Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 28
Jackson X Chase




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Tudo era câmera lenta, desde as asas do dragão até o sorriso de satisfação de Hera. As Caçadoras urravam como se estivessem sendo controladas, Zeus parecia entediado. O coração de Annabeth nunca ficou tão acelerado em toda sua vida, parecia que ia explodir e ela já esteve em muitas situações de perigo, muitas mesmo. Correu desenfreada até o dragão, que lhe atacou, ela desviou e levou a mão ao bolso, onde havia escondido Contracorrente, destampou a caneta e enfiou na barriga do animal, que urrou de dor e se afastou cambaleando, Annabeth chegou ao corpo estirado no chão. De relance ela viu as Caçadoras entrarem na arena para tirá-la de lá, atiravam flechas com voracidade, mas a filha de Atena desviava até que viu o rosto do corpo. Era uma menina. Parecia com Thalia, tinha os mesmos cabelos negros da amiga. Caçadora com toda certeza. Estava respirando com dificuldades quando Annabeth deu-lhe um pedaço de ambrosia.

– Obrigada irmã. – a menina sussurrou.

– Descanse. – Annabeth disse.

– Chase. – gritou uma Caçadora.

Annabeth reconheceu a nova líder como Ashley Hunter, filha de Hefesto.

– Ash... quanto tempo... – Annabeth disse engolindo a raiva.

– É proibida a interrupção durante os Jogos, saia ou terei que te matar. – Ashley disse severa.

Annabeth se pôs de pé, enquanto a menina respirava com dificuldade mesmo depois do pedaço de ambrósia.

– Não. – Annabeth disse séria.

Ashley virou a cabeça e o tronco para trás, olhando para Hera, provavelmente esperando alguma resposta. Ashley lembrava Beckendorf, mãos grandes, pele morena, parecia uma surfista, tanto que o cabelo castanho escuro era meio loiro queimado por causa do sol. Ashley era uns cinco anos mais velha que Beckendorf, após entrar para a Caçada, o irmão assumiu o posto de chefe do chalé nove. E isso foi no primeiro ano de Annabeth e Luke no acampamento. Hera fez que sim com a cabeça e a loira sacou a faca, Ashley riu.

– Acalme-se coruja, não vou matá-la. – Ashley zombou.

– Não ia conseguir mesmo, nem que Ares te desse benção. – Annabeth provocou.

Ashley deu um sorriso irônico, Annabeth já estava sentindo todas as dores voltarem.

– Onde está Percy? – ela perguntou firme.

– Aquele frangote? Ele é a atração principal garota. – Ashley sorriu maliciosa.

– Atração principal? – Annabeth perguntou pisando em falso.

– Você e a traidora da Grace podem ter conseguido salvar aqueles 23 traíras e acabarem com o show, mas tudo ainda está sendo transmitido para todos os cantos do mundo, Chase. E tenho a mais absoluta certeza de que muitos monstros, semideuses e deuses irão amar ver a morte de Perseus Jackson em HD pela TV Hefesto.

– ONDE ESTÁ ELE?! – Annabeth gritou.

– Calminha aí loira. Você logo irá vê-lo. Por sua culpa os Jogos que iam demorar dias foram... repaginados para alguns minutos, então antes do Show Finale, temos que ter entretenimento, não é mesmo?!

– Como mandar sua irmã para brincar com um dragão até a morte? – Annabeth perguntou, sua cabeça já cintilava de dor.

Ashley deu de ombros e quando ela fez isso, Annabeth viu o olho dela ficar vermelho por causa da luz do sol. Como alguém com olhos pretos poderia, do nada, ter olhos vermelhos? Ela só podia estar sendo controlada. Seria uma boa se pudessem matar os deuses, Annabeth mataria Hera com honra.

– Sabe, depois da morte da Lana, ia ter outra atração, mas já que você estar aqui... que tal Pále?! – Ashley disse abrindo um sorriso.

– Por acaso a arena tem 100 pés gregos? – Annabeth perguntou lembrando das regras.

– Você é a filha da sabedoria, conte-os na sua mente. – Ashley disse jogando arco e flecha no chão e dando um soco na mandíbula direita de Annabeth.

Annabeth limpo o sangue que saiu de seu lábio superior e largou a adaga, distanciando-se de Lana, que se remexia de dor no chão. Ashley atacou com força e Annabeth desviou do golpe, dando-lhe um murro no estômago.

– Você é boa Chase. – Ashley disse cuspindo sangue.

– Você não viu nada, Hunter. – disse Annabeth.

A cabeça dela girava, estava querendo vomitar e não parava de se preocupar com Percy, mas não podia matar Ashley. A coitada estava sendo controlada e no Pále, não se pode matar o oponente. Obviamente que Hera e Zeus estavam amando a atração e dos demais deuses espalhados pelo mundo também, já que era uma volta as origens. Um jogo inteiramente grego, com as regras gregas e bem, semideusas gregas. Era tudo o que os deuses e monstros espalhados pelo mundo queriam.

– Se quiser ver seu namoradinho terá que me matar. – Ashley provocou.

Annabeth deu uma rasteira nela, garantido o primeiro ponto quando a morena caiu de costas no chão, Ashley então usou uma sequência de socos rápidos e agressivos, Annabeth conseguiu desviar de alguns, mas levou muitos na cara, até cair de bunda fora da área de luta. Ponto para Ashley. Annabeth se levantou e deu uma chave de fenda na Caçadora, que tentou se livrar da loira tentando atingir-lhe os olhos, o que era proibido no jogo.

– Isso é falta. – Annabeth disse soltando Ashley antes que ela ferisse seus olhos.

– Querida, só porque é Pále, não quer dizer que iremos seguir todas as regras. – Ashley sorriu maliciosamente.

A filha de Hefesto praticamente voou para cima de Annabeth, que desviou do golpe, mas Ashley tirou uma faca escondida da calça e enfiou na barriga da loira, que caiu de joelhos apertando a barriga para ver se estancava o sangue.

– Isso não é justo. Instrumentos não são permitidos na Pále. – Annabeth disse cuspindo sangue.

– Achei que Atena fosse a deusa da trapaça?! – Ashley provocou.

Annabeth se invocou, já que era para quebrar as regras, então ela iria quebrar as regras. Ashley partiu pra cima e Annabeth cravou os dentes no braço dela, empurrando-a no chão. Outro ponto para a loira. Faltava mais um ponto para ganhar e mesmo sangrando, ela não ia desistir. Ashley novamente partiu para cima dela com uma faca e Annabeth sentiu algo aparecendo em seu bolso, tirou a caneta e a destampou, cortando a perna da adversária. Foi um corte superficial, mas a fez cambalear para fora da área de luta. Annabeth venceu. Ashley saiu da arena de fininho, Lana parecia melhor, apesar de ainda estar à beira da morte. Annabeth a ajudou a se levantar.

– Fuja. – disse.

– Não. Todas as Caçadoras estão controladas, Thalia e eu não fomos por sei lá qual motivo. Se eu tentar fugir, me matarão. Minhas próprias irmãs. – choramingou.

– Quantos anos você tem?

– 13.

– Eu tinha sete quando fugi de casa e enfrentei monstros sozinha até que encontrei Thalia. Eu sei que doí, são suas irmãs, mas é melhor sobreviver sendo uma covarde, do que ser morta por pessoas com lavagem cerebral.

Lana concordou com a cabeça.

– Vá!

– Obrigada!

– Palas. – Hera chamou.

Lana correu para fora da arena, enquanto Annabeth segurava Anaklusmos, trocando de perna o tempo todo, pois a dor de cabeça era tão forte que ela não estava conseguindo-se manter em pé direito. Sua vista estava começando a ficar turva. Hera apenas se levantou, enquanto Zeus revirou os olhos.

– Caçadoras. – Hera disse voltando-se a sentar.

Annabeth viu o grupo de meninas se aproximarem dela, todas com arcos e flechas ou espadas em mãos. Era o fim. Numa situação normal, teria como ela ganhar para as meninas, mas estava ferida, quase cambaleando de tanta dor no corpo, sua cabeça parecia que ia explodir, suas pálpebras pesadas e o coração extremamente apertado. As meninas avançaram e Annabeth tentou lutar, ela não ligava se ia morrer, mas tinha que resistir o máximo que conseguisse para salvar Percy. Podia até morrer depois, mas tinha que salvar seu Cabeça de Alga. Enquanto desviava e tentava lutar com Contracorrente, os rostos passaram por sua mente: seu pai, sua mãe, sua madrasta, os meios-irmãos mortais, os meios-irmãos semideuses, Tyson, Clarisse, Grover... Thalia, Luke, Quíron... Percy.

– Tchau, tchau loirinha. – disse Phoebe.

Annabeth viu a espada aproximar-se de seu rosto e então apagou. Quando recobrou consciência jurava que estava morta, pois estava presa a uma cadeira de madeira com as costas viradas para o lugar de honra onde Zeus e Hera estavam sentados, era de noite e a arena estava iluminada por tochas. Não havia mais dor, o ferimento na barriga parecia estar cicatrizado e ela nunca se sentiu tão bem, tão sadia. Estava presa com cordas e foi fácil se livrar. Ela logo se pôs de pé, esperando, mas nada aconteceu, então um canhão soou. Annabeth virou e viu somente Hera assistindo os “Jogos”, tinha até um balde de pipoca. Aquela mulher era doente, só podia ser isso. Não havia nenhuma caçadora e ela pensou em atacar a deusa, mas caminhou até o centro da arena, para ir até a saída.

– Você não vai a lugar algum. – disse Percy.

Annabeth se virou, ele estava completamente ensanguentado, um corte na testa do tamanho de um palmo, trajava uma armadura completa assim como ela e tinha Anaklusmos em mãos, enquanto Annabeth tinha Modercostas. Como ela tinha a espada de Luke, ela não sabia, mas era Hera, a vaca, então fazer o que né.

– Percy... – Annabeth disse sorrindo ao vê-lo.

Ele deu um sorriso maléfico e a atacou, Annabeth desviou, conhecia o modo como Percy lutava. Por mais que ele odiasse admitir, Percy lutava parecido com Clarisse, já que ela lhe ensinou muitos golpes nas aulas de luta Greco-Romana. Ele ainda manuseava a espada da mesma forma que Luke o ensinou. Mas ainda tinha seu jeito natural para a luta e seu "free style" com a espada. Ela seguiu desviando dos golpes dele, ambas as espadas podiam matar os dois apesar da dela poder matar mortais também.

– Percy... o que você tá fazendo?! – Annabeth perguntou.

Ele sorriu novamente como se fosse um vilão de filme infantil e os olhos viraram vermelhos. Estava sendo controlado. Então essa era a vingança de Hera, fazer Annabeth matar o próprio namorado. Percy investiu, Annabeth tirou a adaga da cinta e enfiou perto da nuca dele, que caiu no chão urrando de dor.

– Perdão. – ela disse sem jeito.

Ele tirou a adaga e levantou, como se fosse um robô e partiu novamente para cima dela. Modercostas era extremamente pesada, diferentemente de Anaklusmos, mas ela conseguiu levantar a lâmina e impediu que Percy a partisse ao meio.

– Pancrácio versão século 21! Vale armas e a morte de um dos lutadores é obrigatório! – Hera sorriu.

Percy sustentava a maldição de Aquiles, era muito mais forte que ela, mas Annabeth sabia seu ponto fraco, mesmo ele estando com armadura; ela sabia muito bem despir uma armadura grega com facilidade durante a luta e era exatamente isso que a rainha das vacas queria. Percy pegou a adaga e conseguiu cravar na barriga de Annabeth, que deu um chute com força na perna dele, a que já estava com uma fratura exposta muito feia, golpe baixo, mas foi o que lhe veio a mente.

– AI! – Percy urrou de dor.

– Cabeça de Alga, acorde! Hera está controlando você! Você não é assim Percy, por favor, pare! – Annabeth implorou.

Ela não era de implorar, seu ego não deixava; mas Percy não era mais ele. Mesmo mancando, com a tíbia exposta, ele conseguiu acertar a espada nas pernas de Annabeth, dando-lhe ferimentos graves, ela caiu e bateu a cabeça no chão, ele mancou até ela, pegou a espada e estava prestes a sacrificá-la.

– Meu amor, por favor, não. – Annabeth suplicou.

Por um milésimo de segundo, a cor dos olhos de Percy passou de vermelho para o verde natural, mas logo tornaram ao vermelho e ele abaixou a adaga.


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