Dia da Festa NY

(Narração de Mac Taylor)

“Havia preparado uma pequena bolsa para levar a NO, pretendo não passar mais tempo que o necessário por lá. Meu vôo estava marcado para as quatro da tarde. Olhei em meu relógio ainda eram duas e meia. Em menos de oito horas veria Stella novamente. Minhas mãos estão tão geladas que estou com medo de dar gangrena nos meus dedos.”

“Carol finalmente havia se conformado com o fato de não ir a New Orleans claro que não antes de, pasmem os senhores, me perguntar novamente se eu não podia levá-la. A minha sorte é que ela tem uma audiência e provavelmente passará à tarde no fórum. Não agüentaria ela no meu pé até a hora do vôo, até porque minha cabeça já está sintonizada no canal Stella e qualquer um que tente me distrair desse canal consegue me tirar do sério.”

“Peguei meu celular e disquei o número de Jo. Tenho que conferir como estão as coisas no laboratório, mesmo já sabendo a resposta.”

_Danville.

_Jo é o Mac. Como estão as coisas por aí? – Perguntei.

_Estão sob controle Mac. Pode ir sossegado. Danny está me dando um super suporte. Não se preocupe. – Ela respondeu e suspirei aliviado. Meu próximo ato foi completamente movido pelo impulso.

_Jo, a Lindsay está perto de você? –Perguntei, e o gelo das minhas mãos passou pelo meu corpo todo.

_Sim só um segundo. – A escutei chamando Lindsay e em questão de segundos quase me arrependi.

_Messer.

_Linds... – E eu travei.

_Sim Mac? – Ela esperou do outro lado da linha.

_Linds, eu sei que tem conversado com Stella durante esses meses... - respirei fundo e ela não disse nada, então continuei – por algum acaso você teria o endereço dela? – Percebi que todo meu corpo tremia e que meu coração provavelmente poderia estar sendo ouvido lá da calçada. Pareço um adolescente que vai dar seu primeiro beijo escondido no muro atrás do colégio.

“Lindsay suspirou do outro lado da linha provavelmente considerando se deveria me dizer a verdade ou não.”

_Até que enfim você me pediu isso Mac! – Ela disse rindo e eu me senti um completo idiota. – Achei que você deixaria para vê-la somente na festa. – eu ri um pouco nervoso, apesar de estar pegando o endereço não sabia ainda se de fato iria até a casa dela.

“Lindsay me deu o endereço e se despediu. Guardei aquele papel na carteira como se guardasse o maior de todos os meus tesouros. Céus, ainda estou tremendo. Por que estou assim? É só a Stella. E de repente a constatação veio sobre mim como uma enxurrada de águas enfurecidas que derrubam qualquer barreira em seu caminho; era a primeira vez que a veria com a certeza de que eu era profundamente apaixonado por ela. ”

“Meu Deus eu sou apaixonado por essa mulher. Como eu pude deixar ela ir embora? Olho para minha cama e tento imaginar como eu pude colocar ali uma mulher na intenção de apagar a presença e a importância de Stella em minha vida. Não sei ainda se algum dia eu poderei me perdoar por ter sido um completo covarde.”

“Será que Stella algum dia gostou de mim como eu tenho a plena certeza que gosto dela? Solto um suspiro, fecho minha bolsa, a caminho da porta vou checando se havia desligado tudo dentro do apartamento. Feita a verificação saio da minha casa e quando tranco a porta tenho o leve pressentimento que essa pequena mala que estou levando deveria ser bem maior”.

(Narração de Stella Bonasera)

“O dia no laboratório foi realmente agitado. Dois casos de homicídios quase sem evidências deixaram a equipe bastante atarefada. Eu adorei a distração porque assim não derrubei ou chutei nada enquanto trabalhava, pude descontar toda minha agitação na resolução de ambos os casos. Havia trabalhado até as seis horas da tarde para finalizar toda a papelada e só saí do laboratório porque uma Liza muito insistente praticamente me arrastou de lá, dizendo que eu deveria relaxar, como se isso fosse possível.”

“No caminho para casa pensei em fugir diversas vezes, dirigir para mais longe possível, mas depois ponderei sobre quão infantil poderia ser essa decisão. Tentei colocar na minha cabeça por todo caminho que era só mais uma festa, era só mais um discurso e era só o Mac. Só de pensar nele meu estomago deu uma revirada no carro e de tão abobada quase errei a entrada da minha rua. Mac você ainda vai me deixar maluca.”

“Olho o relógio e são oito horas e a festa começa somente as nove. Dou uma olhada no espelho para conferir o visual e tenho que dizer que não estou nada mal. Instantaneamente penso se Mac irá gostar, e então aquela diabinha chamada consciência vem me lembrar que não é para ele que tenho que estar arrumada. Nada educadamente mando ela se ferrar. Eu me arrumo para quem eu bem quero.”

“Suspirei cansada e caminhei até a sala para esperar Peter vir me buscar, ele fez questão de alugar uma limusine. Queria me fazer uma surpresa, mas ele é tão convencido que teve que me contar. Peguei um vinho da pequena adega que mantenho em casa e enchi uma taça, encostei-me ao balcão, essa seria uma longa noite, não sei se pela presença de Mac ou se por ter que aturar a inconveniência de Peter. Já estava quase no fim da taça quando minha campainha tocou. Seria ele tão cedo assim?”

“Fui em direção a porta, nem me dei ao trabalho de olhar pelo olho mágico e fui abrindo, olhei para fora, mas não havia ninguém. Tenho certeza que escutei minha campainha tocando, não tomei vinho suficiente para ficar escutando coisas. Olho então para o lado e o elevador está quase se fechando e eu tenho a plena consciência de que precisaria fumar uns cinco baseados para não saber que aquele homem de costas para mim era Mac Taylor.”

“Não tive tempo para processar as coisas porque ao mesmo tempo em que um elevador fechou o outro abriu revelando um sorridente Peter. Ainda estou meio abobada, tenho certeza que era Mac. Por que ele veio aqui, e por que não ficou?”

_Hã? – Me virei para Peter que estava sacudindo meu ombro.

_Stella você está praticamente vidrada naquele elevador. – Ele me disse apontando para o local que Mac acabou de sair. Eu tenho duas opções, me fingir de sonsa ou inventar uma desculpa.

_Achei que tinha ouvido algo suspeito. – Resolvi inventar a desculpa. Fazer-me de sonsa para Peter, jamais.

_Vamos lá detetive. Deixe de ficar em alerta pelo menos por hoje à noite. Você está indo a uma festa. – Ele me disse e eu sorri. – E a propósito você está linda. – Peter me entrega uma rosa.

_Eu sempre estou em alerta detetive. – Peguei a rosa e fui para dentro do meu apartamento, coloquei-a em um copo com água e peguei minha bolsa. Peter me olhava encostado na porta, posso sentir seu olhar gravando cada movimento meu. Bem desconfortável essa situação. – Vamos?

“Peter estendeu seu braço e eu me apoiei nele. Fechei meu apartamento e saímos do prédio. E eu não posso negar que olhei para cada canto procurando por Mac. Estou começando a pensar que realmente estou vendo coisas.”

(Narração de Mac Taylor)

“Entro no carro que havia alugado mais cedo e pude presenciar Stella saindo do prédio com um homem. Meu sangue está correndo tão rápido por minhas veias que estou com medo de passar mal.”

“Ela está linda! Não, linda é muito pouco. Olho para o céu e vejo que não há nenhuma estrela como eu imaginava, todas se esconderam diante da beleza daquela mulher. A minha mulher. E não venha me falar que eu não posso chamá-la de minha. Era minha e outro homem estava levando para a festa.”

“Nunca imaginei que pudesse ter tantas sensações em um dia só. Passei do estágio de picolé para um vulcão em erupção em coisa de segundos. Acho que poderia até carbonizar esse carro.”

“Enquanto os observo, percebo que Stella fica virando a cabeça para todos os lados. Será que ela havia me visto? Besteira.”

“Havia chegado a NO e ido direto ao hotel. Me tranquei no quarto. Aquele papel parecia pulsar dentro da minha carteira. Antes mesmo das 7 horas eu estava pronto. A TV não passava nada de interessante. Peguei aquele papel fui para meu carro e dirigi em direção ao apartamento de Stella parei o carro e levei mais de 40 minutos para ter coragem de sair dele. Mostrei o distintivo ao porteiro que me autorizou a subir, toquei a campainha, mas quando ouvi o som dos saltos dela batendo no piso toda minha coragem sumiu e eu não passava de um garotinho. Olhei para o elevador que ainda estava naquele andar, corri para dentro dele pedindo a Deus que desse tempo de sair dali.”

“Mac Taylor você merece o prêmio de maior covarde dos EUA. Do que adiante ter servido ao país como um Marine se não consigo encarar uma mulher? Dei partida no carro e fui para a festa. A noite seria longa.”