Marylin escrita por Juliana Moraes


Capítulo 22
Without protect


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi, desculpem-me a demora a postar. Tempos realmente dificeis. Boa leitura!



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Gostaria de falar sobre Scott. Ele tem feito um trabalho muito bom, mas suas atitudes têm sido suspeitas...

Suspeitas? – Richard perguntou.

– Precisamos elimina-lo. – Ele riu entusiasmado.

A imagem ficou embaçada e rapidamente mudou para outro vídeo, dessa vez em minha casa, na noite em que minha mãe foi assassinada, e eu sabia disso pois minha mãe se abaixara no tapete da sala para guardar meus brinquedos enquanto eu cambaleava cantarolando para o banheiro. Meu pai acabara de desligar o telefone e foi em direção a minha mãe, a encarando tão apaixonadamente, e então... Richard e sua gangue entrou em minha casa após Michael derrubar a porta.

Eu sabia o que aconteceria em seguida, e eu não estava preparada para reviver todas aquelas lembranças.

Desliguei os aparelhos sentindo meus sentimentos explodirem em diferentes formas.

Eu não tinha lembranças nítidas de minha mãe, eu apenas conseguia lembrar de sua face depois de cair ao meu lado após ser baleada. Vê-la sorrindo no vídeo, minutos antes de sua morte, tão parecida com o meu antigo eu, tão linda... eu demorei muito para aceitar que ela se foi, que ambos se foram.  

Quando era mais nova, passava horas imaginando como seria minha vida se eles tivessem vivos, se nada disso tivesse acontecido... E é por esse motivo que odeio tanto Richard e todos naquela empresa.  Eles tiraram um pedaço de mim, tiraram os momentos bons que eu teria ao lado de meus pais, tiraram lembranças de minha infância, roubaram uma parte da minha vida.

A saudade crescia a cada dia, e conviver com ela já era algo pela qual eu estava acostumada, mas nunca irei estar totalmente a vontade com essa situação.

Uma mensagem de Katherine chegou no meu celular, perguntando sobre a ligação que eu já deveria ter feito.

Respirei fundo secando as lágrimas de meu rosto, e disquei os números do escritório.

– Alô? – Richard atendeu o telefone, seu tom de voz parecia calmo.

– Richard, aqui é Kate! – Murmurei com a voz firme. – Quero discutir sobre o acontecido de ontem.

– Kate, acho que me deve uma explicação sobre sua ausência na empresa. – Ele me interrompeu.

– Isso não é obvio? – Minha voz se mantinha normal, em um tom razoavelmente seguro, sempre na defensiva. – Richard, cheguei a pensar em pedir demissão após tal ato, um erro da sua parte, mas preciso desse emprego e tenho certeza que seria uma grande perda para a Burning Flight se eu fosse demitida. – Após os vídeos, eu não poderia pedir demissão.

– Tudo bem. – Ele respirou fundo. – Você está certa, foi um erro de minha parte e dou minha palavra de que não irá se repetir novamente.

– Assim eu espero. – Isso estava parecendo fácil demais.

– Me desculpe. – Ele parecia ser sincero.

– Amanhã voltarei para meu trabalho. – Desliguei o telefone sentindo minha voz modificar.

Eu tinha medo de acabar virando a vilã.

Mandei uma mensagem para Katherine.

Coloquei a fita de vídeo em minha bolsa, e sai da sala de vídeo, encontrando Jacob e James conversando no final do corredor.

– Droga! – Sussurrei.

– Marylin, o que faz aqui? – James perguntou caminhando em minha direção. – Está tudo bem? Você estava chorando? – Ele colocou a mão em meu rosto e franziu a testa preocupado.

– Eu ficarei bem. Jacob? – O chamei, fazendo com que ele viesse em minha direção. – Eu preciso mostrar uma coisa. – Murmurei assim que ele parou em minha frente. – Eu acho que já podemos acabar com tudo isso.

– E posso saber como? – Jacob cruzou os braços.

– O que está aprontando agora Mary? – James me encarou desconfiado.

– Isso não tem nada a ver com minhas ideias insanas. – Retirei a fita da bolsa e entreguei a Jacob. – Eu encontrei em uma caixa que meu pai me deixou.

– A caixa de prata? Como conseguiu abrir? – Jacob perguntou desconfiado.

– Eu sempre tive a chave. – Afirmei. – Pode verificar e me dizer que isso, finalmente, acabará com tudo? – Supliquei.

Jacob abriu a sala de vídeo e entrou junto de James, eu disse que ficaria do lado de fora pois não aguentaria ver a fita novamente.

Fiquei esperando do lado de fora, encostei na porta e consegui ouvir o começo do vídeo, decifrando quando o mesmo acabou.

– O que faremos sobre isso James? – Jacob perguntou para James, eu não sabia ao certo se ele tinha noção de que eu poderia ouvi-los. – Ele está envolvido nisso! – Ele parecia enfurecido.

– Eu não acredito! – James parecia ter socado algo, pois o barulho foi imenso. – Porque ele está fazendo isso? – Sua voz me deixou confusa sobre o que fazer.

– O que faremos James? – Jacob repetiu. – Podemos acabar com toda a empresa, podemos coloca-los atrás das grades.

– É o certo a fazer, não é? – James perguntou aparentemente mais calmo.

– Sim, mas ele é seu pai e não podemos agir agressivamente com familiares da MB. – Jacob murmurou um tom mais baixo.

Pai do James? Quem? Meus olhos arregalaram confusos.

– É ele quem está perseguindo a Marylin, não é? – James trincou os dentes. – Ele  quer isso, não é mesmo? Ele quer essa fita.

– Ele quer a fita. – Jacob confirmou. – Você viu o que ele fez com Khloe, você viu o que ele é capaz de fazer, ele só não fez isso até agora por você.

Cheguei a conclusão de que eles achavam que eu não poderia ouvir. Tudo bem, eu estava com o ouvido grudado na porta para tal ato, mas mesmo assim.

– Não, ele faz isso por ele mesmo. – James parecia chorar. – Ele ainda deve guardar muito rancor por minha mãe ter o abandonado, e só está esperando o momento certo para nos fazer sofrer, Marylin é a desculpa perfeita, é a única coisa que ele tem ligado a mim.

O pai de James era meu perseguidor, ele matou minha tia, ele matou Alisson, ele sabia cada passo que eu dava, tudo pela fita que prova sua culpa, o que me faz acreditar que o pai do homem que eu amo matou minha mãe, ajudou na morte de meu pai, me deixou órfã, e é dono da Burning Flight, empresa na qual ele sabe que eu trabalho.

Será que ele compartilhou toda essa sabedoria de perseguição a Richard?

Pensei em entrar e participar da discussão, mas obviamente outra ideia insana surgiu em minha mente.

Alguns minutos depois a porta se abriu, e eu fui pega no flagra.

– Marylin! – Jacob murmurou surpreso. – Você ouviu?

– Se não queria que eu ouvisse, falasse mais baixo. – Falei sem reação ao ver James com os olhos inchados. – James... – Eu o abracei.

– Me desculpa Marylin. – Ele sussurrou.

– Jacob, me dê a fita. – Ele me encarou desconfiado. – Me dê a fita! – Pedi novamente e assim ele fez.

– Por favor, tome cuidado com isso. – Ele começou a andar para longe de nós.

Segurei a mão de James, e começamos a caminhar em direção a nossa casa-chalé.

Nenhuma palavra saiu de ambas bocas. Ele parecia estar tentando entender tudo isso, ou até mesmo me culpar por tudo. Afinal, mais uma vez a culpa era minha, e eu estava causando sofrimento a ele.

Entramos em casa e eu corri guardar a fita no lugar onde achei.

Encarei James sentado no sofá, sua cabeça entre mãos que grudavam em seu cabelo, denunciando sinais de desespero e raiva.

Sentei ao seu lado. Eu sabia que ele gostaria de ficar sozinho, e por esse motivo não falei nem fiz nada, apenas fiquei ali, esperando ele se pronunciar.

– Se eu não fosse seu protetor nada disso teria acontecido, e ele nunca descobriria que você é Marylin Benson. – Após alguns longos minutos ele resolver dizer algo. – A culpa é toda minha, se eu não tivesse me apaixonado por você... – Ele balançava a cabeça em negação.

– Você não é culpado dos atos do seu pai. – Sussurrei abraçando delicadamente seu tronco. – Você não pode se culpar de ter entrado em minha vida. Se isso for culpa de alguém, amar, então a culpa é minha. – Beijei seu pescoço.

– Porque Marylin? – Ele perguntou. – Porque preferiu ficar aqui ao ter uma vida melhor em outro lugar?

– Porque se eu escolhe a segunda opção, eu teria que desistir de ter um protetor, e eu não podia ficar longe do cara que esbarrei na balada. – Ele riu baixo. – Eu fiz você rir. – Sorri em tom de vitória.

– Você sempre faz. – Ele beijou minha mão.

                                                                  ~X~

Dirigia de volta para casa, no meu carro super blindado, após um longo dia de trabalho. Richard pediu desculpas novamente, dizendo que aquela cena nunca se repetiria, e eu esperava isso de verdade.

O encontro de Katherine com Michael foi adiado para amanha. Aparentemente Richard pediu para que ele fizesse serviços extras, já que meu sogro, mais conhecido como O chefe da Burning Flight, estava na cidade. O que me preocupava e muito.

Entrei em casa, e senti um grande vazio tomar conta de mim.

– James? – O chamei. – James, está ai?

Percorri todos os cômodos em busca dele, mas não o encontrei. Voltei ao quarto e notei um papel em cima de meu travesseiro.

Marylin...

 Não sei como começar uma carta, então por favor não me julgue.

Eu pedi demissão. Eu não faço mais parte da tão poderosa Máfia Britânica, eu não sou mais o seu protetor... protetor que somente te prejudicou, e por isso peço perdão novamente.

Baby, eu amo você, eu realmente te amo! E por esse motivo resolvi partir.

Eu não quero que sofra, não quero te ver mal, então por favor, não pense em mim, não pense em nós.

Isso vai ser algo difícil de ser feito, mas Mary... é para o seu bem.

Eu espero que isso tudo acabe e que a gente possa ficar juntos, mas espero que entenda que eu não posso ficar enquanto tudo isso estiver acontecendo. Eu não posso fingir que esta tudo bem quando você está caminhando em direção a uma bomba, mas ninguém tem controle sobre seus atos a não ser você mesma. A decisão é e sempre foi sua.

Eu vou te esperar até o fim do mundo, mas agora... eu apenas não posso!

Por favor, fique em segurança, Nick, Jacob, e Katherine estarão ai o tempo todo para te proteger.

Me desculpa...

Espero que isso não seja um Adeus. 


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Notas finais do capítulo

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