Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 12
O plano para chegar a Annabeth




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Pelos sonhos, Percy sabia que Annabeth estava em perigo. Ele contou a Rachel, Grover, Tyson e Thalia na fogueira sobre seus sonhos e os significados, mas deixou de lado o segredo de Sunny. Percy teve a impressão de que Rachel sabia que ele escondia algo, talvez porque Sunny fosse a melhor amiga dela. Naquela noite, Percy sonhou de novo e acordou muito assustado. Em seu sonho, o grifo feio e malvado encurralou o bebê coruja numa parede de tijolos, só que não se via o teto nem o chão ou à esquerda e a direita. O grifo começou a machucar o bebê coruja com as patas de leão, Percy via tudo na diagonal, o potro azul tentava se soltar, mas era como se tivessem cordas amarradas por seu corpo. Toda vez que Percy tentava se soltar, ele sentia como se a corda fosse feita de facas, que machucavam e muito seu corpo. O semideus acordou lavado de suor, era bem umas cinco da manhã e Percy resolveu levantar, tomou banho para se livrar do suor e ficou fazendo hora na porta do chalé seis até que o primeiro campista de Atena saísse.

– Malcolm! – Percy chamou correndo de encontro ao rapaz.

– O que você quer Jackson? – ele perguntou sem bom humor.

– Annabeth, sabe onde ela está? – ele perguntou.

Os irmãos de Annabeth não gostavam de Percy Jackson da mesma forma que a mãe deles também não gostava do menino. Malcolm suspirou e deu a informação que deixou o coração de Percy apertado e menor que um grão de feijão: Annabeth fora transferida para um hospital em Nova Iorque junto com Nico di Angelo e os campistas que estavam em pior estado. Percy contou a Thalia, Rachel, Tyson e Grover depois do café da manhã.

– Veja o lado bom, ela está em um lugar com equipamentos modernos de tecnologia. Seja lá o que Annabeth, Nico e os demais tenham, será descoberto no hospital. – Rachel disse otimista.

– Não creio que seja assim tão fácil. – Thalia respondeu. – Se for uma doença não conhecida pelos mortais, vão dizer que é um surto e vai ser como aquela H1N1.

– Gente, o Will pode não ser um poço de inteligência, mas burro ele não é! Quíron não ia deixar levarem quatro campistas para um hospital em Nova Iorque se Will não tivesse certeza de que é alguma coisa normal para os humanos. – Grover disse.

– O menino bode tá certo, Percy. – Tyson falou.

– Eu sei. – Percy bufou. – Mas... deve haver algo que possamos fazer.

– Não inventa Percy. Você mal sabe história e já tá querendo estudar biologia e doenças?! Isso não vai dar certo! – Grover alertou.

– O menino bode tá certo. – Tyson repetiu.

– Mas deve haver algo... – Percy disse tentando ter esperança.

– Percy, não inventa de dar uma de House não tá! O pessoal do chalé sete pode ser metido, mas eles são bons com medicina. – Thalia disse.

O pessoal tinha razão, não havia nada que ele pudesse fazer.

– Ontem eu conversei com Quíron, ele disse que estava indo para o Olimpo ter uma conversa séria com Zeus e Apolo. – Percy revelou.

– Zeus e Apolo? – Tyson perguntou, se espantando.

– Acha que essa virose é tão grave assim? – Rachel perguntou.

– Não sei. – Percy admitiu.

– Para Quíron ir conversar com Zeus e Apolo... boa coisa não é! – Thalia concluiu.

Percy ficou com o coração apertado. Seguiu o resto das atividades normais só pensando em Annabeth, mesmo que a imagem da traição dela viesse com frequência a sua mente. Antes do almoço, Percy teve tempo livre, já que seus professores de mitologia grega (Annabeth e Quíron) estavam fora do acampamento (no Guia Definitivo tem dizendo o horário completo do Percy no acampamento). Era segunda-feira e pela primeira vez em anos Percy sentiu saudade de ouvir Annabeth reclamando por ele não prestar atenção ou por estar desenhando no papel ao invés de fazer a lição. Quando deu o almoço, Dylan estava na mesa de Poseidon e contou como se sentia: dor, febre, sono, cansaço e muita fome. Para Percy isso era o normal em qualquer doença.

– Desculpa mano, mas não vi Annabeth lá. O pessoal de Hermes que me liberou disse que eu dormi muitom assim como os demais. – disse Dylan.

Percy ficou feliz de saber que o irmão menor (por mais irritante que fosse) estava bem. Quando estava escrevendo as cartas para casa, Percy contou tudo para Sally, ele não era de deixar a mãe preocupada, mas não havia missão alguma. Pelo que ele mesmo notou, estava mais fácil contar para os amigos, a mãe e até mesmo para Quíron o que acontecia com ele já que não havia mais missões, problemas ou seu avô tentando dominar a Terra de novo. No tempo livre, Percy fez algo que nunca achou que teria que fazer, mas como Rachel e Grover o incentivaram até demais, ele resolveu fazer assim mesmo: ligar para seu sogro. Thalia sabia o número da casa de Frederick Chase e Percy discou no celular (contrabandeado) de Rachel. Ele estava com frio na barriga pelo que estava fazendo, mesmo estando junto com os amigos no chalé de Poseidon.

“Alô?” disse o doutor Chase.

– Frederick Chase? – Percy perguntou.

“Sim é ele. Quem é?”

– Aqui é Percy Jackson, sabe, o...

“O namorado da Annabeth” O doutor Chase o interrompeu.

– É, o namorado da Annabeth. – Percy repetiu com um friozinho no estômago.

“Algum problema rapaz?”

– Não é que... – Percy colocou o telefone no peito para que o doutor Chase não o ouvisse falar com os demais. – Eu digo o que?

– Me dá isso! – Thalia disse pegando o telefone. – Doutor Chase, aqui é Thalia Grace, lembra? Amiga da Annabeth.

Percy olhou para Grover, que comia uma lata de refrigerante. Ele não sabia se Rachel, Tyson e Dylan estavam sentindo-se envergonhados como ele, mas poxa, Percy só conheceu Frederick Chase uma vez e ele nem namorava Annabeth na época. Percy nunca falou com o pai dela depois do que ocorreu no Monte Santa Helena.

– Sim, filha de Zeus. – Thalia disse no telefone. - Não tá tudo bem com Percy e eu, mas é que... queríamos saber se o senhor teve alguma notícia da Annabeth nesses últimos dias.

Um silêncio constrangedor varreu o chalé três, Tyson e Percy trocaram olhares.

– Sim, sei... certo... obrigada... não, tudo bem! Sem problemas... pode deixar, eu digo... até mais. – Thalia disse, desligando o telefone.

– E? – Grover perguntou.

– Ele disse que um tal de William Solance ligou para ele tem uns dois dias dizendo que Annabeth estava sendo transferida para um hospital no centro de Nova Iorque por causa de uma virose grave que está tendo no acampamento. – Thalia disse.

– Virose grave? Mas eu estou bem! – Dylan disse sentando na cama.

– Quíron disse que não era nada alarmante. – Percy lembrou.

– Percy, é o Quíron! Alguma vez você já ouviu ele dizer, realmente, a complexidade da situação?! – Grover respondeu.

– Segundo o doutor Chase, há pelo menos três mães médicas com filhos semideuses no tal hospital, ou seja, podemos ficar menos preocupados. – Thalia finalizou.

– Ele ao menos sabe ou tem uma ideia do que Annabeth tenha? – Percy perguntou.

– Não, mas está organizando tudo para vir para cá o mais rápido possível, ele está preocupado com Annabeth. – Thalia respondeu.

Percy ficou atônito. No jantar, além da oferenda a Poseidon, fez uma referenda a Apolo e Atena.

“Senhora Atena, sei que a senhora não gosta muito de mim, mas, por favor, mande uma luz para a cabeça desses médicos para ajudar sua filha e os demais campistas. Apolo... sei que o senhor deve estar muito ocupado agora, mas por tudo que é mais sagrado, ajude minha Sabidinha!”

Depois do torneio de vôlei, Percy foi para seu chalé, não estava com muita vontade de cantar na fogueira. Estava já de pijamas quando alguém bateu na porta, ele abriu e Sunny parecia assustada.

– Oi Sunny, algum problema? – ele perguntou meio desconfortável por estar sem camisa.

– Percy, eu acho que sei que virose é essa. – ela disse entrando no chalé na maior cara de pau.

– Achei que você não soubesse nada de medicina. Pelo menos foi isso que o Will me disse.

– E não sei mesmo, mas meu pai é o deus da medicina e minha mãe é médica, então... eu sei umas coisinhas. Andei dando uma lida nesse livro que eu achei no meu chalé... gosto de ler tudo, mesmo que seja livros de medicina e veja o que eu achei marcado nessa página. – ela disse entregando o livro a ele.

O livro era vermelho, mas não estava escrito em grego, aquilo era inglês. A dislexia de Percy atacou como sempre e ele só conseguiu ver símbolos sem sentido. Era mais fácil distinguir a camiseta do acampamento, a calça jeans dela e os pés descalços do que o texto.

– Ah... Alison... dislexia... – Percy a lembrou.

– Ah claro! Er... desculpa! Eu só tenho TDAH... – ela disse sem graça. – Percy, isso é um livro de pragas antigas e como conjurá-las.

– Como assim pragas antigas? Como as sete pragas do Egito?

– Por aí. Alguém conjurou essa praga que está atacando os campistas.

– Tenho absoluta certeza de que foi o Andrew. – Percy disse com raiva.

– Eu duvido, assim como você, Andrew também tem dislexia e o encantamento que está escrito aqui é em inglês e pelo que eu li, tem que ser dito rápido e bem alto. Andrew não conseguiria ler rápido, mesmo decorando.

– Então quer dizer que há um filho de Apolo conjurando pragas aqui no acampamento?

– Não acho que seja filho de Apolo. Tinha uma janela quebrada no chalé e o livro estava muito perto dela.

– Alguém jogou esse livro no chalé de vocês para que pensassem que foi um filho de Apolo.

– Faz sentido não é? Um filho do deus da medicina conjurando pragas.

– Faz mais sentido que um filho de Perséfone, Éolo ou Hebe ou de qualquer outro campista.

– Mas os filhos de Hécate...

– Acha que alguém do chalé vinte conjurou isso? – perguntou Percy.

– Não sei. Mas tenho certeza de uma coisa, seja lá o que tártaros Quíron foi falar com Zeus e Apolo, eu tenho certeza de que inclui a suspeita sobre um filho do chalé sete.

– Por que diz isso?

– Porque eu que contei a Quíron sobre o livro. Mas não tinha notado a janela quebrada. Tentei mandar várias mensagens de Íris para ele, mas dá em nada.

– Isso é ruim!

– Eu sei. Por isso mesmo que eu bolei um plano.

– Plano?

– Chame Thalia, Rachel, Grover e Tyson. Amanhã pela manhã eu pretendo fugir do acampamento e ir até o Olimpo explicar isso e ver se consigo ajudar. Quem quiser vir comigo será bem vindo.

– Você acha mesmo que é uma boa ideia dois filhos de Poseidon, uma filha de Zeus, outra de Apolo, o Oráculo e um sátiro saírem do acampamento em direção ao Empire State? – Percy perguntou soando como Annabeth.

– Claro que não seu bobo. Você quer ir ver Annabeth não é? Assim como Thalia. Tyson pode nos dar cobertura aqui enquanto estamos fora e bem, Grover seria uma boa companhia para ir ao Olimpo assim como Rachel.

– Os filhos dos três grandes num hospital com uma filha de Atena, um de Hermes e um de Íris? Isso chama monstros sabia!

– Percy, qual é! Quíron mandou Argos para lá para proteger os doentes.

– Ótimo, se Argos nos pegar iremos ajudar a lavar a louça com larva pro resto das nossas vidas! – exclamou.

– Argos não vai pegar vocês. Já falei com minha não tão adorável mãe, ela disse que irá ajudá-los.

– Sua mãe trabalha nesse hospital?

– Achou mesmo que Quíron ia mandar quatro semideuses e um cara com uns cem olhos pelo corpo para um hospital que não houvesse mortais que podem ver através da Névoa? Qual é!

Percy parou um pouco para pensar. Ele ainda estava com muita raiva de Annabeth, mas seus sonhos foram bem claros, alguém usando um filho de Apolo ia ferí-la. E por mais que Percy tentasse impedir, fracassaria. Ele terminou aceitando e quando Sunny foi embora, ele torceu para que sua Sabidinha estivesse sã e salva, apesar de tudo que aconteceu, Percy amava Annabeth e não ia desistir nunca dela.


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