Eterna Vingança escrita por AngelSPN


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Meus queridos leitores, apresento-lhes o final de mais uma de minhas fics, espero que curtam o desfecho final. Beijos amados amigos!



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Dean Winchester desviou do segundo golpe consecutivo da mulher, porém sentia que seus movimentos estavam cada vez mais lentos, devido aos ferimentos dos constantes ataques. Com o terceiro golpe o loiro atirou-se ao chão, sentindo o corpo inteiro doer. A dor mais aguda na região do abdômen, onde o sangue escorria entre a pressão de seus dedos. Não havia mais como correr, como se esconder. Suas forças se esvaiam a cada defesa, seus olhos estavam ficando embaçados, e um maldito sono da morte se aproximava, nem tão lentamente desta vez. O loiro continuava sua tentativa de luta, empurrando o corpo nas folhas ao chão. Dean ouviu o barulho de plástico e encontrou o pergaminho que tinha pego caindo de seu bolso. Foi quase que instantâneo a parada da mulher ao ver o que o loiro segurava. E Dean percebeu a reação da Kuchisake.

— Tem medo disto, sua vadia? — ele não tinha certeza, porém tentava ganhar o máximo de tempo que podia.

A mulher apenas ergueu a espada, não havia chance de desviar e o loiro fechou os olhos verdes, esperando o final de toda aquela tortura. A morte abria-lhe os braços, como se o esperasse a muito tempo. A Kuchisake desceu a espada contra o homem caído aos seus pés e o horror em sentir uma energia, ou melhor, uma barreira invisível que protegia o rapaz contra sua espada a deixou enfurecida. Golpeando aleatoriamente tentando de todas as formas atingi-lo.

Dean ficou imóvel sem entender absolutamente nada, porém conhecia aquela voz que recitava algum encantamento em japonês, e isso encheu seu coração de alegria.

— Bobby! — Dean deixou um grito entorpecido pela dor escapar de seus lábios, onde uma fina linha de sangue escorria.

Bobby avistou seu garoto caído, muito próximo da Kuchisake. Não poderia se dar ao luxo de analisar a situação e nem seu lado emocional o atrapalhar, teria que manter a concentração e tentar evitar a fúria da mulher sobre o loiro indefeso. Sam estava logo atrás e ver seu irmão vivo, mesmo que estivesse tão machucado, já lhe era suficiente. Bobby havia lhe orientado, queria ele mesmo poder fazer o feito, mas era Dean quem estava com o pergaminho.

O xerife e seu assistente avançaram contra a mata fechada, até pararem subitamente e presenciarem a fúria da mulher de vermelho. A cena que se desenrolava a frente dos dois os deixaram apenas como meros espectadores, Sam viu o policial empunhar a arma. Se o policial atirasse colocaria a todos em sérios apuros. E com sussurros e movimentos lentos, implorou para que não reagisse. O xerife tremia com arma empunho, sabia o que via, e que não era desse mundo. No entanto ele tinha que fazer alguma coisa e antes de puxar o gatilho seu assistente Todd pousou a mão sobre o cano do revolver, na tentativa de convencer seu chefe.

—Senhor por favor, vamos confiar no rapaz.

Um brilho de compreensão perpassou nos olhos do policial, que relutantemente abaixou a arma, e esperou cautelosamente o momento certo de agir, caso houvesse essa ocasião.

Bobby ergueu os olhos ao moreno e acenou com a cabeça, Dean entendera que devia fazer alguma coisa, ainda não sabia o que seria, mas aguardava as instruções de Sam Winchester.

— Dean — começou o moreno em sussurros — A Kuchisake Onna está concentrada em você por causa do pergaminho, não posso contar-lhe os detalhes. Ao meu sinal você terá que... — o moreno sentiu as palavras ficarem mais difíceis, sabia que o irmão estava muito ferido e o que estava prestes a lhe pedir o poria em um real e imediato perigo, engoliu a saliva e continuou sua explicação — Cara, tome cuidado... terá que ser rápido e colocar o pergaminho na testa da Kuchisake Onna.

Um silêncio entre os humanos se fez, só os gritos da mulher enfurecida e cega com a presença dos demais, se ouvia. Dean apenas concordou, pegou o pergaminho e com o apoio da outra mão tentou levantar-se. Como lhe era dolorido apenas o esforço de levantar-se, sua carne queimava e a tontura lhe fez cair de joelhos e Sam Winchester deu um passo a frente, teria que ajudar o irmão. Ele sozinho não teria chance de se esquivar dos golpes e atirar o pergaminho na testa da assassina. E Bobby que estava atento a tudo, impediu o moreno de dar mais nenhum passo sequer.

— Sam se você sair da linha de proteção ela nos verá e matará a todos nós. Não torne as coisas ainda mais complicadas garoto — o velho caçador sabia o que se passava na cabeça do jovem, porém as emoções teriam que ser deixadas de lado. Olhou para Dean e deixou um sorriso lhe encorajar.

—Está tudo bem Sammy, está tudo bem. Eu consigo, confie em mim. Bobby ao seu comando... ao seu comando — o loiro sentiu o mundo girar lhe sobre seus pés e curvado segurando o abdômen manteve-se, analisando os golpes que a mulher repetia freneticamente enlouquecida. O loiro estudou rapidamente as saraivadas de golpes e entre o terceiro e o quarto golpe ela mudava a espada de mão, não seria tão difícil se estivesse com seus sentidos normais.

A criatura, a sua frente tendo a sua forma ainda mais borrada, de forma tão repentina, deixou o caçador loiro receoso.

—Maldição — Dean esfregou os olhos no intuito de ver melhor e encarou os olhos do irmão mais novo apreensivo. O loiro encontrou neles a força que precisava e voltou a acenar para Bobby.

O velho caçador entendeu o receio de Dean, e agiu rapidamente com as palavras. Com a troca de encantamento abrupto, a Kuchisake Onna, virou-se para os presentes. Sua boca rasgada pareceu ganhar um tom ainda mais rubro e assustador.

— Dean, agora! — Sam gritou ao ver o balanço da cabeça de Bobby, o sinal que haviam combinado quando se encontraram na floresta.

A Kuchisake Onna pareceu entender a armadilha e com os olhos fulminantes de ódio tentou virar-se rapidamente para acabar com o homem que possuía o único artefato para aprisioná-la. Dean Winchester a segurou por trás e colocou o maldito pergaminho com as inscrições na testa da mulher e ao mesmo tempo a dor em seu abdômen triplicou. A Kuchisake Onna se vendo encurralada cravou sua espada contra sua própria barriga, transpassando-a e acertando seu oponente. O espírito, que detinha um corpo quase sólido, começou a se esvair e tornar-se um fluido vermelho e denso sendo absorvido pela espada caída ao chão, ao lado do corpo do loiro.

— Dean! — Sam e Bobby correram para ajudar o loiro, enquanto o policial Todd chamava a ambulância, dando todas as coordenadas do local.

Os dois policiais não sabiam o que iriam dizer em seus relatórios, apenas tinham a certeza de que Carson, não havia enlouquecido.

O loiro respirava com extrema dificuldade, suas mãos apertadas aos de Sam, que tinha o rosto banhado em lágrimas, depositava palavras encorajadoras ao irmão mais velho.

—Você conseguiu irmão. Mais uma vez você salvou o mundo dessa criatura assassina. Agora sou eu que colarei todos seus caquinhos, eu que te protegerei, ok? — a voz emotiva do moreno tomou o coração do caçador em seus braços.

Dean tentava retribuir o carinho, só que as palavras não saiam. Talvez fosse a hora de morrer e ir para o inferno. Assustou-se com esse pensamento. Sempre deixava transparecer que não se importava em ir para o inferno, agora estava com medo. Medo do que pudesse se tornar. A luz que Dean visualizava nos olhos do caçula, fora e será o motivo de protegê-lo. E, naquele momento, com o sol subindo no horizonte, e banhando a todos em um abraço caloroso, o loiro sabia que não era o fim. Não ainda. Tinha que ensinar muitas coisas ao seu irmão pentelho.

—Não... não vou morrer S... Sammy. Não... sem mulher bonita..para me segurar, hã! — aquele sorriso vagabundo, era tudo que o moreno queria ver, e apertou ainda mais as mãos do irmão nas suas, até ouvir as sirenes.

—E eu jamais deixarei você morrer...

¥¥¥

A vida em Duluth voltara ao normal, os policiais haviam dado o caso encerrado após “matarem” o assassino que caíra ao fundo do lago. Carson voltara a exercer sua função, agora que sabia a verdade e que não estava louco, sua consciência adquirira uma nova abertura para o mundo sobrenatural. Maoko após várias cirurgias e assistência, voltara ao Japão. Porém jamais ficara sozinha e sem acompanhamento médico.

Sam Winchester observava o irmão dormindo no leito do hospital, passara-se quinze dias após os acontecimentos com a Kuchisake Onna. Dean havia passado por maus bocados e ainda estava em recuperação, o moreno aproximou-se colocando sua mão no braço do irmão adormecido.

—Irmão, vou lutar com todas as minhas forças para te livrar deste pacto. Você não vai para o inferno, eu prometo.

Sam saiu silenciosamente, entrou no impala e seguiu para a encruzilhada. Sua ideia era invocar o maldito e ameaçá-lo e livrar Dean do pacto. Com a arma que mata demônios em seu poder, tinha certeza que poderia negociar. Mesmo Dean sendo contra. Se fosse o inverso, o loiro faria o mesmo pelo irmão. Sam esperou a vinda do desgraçado da encruzilhada, suspirou e o vapor em sua boca denunciava o quanto estava frio naquela noite. Não havia sinal de nada, nem ao menos os grilos ou qualquer outro som se escutava, até que a voz da mulher de olhos vermelhos o chamou a atenção.

— Ora, pequeno Sammy Winchester. Estou comovida. Seu irmão veio me ver, mas você... nunca tive o prazer. Em que posso servi-lo, Sam? — a mulher de vestido negro deixou os olhos ainda mais flamejantes.

Sam sorriu e empunhou a colt, antes de dizer:

—Pode implorar pela sua vida.

—Estávamos tendo uma conversa tão sadia — a mulher de cabelos negros sorriu — E você tinha que cortar o clima.

—Se eu fosse você, parava com suas piadinhas e ficaria com medo — Sam controlava a vontade de descarregar as balas na mulher.

— Não é do meu feitio ter medo de ratos — o demônio sorriu — Essa colt nem é a verdadeira, é?

Desta vez Sam deixou os alvos dentes a amostra, e nesse instante a mulher soube que era a verdadeira colt a sua frente.

—Onde a conseguiu? Ah, claro. A vadia da Ruby, a batata dela está assando. E terá o que merece. Pode contar com isso.

— Já chega. Vim para fazer uma oferta. Deixe Dean fora desse pacto agora. Eu vivo, ele vive, você vive. E todo mundo vai para a casa feliz. Ou...— Sam engatilhou a colt — Você para de respirar permanentemente — o moreno mantinha os olhos fixos e com um sorriso no rosto na mulher que titubeou por alguns segundos.

—Desculpe, benzinho, mas seu irmão não pode sair dessa.

— Todo pacto pode ser desfeito — Sam continuava mirando a mulher que caminhava ao seu redor, sem demonstrar medo algum.

—Esse não — a morena sorriu ao virar-se de frente para o caçador.

—Tudo bem! Então irei matá-la e o pacto já era.

—Errou — o sorriso de Sam agora morria em seus lábios.

— O quê?

—Sam, eu sou somente uma vendedora. Como qualquer outro eu tenho um chefe. Ele possui o contrato, não eu. E ele quer muito a alma de Dean. E acredite, ele não vai entregá-la.

— Está blefando.

—É? Atire em mim, se isso for te fazer feliz. Mas o pacto ainda vai valer. Quando chegar a hora do Dean, ele vai morrer, e sua alma vai direto para o inferno. Onde torturas inimagináveis o esperam. Dê o recado para ele, será bem pior desde a sua última visita*.

—Quem é seu chefe? Quem possui o contrato do meu irmão? — perguntou Sam baixando a arma.

—Ele não é tão fofinho quanto eu, isso eu lhe garanto.

— Quem é? — Sam estava ficando impaciente.

—Isso eu não posso lhe dizer. Lamento Sam, mas não há como escapar dessa enrascada. Não dessa vez — a mulher sorriu.

Sam Winchester sem titubear atirou na cabeça da mulher de preto. No orifício da testa dela brilhos de fogo tomaram sua face e o demônio, deixou de existir. Sam assistia com satisfação o breve sofrimento da mulher.

—Ninguém vai levar meu irmão, sua vadia! — e voltou para o impala, decidido a lutar pela vida do irmão mais velho.



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Notas finais do capítulo

E então amores!! O que acharam? Espero pelas criticas/elogios e o que quiserem. Beijos e até um próximo momento na aventura dos Winchester.

* O demonio da encruzilhada faz referencia ao tempo que Dean teve no inferno, para isso leia O erro de John Winchester
http://fanfiction.com.br/historia/190393/O_Erro_de_John_Winchester



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