Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 26
Os desafortunados amantes




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/361818/chapter/26

Apolo deixou os meninos no Jardim das Hespérides. Estava clareado e eles puderam ver uma cópia exata do santuário de Zeus da cidade de Olímpia. Obviamente foi Annabeth que lembrou isso aos demais, pois eles só viam algo parecido com o Parthenon. Haviam vários guardas que os jovens não sabiam dizer se eram semideuses, espíritos ou monstros, mas vindo de Hera, podiam ser qualquer coisa. Annabeth teve a estranha sensação de que já havia estado ali. Alguma parte do seu cérebro dizia que ela esteve lá há três anos, porém as memórias dela diziam que há três anos a coisa mais “perigosa” que ela fez foi aceitar o pedido de namoro de Andrew. Ela nunca saiu em missão desde que chegou ao acampamento. Ao menos, era o que ela achava.

– Cadê a droga do dragão? – Nico perguntou.

– É, deveria ter um dragão aqui. – disse Grover.

– Quer saber, eu tô é feliz que não tenha. – Rachel revelou.

Então viram Thalia rendendo um dos guardas, segurando um arco e flecha e com cara de sono.

– Beleza, Nico, você e Annabeth irão falar com ela. – disse Clarisse. – Rachel, Grover e eu iremos tentar achar uma entrada.

– Ok. – disse Nico.

Rachel e Clarisse foram arrastando Grover até uma entrada menos protegida, enquanto Annabeth e Nico discutiram se iam ou não usar o boné, terminou que os dois foram, extremamente desconfiados, falar com Thalia, que quase fez uma festa quando os viu. Nico contou o que aconteceu.

– Então lady Ártemis quer que a gente impeça os Jogos? – Thalia perguntou ao fim.

– É. – disse Nico.

– Hum... bom saber que lady Ártemis teve o bom senso de mandar vocês. – disse Thalia.

– Por quê? – Annabeth indagou.

– Hera. Assim que os Jogos começarem, o templo de Zeus irá ficar igual ao Coliseu Romano e os 24 tributos serão colocados em prova. A estimativa de Ares é de que ao menos oito morram só no primeiro dia. Se lady Ártemis e os demais os mandaram para cá, é porque os deuses querem impedir a matança. – disse Thalia.

– Sim. – Nico disse estranhando o comportamento de Thalia. – É... Thalia... lembra da minha irmã?

– Bianca.

– Sim... lembra do Luke?

– Filho de Hermes.

– Sim, mas lembra dele e da Annabeth?

Annabeth estranhou a pergunta. Thalia deu um sorriso maroto.

– Eu me lembro de quase tudo, Nico; mas é que Hera fez lavagem cerebral em todas as Caçadoras assim como nos campistas. Porém, tive a sorte de lembrar. Posso não ter as memórias, mas de alguma forma... eu me lembro de como era. – Thalia revelou.

– Tique. – disse Annabeth. – Ártemis disse que teríamos todas as bênçãos que precisássemos.

– E Tique deu sorte para Thalia lembrar. – Nico sorriu.

– Não vamos abusar da sorte, vamos salvar os meninos, ok? O café da manhã deles será no centro do templo, com Hera numa cabeceira e Zeus na outra. – disse Thalia.

– Que... honra... – Nico zombou.

– Os meninos estão dividindo quartos, precisamos chegar logo em Percy para que ele nos ajude a soltar Chris e os demais. – disse Thalia.

– Beleza. – Nico disse positivo.

– Gente. – Clarisse chegou. – Consegui colocar Rachel e Grover pra dentro. Vamos salvar Chris e os outros.

– Clarisse, Hera apagou as memórias de Thalia, mas Tique deu sorte a ela e de certa forma ela meio que se lembra da gente – Nico a colocou a par.

– Melhor que nada. – Clarisse deu um meio sorriso.

– Então, semideuses, prontos para salvar os traíras? – Nico brincou.

Clarisse e Thalia sorriram e entraram sorrateiramente no lugar. Annabeth os seguiu, mas não estava se sentido bem, aquela estranha sensação de deja vu a consumia. Algo em sua mente dizia que ela chorou muito naquele lugar ou perto dali. No primeiro quarto estavam Chris e Nick, o que foi bom, mas eles não sabiam onde estava Percy. Clarisse tascou logo um beijo desentupidor de pia em Chris, mesmo sem se lembrar dele. O que fez Annabeth querer arrancar o próprio coração. POR QUE ELA NÃO SE LEMBRAVA DO ROSTO DE PERCY JACKSON?!

– Não faço a mínima ideia para onde levaram o Percy, mas eu tenho certeza de uma coisa, ele não está em um quarto. Os boatos eram de que ele foi levado pro quarto de Hera. – Chris disse.

Nico franziu o cenho e olhou para Thalia, Annabeth nunca ficou com tanta vontade de matar alguém como estava querendo matar Hera naquele momento. E ela não fazia ideia de como conseguiu a benção de Ares. Ou se era apenas ciúmes. Mas ela nem lembrava de Percy Jackson... então era benção de Ares, só pode!

– Clarisse, vá com Chris e Nick encontrar Rachel e Grover. – Annabeth falou.

– Mas Ártemis quer que salvemos os demais. – disse Clarisse.

– Eu sei o que Ártemis quer. Mas não vou deixar Grover e Rachel sozinhos despistando Hera. Vocês três são ótimos reforços e além do mais, alguém precisa mandar uma mensagem de Íris para algum deus, pedindo carona para salvar os meninos. – disse Annabeth.

– Mas Hera tem olheiros nas mensagens de Íris. – Nico lembrou.

– Não temos outra escolha, não há covas aqui para que você invoque Bianca. – disse Annabeth. – Vão e que Tique os acompanhe.

Os três concordaram e foram atrás de Rachel e Grover. Annabeth, Nico e Thalia conseguiram reunir os traíras na saída.

– Tudo bem e agora o que? Não achamos o Percy. – disse Thalia.

– Eu tive uma ideia. – disse Annabeth.

– Suas ideias estão meio estranhas ultimamente. – disse Nico.

Algo na mente de Thalia esperou para ver Annabeth dando um olhar furioso para cima de Nico, mas não ocorreu.

– Nico tome. – disse dando o boné a ele. – Thalia se esconda com os meninos enquanto Nico vai atrás dos demais. Fiquem todos escondidos lá enquanto a carona não chega.

– Peraí Chase e você?! – Thalia perguntou.

– Vou salvar o Jackson. – disse Annabeth.

– Annabeth, é perigoso você ir sozinha. – Nico alertou.

– E?

– E que você nem lembra dele? Como saberá que o achou? – Nico exclamou.

Um nó do tamanho do mundo surgiu na garganta de Annabeth e ela sentia calafrios.

– Além do mais somos uma família e da família não se desiste. – disse Thalia.

Quando Thalia colocou a mão no ombro de Annabeth, uma memória lhe veio à mente. Um rapaz loiro de uns treze anos, uma Thalia de uns doze e Annabeth se sentiu muito pequena.

“Família” disse Thalia.

“Eu prometo” Luke sorriu.

“Eu prometo.” Disse a pequena Annabeth.

– Eu agradeço, mas sinto que é algo que devo fazer sozinha. – disse Annabeth.

Nico e Thalia se entreolharam.

– Annabeth, não. – Thalia disse firme. – Não irei te abandonar. Não como Luke fez conosco. Se ele deixou o Percy como um “substituto”, então eu irei atrás dele. Irei te ajudar. Nem que seja a última coisa que eu faça.

Annabeth encarou os olhos profundos de Thalia, ela achou que viu uma tempestade se formando nos olhos da menina.

– Ok. – Annabeth se rendeu. – Mas Nico, siga com o plano.

– Tá legal chefinha. – ele brincou.

– E não me chame de chefinha, Gasparzinho. – disse Annabeth.

Annabeth e Thalia voltaram a procurar dentro do templo, quando o lugar tremeu. Ouviu-se raios ferozes.

– ONDE ESTÃO ELES?! – Hera gritou tão alto que deve ter sido ouvido até no Monte Olimpo. – ONDE ESTÃO OS TRIBUTOS?!

As duas seguiram os berros de Hera e encontraram um quarto lindo e com janelas, o que as ajudou a espiarem. Hera estava pê da vida com Zeus, que quase tinha a cabeça baixa. Thalia segurou o riso ao ver o pai daquela forma.

– Como é que eu vou saber, Hera? – Zeus responde.

– VOCÊ É O DEUS DOS DEUSES, FAÇA ALGUMA COISA! FUMINE ELES! – gritou.

– Hera, você não está sendo razoável. – disse Zeus.

Ela o fuzilou com os olhos. Zeus pareceu temer a esposa.

– Hera, querida...

– HERA QUERIDA UMA OVA, ZEUS! EU QUERO TODOS AQUELES JOVENS MORTOS NO MEIO DA ARENA PARA QUE OS SEMIDEUSES LEMBREM DO QUE SOMOS CAPAZES! – gritou.

Annabeth e Thalia trocaram olhares desconfiados.

– Você ainda tem o Jackson, não era ele que você queria desde o começo? Não foi por causa dele que você inventou essa história?! – Zeus exclamou.

Hera cruzou os braços.

– Por Hades! Você inventou toda essa historinha de “vamos dar uma lição nos semideuses, provar quem é que manda” só pra ter essa vingança boba contra aquela menina. – Zeus a lembrou.

Thalia então entendeu toda a história, Annabeth como estava sem memória não entendeu. Hera fez tudo isso para se vingar de Annabeth, roubou-lhe a memória do homem que ela amava, o colocou num jogo mortífero e mesmo que ele ganhasse, Hera o mataria depois. Provavelmente só iria fazer Annabeth lembrar quem era Percy Jackson no leito de morte do menino.

– Você concorda comigo! Do contrário não teria feito tudo que pedi. – Hera disse séria.

– Só acho que os semideuses têm mesmo que nos temer, de fato. Somos os deuses. Mas essa ideia de Jogos Olímpicos Mortais foi demais Hera, até para você. – disse Zeus.

– Unimos o útil ao agradável meu bem. Você quer que os semideuses nos temam e eu só quero a morte lenta e dolorosa de Perseus Jackson.

Thalia puxou Annabeth para longe dali.

– Os meninos precisam saber disso. – disse Thalia.

– Assim como os deuses. – Annabeth disse pálida.

– E se não acharmos logo o Percy, Hera irá matá-lo com ou sem show.

– Tive uma ideia.

– Annnabeth, eu não sou muito fã de concordar com o Nico, mas ultimamente, suas ideias estão uma droga.

– Thalia se não nos separarmos não iremos conseguir avisar os outros enquanto eu salvo o Jackson.

– Annabeth, você nem se lembra da cara dele, tá legal?! Vá avisar os demais, eu vou atrás da harpia do mar.

– Hein?

– Do Jackson.

Thalia deu dois paços e Annabeth a puxou pelo braço.

– Não. Vá avisar aos outros, com sorte vocês conseguem fugir daqui e avisam aos deuses. Poseidon precisa fazer algo.

– Annabeth...

– Annabeth nada. Nossa família era eu, você e Luke. A família do Percy só sou eu. Agora vá. – disse firme.

Thalia olhou para os olhos cinza da amiga, Annabeth não sabia nem porque havia dito aquilo, mas não ia deixar que Thalia sacrificasse a vida porque Annabeth ofendeu Hera. Ao contrário do que a filha de Zeus achava, a loira entendeu o que Hera disse, pra falar a verdade, algumas poucas memórias voltaram, mas nenhuma que lhe mostrasse o rosto de Percy Jackson. Thalia não discutiu e foi procurar os demais, enquanto Annabeth continuou procurando o filho de Poseidon. Chegou a um corredor estreito e sem saída com umas quatro portas. Ela ouviu passos e entrou na primeira porta que estava destrancada, quando viu o que tinha dentro do lugar quase desmaiou. Um jovem de uns 18 anos amarrado pendurado por correntes como numa masmorra, os pés sem nem tocar no chão, sem camisa, completamente ensanguentado do cabelo negro ao par de Converse All Star. Tinha uma mecha cinza no cabelo, uma das pernas parecia quebrada e os olhos eram verdes.

– Annie... – sussurrou ele abrindo um sorriso fraco.

Ela estava pálida.

– O que fizeram com você? – perguntou.

– Maldição de Aquiles. Disseram que eu teria que ser espancado até perto da morte para ter o mesmo nível de força dos demais. – disse ele com sangue saindo da boca.

– Isso é desumano. – disse ela.

– Vá dizer isso para a minha querida titia Hera. – disse ele com um sorriso amarelo.

Annabeth não o reconhecia, mas não precisava ser filha de Atena para saber que aquele era Percy Jackson. Não era como ela imaginava que fosse, era muito melhor. Sarado, sexy e gostoso, mesmo estando coberto do próprio sangue.

– Como eu te tiro daqui? – perguntou ela.

– Anaklusmos está enrolada na minha camisa. – disse apontando com a cabeça. – Acho que com uma boa pontaria você consegue me tirar das algemas.

Annabeth foi até a camisa laranja jogada no chão e achou uma caneta. Anaklusmos era uma espada.

– Ah... isso é uma caneta. – disse Annabeth franzindo o cenho.

Percy estranhou o comentário. Ele é que era o lerdo da dupla.

– Tire a tampa. – falou ainda achando estranho o que ela disse

Annabeth estranhou a resposta, mas tirou a tampa da caneta que virou uma espada.

– UAU! – exclamou.

Percy já estava achando que estava doido enquanto Annabeth orou para Apolo e Ártemis por uma pontaria perfeita. Conseguiu quebrar as algemas com a espada como se o ferro fosse papel. Ajudou ele a vestir a camisa, que tinha o nome Acampamento Meio-Sangue e um centauro. Mas a de Annabeth tinha o templo de Zeus. Ela sabia que as coisas estavam erradas, mas não havia imaginado que estivessem TÃO erradas assim. Ajudou ele a se apoiar nela, o que não adiantou muita coisa, já que Jackson era pesado. O casal demorou cinco minutos para darem três passos.

– Ora, ora, ora, o que temos aqui?! – disse Hera aparecendo na porta.

Percy e Annabeth ficaram transparentes.

– Romeu e Julieta... que... fofo... se gostam tanto do amor shakespeariano, porque não aproveitam e morrem da mesma forma que o jovens Montéquio e Capuleto. – disse Hera dando um sorriso demoníaco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!