Marylin escrita por Juliana Moraes


Capítulo 23
Meeting


Notas iniciais do capítulo

Olá listers! Espero que gostem desse capítulo! Boa leitura (=



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Perdi a conta de quantas vezes li o bilhete deixado por James.

 Ele não pode simplesmente ter partido. Ele não pode ter me deixado. Ele apenas não pode ter agido como descreve a carta.

Minha mente estava em negação, meu corpo negava cada palavra lida, eu não tinha reações.

Alguém bateu na porta.

– Eu sabia! Uma brincadeira... – Corri para abri-la e me deparei com Megan e Jacob parados em minha frente.

– Mary... – Megan sussurrou com os olhos aguados. – Ele foi embora.

– Não. – Neguei mais uma vez, sentindo dessa vez meu coração ceder aos fatos. – Por favor, diz que tudo isso é mais um teste da Máfia...

– Sinto muito Marylin. – Jacob murmurou com expressões preocupantes em sua face.

Encostei na parede fria e escorreguei até cair no chão, minhas pernas perderam o equilíbrio, assim como eu perdera minha razão.  Abracei meus joelhos como se fosse uma criança após um terrível pesadelo, meus olhos focaram em algo alheio enquanto minha mente revivia momentos com James, como se nada daquilo fosse acontecer novamente. E talvez não fosse.

– Iremos te recrutar um novo protetor e tudo ficará...

– Eu não preciso de um novo protetor! – Gritei interrompendo Jacob, que me encarou assustado. – Eu não preciso de mais nada disso! – Eu o encarava com os olhos mergulhados em um mar de lagrimas. – Eu não quero mais isso! Eu estou fora!

– Marylin, você não pode... – Megan tentou me acalmar ficando de joelhos em minha frente, e segurando minha mão.

– Eu não posso ficar aqui, eu cansei de tudo isso! – A encarei com a voz falha. – Eu só estava nisso por ele... talvez a raiva falou mais forte, mas eu aceitei tudo isso por ele. – Respirei fundo. – Se ele não está aqui, eu também não quero estar.

– Você precisa de proteção, você corre perigo. – Jacob acrescentou.

– Eu vou sair do país. – Menti. – Eu vou começar minha vida longe daqui, agora por favor! Me deixem sozinha, e eu prometo que amanhã mesmo deixo o Campus. – Afundei minha cabeça entre os joelhos, segurando os sentimentos que me machucavam enfurecidamente.

– Mary...

– Por favor! – Implorei.

Alguns segundos e ambos já estavam fora daquela casa.

Fiquei parada no mesmo lugar por horas, apenas chorando e dizendo frases que somente fariam sentido para James e eu.

Eu sabia que chorar não o traria de volta, mas não chorar iria me fazer mal.

E mais uma vez eu estava sozinha. Talvez esse fosse meu destino. Cruel destino ao que fui resignada.

Pensar em continuar meus dias sem James torturava cada parte de mim, era como se eu tivesse morrido por dentro, como se o céu ficasse preto, sem estrelas, sem nuvens, sem lua, sem nada, era como me afogar em um mar de solidão e saber que nenhuma dor adquirida me traria ele de volta. Saber que somente o fim de tudo o traria de volta...

– Isso não é um adeus. – Murmurei a mim mesma. – A guerra está declarada!

Eu não poderia acabar assim, eu não poderia passar meus dias chorando dentro de um quarto escuro apenas me lamentando, e me culpando por novamente agir errado. Eu não poderia errar. Agora seria apenas eu, sem MB, sem James... confesso que seria mil vezes mas fácil se ele estivesse aqui comigo.

Não posso esquecer que ele prometeu que assim que tudo acabar poderemos nos encontrar novamente, aquilo não foi um adeus, e eu lutarei para reencontra-lo.

Mil e uma ideias e planos começaram a invadir minha mente, e amanhã seria o dia perfeito para coloca-los em pratica.

Amanhã O chefe estará na Burning Flight para uma reunião com Richard, e como ninguém pode saber quem ele é, a reunião será após o expediente. Sabendo que meu querido chefe, perseguidor, e sogro, estará em carne e osso no meu local de trabalho, não desperdiçarei a oportunidade de encontra-lo.

Deve ser a coisa mais difícil que pensei em fazer, mas nada vai superar o fato de estar longe de James.

Separei os documentos que me darão bons argumentos, guardei a fita dentro da caixa de prata, coloquei balas na arma, que eu espero não usar, separei algumas roupas formais pois quero estar formal na hora de colocar meu plano em ação, e corri por toda a casa terminando de preparar tudo o que precisaria para enfrenta-lo. Coloquei tudo o que tinha separado em uma bolsa, acrescentando um envelope com a cópia da fita gravada em CD ( Não me perguntem como fiz isso, apenas agradeçam a tecnologia!).

Entrei no meu carro blindado, ao extremo, e segui em direção a minha velha e assombrada casa, dando adeus a Máfia Britânica.

                                                                  ~X~

Novamente instalada em minha residência, eu lia o modo de usar da tinta de cabelo que comprei enquanto vinha para cá.

Para quê continuar se escondendo atrás de fios loiros e enrolados, quando na verdade é hora de mostrar quem realmente sou com fios negros e lisos?

Algo em mim dizia que isso iria acabar mal, mas eu só estava pensando em dar final a essa história para logo encontrar James, e finalmente começar a minha vida ao lado dele.

Ouvi a voz de Katherine do lado de fora de casa.

– Marylin... – Ela me chamava cantarolando. Desci as escadas parando em frente a porta. – Mary, eu sei que está ai, estou vendo sua sombra.

– Kathe, desculpa mas eu só quero ficar sozinha. – Murmurei com a porta fechada.

– Olha, eu sei como se sente, mas quero que saiba que se precisar você pode me chamar. – Ela tentou abrir a porta em uma tentativa em vão de girar a maçaneta.

– Obrigada, se eu precisar te chamo. – Esperei até que ela fosse embora e voltei ao banheiro para terminar o que estava fazendo.

Eu ainda insistia em choramingar a todo momento.

Eu estarei me arriscando de mais ao colocar meu plano em pratica. Mas eu precisava disso, eu precisava dar um fim a todo essa loucura, eu já não aguentava mais.

Vingança pode te cegar ao ponto de você pensar que só poderá continuar sua vida assim que ela for realizada, mas não. Vingança e o ódio são sentimentos que devem ser esquecidos no momento em que forem sentidos, pois assim, será mais fácil de recomeçar uma vida, pois não terá que reviver o momento que resultou esses sentimentos.

 Foi assim que me sentia todos os dias após descobrir o que realmente aconteceu com meus pais, eu senti tanto ódio que comecei a pensar que só poderia começar minha vida e ser feliz, após todos aqueles com o nome na lista estivessem muito mal.

– O ultimo nome da lista. – Sussurrei me lembrando do ultimo nome brutalmente retirado da lista que meu pai me mandara.

James sabia sobre seu pai o tempo todo, não podia ser outra pessoa a retirar o nome dele da lista.

Me olhei no espelho após secar meu cabelo.

Aquela garotinha do vídeo cresceu e adotou as características da mãe.

– Essa sou eu. – Murmurei para meu reflexo de olhos totalmente inchados. – Eu sempre vou ser essa Marylin.

                                                                     ~X~

Maquiagem forte, assim como eu tinha que agir. Sapatos altos e confortáveis, já que eu precisava estar a cima deles. Vestido preto, eu queria deixar bem claro todo o luto que eles deixaram em minha vida. Armada, eu estava vestida para matar.

Coloquei a caixa de prata com a fita, o envelope com o CD, e os documentos que seriam as segundas provas do crime, em uma bolsa grande que havia comprado a muito tempo atrás na Forever XXI.

Durante o dia, Richard telefonou inúmeras vezes, obviamente para saber sobre a demissão de Kate. Mas acho que isso é algo que pode ser resolvido hoje a noite.

Entrei no carro e antes de seguir para a Burning Flight, dirigi até o escritório da policia oficial de Londres.

– Olá, em que posso ajudar? – Uma mulher sorridente me atendeu assim que entrei.

– Eu gostaria de deixar isso para o sargento. – Sorri entregando o envelope.

– Tudo bem, assim que ele chegar eu entrego. – Ela encarou meus sapatos. – Qual o seu nome?

– Marylin Benson. – Sorri. – Bem, estou atrasada... obrigada de qualquer forma. – Sai de lá orando para que o Sargento não demorasse a chegar.

Vinte minutos foram suficientes para que eu chegasse na Burning Flight, estacionei meu carro na frente da panificadora que James tanto adorava, e esperei até o momento certo.

Tentei não chorar ao pensar em James novamente, eu precisava ser forte, eu precisava agir como a durona do colegial, ou como uma heroína, mesmo sabendo que eu não seria a mulher maravilha dos desenhos animados.

De longe pude ver Richard e Senhor Burn descendo de um carro prata e entrando na empresa, que estava com todas as luzes apagadas.

Cronometrei dez minutos para então entrar no meu antigo local de trabalho.

Tudo estava tão escuro que ver os degraus foi algo realmente difícil. Eu não seria estupida de usar o elevador, mesmo sabendo que subir as escadas seria algo de tirar o folego, literalmente.

Após alguns minutos subindo as imensas e inúmeras escadas, cheguei ao andar dos “ poderosos”. Recuperei meu ar, calcei novamente os sapatos e tentei ser a mais silenciosa possível ao caminhar até a sala de reuniões.

“Onde é que você está com a cabeça!” gritava meu cérebro ironicamente. Meu corpo tremia amedrontado, minhas mãos transpiravam, e meu coração estava extremamente acelerado, e não era por ter subido vários degraus.

Parei em frente a porta da sala de reuniões e congelei.

Comecei a pensar no que James diria se soubesse o que eu estava prestes a fazer. Com certeza ele diria algo como “ Você é louca Mary, como pode se arriscar tanto assim? Pra quê colocar tudo a perder?”, e eu teria a resposta na ponta da língua “ Eu só quero acabar com tudo isso para estar novamente ao seu lado!”, estremeci ao lembrar que estava totalmente desprotegida.

– Robert não podemos esperar mais alguns dias? – Richard murmurou um pouco inconformado. – As bombas ficarão prontas ainda essa semana, seria bom se esperássemos alguns dias após isso e ...

– Não, não, não! – Robert Burn, meu perturbado sogro, interrompeu Richard. – Para quê esperar? Assim que as bombas ficarem prontas serão instaladas nos aviões. – Eles comentavam sobre o novo ataque terrorista, que eu espero que não aconteça.

Respirei fundo ao notar minha respiração se descontrolar, ajeitei a arma em minha perna e me preparei para o show.

– Por você James...

– O que podemos fazer é...

– Olá rapazes. – Entrei na sala interrompendo Robert que me olhou assustado, como se ele não suspeitasse de nada, afinal, ele tinha total controle sobre meus atos. – Como puderam começar essa reunião sem minha presença? – Sorri teatralmente.

– Kate? O que faz aqui? – Richard ingênuo perguntou imensamente confuso.

– Marylin para você. – Blefei. – Eu estou aqui para lhe entregar algo Sogrinho. – Caminhei parando em frente a Robert, que sorriu com o canto da boca, assim como James fazia.

– Marylin, Marylin... você me surpreende cada dia mais. – Ele riu.

– Vocês se conhecem? Marylin? Marylin Benson? – Richard tentava entender o que estava acontecendo.

– Eu mesma. – O ignorei. – É o seguinte, eu lhe dou o vídeo, do qual prova que você é o culpado pela morte de meus pais e do atentado que quase aconteceu, e em troca...

– Isso não é um acordo. – Burn me encarou seriamente.

– Em troca você deixa James e eu em paz. – Murmurei com segurança na voz, porém com muita insegurança por todo meu corpo.

Ele se levantou e começou a andar por volta da mesa até chegar ao meu lado.

Sua mão fria tocou meu pescoço tirando a mecha de cabelo que estava ali.

– E porque eu faria isso? – Ele sussurrou em meu ouvido.

– Porque quer fazer mal a seu filho? – Eu o encarei furiosa, sem entender como um pai pode ser tão mal a ponto de odiar o próprio filho.

– Pelo mesmo motivo que ele quer me fazer mal.

– Mas você merece! – Meu tom de voz aumentou. – Você merece o desprezo infinito do seu filho.

Ele riu.

– Cuidado com o que diz Senhorita Benson. – Sua voz era grossa a ponto de fazer meus pensamentos fugirem de medo.

– Vou chamar o segurança! – Richard murmurou se levantando.

– Cala a boca e não saia daqui, idiota! – Burn gritou com Richard que fez o que ele mandou. – Eu deixo James em paz, mas não deixarei você. – Ele caminhou em direção contraria a minha, se afastando. – O que significa, cara Marylin, que vocês não ficaram juntos para sempre. – Ele sorriu.

– Você é doente! – Indaguei.

– É essa minha proposta. – Ele me encarou com expressões dignas de um vilão de primeira classe.

Eu queria soca-lo até ele ceder a minha proposta! Eu estava fazendo tudo isso para ficar ao lado de James, para recomeçarmos nossas vidas, para sermos felizes como pretendíamos. E agora tudo isso foi em vão.

 Eu não teria outra escolha a não ser aceitar. A felicidade dele era mais importante do que a minha, e sempre vai ser assim.

Dizem que quando se ama, você tem que deixar a pessoa amada encontrar a felicidade, não importa como você se encaixará na história.

Pensar em um futuro onde ele não esteja era algo que me destruía. Eu nunca cheguei perto de saber o que é ter alguém ao lado, que me ame, me respeite, me proteja... e quando eu finalmente encontro esse alguém, tenho que desistir dele.

– Eu aceito. – Murmurei sentindo uma lagrima escorrer pelo meu rosto.

– Sinto muito por isso Marylin. – Ele riu ironicamente. – Mas vamos ao que me interessa, onde está a maldita fita?

Sem dizer mais nenhuma palavra revirei a bolsa retirando dela a caixa de prata, onde a fita estava.

– O que é isso? – Ele murmurou irritado retirando a caixa de minha mão.

– Uma caixa. – Ele me encarou com os olhos pegando fogo. – Não me olha com essa cara não! Já aceitei sua proposta agora vê se colabora! – Gritei irritada.

– Seu pai devia ter te educado melhor. – Ele sorriu. – Ah! Esqueci que ele morreu antes de poder fazer isso. – Sua risada ecoou pela sala, fazendo Richard rir logo atrás de nós. – Onde está a chave? – Ele estendeu a mão com a palma aberta. Eu fiquei o encarando ainda não acreditando na piada de mau gosto que ele acabara de fazer. – Onde está a chave? – Ele repetiu mas dessa vez pausadamente.

Retirei meu colar, onde a chave sempre esteve pendurada, e entreguei a ele.

– Boa menina. – Ele abriu a caixa encontrando a fita. – Como saberei se está sendo honesta? – Ele me encarou desconfiado.

– Sério? Você me perseguiu durante meses e não notou que eu nunca fui a nenhuma gravadora, ou qualquer coisa do tipo? Aliás... nem deve existir um meio para copiar algo dessa coisa velha. – Blefei desviando meu olhar dele para Richard que permanecia sentado e calado. – Você tem mesmo medo dele? – Perguntei ao capacho do Robert.

– Você me enganou esse tempo todo. – Richard murmurou.

– Tuchê. – Meu desanimo era visível. – Agora você vai deixar James em paz? – Perguntei novamente. Robert gargalhou. – O que foi agora?

– Acha mesmo que vai seria tão fácil assim? – Eu realmente achei que estava sendo fácil, até demais. – Por favor Marylin, como pode ser tão estupida? – Ele continuou rindo.

– O que quer dizer com isso? – Mudei minha postura para algo mais agressivo.

– O que? Não pode deduzir por si só? – Ele ficou em minha frente. – Você agora será meu método para chegar até James e destruir aquela Máfia idiota! – Ele agarrou meu braço. – Você é meu jogo Marylin Benson.

Comecei a implorar a Deus para que o sargento já tivesse visto o vídeo e estivesse a caminho. É claro que isso fazia parte dos meus planos, eu não sou tão estupida como Robert Burn pensa.

– Richard! Pegaram eles! – Zoe entrou na sala de reuniões desesperada ao estremo. – A policia prendeu Ashton pelo assassinato da.... Khloe! – Ela me encarou assustada. Zoe estava transtornada, seus olhos azuis estavam vermelhos como se deles pudessem sair fogo a qualquer momento, sua maquiagem borrada, seu cabelo castanho estava bagunçado de um modo desesperador, sua roupa estava torta, e era visível a arma na cintura de sua saia. – Khloe! – Ela gritou me encarando.

– Marylin! – Corrigi-a.

– Zoe, acalme-se! – Richard pediu se aproximando dela.

Robert apertou meu braço com toda a força que ele devia ter no corpo.

– Você planejou tudo isso! – Burn trincou os dentes aparentemente se transformando em algum monstro que me comeria viva. – Você nos entregou a policia! – Ele gritou tão alto que meus tímpanos quase estouraram.

– Eu não fiz nada! – Gritei na defensiva. – Você sabe que eu não fiz nada! – Meu grito se tornou um sussurro, a dor em meus braços era imensa. – Robert, por favor... – Implorei.

Ele me jogou no chão, e começou a caminhar de um lado a outro pensando em algo para sair dessa situação.

– A culpa é dela? – Zoe olhou para Richard. – Foi ela não foi? Marylin... Como eu pude me esquecer dela? É claro! A órfã quer vingança não é mesmo? – Ela caminhou em minha direção retirando a arma de sua cintura e apontando para mim. – Eu vou ficar imensamente satisfeita se eu acabar na prisão após fazer uma boa ação e juntar você e seus pais no inferno! – Ela gritou furiosa.

– Quem vai pro inferno é você, inútil! – A encarei me preparando para sacar a arma a qualquer momento.

– Adeus Benson! – Ela riu como uma doente mental que precisava urgentemente ser tratada.

Peguei minha arma e em menos de dois segundos atirei em Zoe, que ao ser atingida na garganta disparou sua arma contra mim, me atingindo de raspão no braço.

– Estupidas! – Robert gritou.

Richard correu ao lado de Zoe, que lutava para respirar.

Robert me agarrou novamente, e aparentemente, ainda mais furioso do que estava minutos atrás, e eu pensava que isso não seria possível.

– Zoe! – Richard gritou após Zoe passar dessa para, eu espero, uma pior. – Desgraçada! – Richard tentou me atingir.

– Richard não é hora para se revoltar, deixa essa mulher ai e vamos sair daqui! – Robert gritou me levando para fora da sala de reuniões. – Agora Richard! – Ele ordenou.

Richard começou a andar rapidamente em nossa frente, apertando o botão do elevador que rapidamente se abriu.

Robert parecia tentar esmagar meu braço já machucado, enquanto Richard se controlava para não me estrangular.

– Para onde vão me levar? – Gaguejei.

– Para bem longe daqui, mas você não vai durar muito tempo, não se preocupe. – Robert parecia não estar brincando.

Entramos no carro de Richard, que começou a dirigir rapidamente para cada vez mais longe da Burning Flight, passando por lugar que eu nunca vi antes, caminhos que aparentemente jamais foram habitados por um ser humano vivo.

Eu nunca estive com tanto medo, e confessar isso só o aumentava. Robert agia como um animal, ele me encarava tão ferozmente que era difícil decifrar seus pensamentos.

Durante todo o trajeto, Burn gritava com Richard para que ele fosse mais rápido, e me direcionava palavras de baixo calão que fariam qualquer um pensar em suicídio.

Esse seria o meu fim? Acabar nas mãos de quem matou meus pais? Eu seria assassinada assim como minha mãe foi?

Pensar que eu fiz tudo errado, mais uma vez. Eu matei Zoe! Céus! Se analisarmos os meus atos desde que conheci a MB, desde que soube toda a verdade, eu estaria lado a lado com quem está na lista.

– Engole isso! – Robert ordenou que eu tomasse duas pílulas marrom.

– O que é isso? – Perguntei assustada.

– Agora! – Ele gritou, e assim eu fiz. – Boa garota.

– Eu não sou um animal! – Gritei cansada de ouvir as mesmas palavras. – Você já tem essa droga de fita, me deixa ir embora... – Minha voz falhou, meus olhos ficaram embaçados, e minha cabeça parecia pesar uma tonelada. –  O que... que... o que é...

– Boa noite senhorita Benson. – Richard Murmurou rindo.

Lutei para ficar acordada, mas em questão de minutos minha mente se apagou.


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Notas finais do capítulo

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* Não deixe de conferir minha outra história Perpé(tua)!
xx - JJ



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