Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 25
O plano da pomba




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O pessoal contou para Nico o que estava ocorrendo. Não precisa nem dizer que Sally fez um drama digno de um Oscar. Paul conseguiu fazer com que ela se acalmasse e não fosse junto com os meninos atrás de Thalia. Eles pegaram vários ônibus até chegarem a uma estrada cercada por florestas no meio do estado de Nova Iorque. Nico não tinha MUITA certeza de que iria encontrar Thalia e as demais Caçadoras ali, mas era meio que um ponto fixo delas e era onde tinha mais chances de encontrá-las já que iam estar se preparando para os Jogos Olímpicos.

– Não é garantia de que elas estejam aqui, mas já é um lugar para procurar. – Nico alertou assim que adentraram na mata.

Já estava escurecendo quando Rachel reclamou de calos nos pés.

– Use meias! – Clarisse exclamou como resposta.

– Qual é gente, vamos dar uma descansada. – Grover reclamou.

– Seus molengas. – Clarisse riu.

– Nico, cuide de Rachel e Grover. Clarisse e eu vamos na frente. – Annabeth disse séria.

– Ah... por quê? – o jovem semideus resmungou.

Annabeth cerrou os punhos, ela não queria admitir que estava desesperada para encontrar esse tal de Percy Jackson, que seu coração ficava apertado toda vez que se lembrava desse nome. Que todas as suas memórias pareciam erradas e que a única coisa que parecia certa era o nome Percy Jackson. Odiava o fato de que havia fugido com Clarisse, a carniceira do acampamento, com Rachel a doida chata que ninguém suportava e Grover, o sátiro covarde. Mas mesmos com suas memórias dizendo isso e dizendo que Nico era sentimentalmente instável, o coração da loira sentia que as memórias estavam erradas, que ela gostava deles. E que tudo o que eles falavam fazia sentido. Bem, eles faziam mais sentido do que qualquer coisa da “realidade”.

– Eles estão cansados, nós não. Vamos seguindo e se encontrarmos algo voltaremos. – Annabeth respondeu séria.

Clarisse deu de ombros e foi andando. Annabeth a seguiu de cabeça baixa, prestando atenção apenas onde pisava, deixando o déficit de atenção fazer efeito. Só levantou a cabeça quando Clarisse parou, atônita. Afrodite estava no meio do mato. A-F-R-O-D-I-T-E. Se fosse Poseidon ou até Hades, seria até compreensível. Mas Afrodite? Clarisse e Annabeth se entreolharam, pensaram em ir falar com a deusa, porém Nico, Rachel e o Grover os alcançaram e Annabeth achou melhor ficarem quietos, pois a deusa podia apenas estar ali para um encontro amoroso. Mas não. Não tardou para que Apolo, Hermes, Ártemis, Dionísio e Hefesto chegassem ao local.

– Orgia? – Rachel perguntou, ganhando um beliscão de Clarisse.

Os deuses pareciam extremamente preocupados, assim como no sonho de Annabeth.

– E então Ártemis? – Afrodite perguntou.

– As Caçadoras já estão no Jardim. – respondeu. – Não gostei dessa ideia, de nenhuma das ideias para ser franca, mas daí a obrigar que minhas Caçadoras virem assassinas de semideuses... Hera tá pedindo pra apanhar.

– Falou e disse mana. – disse Apolo.

– NÃO ME CHAME DE MANA! – Ártemis grunhiu.

– CHEGA! – Dionísio exclamou. – Eu não saí da boa vida que eu estava tendo para vim aqui “conversar”, não pra tá ouvindo vocês dois discutindo!

– É! Minha oficina é mais... legal do que ter que ouvir vocês dois brigando. – Hefesto cruzou os braços.

– Qualquer coisa é mais legal que as brigas deles. – Hermes revirou os olhos.

– Tá bom, tá legal. Não vamos brigar. – Apolo disse estendendo os braços em sinal de paz.

– Ótimo. – disse Afrodite.

– Por falar nisso Dite, porque nos chamou aqui? – Hermes perguntou.

Afrodite o fuzilou com os olhos e quando eu digo fuzilou eu digo jogou um olhar tão ameaçador que faria até a pessoa com o maior alto estima do mundo se sentir um lixo.

– Me chamou de que Hermes? – Afrodite disse ameaçadora.

– Nada não, desculpa. – Hermes disse quase se engasgando na própria saliva.

Os meninos nunca viram Afrodite tão... Ares! Esse era um lado da deusa que eles nunca pensaram existir. Mas é vivendo e aprendendo.

– Pois bem, sem mais brigas! – Ártemis disse com um tom de voz que lembrou Atena. – Vamos ao que interessa.

– PERCABETH! – Afrodite disse com os olhos brilhando.

– Não sua tonta! Tudo isso! – Apolo disse sarcástico.

– Ah ele pode te chamar de tonta e eu não posso te chamar de Dite? – Hermes reclamou.

Afrodite passou a mão pelos cabelos, como se dissesse “bitch please”.

– Tá legal. Será que dá pra vocês esquecerem que somos irmãos e deixar o momento “criancice” de lado? – Hefesto sugeriu.

– Isso mesmo, Hefesto está certo. Viemos aqui para que Hera não ouvisse nosso plano de rebelião. – Ártemis os lembrou.

– Cara isso é tão Jogos Vorazes. – Hermes sorriu.

– Tô me sentindo o Gale. – Apolo sorriu.

– Ô Patati e Patatá, bora parar com a palhaçada que o negócio é sério. – disse Dionísio.

– Quem? – Hefesto perguntou.

– Gente! – Ártemis exclamou. – O negócio é sério!

Os deuses ficaram calados, Ártemis até parecia Atena falando, não que isso fosse um xingamento, mas Annabeth tinha certeza de que nunca deveria dizer isso à deusa da lua.

– É o seguinte, todos nós sabemos que Hera fez isso porque ela é doida de pedra e isso não é novidade. – disse Ártemis. – Mas antes que possamos tentar convencer nosso pai de jogar 21 traidores, Percy Jackson, aquele guri lá Atena que desmaia ao ver sangue sangue e Chris Rodriguez numa arena fechada, sem saída, no Jardim das Hespérides, para eles lutem até sobrar um sobrevivente e que as Caçadoras matem metade desses garotos... bem... Afrodite tem algo que quer dizer pra vocês antes que bem... a gente vá tentar botar juízo na cabeça de Zeus.

Todos olharam desconfiados para Afrodite, ela deu um sorriso meio sem graça.

– Lembram quando Atena deu piti e do nada virou mãe coruja? – ela perguntou sem jeito.

– É, foi por isso que ela começou a “nova guerra” contra Poseidon. – Apolo lembrou.

– E quando os campistas começaram a agir... diferente?! – ela disse com cara de culpada.

– É! Tive que aguentar Annabeth com surtos de ciúme do Jackson e o Jackson com uma alto confiança tão chata que ficou até contando os sonhos pro centauro! – Dionísio disse debochando. – O engraçado foi ver Thalia dando uma de cupido com Percy e Annabeth. – riu.

O coração de Annabeth pareceu ter explodido. Ninguém havia mencionado um possível envolvimento amoroso dela com esse Percy Jackson e isso a alegrou tanto, que ela parecia que queria dar uma de bomba atômica e explodir de alegria.

– Pera... Thalia? Nossa irmã Thalia? Thalia Grace dando uma de Eros? – Apolo riu. – Eu daria tudo pra ter visto isso!

– Idem. – disseram Hefesto, Ártemis e Hermes.

– Tá e o que é que isso tudo tem haver com o fato da Hera ser doida? – Dionísio perguntou.

– Nada. Mas... eu... meio... que... é... hã.... fiz com que a guerra entre Atena e Poseidon acontecesse. – Afrodite disse como quem tivesse dito “oi”.

Os semideuses ficaram pálidos, os deuses quase ficaram translúcidos.

– Como é que é?! – Hermes exclamou.

– SÉRIO MESMO?! – Apolo perguntou.

– E Ares é que é o deus da guerra... puf... – disse Dionísio.

– Nunca iria imaginar isso. – Hefesto disse pasmo.

– Aì gente! Vocês também né! Tão fazendo tempestade em copo d’água. – Afrodite disse fazendo beicinho.

– Tempestade em copo d’água?! Ah vá! – Dionísio zombou.

– Por acaso somos Zeus pra fazer tempestade em copo d’água?! – Hermes zombou.

Nico esperou ouvir um trovão, mas talvez ali na floresta, Zeus não tivesse tanto domínio, já que era o “lar” de Ártemis.

– Gente, menos drama! Só quem pode fazer drama aqui é Apolo e só porque ele é o patrono das artes! – Ártemis disse. – E tu num me inventa de dá uma de Scarlett O’Hara não! – ela complementou ameaçadora.

– Tá. – Apolo disse cruzando os braços e fazendo beicinho.

– Afrodite, me explica onde é que tá a lógica de fazer os campistas ficarem mais românticos, fru frus, tipo filme da Disney e ainda por cima fazer Atena virar uma mãe coruja, literalmente, e com isso começar uma guerra com Poseidon?! – Dionísio disse sínico.

– Mas ela não é mãe coruja. – Afrodite respondeu. – Ela ignora nossos filhos igual a todos nós.

Não precisava ser um poço de inteligência para saber o que Dionísio quis dizer. Os deuses reviraram os olhos ou fizeram uma cara de “ela não disse isso”.

“Agora Afrodite quer disputar com o Percy o posto de lesado mor do Olimpo?!” Nico pensou.

– Afrodite, o animal símbolo de Atena é uma coruja. – Hefesto explicou. – Dionísio estava sendo sarcástico.

– Ah tá... – a deusa do amor respondeu.

– Agora me responde aí cisnezinho, qual foi o motivo dessa... inspiração Shakespeariana? – Dionísio disse sarcástico.

– Na verdade, eu só queria que Percy e Annabeth fossem mais... fofinhos um com o outro e que tivessem uma história de amor melhor. Então eu fiz com que o Percy confiasse mais nos outros, com que a Annabeth fosse mais romântica e capaz de chorar por um homem e que Thalia, a melhor amiga, estivesse disposta a tudo para ajudá-la. – Afrodite disse como se não fosse nada demais.

– Na boa, cê tá precisando de benção de Atena. – Hermes zombou.

– É. – Apolo concordou segurando o riso.

– Gente, qual é! Não a julguem. – Ártemis revirou os olhos, provavelmente ela teve tempo demais para absorver e entender tais informações. – E tem mais, todos aqui shippam Percabeth. E nem venha dizer que não, porque sabemos que você shippa eles sim, Dionísio!

Dionísio deu de ombros.

– Foi engraçado ver Chase morrendo de ciúmes do Jackson. – Dionísio deu de ombros.

– Eu daria tudo pra ter visto isso! – Apolo exclamou.

– E depois diz que não é gay. – Hefesto riu.

– Sou bi e não corno! – Apolo sorriu.

Hefesto fez sua melhor cara "poker face".

– Gente, vamos voltar ao que interessa?! – Ártemis chamou.

– Tá legal, eu entendi o motivo da guerra sem pé nem cabeça de Poseidon e Atena, Afrodite só queria um pouco de drama Olimpiano. Acho que exagerou um pouco na benção de amor materno, mas ok. – disse Hermes.

– Ô pombinha, já que cê pode fazer isso com os deuses, faz a Ártemis parar de me odiar! – Apolo levantou e abaixou as sobrancelhas estilo galanteador.

– Eu não te odeio, cérebro tostado, só não te suporto. – Ártemis cruzou os braços.

– Dá pro gasto. – ele deu de ombros.

– Gente, essa reunião clandestina foi só para nos dizer que Afrodite causou uma guerra entre Poseidon e Atena? – Hefesto perguntou.

– Não amor. – Afrodite sorriu. – Precisamos colocar juízo na cabeça de Zeus!

– E provar para ele que Hera falsificou as provas de que Percy é um traíra e tinha um caso com Silena e com Lola, que foi a última espiã de Cronos. – Ártemis lembrou.

– Afrodite, me explica o que tártaros é ensinado no chalé dez? Porque Silena Beauregard e Lola Swan foram espiãs. Por acaso lá ensinam como se rebelarem contra o Olimpo?! – disse Dionísio.

– Ah vá pro tártaro! A culpa não é minha tá legal! As decisões sãos dos meus filhos, não minhas. – ela rebateu.

– Se você parasse de se preocupar com drama adolescente e desse mais atenção aos seus filhos, não teríamos espiões no acampamento. – disse Hermes.

– Falou o pai exemplar cujo o filho abrigou o corpo de Cronos. – Afrodite rebateu.

– CHEGA! – Apolo gritou.

Todos se espantaram com a reação dele.

– Viemos aqui para conversar sobre como impedir que 21 traidores e 3 heróis sejam mortos, certo? Então vamos conversar sobre como botar juízo na cabeça de Zeus! Porque aquela droga de Jogos começará amanhã! – Apolo disse sério, algo extremamente raro.

– Apolo está certo. Em toda a história da humanidade os semideuses foram quem nos salvaram, agora chegou nossa vez de salvá-los. – disse Hefesto.

Todos concordaram com a cabeça.

– Depois de salvá-los e botarmos juízo na cabeça de Zeus, podemos cortar Hera em pedacinhos e jogá-la no Tártaro fazendo companhia para Cronos? – Dionísio perguntou animado.

– Até que não é uma má ideia! – Hermes pareceu tendado.

– Zeus vai deixar muito... – Hefesto riu.

– Sonhar não é crime, querido. – Afrodite sorriu.

– É! Ao menos deixe-nos ter esse pingo de esperança! – riu Ártemis.

Nico olhou para Annabeth procurando alguma resposta. Annabeth sentia que deveria ter pensado num plano, mas naquele momento tudo o que ela conseguia fazer era pensar em Percy Jackson. Mesmo não sabendo como era seu rosto, ela o imaginava com lindos olhos verdes, cabelos pretos iguais ao de Nico. O rosto em sua mente não tinha feições, parecia mais um desenho mal feito, porém aquilo ajudava a preencher o vazio que ela sentia.

– Me poupem. – disse Clarisse. – Aí família! – ela disse saindo de trás dos arbustos e indo em direção aos Olimpianos. – Queremos ajudar!

Os deuses não pareceram surpresos com a chegada de Clarisse e muito menos com Nico, Rachel, Grover e Annabeth aparecendo também.

– Apolo é quente. – disse Rachel sem se segurar.

Apolo deu um sorriso triunfante e olhou para Hefesto, que revirou os olhos. Uma piada interna talvez?

– Ele é o deus do sol. – Annabeth disse.

– Não foi isso que eu quis dizer. – Rachel respondeu.

– Então... Ares sabe que fugiram?! – Dionísio cruzou os braços emburrado.

– Não e ele não se importa. – Annabeth deu de ombros.

– Não como você, Sr. D. – Rachel provocou.

Os demais deuses soltaram risinhos.

– Vão pro tártaro. – Dionísio disse rabugento.

– Queremos ajudar, no que der. – Clarisse reforçou.

– Toda ajuda é bem vinda criança. – Hefesto admitiu.

– Mas seu pai não irá gostar de sua rebeldia. – Ártemis alertou.

– Eu me entendo com o velho depois. O que estão fazendo não é certo. E eu vou salvar meu namorado. – Clarisse disse séria.

Annabeth sentiu como se tivesse acabado de receber um chute no estômago. Clarisse tinha o rosto de Chris em sua mente e não tinha medo de dizer “meu namorado”. De certa forma, Annabeth tinha inveja, ela queria chamar Percy de namorado, mas então se lembrava das memórias felizes e perfeitas com Andrew. Perfeitas até demais.

– Ótimo. Meninos, queremos que entrem na Arena. – Ártemis disse como se já tivesse tudo programado.

– Pera, quer mandar a gente pra morte?! – Grover disse quase surtando.

– Não. Queremos que Annabeth, Nico, Clarisse e Thalia salvem os meninos. Rachel, você e Grover irão distrair Hera. Ela está tomando conta da Arena, como se fosse a chefa. – Ártemis respondeu, como se o que havia acabado de dizer não tivesse nenhum perigo de vida.

Os meninos se entreolharam.

– HERA VAI FULMINAR A GENTE! – Grover gritou.

– Deixa de ser covarde menino bode. – disse Rachel.

– NÃO! – Grover choramingou.

– Pessoal, contamos com vocês. – disse Afrodite.

– Daremos nossa benção sempre que precisarem. – disse Hefesto.

– Vocês não estão sozinhos, os deuses menores também estão conosco. – disse Hermes.

– Tique dará toda a ajuda possível, não se preocupem com isso. – sorriu Apolo.

– Meu santo Pã, isso não vai dar certo! – Grover continuou choramingando.

– Deixa de ser covarde! – disse Clarisse. – Faremos isso sim!

– Ótimo. Enquanto isso, tentaremos botar juízo na cabeça de Zeus, fazê-lo ver que Hera não tá batendo bem da cabeça. – disse Dionísio.

– Boa sorte bravos heróis! – Ártemis sorriu.

– E humana que vê através da névoa. – Hermes acrescentou.

– E sátiro. – Dionísio revirou os olhos.

Nico, Clarisse, Rachel e Annabeth assentiram com a cabeça. Enquanto Grover tremia de medo. Apolo deu uma carona até o Jardim. A parte fácil seria achar Thalia, a difícil seria não ser morto por 21 sobreviventes do exército de Cronos que com toda certeza estavam sedentos por sangue. Se bem que era mais fácil sobreviver aos 21 traíras do que sobreviver a Hera.


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Notas finais do capítulo

Desculpem aí os filhos de Afrodite, minha intenção não é ofender ninguém.