Marylin escrita por Juliana Moraes


Capítulo 24
Terror movie


Notas iniciais do capítulo

Olá! o FIM está próximo, mais alguns capítulos e até o dia em que essa história virará um livro. But anyway! Espero que tenham uma boa leitura (=



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Acordei assustada com o barulho da chuva na manhã seguinte, e não podia ser diferente já que estava em um lugar horrível. A presença de luz era quase inexistente, as paredes eram velhas e em um tom de sujeira, o piso era de madeira desgastada, havia algumas prateleiras empoeiradas e caindo aos pedaços por todos os lados, as janelas estavam fechadas com pedaços de madeira, e eu estava deitada em um pedaço de colchão sujo, velho, e com milhões de bactérias que me matariam aos poucos, assim como nos filmes de terror, e aparentemente aquele lugar era muito longe da perfeita Londres.

– Bom dia Senhorita Benson. – Robert Burn murmurou.

Ele estava de pé logo atrás de mim, o que me assustou.

Meu braço, onde a bala da arma de Zoe me atingiu de raspão, estava extremamente dolorido, porém em uma tentativa de me mexer fui surpreendida com a imobilidade. Eu estava amarrada tanto nos pulsos quanto nos tornozelos.

– O que é isso? – Gritei desesperada. – Me solta! – Pedi sem ter como encara-lo.

– Não. – Ele riu se divertindo com aquela cena. – Marylin, Marylin... O que farei com você? – Ele perguntou, porém tinha a absoluta certeza de que ele não queria uma resposta, não vinda de mim. – Você pode se considerar sortuda por estar viva... ainda. – Ele se abaixou ficando perto de mim, e dando um gole em sua bebida que tinha um cheiro forte e nojento.

– O que está pensando em fazer Senhor? – Richard apareceu perto de uma das janelas, seu tom de voz era de alguém preocupado com o futuro, que eu espero que seja atrás das grades.

– Irei mata-la. – Robert sorriu apertando minha bochecha. – Mas tenho que esperar. – Ele se levantou e caminhou no escuro em direção a Richard. – Já entrei em contato com James, avisei que sua amada é minha refém e que se ele quiser que isso tenha um doce fim, ele irá encontra-la sem a ajuda da Máfia do bem, isso é tão exaustivo!

– James? Você falou com James? Como ele está? Onde ele está? Porque quer ele aqui? O que ele tem a ver com isso? – Meu coração voltou a bater com mais velocidade ao perceber que tudo isso se tratava de James.

– Você fica melhor dormindo Marylin. – Ele se irritou com minhas perguntas.

James não pode vir! Ele não pode dar ouvidos ao Robert e ficar sem a proteção da MB para me encontrar. Ele simplesmente não pode!

– Qual seu plano Senhor? – Richard parecia uma criança com medo de historinhas de terror, nesse caso, o bicho papão .

– Faremos uma troca com meu filho estupido, a garota pelos documentos falsos que a MB tem de sobra, o jatinho da Burning Flight virá assim que receber meu aviso, e assim poderemos fugir desse país. Só espero que James apareça o mais breve possível porque essa garota já me encheu a paciência. – Robert comentou seu plano que me deixou confusa. – Na verdade, eu até gostaria de ficar e ver a reação de James ao descobrir que a garota estará morta. – Ele não parecia brincar ao usar a palavra morta.

Morta! Então esses seriam os meus últimos dias. Perfeitos últimos dias dentro de uma casa digna de filmes de terror, com as pessoas que eu mais odeio como companhia, amarrada, suja, e muda, já que qualquer palavra que eu dissesse poderia adiantar o meu velório. Talvez assim eu sofreria menos, mas eu não posso pensar em desistir tão rápido, eu precisava ver James uma ultima vez, eu precisava pedir perdão a ele por todo o sofrimento que causei, eu precisava olhar seus olhos profundos e dizer a ele que eu irei ama-lo para sempre, mesmo depois de morta irei ama-lo, porque eu não o amava com o meu coração pois esse um dia para de bater, mas eu o amava com minha alma pois essa será eterna.

E se eu não conseguir vê-lo? E se eu não conseguir me despedir? Quem dirá tudo isso a ele? Quem irá falar a ele que eu sinto muito por não ter lutado por nós?

Meus pensamentos transbordaram em forma de lágrimas, e eu esperava que Robert não as notassem em meu rosto.

– O Senhor acha que seu filho não contará com a ajuda da policia? – Richard perguntou preocupado.

– Ele não arriscaria a vida da garota, ele é cego por ela.

– E o que fará com eles?

– Ele vai ter o prazer de vê-la morrendo, assim ele aprenderá a não ficar do lado errado no jogo.

– Não entendi Senhor.

– Scott colocou meu filho contra. James e Megan me viraram as costas quando descobriram o poder que eu tinha, afinal eu sou o terrorista mais procurado na Turquia. – Ele riu. – E agora devo ser o mais procurado do Reino Unido também. – Ele parecia se divertir com tudo isso.

– Mas ele é seu filho, como pode faze-lo sofrer? – Richard estava entrando em um campo perigoso.

– Ele não pode ser considerado meu filho apenas por ter meu sangue. – Seu tom de voz mudou para algo irritado. – Eu trabalhava de segunda a segunda para dar uma boa vida a Megan e a ele, mas eles preferiram me abandonar só por que eu bombardeei um país inteiro, como se isso fosse um bom motivo para tal ato. – Ele deve ter explodidos os neurônios em um de seus atentados terroristas, não é possível alguém ser tão insensível e ignorante ao mesmo tempo.

O celular de Robert começou a tocar, e ao analisar quem estava ligando ele caminhou em minha direção, se ajoelhou no colchão imundo e me agarrou pelo braço, machucado, para que eu ficasse sentada.

– Robert! – A voz mais linda de todo o mundo ecoou do outro lado da linha assim que Robert atendeu a chamada, colocando-a no viva voz.

– James! – Gritei sem conseguir impedir as lagrimas de saltarem do meu rosto.

– Marylin! Meu amor... como você está? Ele te fez algo? Você está machucada ou algo do tipo? Eu vou te salvar baby, eu prometo...

– James, não, não se arrisque por mim, ele irá me matar de qualquer jeito, por favor não faça nada do que ele disser! – Pedi com a voz falha. – Por favor James, não faça o que ele pede! – Eu estava desesperada, eu não posso deixar que ele viesse e Robert escapasse.

– Cala a boca! – Robert me empurrou contra a parede, fazendo com que o impacto derrubasse algumas prateleiras quebradas em cima de mim.

Eu poderia morrer, mas eu não iria deixar que eles escapassem mais uma vez.

– Marylin, o que está acontecendo? Que barulho foi esse, o que... – James gritava preocupado.

– Você tem três dias para fazer tudo o que eu pedi, ou ela morre! – Robert se levantou para que eu não falasse mais nada, ele ficou extremamente irritado com o que eu disse. – Você está ouvindo garoto? Três dias! – Ele desligou o telefone furioso e me encarou. – Você não tem noção de quem sou eu, não é mesmo? – Ele ficou de pé em minha frente.

– Um terrorista que ao invés de explodir um país, explodiu o próprio cérebro! – Revidei sem pensar.

– Ah sua estupida! – Ele chutou minha perna, me fazendo cair deitada no colchão novamente. – É melhor você calar essa sua boca, tá me ouvindo? – Ele gritou segurando meu rosto tão forte, que eu pude sentir meu maxilar estralar. – Seus dias estão contados vadia!

– Vadia é sua mãe! – Gritei sentindo minha garganta arder, e cuspi em seu rosto. – Idiota! – Eu sabia que eu acabara de fazer a coisa mais estupida que eu poderia fazer em toda minha vida, mas já que meus dias estavam contados isso não faria diferença nenhuma.

Robert se levantou limpando o rosto com seu lenço caríssimo, ele caminhou até uma mesa velha e pegou a arma que estava ali em cima.

– Já brincou de roleta russa Benson? – Ele deixou apenas uma bala na arma, colocando as outras em cima da mesa. – É bem simples... – Ele apontou a arma em minha direção e apertou o gatilho, mas nada aconteceu. – Ah! Não foi dessa vez... – Ele apertou novamente, e nada aconteceu para minha sorte.

Eu estava encolhida contra a parede, meu corpo tremulo sem nenhuma defesa, minha respiração falha e as lagrimas que escorriam sem controle por toda minha face.

– Para! Por favor, Para! – Gritei aos prantos.

– E porque eu deveria? – O sorriso em seu rosto era assustador.

– Robert, não faça isso! – Richard caminhou até seu lado. – Não seja estupido! – Ele gritou finalmente tendo alguma atitude.

– E porque eu deveria? – Ele repetiu encarando Richard, mas com a arma ainda apontada para mim.

– Olhe ao seu redor! – Richard gritava sem medo. – Estamos no fim do poço, e tudo por causa das suas maravilhosas ideias de descontar no mundo o que sua família fez com você, e quer saber? Eles fizeram o certo! – Richard empurrou Robert que imediatamente mudou a direção da arma. – Vai fazer o que? Brincar de roleta russa comigo? Vai seu inútil! Me mata! Eu não me importo de morrer, porque eu sei quem eu sou e eu não sou como você que não tem nada além de uma arma! Eu tenho filhos que me amam mesmo eu tendo como chefe um idiota! – Robert apertou o gatilho mas nada aconteceu, novamente. – Você é um idiota Robert Burn, e nada do que faça vai trazer sua família de volta porque você já os perdeu! – Mais uma vez o gatilho foi pressionado porém dessa vez ela disparou, um estrondo saiu dela junto com a bala que atingiu o peito de Richard, que imediatamente caiu no chão. – Espero... que... você... vá... pro ... inferno... – Ele parou de respirar.

Fiquei encarando Richard em minha frente, seu rosto virado em minha direção, seus olhos abertos como se estivesse me encarando, sua boca entreaberta como se fosse dizer algo mais, e seu corpo sujo com seu sangue que ainda escorria de seu peito.

– Opa! – Robert gargalhou encarando o sangue de Richard espalhado pelo chão.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Então deixe seu comentário para que eu possa postar o próximo capítulo o mais rápido possível.
Criticas construtivas são aceitas! Não mordo!

* Não farei segunda temporada pois estou estudando MUITO para os vestibulares, good luck for me.
Love all xx -JJ



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