Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 3
Revelações




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O mar refletia o sol quente de verão. Vários campistas voavam nos pégasos, outros praticavam canoagem, os filhos de Herfesto estavam nas forjas. Haviam campistas treinando na arena com Quíron orientando, alguns estavam ajudando os sátiros a colherem os morangos. Os novatos estavam tentando se adaptar ao modo de vida do acampamento, com muitos sátiros orientando. Grover e Júniper faziam um piquenique perto do punho de Zeus. E enquanto todos se divertiam, Percy estava desesperado atrás do irmão menor.

– DYLAN! – gritou Percy. – DYLAN! Dylan cadê você?!

– Calma cabeça de alga, ele já aparece. – disse Annabeth tentando acalmar o namorado.

– Ele não é de sumir. – disse Percy preocupado com o irmão.

– Percy, você o conhece tem o que? Dois dias!

– Eu sei! Mas se ele sair dos limites do acampamento os monstros vão cair matando! – disse ele adentrando na mata.

Annabeth seguiu o namorado; quando eles encontraram Grover e Júniper, decidiram se separar para cobrir mais área. Annabeth terminou achando o menino em cima de um tronco de árvore com cara de que estava chorando há horas.

– Dylan, oi. – disse ela olhando para cima. – É melhor descer daí ou vai terminar se machucando.

– Não vou descer. – disse ele fazendo bico.

– Olha, eu sei que é assustador ser um meio-sangue, mas seu irmão e eu estamos aqui pra te ajudar. – disse ela o mais maternal que pode.

– Mentira! – ele gritou, quase chorando. – O Percy não liga pra mim! Ele só quer saber de você!

Annabeth então entendeu que o menino fugiu para chamar atenção de Percy. E ela antes achava que todo filho de Poseidon eram burros.

– Eu sei que você está com ciúmes do seu irmão, Dylan. Mas fazer ele ficar maluco tentando te achar não vai fazer com que ele deixe de gostar de mim. Eu entendo que você o ame, é seu irmão, mas ficar fazendo birra...

– Não entende não. – ele disse, agora sério. – Você não sabe como era a minha vida antes de eu vim para cá!

– Nem o Percy sabe. Você nem disse seu sobrenome para ele.

Dylan encarou o sol no céu, respirou fundo. Annabeth havia notado as semelhanças físicas dele com Percy no primeiro momento que o viu, não só os olhos verdes, mas também alguns traços que ele tinha em comum com Percy; tirando pelo cabelo loiro, Dylan era quase que igual a Percy quando ele chegou ao acampamento, só que Dylan era menor que Percy aos doze anos.

– Minha mãe era muito carinhosa comigo, eu era um menino muito mimado. Mas aí ela se casou de novo e meu padrasto me batia e batia nela, o filho dele também me batia muito. Ela morreu ano passado depois de ser espancada por ele e eu fiquei num orfanato até Grover me achar e me trazer para cá. Já falei com Quíron, vou morar aqui de vez. – disse ele com dor na voz.

Annabeth não sabia o que dizer, ela entendia o que era ser “odiada” por ser um semideus, mas não conseguia nem imaginar pelo que Dylan estava passando.

– Pela primeira vez em três anos eu senti o que é ter uma família, alguém pra cuidar de mim. – choramingou Dylan.

– Eu sei como você se sente. Quando eu era uma criança, fugi de casa porque minha madrasta e meu pai não me aceitavam muito bem, cresci derrotando monstros, com medo. Até que achei Thalia e Luke, eles me acolheram e eu achei uma família. Quando cheguei aqui, também encontrei outra família. Irmãos e irmãs que se importam comigo. Amigos como Percy, Grover e Thalia. Você também pode ter isso, contanto que pare de fugir e deixar seu irmão surtando.

Dylan olhou fundo nos olhos cinza da moça, desceu e deu um abraço nela. Annabeth se via no menino, ele era assustado e sem amor, só queria uma família e um pouco de atenção. Ela sabia como era isso. Annabeth e Dylan foram caminhando conversando até o chalé de Poseidon, onde Percy estava aflito pelo menino. Deu uma leve bronca nele e logo Dylan estava correndo para ir nadar. O casal ficou admirando o menino brincando com a água de longe.

– Você está parecendo o pai dele. – riu Annabeth. – Dando bronca, procurando feito um louco.

– Bem, se fosse o Tyson eu não teria surtado tanto. Tyson sabe se cuidar, é forte e corajoso. Mas Dylan só tem doze anos, ele mal sabe forrar a cama! – exclamou Percy.

Annabeth riu e abraçou o namorado.

– Você será um ótimo pai, Cabeça de Alga! – disse ela encostando a cabeça no ombro dele.

O estômago de Percy se remexeu com esse comentário, mas ao ver o olhar feliz de Annabeth admirando o garotinho se divertindo com a água, ele conseguiu se colocar no futuro vendo ele e Annabeth descansando no chalé que ele e Sally ficavam na infância do rapaz, vendo um casal de crianças brincarem no mar. Ele conseguia ver esse futuro feliz. Deu um beijo na testa de Annabeth e esperava que ela pensasse o mesmo, porque ele não conseguia se imaginar casado com outra pessoa que não fosse sua Sabidinha. Longe dali, Rachel saiu de sua gruta e deu de cara com o novato Andrew.

– A Oráculo, certo? – perguntou Andrew jogando seu charme.

– O idiota que fez a van bater, certo?! – disse ela tentando se distanciar dele.

– Calma aí ruivinha! Eu vim em paz! – disse abrindo um sorriso.

Andrew tinha cabelos loiros encaracolados, parecendo um anjo; olhos de um castanho forte que parecia ser meio laranja, lembrando o sol. Tinha feições bonitas e uma pequena cicatriz no queixo, que lhe dava um ar de corajoso.

– Escuta aqui cabelo de miojo, eu não tenho tempo para ficar jogando conversa fora com um semideus idiota, dá licença! – disse Rachel abrindo caminho.

– Eu só quero sua ajuda! – exclamou.

Rachel virou para trás e o encarou com uma cara zombando ele.

– Um filho de Apolo que quer ajuda? – riu. – Sério? Achei que fossem orgulhosos demais para isso!

– Não, esses são o de Ares! Mas sim, preciso de sua ajuda!

– Com o que? Não tá conseguindo fazer suas próprias profecias?! – zombou.

– Não. Eu quero Annabeth Chase. – disse ele sério.

Rachel segurou o riso, mas ficou rígida quando notou que ele estava falando sério.

– Como assim, você quer Annabeth? – ela perguntou, confusa.

– Eu a quero! E você quer Perseus Jackson! Podemos ser amigos e ajudar um ao outro! – disse ele com seu ar galanteador.

– Escuta aqui cabelo de miojo, o Percy é meu amigo tá! Pode ser que Annabeth e eu não sejamos assim tão... best friends forever, mas eu não vou ajudar ninguém a atrapalhar o namoro deles! – disse ela firme.

– Tudo bem, mas se falar para eles de minha proposta, você irá se ver comigo! – disse ele ameaçador.

– E o que tártaro isso quer dizer, loiro de farmácia?

– Vale lhe lembrar que você está possuída pelo espírito de Delfos, que serve ao meu pai, Apolo. Eu não quero nem imaginar o que pode acontecer com você, ruivinha, se eu pedir para o papai... uma certa ajuda. – disse ele ainda ameaçador.

Rachel cerrou os punhos e trincou os dentes. Andrew saiu rindo. Não tinha como ela saber se Apolo faria isso ou se Andrew faria com as próprias mãos, então achou melhor não arriscar. Acharia um jeito de dizer a Percy e Annabeth o que o novo campista pretendia, sem que Andrew soubesse que foi ela quem disse. Rachel caminhou até encontrar Percy e Annabeth abraçados trocando carinhos e admirando Dylan brincar com um cavalo marinho no estreito de Long Island. Pareciam uma família feliz e Rachel não ia deixar que um idiota qualquer acabasse com a felicidade deles.


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Notas finais do capítulo

O nome Dylan não é por causa daquele monstro que aparece em O Herói Perdido, é porque o nome Dylan quer dizer: deus dos mares. Assim como o tio Rick, eu vou colocar os nomes e/ou sobrenomes com referência ao pai/mãe Olimpiano dos campistas.