Thank You For Loving Me escrita por Maria Bonasera


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que prometi não demorar, mas a minha life está uma loucura! Acho que vou escrever um livro dela!!
Hoje é feriado aqui (e minhas lindas sobrinhas não estão agarradas comigo), então consegui dar uma revisada no capitulo para postar!
Não me matem.
Amo vocês! Amo os comentários, me fazem ficar em um estágio superior de felicidade.
Xoxo



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(Narrado pela autora)

_É mentira Mac! – Disse Stella secando as lágrimas que rolavam pelas suas bochechas. – Isso parece aquelas histórias muito ruins de terror.

_É verdade. O olho caiu dentro do seu copo e depois descobrimos que era o olho de nossa vitima. Você me fez jurar que eu iria atrás do pássaro que estragou seu café. – Mac disse a observando. Seu sorriso ia de orelha a orelha e os olhos brilhavam.

_Não pode ser!

_Pode ser sim!

_Quais as probabilidades disso ocorrer Mac? – Stella arqueou uma sobrancelha para Mac. – Acho muito mais provável você inventar isso só para me fazer rir.

_Olha o que ela pensa de mim Senhor? – Mac olhou para cima com uma falsa cara de indignação – Apesar de adorar te ver sorrindo – ele olhou para ela – Juro solenemente que essa é a mais pura verdade. E todos os CSI’s de nossa unidade podem confirmar, pode perguntar a eles agora.

Stella olhou para ele sorrindo e o analisando.

_Eu acredito em você. Não precisa pegar o celular. – Stella disse.

_Sério? Fácil assim? – Mac perguntou fingindo surpresa.

_Sim, por que a surpresa? – Stella perguntou.

_Stella costumava ser mais teimosa, brigona... – ambos riram.

_Estou tentando me redimir. – Stella falou entre os risos – Devo ter dado muito trabalho para vocês.

_Você nem imagina. – E ambos caíram na gargalhada.

_Acho melhor nos concentramos na comida antes que ela esfrie.

_Está certa.

Os dois continuaram a comer sem trocar muitas palavras. Hora ou outra espiavam um ao outro pelo canto do olho e se seus olhares se cruzassem ambos sorriam envergonhados por terem sidos descobertos.

_Você quer fazer algo em especial? – Perguntou Mac abrindo a porta do carro dela para que ela entrasse. Ele deu a volta e entrou no lado do motorista.

_Na verdade acho que eu só quero ir para casa e ver algumas coisas por lá. – Stella respondeu sem graça.

_Tudo bem. – Mac respondeu dando partida no carro.

_Você não vai ficar chateado, não é? – Ela perguntou incerta.

_Claro que não Stella. De onde tirou isso? – Ele perguntou olhando para ela.

_Haa não sei. – Ela olhou pelo visor da janela – Você está se esforçando tanto por mim e eu querendo ficar em casa.

_Você acabou de sair de um hospital é mais que normal que queira ficar em casa. Só perguntei para desencargo de consciência. – Ele sorriu afetuoso.

Mac dirigiu em silencio por algum tempo. Stella olhava pela janela e tentava absorver algo da paisagem, mas eram cenas completamente estranhas para ela.

_O que eu farei Mac? – Stella finalmente quebrou o silencio. – Eu olho para todos esses lugares e não consigo sentir nada em especial, nenhum flash, nada que ativa a memória de algo ou alguém. – Sua voz não era mais do que um sussurro.

_Eu poderia te falar milhões de frases formadas, citações sobre confiança, perseverança e outras coisas mais, mas eu posso imaginar o inferno que deve estar passando dentro da sua cabeça. – Stella olhava para Mac que não podia olhar para ela, pois dirigia. – Você sempre foi independente Stella, pensava por si, e agora depende da opinião de outros, da memória dos outros para construir a sua própria, por isso, eu te digo que eu não sei o que você pode fazer além de ter paciência. Eu acredito que você terá que procurar um psicólogo, algum tratamento desse tipo e torcer para que sua memória volte se não... – Mac parou de falar um momento, ao tentar colocar aquilo para fora parecia que sua garganta iria rasgar.

_Se não, Mac? – Stella perguntou delicadamente ao perceber que Mac lutava com aquela possibilidade em seu interior.

_Se não você terá que reconstruir sua vida a partir daqui. – Ele finalmente disse quando já entrava com o carro na garagem do edifício. – Formando uma nova história. – Mac olhou para ela desligando o carro. Os dois se abraçaram, e juntos, se permitiram chorar.

–--

(Narração de Stella)

“Quando nos separamos do abraço eu compreendi que não estava sendo fácil para Mac também. Ele estava se desdobrando para me dar a força que ele mesmo não tinha.”

“Subimos até meu apartamento e ele me ajudou a limpá-lo, organizar algumas coisas e jogar outras fora. Não sabia que eu era tão acumuladora.”

“Quando terminamos tudo estávamos exaustos. Fui tomar banho em meu quarto enquanto Mac usou o banheiro de hóspedes. Depois de muito insistir ele concordou em ficar na minha casa enquanto ele ficasse em New Orleans. Ele estava me ajudando tanto, eu não podia deixá-lo em um hotel.”

_Não sabia que além de tudo era cozinheiro também Mac. – Eu disse do sofá enquanto Mac trabalhava na cozinha.

_Eu tenho meus talentos Stella, e graças a Deus eu fiz alguma compra um dia antes de você sair do hospital, porque se não só teria comida congelada nessa casa. – Ele disse enquanto picava alguma coisa na pia.

_Quer ajuda aí? – Ofereci.

_Nem que a vaca tussa. Você vai matar meus legumes. – Ele me disse sério.

_Sou tão ruim assim? –Perguntei realmente ofendida.

_Ruim é pouco Stella. Você é um desastre humano na cozinha. – Ele disse sem dó nem piedade colocando os legumes na panela. – Não ficou chateada, não é? – Ele me olhou. Devo estar fazendo bico.

_Estou sim. Não posso ser tão ruim assim. – Eu disse cruzando os braços.

“Mac lavou as mão, passou por mim e foi até o bar. Demorou dois segundos até escolher uma garrafa de vinho, voltou ao balcão pegou uma taça colocando um pouco da bebida e trouxe até a mim.”

_Acredite em mim – ele disse enquanto eu pegava a taça da mão dele – você é ruim assim. – Eu tive que rir.

_Se você está dizendo eu vou acreditar. – Eu disse dando um gole no vinho. – Vou ficar aqui de madame enquanto você dá uma de cozinheiro senhor detetive.

“Mac riu e continuou preparando o jantar, eu só levantei do sofá para pegar mais vinho.”

_Está aprovada a minha comida? – Mac perguntou. Tentei fazer uma cara de indiferença, mas a comida estava esplendida.

_Tenho que confessar que está demais. Você costumava cozinhar assim sempre? – Perguntei para Mac que sorriu.

_Não. Nunca tivemos muito tempo para ataques gastronômicos, mas um dia te convidei para sair.

_É? – Levantei a sobrancelha.

_Sim. Assistimos a um concurso de cachorros e comemos um delicioso cachorro quente. – Ele disse com orgulho e eu ri.

_Nossa você sabe mesmo agradar a uma mulher. – Eu disse e Mac arregalou os olhos.

_O que foi Mac? – Perguntei.

_Foi a mesma coisa que me disse na ocasião. – Ele me respondeu e ficamos em silencio.

_Pode ter sido coincidência. – Eu disse.

_Também pode ser que não. - Ele disse.

“Passamos mais um tempo conversando, ele me contou mais histórias engraçadas que vivemos. Contou-me sobre sua ex esposa, quem um dia ele muito amou.”

_Você me ajudou muito a superar a morte de Claire, Stella. Você sempre me disse que eu poderia ser feliz de novo sem esquecer quem ela tinha sido para mim. - Não tive oportunidade de dizer mais nada porque o celular de Mac tocou. – Com licença. – Ele pediu e eu acenei.

“Enquanto Mac atendia a ligação comecei a retirar as coisas da mesa, pude perceber que ele não se abria a muitas pessoas e fiquei feliz quando mesmo sem memória ele me fez fiel de seus sentimentos tão profundos.”

_Você sabe que eu preciso disso Sinclair. – Escutei Mac dizer mais alto e fui a sua direção. – Stella precisa de mim – pude escutar ele dizer um pouco mais baixo, ele ficou em silencio antes de dizer novamente – eu sei que Nova York precisa de mim e a equipe também, mas... – ele ficou em silencio de novo – eu tenho mais quantos dias? – Ele perguntou suspirando e esfregando a testa – está bem. – Ele disse e desligou.

“Antes mesmo de Mac virar o celular dele tocou de novo. Eu queria sair dali, não era minha intenção ouvir conversa, mas fiquei depois que ouvi ele falar o nome da pessoa do outro lado da linha.

_Ei Lindsay. – Ele disse e ficou em silêncio – ela está bem sim, não sente dores, mas a memória está na mesma. – Ele ficou em silencio novamente – Eu não sei Lindsay, Sinclair quer que eu volte amanhã, mas não quero deixar ela aqui e não sei realmente o que vai ser. – Mac esperou - Eu vou tentar levá-la comigo Linds, tentar vem um bom psicólogo de NY e tentarei ficar menos tempo no laboratório e mais tempo com ela. – ele parou de novo – Sim Linds a vida vai mudar um pouco.

“Não fiquei mais tempo ouvindo a conversa, saí dali e voltei para a cozinha. Eu não iria para NY, não para fazer Mac ou qualquer outra pessoa mudar de vida. Eu já estava dando tanto trabalho.”

“Coloquei os pratos em uma máquina de lavar louças que achei debaixo da pia. Minhas mãos tremem, eu posso não lembrar-me de muita coisa, mas sei que a realidade não é essa que estou vivendo com Mac, onde ele está sempre presente. Eu tenho que fazer com que ele veja isso, e tem que ser hoje.”

“Mac retornou a cozinha um minuto depois de eu ter tomado a minha decisão. A confiança que eu tinha há alguns segundos se escondeu atrás da geladeira no instante em que olhei para o mar dos olhos daquele homem.”

_Já começou a retirar a mesa? – Mac perguntou sorrindo. Eu não devolvi o olhar.

_Sim. – E continuei a retirar as coisas da mesa.

_Posso te ajudar então? – Ele disse já pegando uns talheres.

_Não. Você já cozinhou, eu tiro a mesa. Acho que para isso eu sirvo. – Eu respondi seca.

_Tudo bem. – Mac devolveu os talheres à mesa e eu os recolhi sem olhar para ele – Eu não queria ofender quando falei que não sabia cozinhar. Você não sabia e nem gostava de cozinhar. – Ele disse na defensiva.

_Talvez eu queira tentar. – Eu falei aumentando algumas oitavas da minha voz.

_Tudo bem Stella. Me desculpe. Na próxima vez você tenta. O que aconteceu? – Ele disse mantendo a voz baixa.

_Aconteceu que não pode ter outra vez Mac. – Eu disse olhando para ele pela primeira vez.

_O que está querendo dizer? – Ele perguntou.

_Estou querendo dizer que isso que vivemos aqui não existe. Você precisa voltar sua vida normal e você não pode mudá-la por minha causa.

_O que quer dizer com isso? – Ele me perguntou mais uma vez e eu não tinha como esconder que tinha ouvido a conversa dele no celular.

_Seu chefe mandou você voltar Mac, vo... – Ele me interrompeu.

_Você ouviu minha conversa no telefone? – Ele perguntou ainda sem levantar a voz, mas um pouco chateado.

_Você não estava falando tão baixo assim! – Eu retruquei – Você tem que ir Mac. Voltar para sua vida normal, sua rotina.

_Eu prometi cuidar de você Stella, e eu vou cuidar! – Ele falou com sua voz começando a alterar.

_Eu não vou ser um peso na sua vida Mac. Eu já estou bem grandinha para te fazer de pai, para te fazer mudar de rotina. – Eu sinto as lagrimas chegarem aos meus olhos, olho para cima para tentar disfarçá-las.

_Você não está me forçando a fazer nada. Eu quero cuidar de você Stella e não é como um pai. – Ele deu ênfase no cuidar– Você acha que eu não vou ficar feliz em adequar minha rotina? – ele perguntou desesperado.

_Talvez seja eu quem não queira me integrar a sua rotina. Eu vim parar em NO por um motivo Mac. E eu vou ficar aqui e você deve voltar para NY. – Eu disse firme.

_Você não pode estar falando sério. – Mac deu um passo em minha direção e eu dei um para trás instintivamente.

_Minha decisão está tomada Mac. Isso não dá para seguir assim. – Eu disse.

_Assim como Stella? Com você se apaixonando e fugindo de mim de novo? Vamos ter bons e maus momentos, mas se eu não pedir, seu eu não tem implorar que vá para NY comigo, que deixe eu te ajudar tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida. – Ele me suplicou.

_Temos que seguir com nossas vidas Mac. – Eu disse – Separadamente.

“Mac deu um passo para trás. Eu já tinha visto aquele olhar que ele mantinha agora, o mesmo de quando teve a certeza que eu não o reconhecia. Ter consciência de que tipo de olhar era aquele, não fez eu me sentir melhor, nem um pouco.”

_Se você tem certeza. – Ele disse com os ombros caídos – Então, até mais. – Ele saiu da cozinha apressadamente indo em direção ao quarto. Por um segundo fiquei feliz, com uma noite de sono talvez Mac entenda que não é justo eu ser um peso para ele.

“Minha felicidade foi embora no segundo seguinte quando Mac reaparece com sua pequena bolsa na mão. E passa por mim sem dizer nada.”

_Aonde vai a essa hora? – Perguntei já sabendo a resposta.

_Embora. – Ele disse já abrindo a porta.

_Mas Mac é muito tarde. – Disse já sentindo o desespero tomar conta de mim.

_Se eu ficar aqui até amanhã Stella talvez eu não queira ir embora mais, e não é isso que você quer. – Então ele saiu batendo a porta.

“Quando eu escutei o barulho da madeira batendo eu constatei duas coisas que uma pessoa não necessita estar com a memória boa para saber. Primeiro, eu não tenho muita certeza do que eu sentia por ele antes desse acidente, mas eu sei muito bem o que sinto agora, e posso dizer que estou completamente apaixonada por Mac. E segundo, mas não menos importante, eu acabei de perdê-lo para sempre, e pelo que me parece, pela segunda vez.”

(Narração da autora)

Stella se mexia de um lado para o outro. Ele iria pegá-la. Ele já estava alcançando-a. Ela gritava por socorro, mas Mac bateu a porta sem olhar para trás. Ela parou de correr. Ele chegava perto ela podia sentir, então a alcançou.

Stella acordou dando um pulo da cama. Seu coração parecia estar batendo na cabeça e sua respiração estava entrecortada. Apoiou-se no criado mudo para não cair.

Tinha sido um pesadelo. Mas Stella podia sentir o medo percorrendo suas veias como um ácido. Ela sentou na cama e juntou as pernas ao peito, olhou para o lado, mas dessa vez Mac não estaria ali para confortá-la.


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Notas finais do capítulo

Como já disse, amo vocês!