Thank You For Loving Me escrita por Maria Bonasera


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Mais um Cap fresquinho para vocês!
Amei os comentários!!
Beijos.



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(Narração de Mac Taylor)

“Stella não dormiu a noite inteira. Fingiu, mas não dormiu. Conseqüentemente eu também não dormi. Não havíamos conversado após termos recebido a notícia da alta para o outro dia. Não me lembro de ter ficado tão feliz assim nos últimos tempos, mas notei que a notícia não deixou ela tão animada quanta eu, aliás, notei que ela estava apreensiva.”

“Olhei para o relógio, marcava 05h55min AM. Não consigo mais ver Stella tentando fingir, como também não consigo mais fingir. Levanto do sofá esticando meus músculos e suspirando. Não passa nem meio minuto e ela abre os olhos também. Sorrio.”

_Bom dia. - Eu disse.

_Bom dia Mac.

_Dormiu bem? – Perguntei e não segurei a risada ao ouvir ela dizer que sim.

_Do que está rindo? – Perguntou com uma careta afetada.

_Ahh Stella, esqueceu que eu sou detetive? – Ela não respondeu – Eu sei que não cochilou nem por um segundo essa noite. – Foi a vez dela rir sem graça e corar.

_Está certo. Eu esqueci deste pequeno detalhe. – Ela me olhou – Eu não dormi essa noite.

_Está com medo de que? – Perguntei sentando novamente na poltrona.

_Como sabe que estou com medo? – Ela me perguntou na defensiva e eu me recostei no sofá sorrindo.

_Porque eu te conheço ha mais de 10 anos, e esses olhos aí só me enganaram uma vez. – Falei a encarando. Ela foi a primeira a desviar o olhar olhando para baixo.

“Stella não chegou a responder minha pergunta já que Dr Sheperd havia entrado no quarto.”

_Bom dia. – Ele disse e nós respondemos em uníssono. – Achei que queriam se ver livre de mim logo pela manhã. – Nós rimos. – Stella, aqui está sua alta. – Entregou a ela uns papéis – Todos os remédios estão na receita que entreguei a Mac ontem assim como os horários que deve tomá-los. – Ele disse e olhou para nós dois. Ambos acenamos com a cabeça. – Quanto a sua memória Stella, pode ser um processo demorado. Tentamos reverter com remédios e estímulos médicos e não obtivemos o resultado esperado. Você terá que buscar alternativas.

_Eu não... – Stella começou a dizer, mas foi interrompida.

_Não se preocupe com isso agora Stella. Vá para casa. Descanse. Eu tenho certeza que saberá o que fazer, e se por algum acaso não souber você tem grandes amigos para te ajudar.

_Sendo assim – ela disse levantando da cama - Obrigada Doutor.

_Não precisa agradecer.

_Precisamos sim Dr. – Eu disse – Sua dedicação com Stella foi fundamental para a recuperação dela.

_Então de nada! – Ele sorriu – E foi um prazer conhecer vocês.

“Apertamos nossas mãos e nos despedimos do Doutor. Arrumamos as coisas que havia trazido de Stella em uma pequena mala e nos dirigimos para fora do hospital. Antes, porém, de sairmos definitivamente do quarto, Stella olhou para trás e suspirou forte.”

(Narração da Autora)

Mac e Stella se dirigiram ao estacionamento do Hospital onde um táxi já estava os esperando. Entraram juntos sem dizer uma só palavra.

_Para onde senhores? – O taxista perguntou. Stella olhou para Mac sem saber o que responder.

_Laboratório de Criminalística de NO. – Mac respondeu e Stella arqueou a sobrancelha. O Taxista acenou com a cabeça e deu partida no carro. Mac olhou para Stella - Seu chefe pediu que eu a levasse até lá, se caso você tivesse condições, para explicar algumas coisas.

_Ok. – Stella respondeu sem mais observações.

A corrida até a polícia de New Orleans só não foi a mais longa da vida de Mac porque era um caminho de cinco minutos. Stella estava rígida e muda, não olhava nem pela janela lateral do taxi. Apenas esfregava uma mão na outra sem se recostar contra o assento do carro.

Ao chegarem Mac pagou ao taxista e conduziu Stella para dentro de um prédio imenso com tons de cinza e preto. Ao passar pelos corredores as pessoas os cumprimentavam. Subiram até o 16° andar.

As salas eram todas em vidro e havia muita gente trabalhando. Pessoas de jaleco branco passavam por eles a todo momento, foi quando Stella viu um dos membros de sua equipe que foi ao hospital.

_Stella, - Liza falou e foi ao seu encontro – é muito bom te ver. – Disse e a abraçou.

_Igualmente Liza. – Stella retribuiu o abraço.

_Liza – Mac disse – onde é a sala do chefe de vocês?

_Vocês tem que seguir reto esse corredor e virar na segunda direita. A sala dele é a última com a porta dupla. – Ela os indicou – Com licença tenho uma testemunha para interrogar.

Liza saiu apressada pelo corredor deixando Mac e Stella sozinhos. Eles seguiram pelo caminho indicado por ela e encontraram a sala. O chefe já estava os esperando, assim que se aproximaram ele fez sinal para que entrassem.

_Olá Mac, é um prazer revê-lo. – Disse Karl.

_Olá Karl, também é um prazer. – Mac respondeu apertando-lhe a mão.

_Por favor, sentem-se. – Eles sentaram – Stella, como você está? – Ele perguntou.

_Estou bem. Fisicamente bem. Quanto a minha cabeça, continuo na mesma. – Ela disse.

_Entendo. – Karl disse juntando as mãos – Eu só tenho duas opções Stella, a primeira eu já descartei. Vou te apresentar a segunda. – Ele olhou para ela e ela assentiu – Vamos te dar uma licença remunerada de seis meses, se até lá você não recuperar a memória eu temo que terei que te demitir.

_Mas Karl, nesse período ela pode, além de tentar recuperar a memória, aprender algumas coisas novamente. Será que precisa da demissão no final desse período? – Disse Mac um pouco mais grosso que o habitual. Seus nervos estavam à flor da pele ouvindo o chefe dela falar que simplesmente a dispensaria. Para Mac se não fosse por Karl sua amada não estaria em NO, não estaria naquela festa estúpida e principalmente não estaria sem memória.

_Mac, você sabe tão bem quanto eu a habilidade que esse trabalho exige. A Stella é a melhor que temos e eu espero muito mais do que sinceramente que ela recupere a memória logo porque isso está um caos na ausência dela – ele apontou para Stella – mas eu não posso comprometer a credibilidade de uma divisão inteira colocando uma pessoa que em seis meses estará “aprendendo” – ele fez aspas com os dedos - o que ela levou a vida inteira construindo. – Ele deu uma pausa e todos ficaram em silêncio – Eu preciso de você inteira Stella e tudo que posso te oferecer são esses seis meses.

_Acho que estamos conversados então. – Mac levantou da cadeira grosseiramente. – Vamos Stella?

Stella somente assentiu e levantou-se também. Já estavam saindo da sala quando Karl disse novamente:

_Sua sala está do mesmo jeito Stella. Não deixei Peter usá-la até que passasse por lá. É a última do corredor principal.

Stella somente assentiu com a cabeça e saiu logo após Mac. Eles chegaram ao corredor principal e pararam.

_Você quer ir até lá? – Mac perguntou.

_Eu tenho que fazer isso, não é?

_Pode ser bom sim.

Caminharam até a sala ao final do corredor e pararam em frente à porta. Mac pegou na maçaneta e a abriu. Ambos entraram. Mac sorriu olhando para a sala.

_O que foi? – Ela perguntou.

_É a réplica de como era a sua sala em Nova York. A disposição da mesa do sofá os armários. – Stella passou olhar ao redor. As cortinas eram em cor de chumbo e os móveis acompanhavam a tonalidade. A mesa, entretanto era de vidro, ela focou nela.

Stella caminhou em direção ao centro onde ficava a grande mesa. Já perto começou a passar a mão por ela contornando-a. Ela pegou um objeto em cima de cima, era um peso de papel grande em forma de gato, pegou os outros menorzinhos e sorriu.

_Que bonitos. – Falou olhando para os bichanos. – Eu tinha bom gosto. – Mac riu.

_Acho que eu tinha bom gosto. – Mac disse.

_Como assim?

_Fui eu quem te dei no último Natal, um pouco antes de você vir para NO. – Ela arqueou a sobrancelha – estava frio, mas você teimava em deixar uma greta da janela aberta, por isso vivia reclamando que seus relatórios voavam. Um dia passei em uma loja e vi esses gatinhos em uma vitrine e lembrei-me de você! Dei com uma cartinha e tudo. – Sorriu orgulhoso.

_E eu gostei quando me deu? – Ela perguntou alisando os gatinhos vidrada.

_Primeiramente você gostou, aí leu a carta e quis arremessá-los em mim, aí ficou com pena dos gatinhos e passou a me torturar falando que gostava mais deles do que de mim. – Mac terminou rindo da cara de Stella.

_Mentira. Eu não fiz isso. – Apavorada, mas ao mesmo tempo rindo.

_Fez sim. Ficou até de segredinho com eles.

_É verdade? – Ela perguntou, mas não para Mac e sim para os gatinhos que estavam em sua mão. Olhava para eles em silencio antes de virar para Taylor e responder – Eles confirmaram tudo. Acho que eu era uma pessoa terrível.

Ambos gargalharam. Stella revirou alguns papéis. Abriu as gavetas e não achou nada que poderia ser pessoal. Por fim pegou o porta retrato em cima da mesa, era grande e também em cor chumbo. Na foto estava em ordem Sid, Hawkes, Adam, Lindsay, Danny, Mac e Dom de pé e Stella no meio de um monte de crianças. Os CSI’s estavam todos de gorro de papai Noel e as crianças estavam todas com presentes e muito felizes.

Stella demorou os olhos na figura.

_Natal passado. Entrega dos presentes no orfanato feita pela Polícia de Nova York. – Mac falou olhando para a foto também.

_Estávamos tão felizes. – Stella disse.

_Haa, você sempre amou a entrega dos presentes. Recorde consecutivo por sete anos na arrecadação. – Ela olhou para ele e sorriu.

_Vamos levar essa foto e esses gatinhos. O resto pode ficar.

Mac ajudou ela carregar os gatinhos e o porta retrato. Caminharam novamente para fora do prédio. E dessa vez Stella não olhou para trás.

(Narração de Stella)

“Caminhávamos em direção ao pátio. Carregava meus gatinhos junto ao peito. Não sei por que, mas eu os adorei.”

_Mac?!!- Chamei ele enquanto ele fazia sinal para algum taxi.

_Sim Stella? – Ele me respondeu sem me olhar.

_Obrigada!

_Não é difícil chamar um taxi Stella, aliás, eu tenho um braço vazio já que você se apossou dos gatos traidores novamente.

_Não por isso! – Eu disse rindo. – E eles não são traidores.

_Por que então? – Perguntou finalmente olhando para mim enquanto um taxi amarelo parava ao nosso lado.

“Mac abriu a porta e eu entrei sendo seguida por ele que deu a localização do apartamento em que eu morava para o taxista.”

_ Pelo que está agradecendo? – Perguntou de novamente me olhando.

_Eu acho que eu tenho uma lista relativamente grande de coisas pelas quais tenho que te agradecer. – Nós rimos – Vou começar por hoje, com Karl. Obrigada por me defender. – Mac assentiu, mas seus olhos não demonstravam alegria. – Não me parece feliz. – Eu disse. Ele não respondeu imediatamente. Percebi que ele considerava se falava a verdade ou não. – Me diga com sinceridade Mac.

_Eu sei que você sofreu um trauma – ele disse de vagar – sei que você está sem memória. – ele parou de novo – mas me dói muito ver você pensar que eu poderia fazer algo diferente do que te defender.

“Eu não tinha resposta para isso. Apenas nos recostamos no banco traseiro do carro e não trocamos mais nem uma palavra até chegarmos ao destino.”

_É aqui? – O taxista perguntou.

_Sim é aqui. - Mac respondeu.

“Descemos do carro em frente a um prédio relativamente comum. Grandes, mas comum. Entramos no saguão.”

_Senhorita Stella, é muito bom vê-la novamente. – o porteiro me disse educadamente e eu sorri para ele. Continuamos nosso caminho até o elevador. Descobri que meu andar era o sétimo.

_Seu apartamento é o 702. – Mac disse me entregando a chave enquanto pegava os gatinhos da minha mão.

“Parei em frente aquela porta e hesitei antes de girar a chave na maçaneta e abrir a porta de vez.”

“Estava um pouco escuro quando abri a porta. Percebi que as cortinas da sala estavam fechadas. Era uma sala ampla acoplada com a cozinha. Mac depositou os objetos que segurava no sofá e foi abrindo as cortinas.”

“Fiquei parada por um momento no meio da sala. Andei até o balcão da cozinha, havia uma taça de vinho pela metade ao lado de uma garrafa aberta. Peguei a taça em minha mão. Será que eu estava tomando antes de ir à festa? Será que estava com alguém? Procurei, mas só havia uma taça fora do lugar. Estava bebendo sozinha.”

_Deixei tudo igual ao que você deixou. Fui ao seu quarto apenas pegar algumas roupas. – Mac Disse encostado na porta que dava para uma sacada.

“Voltei para a sala. Tinha um sofá que fazia uma curva e uma poltrona pequena. Na parede uma TV. Abaixo dela, em um aparador havia fotos. Um porta retrato tinha a mesma foto que eu trouxe do laboratório. Em outro estava sentada no colo de Dom enquanto uma mulher puxava meu braço se fingindo de irritada. Essa mesma mulher estava no porta retrato ao lado abraçada comigo.”

“Percebi que Mac havia sentado no sofá. Do outro lado do aparador havia mais fotos e fui de joelhos até lá. De jaleco branco estavam eu Danny e outra mulher que eu também não conhecia. Ao lado uma havia uma foto em que eu abraço Mac por trás e aperto a bochecha dele com uma mão, sua cara não estava muito boa, mas meu sorriso estava radiante. Sorri involuntariamente.”

_Acho que eu era muito impertinente. – Disse me virando para ele mostrando a foto. Ele riu.

_Você era, acredite. Eu estava querendo matar você e Dom nesse dia. – Ele me disse rindo.

“Coloquei a foto no lugar. Em outro porta retrato estávamos eu e Mac novamente, mas dessa vez eu segurava um pacotinho rosa e ambos sorriamos feito bobos. Lucy.”

“Fiquei um tempo olhando aquela foto e um turbilhão de emoções passou por mim. Em nenhum momento Mac me interrompeu, e eu não poderia estar mais agradecida. Não saberia explicar o que estou sentindo. Ao mesmo tempo em que eu sei que ele é muito importante para mim, algo me diz que eu queria ficar longe dele. Ver aquela foto nossa juntos me fez pensar em coisas que eu realmente não queria pensar.”

“Levantei e peguei os retratos que tinha pessoas que eu não conhecia, ao menos não foram ao hospital me ver. Sentei ao lado de Mac no sofá.”

_Quem são essas? – Perguntei. Ele pegou a foto em que eu estava com Danny e a moça e que parecia ser a mais antiga.

_Essa é a Aiden. Era uma técnica muito talentosa que deu a carreira e a vida para pegar um estuprador que sempre saía impune dos seus crimes.

_Então ela está morta? – Perguntei e ele assentiu triste.

_Essa daqui é a Jessica Angell, ou só Jessy. Ela não era perita, mas era detetive da divisão de homicídios junto com o Dom. E vocês aprontaram bastante juntas. – Eu ri – E antes que me pergunte, ela morreu em serviço também. – Ele me disse e eu fiquei triste. Perdi duas amigas em serviço e ainda assim seguia com a profissão.

_Sabe, eu não entendo como eu continuei com essa profissão vendo essas coisas acontecerem. – Apontei para as fotos.

_Muitas outras aconteceram e vou te contar todas elas com calma. Mas você continuou com isso, ou melhor, nós continuamos com isso por dias como aquele – apontou para a foto do natal com as crianças – por dias em que mesmo vendo todo o mal que as pessoas fazem umas com as outras nós conseguimos fazer alguém se sentir melhor com nosso trabalho.

“Eu assenti sorrindo para ele que me sorriu de volta.”

_Stella eu vou ao hotel tomar um banho e volto para te buscar para almoçarmos. – Eu apenas assenti com a cabeça enquanto assistia Mac ir até a porta abri-la e depois fechá-la sumindo logo em seguida.

“Demorei um tempo com a foto das meninas em minhas mãos. Aiden e Jessy. Mortas. Minha mãe. Morta. Meu pai. Morto. Fiquei considerando todas as pessoas que estiveram em meu redor e estavam mortas. Será que eu tinha perdido mais alguém? Será que eu perderia alguém mais?”

“Olhei mais uma vez para a porta por onde Mac tinha acabado de passar desejando pela primeira vez que ele voltasse logo e a salvo.”


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários!!
Beijos!!



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