Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 21
Let the sky fall




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A dor começou a voltar e não havia mais injeções de anestesia. A perna de Percy ardia, a vontade era de arrancá-la, mas nosso herói precisava aguentar. Blackjack não tardou a chegar, mas só tinha vindo com mais um pégaso, seus outros amigos se machucaram levando Nico, Clarisse, Thalia e Nicholas de volta ao acampamento, alguns monstros que voavam os atacaram e Percy perguntou a Calipso porque ela não lhe disse que os amigos haviam sido emboscados no caminho de volta.

– Eles já chegaram ao acampamento, estão bem. Porque eu iria deixar-lhe preocupado? – ela respondeu.

Percy ficou com um pouco de raiva dela por isso, eram seus amigos e se ele se sacrificou para que eles voltassem com o mínimo de segurança possível para o acampamento, portanto ele merecia saber como os meninos estavam. Percy queria carregar Annabeth no colo até o teto do prédio, mas mal conseguia rastejar de tanta dor, Calipso o ajudou a mancar até o telhado, levando em seguida Annabeth. Hora nenhuma ela reclamou de cansaço, fome ou dor. Foi fácil ajeitar os dois feridos nas costas de Blackjack, difícil foi ele levantar voo sem Percy vomitar. Mas em poucos minutos, as luzes da Cidade do México estava ficando para trás. Uma coisa incomodava Percy e não era no sentido psicológico, havia algo debaixo da cela de Blackjack que estava incomodando MESMO a bunda dele.

“E então chefe, Annabeth está bem?”

– Espero que sim, ela está dormindo desde a hora em que a resgatei. – ele respondeu tentando disfarçar a dor na voz.

“Er... chefe... essa sua perna aí... acho que esses curativos não estão ajudando... estou até sentindo o cheiro de sangue e isso não é boa coisa!”

– Obrigado pela preocupação Blackjack, de verdade. Mas eu estou bem.

“Tem certeza mesmo chefe?”

– Tenho Blackjack! Sério mesmo, agradeço a preocupação, mas estou ok! Apenas nos leve ao Acampamento Meio-Sangue tá legal! Depois que Annabeth e Calipso estiverem em segurança lá, nós vamos para o Olimpo.

“Adoro a comida de lá! Os torrões de açúcar são uma delícia! Melhor que os do acampamento!”

Percy riu com a resposta dele, só Blackjack para conseguir com que ele risse no meio de uma dor aguda como aquela. Em questão de minutos, Percy caiu no sono, o corpo dele não ligava se o semideus passou o dia inteiro dormindo, a dor na perna era tão intensa, que só assim para Percy se desligar e também não importava o quanto ele tivesse comido na casa de Gastón antes de Blackjack chegar, Percy estava tão faminto, que se o Minotauro pudesse ser morto, cozido, tostado ou cozinhado, ele comeria o monstro com um pouco de pimenta, sal e um bom copo de Coca Azul. No sonho, Percy estava novamente em Ogígia e era o potro azul novamente.

“Papai!” ele tentou gritar, mas apenas relinchou. “Era só o que me faltava... eu tô voando num pégaso e relinchando num sonho!”

Calipso não apareceu como dá primeira vez, em vez disso, quem apareceu foi Rachel Elizabeth Dare; se acordado Percy já achava que ela era um pesadelo ruivo, dormindo ele não podia afirmar isso. Rachel usava uma túnica grega branca que lhe deixava muito bonita, usava pulseiras, anéis, colares e brincos de ouro e uma sandália de couro (roupa que lembrava a nobreza da Grécia Antiga). Rachel foi até Percy, caminhando quase que em câmera lenta. Quando chegou ao lado dele, acariciou a crina grande do animal. Nos cavalos, as fêmeas é que tem a crina aparada, nos machos a crina é deixada ao natural.

“Rachel...” tentou dizer o potro azul, mas nada além de relinchos saíram de sua boca.

“Shiu.” Ela advertiu. “Preste atenção” apontou.

Percy seguiu o olhar para onde ela apontou, o jardim de Calipso. Haviam doze animais sentados de forma civilizada igual ao conselho Olimpiano. Uma águia (Zeus), uma vaca (Hera/ironicamente ou não), o cavalo branco (Poseidon), havia uma miniatura de Cérbero (Hades, o que era engraçado uma miniatura de um cão de três cabeças), a pomba mais bela que o jovem semideus já viu (Afrodite lógico), um grifo tão bonito quando o grifo “bonzinho” dos sonhos anteriores (Apolo), um veado também majestoso (Ártemis), uma pantera que evidentemente não queria estar ali (Dionísio), um caranguejo manco se apoiando em uma bigorna (Percy achava que se tratava de Hefesto), um javali rabugento (Ares) e George e Martha que brigavam por um rato (Hermes). Uma coruja (Atena) estava no meio deles, piando. Bem, Percy ouviu como piu, mas podia ser que sua sogra estivesse falando outra coisa.

“O que está acontecendo Rachel?” ele perguntou.

“Os Olimpianos estão reunidos.”

“Mas ainda não é 21 de Junho.”

“Eu sei, mas Zeus está preocupado.”

“Com as decisões de Atena?”

“Pior Percy, as decisões de Atena de partir pra guerra contra Poseidon são a menor preocupação de Zeus.”

“O que está acontecendo Rachel?”

“Não tenho muita certeza, Hermes visitou o acampamento duas vezes na última semana para falar com Quíron e o Sr. D, boa coisa não é.”

“Porque eu só escuto Atena piando? Porque só entendo o que você diz mesmo eu estando relinchando.”

“Percy isso é um sonho. Morfeu e Hipnos estão apenas mostrando a você que coisas sérias estão acontecendo, se quiser interferir e se comunicar com um dos deuses, basta apenas querer.”

Qual dos deuses Percy ia pedir ajuda? Apolo? Por causa perna? Não. O Olimpo precisava dele novamente, Percy não podia ser egoísta e apenas pensar na sua perna. Muitas pessoas podiam viver com defeitos físicos, por que não ele? Hefesto era um bom exemplo.

“Quer parar de achar que cuidar de si por um minuto é egoísmo? Apolo pode não ser um poço de inteligência, mas ele e Hermes são bem informados e podem ajudar.” Rachel reclamou.

Primeiramente, Percy achou que ela estava apenas dizendo isso porque Apolo era o patrono de Delfos, mas depois lembrou que Rachel gostava dele e queria vê-lo saudável.

“Apolo... Hermes...” Percy chamou mesmo que fosse relinchando.

O grifo, George e Martha saíram da conversa e foram até ele.

“E aí Percy!” Apolo disse alegre como sempre. “Tá a fim de ouvir meu último haicai?”

“Valeu Apolo, quem sabe outra hora... Eu preciso da ajuda de vocês. O que tá acontecendo?”

“Sabe como é né Percy, Atena e Poseidon tem essa briga desde sempre e coisa e tal.” Disse Martha.

“Martha, o conselho Olimpiano tá reunido. Não pode ser só uma briguinha entre tio e sobrinha. Hades tá aqui!” Percy disse sério.

“Ele tá certo mano.” George disse para Apolo.

“Percy... a situação aqui não tá muito fácil quanto nós achamos que ia ficar.” Apolo respondeu, sério.

“Como assim, nós?” Percy perguntou franzindo a testa.

“Digamos que Apolo, Afrodite e eu somos muy amigos, se você me permitir falar em espanhol.” Disse George.

“Percy, Zeus acha que há mais traidores no acampamento, ele quer passar um pente fino lá.” Disse Martha.

“Hein?” Percy se assustou.

“Digamos que nosso pai Zeus está meio paranoico com segurança depois daquela história da tal da Silena e o traidor que fez a loirinha ser sequestrada.” George respondeu.

“Hera o está apoiando. O argumento dela é de que haverá outra guerra, dessa vez entre semideuses. O que obviamente não é nada bom.” Complementou Martha.

“Pra piorar a história, Ares está incentivando como sempre, o que não é legal. Afrodite, Hermes, Ártemis, Hefesto, Héstia, Deméter, eu e acredite ou não, mas Dionísio e Hades também não estão afim de se meter nessa história.” Disse Apolo.

“Mas Zeus e Hera estão desconfiado dos meios-sangues, o que não é nada bom!” disse Martha.

“E pra piorar a situação, Ares fica botando lenha na fogueira. E seu pai e Atena não estão nem aí para essa história, eles só querem saber da própria guerra.” Disse George.

“Se não bastasse essa besteira de Poseitena, ainda tem Hera com essa historinha de que não podemos confiar em nenhum meio-sangue e blá, blá, blá.” Disse Apolo.

“Hera? Mas achei que fosse ideia de Zeus? Poseitena, sério?” Percy levantou uma sobrancelha.

“O que? Já ouviu falar que entre amor e ódio há uma linha tênue? É impossível não shippar esses dois mesmo eles REALMENTE se odiando.” Disse George.

“Ignore-o.” disse Martha. “Alguma vez você achou mesmo que Zeus mandasse em alguma coisa fora nos raios? Hera é que é a rainha soberana aqui. Infelizmente. Zeus faz tudo o que ela quer, menos parar de botar chifre né, mas isso ai ela bem que merece.”

“Então, Hera quer... hum... dizimar os semideuses?” Percy perguntou.

“Por aí. O que não é algo muito bom. Eu amo meus filhos. E as filhas de Afrodite e ela que não escute isso porque se não eu tô ferrado!” Disse Apolo.

“Se Zeus resolver adotar a ideia de Hera, então todos no Acampamento Meio-Sangue correm perigo.” Disse Martha.

“Mas vocês não falaram que ela só queria passar um pente fino? Isso quer dizer que ela só quer se livrar dos traíras né?” Percy perguntou.

“Aí Percy, isso é modo de falar!” George exclamou.

“Não queríamos te assustar logo no começo da conversa. Agora que já contamos tudo, aí sim podemos falar na vera as verdadeiras intenções da nossa nada querida madrasta.” Martha complementou.

“E o que tártaros Hera quer fazer?” Percy perguntou receoso.

“Bem, ainda não temos 100% de certeza, mas a teoria de Afrodite é que ela vai jogar uma bomba atômica no acampamento.” Disse Apolo.

“Hades acha que Zeus irá obrigá-lo a ir fazer uma visitinha nada agradável ao CHB com alguns generais da morte. Hefesto, Ártemis, Apolo e eu achamos que Hera vai pedir pro seu querido e nada comportado filho Ares entrar lá e fazer a festa. No pior sentido da frase.” Disse George.

“Por que Hera quer dizimar os semideuses? Isso não faz muito sentido!” disse Percy.

“Percy, até Atena que é a rainha do sentido e da lógica não anda batendo bem da cabeça, porque você acha que Hera ia fazer algo com justificativa?” rebateu Martha.

“Eu tenho que chegar logo ao Olimpo! Fazer meu pai e Atena pararem com essa briga e tomarem uma atitude.” ele exclamou.

“Por mais que Zeus odeie admitir, ele escuta Poseidon, às vezes mais até do que Hera.” Confessou Apolo.

“Venha logo Percy, antes que o acampamento seja dizimado.” Disse Martha.

“Aproveita e traz uns ratos?!” disse George.

Percy trotou até onde ele havia encontrado Rachel, ela estava cheirando uma flor.

“Rach?” chamou.

“Quando acordar, é melhor fazer uma oferenda para Hipnos e Morfeu.” Respondeu ela.

“É e para Delfos também.” ele disse tendo a vista cegada por uma luz branca.

Percy acordou com Blackjack caindo.

“CHEFE!!!” ele gritou.

– BLACKJACK! – Percy gritou abraçando Annabeth que ainda estava inconsciente. – O QUE ACONTECEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEU?! – gritou com a queda.

“O CÉU TÁ CAINDO CHEFE! O CÉU TÁ CAINDO! O CÉU TÁ CAINDO” gritava Blackjack.

– AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!

Ele tentou olhar para cima e conseguiu ver Calipso de relance, ela lutava contra uns monstros que mais pareciam ser demônios. Se Percy sobrevivesse àquela queda (considerando o amor que seu querido titio Zeus sentia por ele), ele nunca mais ia para a Cidade do México! Ao menos que algo extremamente ruim acontecesse, tipo Cronos tentando ressurgir novamente. Percy não queria nunca mais botar os pés naquela cidade cheia de monstros que mais pareciam demônios.

– PERCY! – gritava Calipso.

Percy então olhou para baixo, a dor da sua perna era insignificante comparada com a velocidade que eles estavam indo de encontro ao chão. Ele abraçou Annabeth com força e sussurrou em seu ouvido:

– Eu te amo Sabidinha.

Nunca achou que ele é quem fosse falar primeiro, mas naquele momento, não houve mais esperanças para o filho do mar. Pelo menos ela ia morrer dormindo, não sentiria dor nenhuma, o que era algo bom. Mesmo que ela não estivesse consciente para ouvir as últimas palavras de seu amado, ao menos ia ter uma morte sem sofrimento, enquanto Percy e Blackjack iam ser esmagados no chão em questão de segundos.


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Notas finais do capítulo

nem todos os deuses Olimpianos tem um animal símbolo, por tanto eu coloquei um animal que de certa forma os representassem. Como Cérbero que é o chão de guarda do Mundo Inferior, Hefesto teve filhos que "foram identificados" como caranguejos por Hesíquio de Alexandria, assim como Martha e George para representar Hermes, que são as cobras de seu símbolo, o Caduceu.