Nico se lembrou das palavras de Bianca. Percy precisava da ajuda dele. Nico não ia deixar que seus amigos morressem porque Hera não aceitava os chifres. Ele se concentrou, mesmo com os olhos abertos pelos guerreiros invisíveis e o chão começou a tremer, a tremer muito. Parecia que ele era Poseidon e estava causando um terremoto. Então Hera parou de brilhar (feel like Zeuza Fabulosa) e teve que lutar contra os guerreiros esqueletos que surgiram para atacá-la, com isso, obviamente que Nico desmaiou. Thalia, após sua visão normalizar, correu até Annabeth, que estava desmaiada nos braços de Percy, ela checou a pulsação dos três. Felizmente, estavam vivos, mas com a hemorragia de Percy, talvez ele não durasse muito tempo. Thalia não tinha néctar nem ambrósia, então começou a orar para Apolo e Hermes, ela sabia que eles estavam ocupados, mas Ártemis havia prometido todas as bênçãos necessárias.

– Por favor, Hades, não leve embora o que sobrou da minha família. – a Caçadora chorou.

Hera então perdeu a paciência e fulminou os soldados de Nico, deu um sorriso psicopático para a afilhada. Uma raiva imensa surgiu em Thalia, ela nunca tinha sentido tanta raiva assim, pegou Modercostas e correu para cima de Hera, que fez uma espada surgir em suas mãos e Thalia não poupou a deusa. Parecia mais ser Clarisse do que Thalia, pois a fúria com que a menina lutava era igual a Ares em guerra. Hera se surpreendeu de estar perdendo para a menina e tentou trapacear fazendo com que os guerreiros invisíveis atacassem Thalia, mas a garota estava “possuída” pelo espírito da luta e conseguiu vencer, mesmo sem nem conseguir ver os adversários, o que assustou Hera.

– É tudo o que tem? – Thalia provocou.

O rosto da deusa ficou vermelho de raiva, ela partiu para cima de Thalia, espada contra espada, Hera tentava sempre atacar os flancos, mas Thalia foi bem treinada, podia nunca ter lutado contra um deus, mas foi ensinada por Luke. Hera então recuou.

– Que foi madrasta querida? Tá com medinho é?! – Thalia riu.

Hera então atacou Thalia com toda a força e conseguiu jogar a menina no chão, estava prestes a cortar a garganta dela, quando uma flecha atingiu o pescoço da deusa, que mesmo imprensando Thalia contra o chão, virou a cabeça de modo muito sinistro para ver quem atirou. Annabeth mal se mantinha em pé por causa dos cortes nas pernas, mas tinha determinação em seu rosto, Percy se apoiava em Nico, o sangramento havia estancando e a ferida na perna estava cicatrizando como mágica.

– Isso é impossível. – Hera disse abismada.

– Nada é impossível para nós semideuses. – Annabeth conseguiu sorrir.

– Se quiser me matar, rainha das vacas, terá que fazer muito mais do que me dar hemorragia, afinal, eu sou o salvador do Olimpo, não irei entregar minha vida assim tão fácil! – Percy provocou.

Hera ficou sem palavras, Percy cuspia sangue, mas não estava à beira da morte. Annabeth mal se aguentava em pé, mas não abaixava o arco. Nico deveria estar dormindo por causa do tamanho esforço que fez, mas estava acordado e pronto pra outra.

– Quer nos matar, Rainha Hera, vá em frente. Somos só quatro semideuses, mas nosso legado irá permanecer para as gerações futuras. – disse Annabeth.

– Sabidinha, dá ideia não! – Percy exclamou.

– Seus pivetes! – Hera gritou largando Thalia e partindo pra cima dos outros três.

– TÓRA! – Nico gritou. (quer dizer "agora" em grego)

Thalia (com todo o medo do mundo) levantou voo e trovões foram ouvidos, raios partiram na direção da menina que concentrou toda a energia nas mãos, estava parecendo a Tempestade do X-Men. Nico e Percy se afastaram e Annabeth percebeu que era hora de recuar. Viu-se sombras nos olhos de Nico, ele fez um gesto com as mãos e as tochas do local pareceram vulcões em erupção de tão alto que o fogo estava, vários cães infernais apareceram, incluindo Sra. O’Leary. Percy usou o que lhe restava de força, fechou os olhos e se concentrou, a sensação era de que seria desintegrado e vaporizado, mas conseguiu fazer com que o chão tremesse e não foi qualquer terremotozinho não, foi um grande, até demais. Nos olhos de Thalia passavam correntes elétricas, nos de Nico almas e nos de Percy água. Annabeth teve que correr para as arquibancadas para não levar toda a carga.

– SINTA A FÚRIA DO RELÂMPAGO! – Thalia gritou.

– SINTA O PODER DO REI DOS FANTASMAS! – gritou Nico.

– SINTA A IRA DO CABEÇA DE ALGA! – Percy sendo Percy.

– Sério?! – disse Annabeth.

Os três primos ordenaram e seus poderes atacaram. Os cães partiram com tudo para cima de Hera, Thalia pareceu o Pikachu e Percy fez surgir água do nada e afogar ela, Thalia ordenou que os raios eletrocutassem a deusa e ela ainda foi destroçada por cinquenta cães infernais. Com isso, os três caíram no chão, com força zero e Annabeth correu até eles.

– MAS QUE TÁRTAROS?! – Zeus gritou.

Ele, os demais deuses, Clarisse e Chris estavam na entrada da arena, quando viram Hera ser eletrocutada numa bolha d’água e sendo triturada por cães infernais.

– Isso é o que as pessoas ganham quando mexem com a minha namorada. – Percy disse quase desmaiando.

– Era pra ter sido fofo? – Nico perguntou sarcástico.

– Deixa pra lá Gasparzinho, o importante é que ganhamos. – Thalia sorriu.

– Ira do Cabeça de Alga... sério? – Annabeth perguntou puxando Percy pro seu colo.

– Você me deu esse apelido por um motivo, né! – ele sorriu fraco.

– Poseidon, controle seu filho. Perséfone dê um jeito no seu enteado, que de Thalia cuido eu. – Zeus disse sério.

– Não. – Poseidon e Perséfone disseram juntos e firmes.

Zeus parou de andar em direção a Hera e encarou o irmão.

– “Não”? – Zeus levantou uma sobrancelha.

– É Zeus, não. Percy fez o certo. – Poseidon disse firme.

– Nunca fiquei tão orgulhosa de Nico como estou agora. – disse Deméter, mesmo só sendo tia e avó adotiva dele.

Zeus franziu ainda mais o cenho.

– Estão se rebelando? – ele perguntou ele e ouviu-se um trovão.

– Não pai, estamos apenas tentando lhe abrir os olhos. – disse Ares.

Zeus encarou os deuses. Clarisse e Chris correram para ajudar os amigos, eles tinham néctar, o que ajudou os três a não desmaiarem.

– Zeus, depois de tudo que ouviu, acha mesmo que Percy, Thalia e Nico estão errados? – Hefesto questionou.

– Abra os olhos. – disse Afrodite. – As crianças estão certas.

– Não seja idiota, irmão. Hera é quem é a vilã da vez. – disse Poseidon.

Zeus virou o rosto para Atena, que estava extremamente séria, ela não respondeu.

– di Angelo mande os cães pararem. Jackson deixe Hera respirar e Thalia... teremos uma longa conversa mais tarde. – disse Zeus, os olhos eram tempestuosos.

Nico e Percy desfizeram sua parte da “armadilha”, mas Hera ainda recebia choques, que Zeus fez parar.

– Acham mesmo que o que vocês três fizeram foi o certo? – Zeus perguntou irritado.

– Pode não ter sido o certo, mas foi o necessário. – Annabeth disse ao ver que a mãe não iria dizer nada.

– Necessário? Jura?! – Zeus disse sínico.

– Hera quer dizimar os meios-sangues. Todos eles. Incluindo Dionísio. O único deus que um dia já foi mortal. – disse Nico.

– Por que eu acreditaria em vocês? Um é emo depressivo, a outra é rebelde e o último é um traidor. – Zeus exclamou.

– As provas contra Jackson foram falsificadas. – Atena disse séria.

Todos a encararam chocados. Annabeth até arregalou os olhos.

– Aqui não é o lugar de conversar isso. Chamem Dionísio, Ártemis, Apolo, Hermes e Hades. O Conselho irá se reunir mais cedo esse ano. – Zeus disse deixando o local e Hera desapareceu.

Poseidon foi até Percy, Annabeth ficou com medo, mas o sorriso calmo do deus a fez sorrir também. Vendo o senhor dos mares tão perto fez Annabeth notar ainda mais as semelhanças entre ele e seus filhos. Principalmente os olhos.

– Como está se sentindo Percy? – Poseidon perguntou.

– Acho que preciso de uma tíbia nova. – Percy sorriu fraco.

– Bem, não sou Apolo, não posso fazer muita coisa, mas quero que saiba de uma coisa meu menino, estou orgulhoso de você.

– Obrigado pai.

– Não só por ter enfrentado a sua tia, mas por viajar ao desconhecido, enfrentar os últimos seguidores de Cronos e todos os outros percalços que apareceram no seu caminho.

– Annabeth precisava de mim. – ele respondeu corando.

– Ainda assim, estou orgulhoso. Ainda mais do modo como você fez aquele terremoto.

Percy sorriu sem graça, Annabeth também estava corando. Então sentiu uma mão tocar-lhe o ombro, virou e deu de cara com sua mãe. Atena estava ali, quase que há 90 centímetros de Poseidon. Parecia um milagre.

– Desculpe-me por não ter feito nada. – a deusa disse.

– Não há o que pedir desculpas mamãe, eu estou bem. – disse Annabeth.

– Não graças a mim. Perseus Jackson. – chamou. – Obrigada.

Percy e Poseidon franziram o cenho, eles ficaram quase idênticos quando fizeram isso.

– Er... hum... por... nada... – Percy disse assustado.

– Se não fosse por você minha filha estaria morta. E creio também que se não fosse por ela, você também estaria morto. – disse Atena.

– Obrigado Annabeth. – Poseidon assentiu.

– De nada... er... mãe... onde a senhora quer chegar? – Annabeth perguntou.

Atena estendeu a mão a Poseidon.

– Paz? – ela perguntou.

– Paz. – ele respondeu.

– Isso quer dizer que a senhora não se importa mais que eu namore a sua filha? – Percy perguntou na inocência.

– Vá com calma menino. – Atena disse séria.

Annabeth riu, assim como Percy.

– ELE VAI ME MATAR! – Thalia gritou.

– Olha o drama! Deixa a benção de Apolo pra lá! – Nico zoou.

– Zeus não irá lhe matar, Thalia. Fique calma. – disse Chris.

– Rodriguez está certo. – Atena disse olhando para Thalia. – Não iremos deixar que Zeus castigue ninguém.

– Ele pode ser o deus dos deuses, mas somos 12 olimpianos contra ele e Hera. – disse Deméter.

– Então... ainda há esperança? – Nico perguntou.

– Sempre há esperança, rei dos fantasmas. – disse Hefesto.

Nico deu um leve sorriso, todos os deuses olhavam orgulhosos para ele, Percy e Thalia. Quando todos chegaram ao Olimpo, Apolo fez com que Percy, Thalia, Nico e Annabeth ficassem novinhos em folha, mais sadios que nunca. Os quatorze Olimpianos estavam ali: Zeus, Hera, Poseidon, Hades, Deméter, Héstia, Afrodite, Hefesto, Ares, Ártemis, Hermes, Dionísio, Apolo e Atena. Perséfone estava ao lado de Hades. Quíron, Percy, Annabeth, Chris, Clarisse, Rachel, Thalia, Nico, Tyson e Grover estavam encarando os deuses.

– Quem será que irei mandar primeiro para os confins do Tártaro? Fazendo companhia para Cronos?! – disse Hera.

Por instinto, Percy levou a mão ao bolso, mas Contracorrente não estava ali.

– CADÊ MINHA CANETA?! – ele gritou na hora.

Todos encaram o menino e estranharam a pergunta.

– É lesado mesmo. – Clarisse disse revirando os olhos.

– Ah... – Annabeth tirou a caneta do bolso. – Eu peguei... espero que não se importe.

– Ele não se importou quando eu sequestrei o Blackjack. – Rachel deu de ombros.

– Ah... na verdade eu me importei sim, Rachel, mas deixa pra lá né. – disse Percy. – Obrigado Sabidinha.

– Podemos começar? – Héstia perguntou.

Os deuses concordaram, assim como os semideuses.

– Antes de mais nada, senhora Héstia, eu queria dizer algo. – disse Thalia.

– Pois bem. – Héstia assentiu.

Thalia caminhou até o meio do salão, Nico a seguiu, Percy apertou a mão de Annabeth e foi se juntar a eles. Era como estar vendo os Três Grandes só que em miniatura.

– Quer saber... seja lá quem disse que nós não poderíamos existir porque éramos perigosos e tudo mais... foi uma pessoa sábia. – Thalia falou.

– Tinham razão em nos temer, de fato, somos muito poderosos. – Nico complementou.

– Então que sirva de aviso para os deuses que ousarem a nos enfrentar: Somos bad ass. – Percy finalizou.

Quíron se segurou para não rir, Tyson deu uns pulinhos de alegria, Rachel deu um sorriso, Clarisse e Chris apenas riram da finalização. Annabeth revirou os olhos. Só o Cabeça de Alga mesmo. Grover quis dar um viva de alegria, mas Zeus não estava de bom humor, então era melhor ele ficar quieto.

– Onde querem chegar com isso, crianças? – Zeus perguntou.

Percy fez uma bolha de água aparecer na sua mão, neblina apareceu nos pés de Nico e Thalia flutuou.

– Só que... bem, podem começar o Conselho, pois estamos prontos para enfrentar o que der e vier. – Thalia disse antes que Percy falasse mais alguma besteira.