Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 5
Evitando




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– Grover? Grover? GROVER! – Annabeth gritou acordando o sátiro.

– TÔ AQUI PÃ! TÔ AQUI! CADÊ O CAFÉ?! – ele disse acordando assustado.

– Não Grover, não é Pã. É Annabeth. – ela disse cutucando o amigo.

– Ah... algum problema? – ele perguntou, acordando. – POR FAVOR, DIGA QUE ESTÁ CHOVENDO ENCHILADAS?! – disse achando que era um sonho.

– Creio que não está nem chovendo. – ela respondeu franzindo a testa.

– AWN... – reclamou.

– Anda menino bode, preciso da sua ajuda! – ela disse puxando o braço do sátiro.

Annabeth e Grover foram para o pavilhão e sentaram à mesa de Atena, com Grover quase dormindo e Annabeth quase que lhe dando umas tapas.

– Que foi? Que horas são? – resmungou.

– Cinco e quatorze. – respondeu.

– Sério que você me acordou às cinco da manhã? E PRA QUE? – Grover reclamou.

– Shiu! – ela disse tampando a boca dele. – Eu conto, mas me prometa que irá manter segredo.

Ele balançou a cabeça positivamente. Annabeth contou o que ocorreu, só não mencionou o fato de que Andrew era gato e mexia um pouco com ela. A meio-sangue desejou que Grover não tivesse notado seus sentimentos.

– E você me acordou às cinco da manhã pra que? – ele disse irritado.

– Bem, eu preciso de ajuda!

– Eu entendi essa parte, mas porque não me contar, tipo, sei lá... na hora do café?! – ele disse irritado por causa do sono.

– Grover, eu preciso que você tire o Percy daquele chalé assim que ele acordar! Só assim eu poderei falar com o Dylan.

– Quer meu conselho?

– Não.

– Vá falar com Percy. Diga a ele a verdade, conte que foi um mal entendido e que Dylan viu algo e julgou sem antes saber.

– Não, meu plano é melhor! – disse dando de ombros.

– Annabeth! – exclamou. – Engula seu orgulho! Ou seja lá o que for e vá falar com ele! Deixe de ser covarde!

Annabeth já estava fuzilando o sátiro com os olhos, querendo matá-lo. Algo no seu inconsciente dizia que Grover estava certo, mas ela prefere seguir suas próprias ideias.

– Grover. Sério. Ajude-me.

– Não. Não sei qual é o seu problema e o problema daquele lá. Se amam e demoraram cinco anos para ficarem juntos. Os dois querem avançar na relação e nenhum dos dois diz nada! Annabeth acorda minha filha, você é filha de Atena e ele de Poseidon, nenhum dos dois é de Apolo pra tarem aí prevendo o futuro e morrendo de véspera que nem peru! – Grover disse já perdendo a paciência com os amigos.

– Como assim “avançar na relação”?

– Pegasse a burrice do Percy, só pode ser! – ele disse levantando e deixando o pavilhão.

Ela ficou ali pensando até que começaram a surgir campistas, olhou para o relógio e resolveu ir para o chalé 3. Bateu na porta, mas não ouviu nada, só conseguia ouvir o barulho do mar vindo de dentro do chalé. Até que se ouviu passos, Percy abriu a porta com cara de sono, coçando a cabeça, bocejando e com os olhos meio entreabertos por causa da luz, estava sem camisa e só usava a calça do pijama, o que o fez ter marcas do lençol e do forro da cama em seu tronco. Ele ficou surpreso ao ver a namorada.

– Sabidinha? Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou com voz de sono e tentando abrir mais os olhos.

– Er... não. Mas nós, bem... er... precisamos conversar Perseus. – ela disse meio sem graça.

Ao ouvir o próprio nome, Percy sentiu um calafrio na espinha. Annabeth nunca o chamara de Perseus.

– Uau, a conversa é séria mesmo, pra você tá me chamando pelo meu nome. – ele disse esfregando os olhos.

– Percy...

– Tá. Agora me deixa ao menos escovar os dentes e trocar de roupa. – ele deu um beijo na testa dela e fechou a porta.

Annabeth ficou sem reação, estava zangada com ele e já ia embora quando Percy saiu com um nécessaire azul e uma toalha de rosto. Havia um tridente desenhado com caneta azul no objeto branco, o que lembrava à Annabeth as canetas que Rachel usa para rabiscar suas calças; isso a fez ficar com ciúmes. Ele colocou o braço no ombro dela e eles foram andando até os banheiros e chuveiros. Ela mentiu dizendo que tinha que ajudar um novato e que encontrava com ele no pavilhão. Enquanto caminhava de volta para o chalé de Atena, viu Andrew saindo correndo do chalé de Apolo até o chalé em frente.

– Bom dia raio de sol! – ele disse, galã.

– Em primeiro lugar, você é que é filho do deus do sol, não eu! Em segundo lugar, vá para o tártaro! – ele disse abrindo a porta do chalé 6, mas Andrew se jogou na porta impedindo a passagem.

– Sério? – ela perguntou, incrédula.

– Ah, sabe como é né! Você é gostosa! E bem, eu sou gostoso e quente! Quer combinação melhor que isso? – ele perguntou com aquele sorriso perfeito.

– Dá o fora! – Annabeth disse tentando tirá-lo de frente da porta.

Andrew terminou saindo por conta própria e ela entrou, mas o ouviu dizer antes que ela pudesse fechar a porta:

– Você sabe que me quer!

Annabeth foi para o pavilhão sem nenhum pingo de paciência. Não conseguiu nem conversar com Percy direito e quase estourou o prato no chão quando viu que o namorado estava tendo uma conversa séria com o irmão e Dylan não parava de olhar para ela durante a conversa. Percy também pareceu péssimo ao ouvir o que o irmão menor tinha a dizer. Ela terminou saindo do local antes de terminar a comida, só para evitar falar com o filho de Poseidon. Programou o máximo de atividades extras possíveis em seu tempo livre e terminou jogando vôlei com os filhos de Afrodite. E teve sorte, já que Andrew não a incomodou pelo resto do dia. Ao fim do jogo, ela foi falar com uma das poucas meninas legais do chalé sete.

– Sunny, oi. – disse Annabeth chegando perto da menina.

– Annabeth olá! – Sunny disse, entusiasmada.

Sunny tinha cabelos iguais ao de Andrew, cacheados e loiros, parecendo um anjo. Mas tinha os olhos de um azul escuro forte, sardas e usava óculos, o que fazia com que ela fosse diferente dos “belos e gostosos” filhos do deus do sol. Tinha tinha um estilo de roupas que lembrava Rachel: sempre calças ou shorts jeans, all star, as camisas do acampamento sempre estavam meladas de tinta ou tinha alguma camisa xadrez por cima da tradicional camiseta laranja do acampamento e sempre com alguma boina ou cachecol de assessório. Mas Sunny estava apenas usando short de surfista e parte de cima de um biquíni azul, que ressaltava seus olhos. Apesar de que havia manchas de tinta nos antebraços.

– Posso te fazer uma pergunta pessoal? – disse Annabeth sem jeito.

– Ah fofa, precisa de ajuda com desenhos para fazer um mapa? – ela perguntou com seu jeito meigo e amigável.

– Não é isso. – Annabeth corou. – É... podemos conversar em um lugar mais reservado?

– Claro!

As duas terminaram indo para os campos de morango, enquanto alguns sátiros e semideuses colhiam os frutos.

– Eu adoro morangos! Já os usei em alguns quadros! Não são exatamente vermelho vivo, mas fica um efeito legal. – ela comentou.

– Sunny... o que você sabe sobre Andrew Summers? – perguntou Annabeth de supetão.

– Ah... conhece muitas músicas. Mas não se encaixa no meu gosto não, ele prefere pop e eu gosto dos clássicos. Beethoven, Bach... sabe, o mesmo gosto musical que você. – sorriu.

Assim como todos os filhos de Apolo, Sunny tinha um sorriso lindo e iluminado, mas ao contrário dos demais do chalé, ela não ligava para isso. Tinha bem uns dezesseis anos e lutou braviamente no ano anterior, segundo Quíron; se bem que Annabeth nunca a vira lutar, Sunny sempre estava no mundo da lua ou pintando. Era a exceção do chalé 7.

– Eu não me referi ao gosto musical dele. – disse Annabeth esperando que Sunny tivesse deixado de ser mais lesa que o Percy.

– Ah. Sei não! O guri veio contigo na van! Por falar nisso, espero que esteja melhor, flor! – entusiasmada e carinhosa como sempre.

– Estou sim, obrigada. Mas vocês são meios-irmãos... dividem chalé, puxam a cantoria na fogueira, sabe, fazem todas as refeições do dia juntos...

– Ah é né! – ela disse pegando um morango e mordendo. – Bem... ele é meio “eu sou o centro do mundo”, fica competindo com os meninos de Afrodite pra ver quem é mais bonito. Tipo, todo superficial e fútil!

Annabeth encarou os próprios pés, ela sabia disso. Mas queria saber de um podre dele para ver se conseguia mantê-lo longe.

– Não me diga que está a fim dele? – Sunny disse arregalando os olhos.

– O QUE? NÃO! NÃO! NÃO! Eu namoro o Percy! – Annabeth se assustou.

– Dica de amiga, Annabeth, fique com o Percy, ele é gente boa pra caramba! O Andrew é um idiota! – Sunny disse comendo outro morango.

– Eu sei. É que... – terminou contando o que aconteceu. – Entende?

– É uma boa ideia! Pegar um podre dele e usar ao seu favor! Vou ver se consigo isso! Conheço um menino de Hermes que o melhor amigo dele é filho de Nêmesis e eles descobrem tudo sobre todo mundo, basta encomendar.

– Como é que você sabe essas coisas? – Annabeth perguntou se surpreendendo com a menina.

– Ah fofa, eu moro aqui integralmente desde os sete anos! E sou amiga de todo mundo! – a menina disse, piscando.

– Então... pergunta a eles o preço que eu te pago.

– Imagina Annabeth! Você é super legal comigo! É a única do chalé de Atena que não me chama de retardada! O que são alguns dracmas, certo?! – ela disse comendo mais um morango.

– Meus irmãos o que? – Annabeth perguntou ficando com raiva.

– Eu não ligo fofa! Já me xingaram de coisas piores! E tem mais, você e o Percy são tão fofinhos juntos! Farei o que puder para ajudá-la! – Sunny exclamou com um sorriso.

Annabeth deu um abraço nela e elas terminaram embarcando numa conversa sobre clássicos da literatura. Depois do jantar, Annabeth bateu novamente na porta do chalé de Poseidon. Mas ninguém abriu, ela ouviu passos nervosos dentro, mas ninguém foi até a porta.

– Percy eu sei que você está aí! Abre logo essa porta! – Annabeth disse batendo novamente. – Perseus Jackson abra a maldita porta ou eu vou chamar alguém de Hefesto! Ou pior, vou chamar a Thalia para explodir esse chalé!

– Eu o que? – Thalia perguntou passando.

– Ah... – Annabeth disse sem nem mesmo entender o que havia dito.

Thalia estava indo para o chalé de Zeus. Annabeth olhou ao redor e viu Nico entrando no de Hades, Rachel entrando na gruta e muitos campistas retornando para seus chalés.

– Ah... me ajuda a arrombar a porta? – Annabeth disse apontando para o chalé.

– Por Zeus, O que aconteceu? – Thalia perguntou.

– Percy está me ignorando.

– Isso é novidade. O que você fez?

– Ei! Porque eu tenho que ser a culpada? – Annabeth exclamou.

– Por que do contrário ele é quem estaria feito um idiota implorando para falar com você lá do outro lado! – Thalia disse apontando pro chalé seis. – Qual é Annabeth, sou sua melhor amiga, desembucha!

– Só vou falar algo depois que o Percy abrir essa maldita porta!

– Tá ligada que tu tá fazendo uma cena e que tá parecendo filha de Afrodite?! – Thalia disse.

Annabeth olhou para os olhos da amiga e terminou saindo dali sem dizer nada, emburrada e batendo tão forte os pés que quase fez buracos no chão. Ela fechou a porta do chalé de Atena com tanta força, que o barulho se estendeu por todo o acampamento. Thalia então bateu na porta.

– Que foi? – disse Percy abrindo.

– Pode falar o que aconteceu antes que eu me irrite e dê um choque nós dois! – ela disse firme.

Percy bufou e terminou contando.

– Isso não parece nada com a Annabeth!

– Thalia, não a defenda!

– Por quê? Porque ela é minha melhor amiga?

– É! Eu sou seu primo!

– E daí? Deixa de ser idiota, eu vou defender quem estiver certo!

– Thalia...

– Calado Jackson! Amanhã vocês dois terão uma conversa e calado! – disse ela quando Percy abriu a boca. – Não quero saber! Vocês irão conversar amanhã! Seja lá quem te disse isso... você deveria parar de acreditar no que os fofoqueiros daqui falam! Deveria logo ter falado com ela, seu imbecil!

– Thalia, quem disse foi o Dylan.

– E daí? Acha que eu acredito no que a Skylar fala? Deixa de ser lesado Percy! Só porque ele viu uma coisa, não quer dizer que seja toda a história!

– Thalia...

– Calado! Até amanhã lesado!

Thalia saiu andando até o chalé 1. Percy bateu a porta com força e se sentou no chão, com raiva.

– Você acredita em mim? – Dylan perguntou.

– Claro que acredito. Mas Thalia estar certa. Eu deveria ter falado com Annabeth primeiro antes de ficar pê da vida com ela. A Sabidinha não é disso, deve haver alguma explicação.

– Desculpa Percy, eu não queria que vocês terminassem. Adoro vocês dois e juntos.

Percy deu um fraco sorriso e mexeu no cabelo dele.

– Vá dormir. Isso é assunto para amanhã!

– Boa noite Percy.

– Boa noite Dyl.

Dylan apagou a luz e Percy ficou ali sentado por um tempo até ir para a cama e pegar no sono. E naquela noite, houveram pesadelos.


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