Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 22
Sorte




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Annabeth não tinha muitas memórias (Milagrosamente, DESSA VEZ não é culpa de Hera). A última que ela teve de verdade que parecia ser algo real e sólido, ela estava conversando com Thalia no chalé 1 enquanto a irmã dela ouvia rock e Annabeth elas conversavam por causa da traição de Percy. Aquilo pareceu ter sido há uma eternidade, mas algo na mente dela dizia que, apesar de parecer ter sido há muito tempo, não se passou nem três semanas do ocorrido. Ela teve consciência de que ficou de cama, dormindo por causa de um vírus e que até foi levada para o hospital junto com Nico, mas só tinha consciência do ocorrido, as memórias estavam meio apagadas. Talvez por causa da doença, algumas são tão “derruba na hora” que a pessoa mal se lembra do que viveu, apenas tem consciência do que de fato ocorreu.

Depois de voltar ao acampamento (ela sabia que isso ocorreu, só não tinha as memórias), tudo na mente de Annabeth desapareceu. Não havia memória, só um vazio imenso. Nem consciência ela tinha, apenas sentia dores muito fortes e noção de que o tempo estava passando, fora isso, tudo era escuro na mente dela. Uma parte de seu cérebro lhe dizia que era melhor que fosse assim, ficar sem lembrar, pois ela não queria descobrir os motivos das dores. E de fato, essa parte do cérebro estava certa. Annabeth retomou consciência e passou a voltar a ter alguma memória quando Calipso ajudou a montá-la no lombo de Blackjack, sentir o cheiro de Percy novamente fez com que a dor diminui-se. Ainda assim ela odiou ver a deusa, mas não estava em condições de reclamar.

Apesar de saber que passou um grande período de tempo entre a última vez que teve consciência até sua volta quando estava voando com Percy e Blackjack, Annabeth ficou de certa forma feliz por não lembrar. Resolveu ouvir seu cérebro pela primeira vez em algum tempo. Ela fingiu que estava dormindo para poder ficar abraçada com Percy, mesmo depois da traição, era bom abraçá-lo, sentir o cheiro dele, era algo que a lembrava da realidade. E como não estava nem a fim de brigar, resolveu ficar calada. Terminou mesmo pegando no sono e acordou com Percy gritando:

– AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Foi quando ela notou que estavam caindo. Percy a abraçou com mais força e Annabeth ouviu Calipso gritar o nome dele, antes que ela pudesse se mover, dizer algo ou sequer pensar, ela ouviu as palavras que mais a mataram psicologicamente:

– Eu te amo Sabidinha. – ele disse num sussurro.

COMO ELE OUSAVA A DIZER ISSO DEPOIS DE TÊ-LA TRAÍDO COM CALIPSO? Como? Que caráter lindo esse! Só o que ela conseguia fazer era ter pensamentos sarcásticos. Percy a abraçou com mais força quando o chão estava perto, naquele momento, vendo a morte a sua frente à única coisa que ela queria era ter respondido dizendo que o amava também. Mas logo estava coberta de poeira, com uma dor aguda na cabeça e tossindo. Annabeth não se lembrava da queda, mas vai ver que era assim quando se ia para o Mundo Inferior, a pessoa não lembrava exatamente como morria.

– Hades? – Annabeth chamou. – Perséfone? Cérbero? Caronte?

Nada. Silêncio absoluto. Então ela ouviu Blackjack relinchar, estava perto dela, mas a nuvem de poeira a impediu de caminhar a procura do Pégaso.

– BLACKJACK?! – gritou.

Ele relinchou de volta como resposta. Que ótimo, era o que faltava. Ir para o inferno com um cavalo. E Percy, onde estava?

– Percy! – gritou.

Porém nada aconteceu. Blackjack relinchou outra vez, mas ela não entendia o que o animal falava. Seria uma boa Grover estar ali para dar uma de tradutor, mas ela logo se livrou desse pensamento. Grover merecia ser feliz com Júniper. Se Annabeth e Percy tiveram o azar de serem os amantes desafortunados e mortos, então ela não podia reclamar. Deu uns passos para trás e achou um rochedo, se encostou e começou a chorar. Hades não era exatamente um tio-avô exemplar. Talvez ele tenha reservado uma punição "especial" para Percy Jackson, mesmo ele tendo lhe devolvido o Elmo das Trevas. Talvez a punição para Annabeth e Blackjack por terem sempre lhe acompanhado foi essa, sem direito a julgamento. Viver a eternidade na poeira, sem ter contato com ninguém, sabendo que o outro estava ali, mas não podendo tocá-lo. Mas essa ideia foi afastada da cabeça dela quando a poeira sessou.

– Percy! – gritou ao ver o corpo dele estirado no chão.

Ela correu para acudi-lo. Havia pulsação. Eles não estavam mortos. Ela olhou para cima e viu o céu escuro. Estavam na Terra. Logo uma sombra em formato de cavalo dirigiu-se até eles, Blackjack estava ferido, mas nada que não sarasse em algumas semanas. Como eles sobreviveram isso ela não sabia dizer, não havia lógica. Talvez foi MUITA sorte e algumas propriedades físicas que os ajudaram, mas ela não contava com isso.

– Percy?! Percy?! – chamou sacudindo-o. – Acorda Cabeça de Alga! – exclamou.

Ele não se mexeu. Estava inconsciente, mas o medo de Annabeth era de que ele morresse logo. Então Blackjack relinchou e continuou relinchando por uns minutos.

– Que foi? – Annabeth perguntou finalmente entendendo que ele queria dizer algo.

O Pégaso apontou para sua sela com a cabeça, que apesar de meio torta, ainda estava presa ao seu corpo. Annabeth levantou e vasculhou a cela, achou uma pequena bolsa de couro com um bilhete.

“Espero que ajude. Assinado Grover”.

– Obrigado menino bode! – ela disse ao ver a ambrósia.

Tinha o suficiente para trazer Percy de volta à realidade e ajudar Annabeth, mas foi então que ela viu a perna dele, com a queda, as bandagens caíram e revelou uma fratura exposta MUITO ruim. Annabeth não teve escolha a não ser dar toda a ambrósia para ele, de tempos em tempos para o coitado não pirar ou morrer. O corpo dela queria dormir, mas ela resistiu, não podia dormir com Percy naquele estado podendo pegar uma infeção pesada. Quando o céu finalmente mostrou sinal de que o sol estava vindo, Percy já falava enquanto dormia, a ferida estava quase toda cicatrizada e para o alívio dela, ele estava babando.

– Percy? – ela chamou quando ele se mexeu chamando o nome de Sally.

– Não mamãe, agora não. – ele respondeu dormindo.

Ela nunca ficou tão aliviada em ouvir a voz dele em toda sua vida e olhe que já haviam passado por situações pra lá de complicadas. Assim que o semideus terminou de responder, Annabeth ouviu um barulho, levantou pegando sua adaga e manteve-se em alerta. Talvez Tique não estivesse de tão bom humor como Annabeth pensava, pois os monstros que ela viu de relance atacando Calipso estavam caminhando na direção deles e pela cara de famintos, não haviam conseguido pegar a deusa.

– Blackjack, por favor, diga que sabe lutar. – Annabeth perguntou.

Obviamente ele respondeu com um relincho.

– Ótimo, seja lá qual tenha sido sua resposta, proteja o Percy. Eu cuido deles.

Não era preciso saber falar cavalês (ou ser filho de Poseidon) para saber que a resposta de Blackjack foi algo do tipo “pode deixar Chefa!”. Era o Percy, Blackjack faria de tudo por ele. Assim como Annabeth, que logo ficou sem cor ao ver que os seis monstros haviam quadruplicado em cinco segundos.

– Só pode tá de brincadeira. – disse ao ver os vinte e quatro monstros sedentos por sangue de semideuses.

Os monstros investiram com força, Annabeth teve a vantagem de ser menor e conseguiu destruir três usando o tamanho ao seu favor, mas foi o máximo que ela conseguiu. Os demais partiram com força e o resto foi atrás de Percy, que ainda dormia feito um bebê com um sono extremamente pesado. Blackjack fez seu melhor para proteger o “chefe”, mas não estava adiantando. Num golpe de sorte, Annabeth conseguiu enfiar sua faca bem no coração de um monstro que parecia mais um sapo do tamanho de um homem, que logo virou areia.

– Ele era meu marido. – gritou um monstro que não parecia ser mulher de jeito nenhum.

– Lamento, mas seu marido e seus amigos estão tentando comer meu namorado. – ela disse partindo pra cima da “mulher sapo”.

Annabeth não queria ter chamado Percy de namorado, mas seu inconsciente foi quem respondeu. Não deu nem dez segundos para que ela acertasse a “mulher sapo” no queixo e ela virasse pó. Blackjack relinchou e Annabeth viu um monstro abrindo a boca e levantando Percy no ar, ela tentou correr para impedir, já que três monstros haviam dominado o cavalo, mas alguém a puxou pelo pé, deixando-a de cabeça para baixo.

– Semideuses gostosos. – riu o que a pegou.

– Não vai querer nos comer, estamos cheios de gordura trans. – ela brincou na esperança de que o ciclope não a mata-se.

– Pensa que somos idiotas? – respondeu um monstro. – Não vamos deixar vocês irem embora. Entraram no nosso território porque quiseram.

– Na verdade, eu fui sequestrada, então bem que vocês podiam me deixar ir embora né não?! – barganhou.

– Não. Está no nosso território, então veio pra morrer ou matar. – respondeu outro monstro.

– Que tal apenas conversarmos? Tudo é mais civilizado com conversa. – Annabeth respondeu tentando bolar um plano.

– Acha que não sabemos quem você é, filhote de coruja? – disse o ciclope. – Seu cérebro deve ser uma delícia.

– Achei que você fosse um ciclope. – disse ela na esperança de que ele parasse de levá-la a boca.

– E eu sou! – ele exclamou fazendo exatamente o Annabeth queria.

– Não é não!

– SOU SIM! – esperneou como uma criança.

– Não é não! Quem gosta de cérebro é zumbi, não os ciclopes.

– Mas... – choramingou.

– Mas nada! Você é um ciclope, não um zumbi! Por tanto, não irá comer meu cérebro! – disse imperativa.

– Não vou?

– Não!

– Não vou.

– Não vai.

– Deixa de ser bobo, ela só tá falando isso para te distrair! – respondeu um monstro.

– Mas eu não sou um zumbi. Eu sou um ciclope. – ele respondeu.

– Então coma tudo menos o cérebro dela! – exclamou outro monstro.

O ciclope sorriu, o plano de Annabeth fora por água abaixo.

– Quer saber filhote de coruja, ele tem razão... – disse apontando para o monstro. – Vou comer tudo, menos seu cérebro! – riu.

Annabeth tentou lutar para se livrar do ciclope, mas ele abriu a boca para engoli-la, foi quando se ouviu um barulho de monstro sendo desintegrado. Percy Jackson estava segurando Contracorrente e já estava matando os monstros que antes seguravam Blackjack.

– Soltem a minha namorada. – ele disse firme.

– Então você a quer? Venha pegar! – exclamou o ciclope dando Annabeth para outro monstro segurar.

Percy sorriu malicioso e balançou Contacorrente, correu até os monstros e foi matando cada um que se metia em seu caminho. O que segurou Annabeth era mais leso que o Ciclope, pois deixou a mão em que ela segurava a faca solta, o que a permitiu matá-lo e destruir mais uns monstros perto. Quando o casal de meios-sangues se livrou de todos os monstros, conseguiram respirar aliviados. Apesar de se encararem sem saber muito bem o que falar.

– Ainda bem que sobrevivemos. – Percy disse quebrando o silêncio constrangedor.

– É. – ela disse eufórica.

“Ah qual é chefe, beija ela!” Blackjack exclamou.

– Blackjack, cala o focinho! – Percy disse corando.

– O que ele disse? – Annabeth perguntou.

– Ah... é... nada... – ele mentiu ele corando mais ainda.

Annabeth sabia que ele estava mentindo, mas achou melhor ficar quieta.

– Então... como voltamos ao acampamento? – ela perguntou.

Na hora que Percy ia responder, eles ouviram um barulho de urro. Quando olharam para baixo do largo morro em que estavam, viram um exército de monstros correndo tentando chegar onde eles estavam.

– Acho que tio Hades quer mesmo que eu vá fazer uma visitinha. – Percy disse engolindo em seco.

A perna não doía mais, o que ajudou muito, mas a fome que ele e Annabeth sentiam era muito grande.

– Acha que Blackjack consegue levantar voo com a gente? – Annabeth perguntou.

“Lamento chefe” respondeu.

– Não. – Percy “traduziu”.

– Então ferrou. – Annabeth disse.

Ela contou pelo menos uns cinquenta monstros, nem mesmo se eles fossem filhos de Tique iam sair dali com vida. Eles deram as mãos, olharam nos olhos um do outro e deram um longo suspiro. Não importava se um achasse que foi traído pelo outro, eles se amavam e iam morrer juntos. O exército chegou ao topo do monte, Percy e Annabeth recuaram lentamente até baterem no rochedo, sendo impedidos de saírem de lá.

“Sinto muito chefe. De verdade” Blackjack disse quase chorando.

– Tudo bem, Blackjack. Ao menos vou morrer ao lado de pessoas que significam o mundo pra mim. – Percy respondeu.

Annabeth corou com o que ele disse.

“Obrigado chefe, mas eu sou um Pégaso, não uma pessoa” Blackjack respondeu.

– Meios-sangues... – disse o monstro que parecia ser o líder. – Até que enfim! Estou COM MUITA FOME!

Ela apertou a mão dele, ele assentiu e eles correram para a briga. Como não sou boa com cenas de ação, digamos apenas que nossos heróis fizeram jus ao título de heróis e mandaram um bom número de monstros de volta pra o tártaro, mas não foi o suficiente. Logo eles estavam separados e prontos para serem mortos novamente. Os últimos pensamentos dos dois foi “eu te amo”, até que uma luz branca surgiu, eles sabiam que tinha que ser um deus aparecendo, pois não tinha como o sol brilhar tanto assim ao nascer do dia. Bem, ao menos que fosse Apolo, mas brincadeiras a parte... os monstros recuaram. Tipo... recuaram MESMO. Deixaram Percy e Annabeth caídos no chão e correram para o mais longe possível. Na experiência de Percy, isso não era boa coisa, mas dessa vez ele estava errado. Hermes e Apolo apareceram em cima do rochedo, ambos com uma expressão de alegria no rosto.

– Saca só irmão, conseguimos chegar antes que eles fossem mortos. – Apolo brincou.

– Hefesto tá nos devendo dez dracmas. – Hermes sorriu.

– Vocês apostaram nas nossas vidas?! – Annabeth perguntou incrédula.

– Sabidinha, acho que... não devemos falar assim com eles né... afinal, eles acabaram de nós salvar... – Percy disse colocando a mão no ombro de Annabeth.

– Calma aí sobrinha! – Apolo sorriu.

– Escute seu querido namorado, pois por incrível que pareça, nosso priminho está certo. – Hermes zombou.

– Eu estou? Sério? Que milagre. – Percy brincou.

– O que é que deu em vocês dois hein? – Annabeth perguntou achando estranho o comportamento dos deuses.

– Nada na verdade, é só que eu sou meio teatral de vez em quando. – Apolo piscou.

– Uma vez ou outra eu embarco nas encenações dele e tenho que admitir, nunca canso de ver a cara da Hera quando contamos que Zeus teve outro filho. – Hermes riu.

– Estavam atuando? – Percy perguntou sem entender nada, obviamente.

– É claro! Não apostamos a vida dos semideuses. – disse Hermes.

– Só apostamos coisas do tipo: fulano vai namorar cicrano e blá, blá, blá. – Apolo zoou.

– Vale salientar que Afrodite nunca perde. – Hermes sorriu.

Percy olhou para Annabeth, que ainda estava tentando digerir e separar o que era zoação do que era verdade.

– Agora deixando a diversão pra lá, querem uma carona? – Hermes perguntou.

– Sério?! – o casal exclamou.

– Ei, Hera quer dizimar nossos filhos e os únicos que podem fazer com que Poseidon e Atena recobrem o juízo são os filhos favoritos deles. – disse Apolo.

– Hera quer o que?! – Annabeth exclamou.

– Te conto no caminho. – disse Percy. – Ah... Apolo tem lugar pro meu Pégaso na carruagem do sol?

– Infelizmente não, mas posso dá um jeito nos ferimentos das azas dele, deve dá pro bichinho voar até o acampamento pelo menos. – o deus respondeu.

“EU NÃO SOU UM BICHINHO! Sou um garanhão!” Blackjack reclamou.

Percy teve que se segurar para não rir. E então, eles entraram no carro do deus do sol e voaram até NYC. Percy revelou a Annabeth o que Hermes e Apolo tinham dito no sonho. Enquanto Apolo (e sua falta de inteligência, e eu posso falar isso porque ele é meu pai) deixou Annabeth guiando o carro, ele foi cuidar da perna de Percy, que ficou novinha em folha.

– Ah... Apolo... – Annabeth chamou com medo que fizesse algum movimento errado e eles caíssem, ela já tinha sofrido quedas demais para uma vida inteira.

– Ah tudo bem, me dê. – sorriu.

– Ufa. – Annabeth disse indo sentar perto de Percy e Hermes.

Blackjack voava normalmente atrás deles.

– Então... como nos acharam? – Percy perguntou a Hermes.

– Calipso chegou ao Olimpo avisando o que aconteceu e bem, só tem dois deuses que seriam capazes de sair de lá sem que Zeus fizesse questão. O deus mensageiro e o deus do sol. – Hermes respondeu.

– Pera, Zeus trancafiou vocês no Olimpo? – Annabeth se surpreendeu.

– Bem, tecnicamente não foi ele, foi Hera. Mas deixa o papai pensar que ele tem realmente algum poder naquele lugar. – Apolo riu.

– Hera acha que nós iremos ajudar os que estão indo contra a ideia dela sobre... bem, acabar de vez com o acampamento e os semideuses. – disse Hermes.

– Hera não enxerga que sem os semideuses, os deuses não existem? Se não houverem os filhos para acreditarem que vocês ainda vivem, quem irá? Porque os mortais nem ligam mais para religião como antes. – disse Annabeth.

– Vai dizer isso pra Hitler. – Percy respondeu.

– É idiotice pensar que Hitler fez o que fez por religião. Foi por questões econômicas, a Alemanha era dominada pelos bancos judeus. – Annabeth explicou. – A justificativa religiosa foi para o povo alemão.

– Nunca mais tento bancar o esperto com você por perto. – disse Percy.

– Infelizmente Percy, Annabeth está certa. Sem os semideuses para acreditar em nós, o futuro é incerto. – disse Hermes.

– Resumindo, Hera é suicida! – Percy zombou.

– Taí, eu cheguei essa conclusão há milênios, mas ninguém quis me dar ouvidos! Agora se fosse Atena que tivesse dito aí era outra coisa, né! – reclamou Apolo.

– Quer parar de bancar a criança? – Hermes exclamou. – Isso aqui é sério!

Percy e Annabeth se entreolharam, Hermes e Apolo pareciam apenas dois irmãos imortais. Mas ainda assim irmãos.

– De certa forma o que Apolo disse é verdade, se Atena disser que não é uma boa ideia, Zeus irá pensar duas vezes antes de dar passe livre para Ares mandar todos vocês de presente para Hades. – Hermes explicou.

– E se Poseidon reforçar a ideia, concordando com Atena, Zeus dará ouvidos. Por mais que ele odeie admitir, ele escuta o que Poseidon fala. E se Poseidon concordar com Atena... aí é que ele vai escutar mesmo. Ainda mais depois dessa mini guerra melodramática. – Apolo riu.

– EI! – Annabeth protestou. – Minha mãe não é melodramática!

– Não falamos que sua mãe é melodramática. – disse Hermes. – dissemos que a mini guerra é que é!

– Além do mais, se dissermos isso, Atena nos castigará. E o pior é que ela é a caçula. Mas sabe ser vingativa! – Apolo se divertiu.

– Ás vezes até mais que Nêmesis. – Hermes complementou.

Percy e Annabeth se entreolharam. De fato, quando queria, Annabeth conseguia se vingar muito bem. Os dois semideuses, os dois deuses e o pégaso voaram até o Olimpo, na esperança de impedir os planos de Hera. Mentalmente, Percy anotou o nome de Tique, pois já teria que agradecer a Hipnos, Morfeu e Delfos pela ajuda. Agora teria que agradecer a deusa da sorte, porque ele não arrumou outra explicação para Blackjack ter conseguido planar no último instante e fazer eles sobreviverem a queda.


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