios o mais apertado que conseguirem, depois se vistam com as roupas masculinas e prendam a peruca bem firme, a última coisa que queremos é que ela saia enquanto fugimos.

As duas assentiram e começamos a colocar os trajes masculinos. Eu estava com uma peruca loira curta, duas blusas e uma calça um tanto larga juntamente com um tênis. Levy estava vestida com uma peruca azul curta repicada, uma blusa de frio e um cachecol. Erza já estava dentro do papel antes mesmo que terminarmos de nos vestir, ela exibia um olhar de: Se você falar alguma coisa, morre. A ruiva usava duas camisetas, uma calça folgada, botas e, para completar o visual, ainda fez uma tatuagem com um pouco da tinta que havia em meu quarto.

– Cara, se eu fosse mulher eu pegava vocês. – comentou Levy engrossando a voz quando terminamos de ficar prontas.

Caímos na risada e a realidade voltou a mim. Olhei o relógio, eram oito horas da noite e já estava no momento de irmos enfrentar nosso futuro incerto.

– Vamos? – perguntei.

As duas acenaram positivamente com a cabeça. Elas ajudaram-me a empurrar minha cama sem fazer barulho. Colocamos nossas mochilas em nossas costas e entramos no túnel – que era uma das passagens secretas do castelo. Ele estava escuro, por isso levávamos velas, mas mesmo assim o local continuava gélido e às vezes era difícil de enxergar o chão.

Levy levava uma mochila preta pequena, porém pesada, repleta de livros de diversos assuntos e vários mapas, sua espada estava em uma bainha presa ao cinto ao lado de seu corpo. Eu levava uma mochila verde-musgo de médio porte e, dentro dela havia muitas folhas de papel em branco, réguas, kit de primeiros socorros e uma grande quantidade de lápis e apontadores . Minha espada estava na bainha ao lado de meu corpo. Já Erza leva uma mala enorme de cor azul escuro que eu supunha conter todas suas armaduras e espadas de combate, porem sua espada preferida estava em um lugar igual as nossas.

Vimos o brilho do luar na parede e senti a brisa da noite fazendo cócegas em meu rosto. Eu estava tensa, se o plano não der certo será culpa minha. Calma Lucy! Nunca deu errado antes e não vai ser hoje que dará! Pare com esses seus pensamentos pessimistas e foque no plano! Saímos da construção e me vi em um pequeno vale com algumas árvores e mato rasteiro.

– Onde é o estábulo Lu-chan? – perguntou Levy com tensão na voz.

– Ali. – falei apontado para uma pequena construção a nossa direita.

Andamos cautelosamente até lá usando as sombras para nos esconder, porque ainda podíamos ser vistas por algum empregado e não queríamos que o plano terminasse antes mesmo de começar direito. Chegamos até la sem sermos vistas e mostrei os três cavalos que eu havia separado para nós, por serem os mais dóceis. Montamos com rapidez - mais cedo eu já tinha colocado selas neles - e começamos a cavalgar rente ao muro do castelo.

Quando a construção acabou, aceleramos já sem nos importar de sermos vistas ou não. Eu ia na frente pois havia estudado e decorado o mapa do reino para saber todos os atalhos e ruelas que poderíamos passar para encurtar nossa fuga. Assim que passamos pelo portão dos fundos, que estava vazio, um sino começou a tocar e depois ouvi uma gritaria pelo castelo. Droga!

– O que é isso Lu-chan? – gritou Levy com a voz tensa.

– O alarme! Eles sabem que eu fugi! Virão atrás de nós!– berrei de volta.

Acelerei a cavalgada e inclinei meu corpo todo para frente para poder ter menos resistência do ar, fazendo com que o cavalo fosse mais rápido sem perigo de eu cair. Pelos sons abafados dos cascos dos outros cavalos se aproximando percebi que as meninas me imitaram. O vento açoitava meu rosto e minhas roupas, puxando-as para todos os lados, estava difícil manter os olhos abertos e eu sentia constantemente alguns insetos me atingirem no rosto.

Chegamos à cidade e a luz da lua iluminava nosso caminho, o que nos deixava bem visíveis. Todas estavam em silêncio, no local só se era ouvido o barulho dos cascos dos cavalos nas ruas de pedra. Não tardou para que eu inalasse o cheiro de maresia e de peixe morto. Virei um pouco minha cabeça para trás para avisar as meninas que estávamos perto das docas, mas a menos de um quilômetro atrás de nós vi uma nuvem de poeira e capas brancas balançando ao vento.

– ELES ESTÃO SE APROXIMANDO! ACELEREM! – berrei e, sem esperar nenhuma resposta, incentivei meu cavalo a ir mais rápido ainda.

Eu já conseguia ver o porto, mas se a lua continuasse a nos iluminar não conseguiríamos completar o plano. Tínhamos a vantagem de termos saído na frente, entretanto os guardas tinham a vantagem de conseguirem nos ver razoavelmente bem. Além disso, eles não tinham que tomar cuidado para não atropelar algum bêbado que aparecesse no caminho.

De repente, uma densa e negra nuvem cobriu a lua diminuindo minha visão e, consequentemente, a visão dos guardas também. Parece que alguma coisa quer que nosso plano seja realizado com sucesso. Sorri com esse pensamento.

Chegamos ao cais e vi um beco escuro. Com maestria impeli meu cavalo para aquela direção, diminuindo drasticamente a velocidade. Levy e Erza fizeram o mesmo e desmontaram junto comigo olhando-me com uma mistura de incerteza quanto a situação e confiança em mim.

Fiz sinal para que elas entrassem no beco e se escondessem, logo depois peguei as rédeas de seus cavalos e coloquei os três alinhados, dando um leve tapa na coxa deles para incentivá-los a correr, o que fizeram prontamente. Em um salto enfiei-me nas sombras da viela e alguns segundos depois os guardas passaram em alta velocidade por nós. Assim que eles passaram, senti a adrenalina saindo de minha corrente sanguínea, o que me fez começar a tremer, suar frio e ficar com as pernas bambas. Estava prestes a desmoronar quando sinto duas mãos apertando meus ombros, uma de cada lado, transmitindo-me força.

– Bom trabalho, Lu-chan. – sussurrou Levy.

– É mesmo Lucy, se não fosse por você eu teria dado meia-volta e acertado a cabeça dos guardas com minhas espadas. – falou Erza com a voz firme.

– Obrigada por confiarem em mim. – disse com um fiapo de voz e com um sorriso tenso nos lábios- Mas ainda não acabou seus marmanjos folgados! Vamos escolher um navio!

– Sim capitão! – responderam juntas.

Rimos e isso aliviou um pouco a tensão. Saímos da penumbra e percebo que haviam somente três barcos grandes, que provavelmente eram os dos piratas, atracados no cais. De repente, ouço uma barulheira e o vento trás algumas partes solta das gritarias.

– ....fugiram!

– .....só cavalos!...

– ...voltem! E achem-na ......!

Esse último fragmento fez uma sensação gélida passar pelas minhas costas e pelo meu pescoço, a mochila em minhas costas parecia uma âncora me puxando para baixo. Era como se a morte estivesse rindo, caçoando de mim e do meu plano. Fechei o punho com força e corri para o único navio que tinha uma forma fácil de subir a bordo. Subimos por uma pequena e bamba escadinha de corda e, assim que Levy pulou a amurada, ouvimos o som dos cascos dos cavalos passando pela rua. Mantivemo-nos abaixadas por precaução e, quando endireitei minha postura, senti uma lâmina afiada fazer pressão em meu pescoço.

– Quem são vocês? – perguntou o desconhecido.

Droga, eu tenho que parar com esse hábito de ter sempre uma espada apontada para meu pescoço!


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Notas finais do capítulo

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