Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 20
O resgate




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Percy seguiu com cautela o caminho que Nicholas indicou. Algo dentro dele dizia para ele ter medo, mas seu coração não queria saber, era Annabeth e isso era o suficiente para tudo. Percy chegou a tal sala, era completamente revestida de concreto e tinha apenas algo que parecia uma mesa de madeira em formato ^ . Annabeth estava jogada no chão, se contorcendo de dor, vários arranhões pelo rosto. O tal de Nate conversava com uns monstros e Gastón. Quando eles saíram Percy enfiou Contracorrente neles e os monstros viraram pó, mas Gastón não, apenas se feriu. O traidor correu e Percy o perseguiu, não tardou para que o filho de Hermes tropeçasse nos próprios pés e caísse no chão, Percy colocou a espada em seu pescoço.

– Vá em frente Jackson. – Gastón provocou.

– Não sou você, Lira. – Percy rosnou.

– Como descobriu meu sobrenome?

– Não sou idiota.

– Jura? Pois me enganou direitinho. – ele disse empurrando Percy.

Eles voltaram à perseguição até que chegaram a um lugar cheio de caldeiras ligadas, o calor era indescritível. Percy e Gastón começaram a lutar em cima de uma esteira que passava pelos topos de todas as caldeiras, quase que Percy caia em uma, mas novamente Gastón tropeçou nos próprios pés e caiu, morrendo queimado. Percy tentou salvá-lo, mas ele se recusou a pegar sua mão. Assim como Annabeth, o defeito fatal do semideus deveria ser orgulho. Igual ao filme do Rei Leão. Percy limpou a testa e viu de longe, quase que como uma miragem, as parcas cortando dois fios. Ele então correu para o lugar onde estava Annabeth.

– Não irá salvá-la, Jackson. – disse Nate.

– Isso é o que você pensa. – Percy respondeu com raiva.

Eles começaram a lutar, Percy não sabia como, mas Mordecostas estava com Nate. A luta foi intensa e Annabeth continuava deitada no chão morrendo de dor, Percy esperava que o outro fio fosse do espião do acampamento, que Nate chamou de Lola. Se ele não estava enganado, havia uma Lola Swan no chalé dez. Percy era esplêndido com a espada, afinal foi ensinado por Luke e já havia lutado contra Ares em pessoa (e contra quase todos os filhos dele), mas Nate apesar de esquelético era MUITO BOM.

– Surpreso Cabeça de Alga? – Nate perguntou zombando.

Percy enfiou Anaklusmos no estômago dele, que caiu no chão cuspindo sangue.

– Só há uma pessoa no mundo que pode me chamar de Cabeça de Alga... e essa pessoa não é você. – Percy disse sério.

Ele andou arrastando a perna machucada até Annabeth e a livrou das cordas. Conseguiu pegá-la no colo e saiu quase que parecendo um zumbi do tal armazém, era de manhã quando chegaram ao lado de fora, dava pra ver o nascer do sol. Percy encostou Annabeth no muro externo do lugar e abriu a mochila, deu a ela o pouco de ambrósia que tinha, ele não ligava se sua perna estava sofrendo hemorragia, não queria saber se sentia tanta fome que parecia que seu estômago estava sendo dissolvido em ácido. Nada disso importava, pois Annabeth finalmente estava salva.

– Percy... – ela sussurrou.

– Oi Sabidinha. – ele conseguiu sorrir.

– O que... o que aconteceu...?

– Depois a gente conversa. Você precisa descansar. – ele disse tremendo.

– Sua perna... – ele disse com voz de sono.

– Não é nada tá legal? Descanse.

– Percy... a ambrósia... sua perna... – Annabeth estava muito ferida para formar uma frase completa.

– Shiu... eu não preciso da ambrósia, contanto que você esteja bem, eu estarei bem. – ele disse derramando uma lágrima.

Annabeth não tinha mais forças para falar. Percy a abraçou, chorando e o que restava dos monstros do bar cercou o casal de semideuses.

– Agora sim, podem matá-lo. – disse o cara de cobra.

Percy destampou a caneta e deixou Annabeth encostada no muro, enquanto lutava sem forças contra vinte monstros diferentes. Não tinha mais jeito, ele ia morrer. Ele não se importava com isso contanto que Annabeth estivesse salva. Percy foi acertado com um golpe forte na cabeça e estava quase desmaiando, quando viu uma sombra transformando os monstros em pó. Não podia ser a Sabidinha, ela também estava muito ferida. Mais monstros começaram a aparecer e a sombra guerreira tentou lutar contra eles, Percy usou o que lhe restou de forças para rastejar até Annabeth e abraçá-la, se fosse para morrer, que ao menos fosse junto à mulher que amava. Antes de apagar por completo, ele viu uma luz muito forte surgir do nada, lembrava as luzes da forma divina dos deuses e assim, o herói do Olimpo apagou.

“Percy?” chamou uma voz conhecida.

Percy acordou e viu Grover.

“Grover...?ele disse com a voz rouca.

“Cara, você me assustou!” o sátiro riu.

"Onde é que eu tô?” Percy perguntou morrendo de dor de cabeça.

“Olimpo. Calipso conseguiu te salvar e pediu carona a Apolo.” Grover disse.

“Calipso?” Percy disse sem entender nada. “Onde... onde está Annabeth?”

“Calma, ela tá bem, na verdade está melhor que você. Está conversando com Atena, tentando convencer a mãe a acabar com a guerra.”

Percy conseguiu se sentar na cama, o quarto era em estilo grego e podia-se ver o resto do Olimpo. Percy usava uma túnica grega ao invés da calça jeans e da camisa laranja.

“Contracorrente?” Percy disse preocupado.

“Tá no bolso da sua calça. Calma aí Perce, você precisa descansar.” disse Grover.

“Nem vem, meu pai tem que acabar com essa briga idiota.” ele disse gemendo de dor.

“Percy, você perdeu um litro de sangue”. Sunny disse entrando no quarto. “Agora deite antes que eu te dê uma porrada pra fazer você desmaiar.”

“O que você tá fazendo aqui?” Percy perguntou tentando levantar.

“Sou filha de Apolo lembra? Deus da medicina. Agora deita aí ou eu chamo a Clarisse para te bater.” ela disse trocando uns panos que estavam por cima da perna ferida dele.

“AI!” gritou Percy de dor.

Grover não usava roupas, enquanto Sunny usava uma túnica feminina grega, com uma coroa de louros na cabeça.

“Isso aqui é um sonho não é? Ou eu morri? Por tudo que eu vi do Mundo Inferior, achei que a morte seria algo mais doloroso que isso!” exclamou.

“Não, você tá vivinho. E não graças a Hades.” Grover riu.

“Então porque tá tudo estranho?” ele disse se segurando para não gritar de dor. “Sunny, já ouviu falar de anestesia?”

“Já ouviu falar de cala a boca se não eu não faço meu trabalho?” ela respondeu sarcástica.

“Cadê o Will quando eu preciso dele?!” Percy reclamou.

“Percy, é melhor se acalmar cara.” disse Grover.

“Me acalmar? Cê tá pelado, Grover!” Percy exclamou.

“Você também. Acha que se coloca alguma coisa por debaixo da túnica?” Sunny riu.

Percy sentiu um friozinho no estômago.

“Preciso ver Annabeth.” ele disse arrumando forças para se levantar.

“Percy, você está fraco, precisa descansar.” Sunny e Grover disseram juntos.

Aquilo sim foi sinistro. Percy não viu sua calça em canto algum, ou seja, estava sem sua espada. Ele conseguiu correr para o corredor e terminou chegando ao salão onde os deuses faziam as reuniões dos solstícios. Não havia ninguém. Percy não ouviu passos e então respirou aliviado, algum lugar em sua mente dizia que aquilo era um sonho, mas o medo falava mais alto. Do nada, Percy viu um outro ele sentado no trono de Poseidon e a batalha do ano passado acontecendo na sua frente, quase como se ele estivesse vendo um filme. Não tardou para que Luke cometesse suicídio e então toda a cena pausou e a alma de Luke caminhou até Percy.

“O que está acontecendo Luke?” Percy disse sentando no chão de tanta dor.

“Acho que dessa vez Morfeu não tá interferindo em nada. É só seu subconsciente, Percy.” Luke respondeu.

“Como assim?”

“Nem todos os sonhos tem significado Percy, alguns são só sonhos mesmo. Coisas aleatórias e sem sentido.” Ele sorriu.

“Onde eu estou? O que aconteceu?”

“Você está descansando em algum lugar no México, não tá morto, relaxe.”

“Onde está Annabeth? O que aconteceu Luke?”

“Voe até o próximo país com aqueles que têm seu sangue; A Coruja e o Cavalo tentarão a morte num instante; O traidor cortado pelo fio será, o protetor nas terras abaixo ficará. Salve o que seu coração mais deseja, e veja seus dias acabarem por ela mesma.” Ele repetiu a profecia de Rachel.

“É, eu já ouvi isso tem uns dias... onde está Annabeth?!”

“Você, seus primos e sua prima de segundo grau viajaram até o país mais próximo, o México. Atena e Poseidon não tardaram para tentarem se matar como de praxe, mesmo eles sendo imortais. O traidor cortado pelo fio será... Gastón Lira, meu irmão, morreu tropeçando nos próprios pés, Lola Swan, do chalé de Afrodite, morreu com um aneurisma... as Parcas cortaram os fios.”

“Luke... cadê a Annabeth?” Percy disse começando a ficar estressado.

Luke deu um sorriso maroto, caminhou até Percy e ficou de joelhos para olhá-lo nos olhos.

“Tem minha benção. Seja feliz com ela.” ele disse feliz.

Era como ver o amigo morrer de novo e a dor foi a mesma da primeira vez. Então, Percy acordou. Estava no apartamento de Gastón, deitado no sofá. Sentia o gosto dos biscoitos azuis de sua mãe na boca. Ele consegui levantar com dificuldade, a perna estava muito machucada, havia um corte profundo, tão profundo que ele via a própria tíbia, o que não era uma imagem reconfortante. Mas não sentia muita dor apesar da profundidade do corte. Calipso veio do corredor e sorriu ao vê-lo acordado.

– Fico feliz em vê-lo bem, meu destemido. – ela disse sorrindo.

– Onde está Annabeth? – ele perguntou com a voz rouca.

– A moça descansa no quarto, não há com que se preocupar, ela está bem.

A forma como Calipso falou lembrou Zöe Doce-Amarga.

– Tem certeza de que ela está bem?

– Está melhor que você, destemido.

Percy deu um sorriso fraco e encarou Calipso.

– Eu disse para você ir levar os meninos até Nova Iorque. Eles ficariam a salvos no acampamento, assim como você.

– O último seguidor do Titã do Tempo está morto graças a você, não há o que se preocupar, apenas descanse.

– Quero ver Annabeth. – ele disse firme.

– Ela está dormindo Percy e sua perna não está numa boa situação.

– Não importa, eu quero vê-la. – disse sério.

Calipso abaixou a cabeça, podia até ter sido impressão de Percy, mas ela parecia triste com o que ele falou. Não com o tom, mas sim com as palavras. Ela realmente achou que ele desistiria de Annabeth por ela. Calipso caminhou até ele e o ajudou a levantar, Percy suspendeu a perna esquerda e foi mancando com a ajuda dela até o quarto de hóspedes da casa de Gastón, já era o por do sol. Annabeth dormia feito um anjo, as feridas do rosto já curadas, parecia que nada de ruim havia acontecido a ela na última semana. Percy sentou ao lado dela, tocou na sua mecha de cabelo cinza e beijou lhe a testa.

– Não sabe o quão feliz eu fico em ver que você está bem. – ele prendeu o choro.

Annabeth continuou dormindo, se mexeu um pouco, ainda parecia um anjo.

– Percy, você sussurrou “Burro Espanhol” enquanto dormia. Quem foi que sofreu essa tortura? – Calipso perguntou com a voz mais doce que pode, mas parecia preocupada.

– Ninguém. Mas iam fazer em Annabeth. – ele disse olhando para a deusa. – Por quê? Quão ruim é essa tortura?

Calipso não respondeu.

– Por favor, me diga.

– A... vítima... é colocada desnuda numa mesa em forma de ^ , com pesos presos as pernas e bem, com o tempo, isso vai partindo a mulher ao meio. – disse Calipso da melhor forma possível.

Percy ficou pasmo. Nunca ficou tão feliz de ter matado uma pessoa quanto naquele momento, só se pensar que Nate queria fazer isso com Annabeth... ele teve vontade de incorporar Ares e ter sido mais cruel com o último seguidor de Cronos.

– O que aconteceu depois que eu desmaiei? – ele perguntou tentando se livrar dos pensamentos ruins.

– Eu encontrei você cuidando dela quando vários monstros chegaram para atacar, você lutou braviamente contra eles até ser nocauteado, entrei na briga e vaporizei todos. Foi difícil trazer você e ela para cá, depois que chegamos, eu cuidei dos dois. Só não sei muito bem o que fazer com sua perna. – ela falou serena.

– Tudo bem, quando chegarmos ao Olimpo, Apolo dará um jeito. – ele disse.

– Percy, sua perna está muito ruim. Posso ter conseguido tirar a dor com aquilo que os mortais chamam de anestesia, mas logo vai voltar a doer e eu não estou certa de que consegui estancar muito bem o seu sangue. – ela disse agora séria.

– Como conseguiu anestesia?

– Mandei uma mensagem de Íris para o acampamento, Quíron disse o que eu devia fazer. Seu pégaso e os amigos dele já devem estar chegando para nos buscar.

– Uma boa notícia! Assim que Blackjack chegar diga para me levar direto ao Olimpo. Você e Annabeth vão direto para o acampamento.

– Por quê?

– Porque Will Solance irá cuidar de Annabeth e não há 100% de certeza de que Apolo estará lá, então é melhor não arriscar e levá-la até o acampamento, onde sei que terá duas dúzias de filhos do sol para cuidarem dela.

Percy não queria se lembrar da existência de Andrew, mas infelizmente, seria melhor que Annabeth fosse encontrá-lo do que se ela fosse com Percy até o Olimpo e Apolo não estar lá.

– Se o deus do sol não estiver lá como você crê... sua perna, meu destemido...

– Não se preocupe Calipso, eu posso viver sem uma perna, mas não posso viver sem Annabeth.

Calipso não discutiu, Percy pegou no sono ao lado de sua amada. Torcendo muito para que Blackjack não demorasse, pois ele já sentia o efeito da anestesia passando. Logo, logo o filho do mar ia estar gritando e morrendo de dor e ainda faltava um linha da profecia para ser concluída, já que Percy, afinal, havia conseguido salvar Annabeth.


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Notas finais do capítulo

Não sou muito boa com cenas de luta.