Forever & Always escrita por SeriesFanatic


Capítulo 11
Os sonhos explicando a vida




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Percy saiu da enfermaria com raiva. MUITA raiva. Rachel teve que puxar (sem muito sucesso) Tyson para fora do local enquanto, para Thalia, tudo parecia câmera lenta. Ela defendera a amiga com unhas e dentes na conversa com Percy, mas ao ver Annabeth traindo ele... mesmo que eles estivessem (em teoria ou ao menos é o que se deu a entender) terminado, Thalia nunca pensou que Annabeth fosse capaz de beijar aquele garoto. Naquela noite, os sonhos de Percy com animais continuaram e dessa vez ele viu Luke montado em um grifo no topo do monte Santa Helena com Quíron atrás dele. Percy olhava para cima para poder enxergá-los, mas ouviu um relincho e viu um cavalo branco ao lado dele, o cavalo era alto comparado com Percy. Não tinha como ser Blackjack.

“Use o cérebro Percy.” disse Luke como se o quisesse ajudar. “Sonhos são mensagens! Decifre-nos!” implorou.

Luke parecia o mesmo quando Percy o conheceu, o mesmo que sacrificou sua vida para que o Olimpo fosse salvo. O Luke do sonho era seu amigo. O cavalo branco fez um sinal com a cabeça concordando com Luke e Percy ouviu um barulho. A mesma águia bebê apontava para o céu com uma de suas asas, ao lado da águia, a mesma bola transparente de luz negra. O bebê águia apontava para um bebê coruja sendo atacado por um grifo. Percy tentou se mover, mas ouviu barulho de cascos ao pisar no chão, ele olhou para suas pernas e viu quatro patas de cavalo cor azul. Percy olhou novamente para o cavalo branco que assentiu com a cabeça. Percy era um potro azul!

– Tem certeza que você não andou exagerando na flor de lótus? – Grover disse quando Percy lhe contou do sonho.

– Tenho. Cara... tem três noites que eu sonho com grifos! Esse bebê coruja e o bebê águia. O potro azul, o cavalo branco... Quíron ao lado de Luke... isso tá ficando muito estranho! – Percy afirmou .

Os amigos estavam sentados na praia, admirando o mar. Tyson estava ajudando nas forjas.

– Você deveria ir falar com os filhos de Hipnos. – Grover sugeriu. – Talvez eles possam ajudar.

– Achei que Morfeu é que fosse o deus dos sonhos. – Percy disse franzindo a testa.

– E é, mas Morfeu é filho de Hipnos e aqui, pelo que eu saiba, não tem filhos de Morfeu. – Grover disse.

– É mesmo... vou procurar Clovis. – Percy falou, levantando. – Me acompanha?

– Lamento Percy, mas eu... tenho que ir falar com Júniper... sobre... ah... – Grover disse tentando ser complacente.

– Tudo bem Grover, pode dizer que tem um encontro. – Percy disse mostrando um sorriso amarelo.

– Tem certeza que está bem, amigo? – Grover perguntou desviando do tópico “relacionamentos”.

– Acho que você saberia se eu não estivesse.

– É por isso mesmo que eu estou perguntando Percy, suas emoções... andam meio confusas ultimamente...

Percy deu umas tapinhas no ombro de Grover e seguiu caminhando. Por incrível que pareça, Clovis não estava no chalé quinze (ao contrário de seus irmãos), Percy o achou dormindo (óbvio) no anfiteatro.

– Clovis. – ele chamou delicadamente.

– Hum... – Clovis disse acordando.

– Preciso da sua ajuda cara, acorda aí.

Percy contou os sonhos a Clovis. Normalmente Percy mantinha os sonhos para si, mas já que não havia perigos e Quíron disse que havia uma boa chance da profecia dos sete demorar muito tempo para acontecer, então ele resolveu pedir ajuda a quem entendia de sono. Claro que Clovis tirou vários cochilos de uns cinco segundos enquanto Percy contava os sonhos.

– Bem, o animal sagrado para Poseidon é o cavalo. – ele explicou. – Se você viu um cavalo grande e se viu como um pequeno é porque seu pai está ao seu lado... eu acho... – bocejou.

– Meu pai ao meu lado... como assim? – estranhou.

– Não sei. – bocejou. – Pode ser que ele apenas esteja te protegendo ou te guiando ou... – Clovis caiu no sono, mas acordou quando Percy o sacudiu. – Apenas desempenhando o papel de pai. Que vindo dos Olimpianos é algo extremamente raro.

– E os bebês coruja e águia? E a luz transparente?

– Bem, águia é Zeus. Coruja é Atena. A luz transparente pode ser um fantasma... – bocejo.

– Nico. – disse Percy.

– É, pode ser o filho de Hades.

– E os grifos?

– São animais que representam Apolo.

Percy sentiu um aperto no coração ao ouvir isso. Ele viu “Apolo” atacar o bebê “Atena”. Ou seja, um filho de Apolo ia atacar Annabeth. Mas o que mais incomodava Percy era Quíron estar do lado de Luke.

– No meu sonho, eu vi Luke montado em um grifo com Quíron do lado... o que isso quer dizer... Clovis! – Percy disse acordando o menino.

– Ah... bem, aí você tem que falar com Quíron. Pode me ajudar a ir pro meu chalé? Não tô a fim de cair no sono daqui pra lá. – ele disse com voz de sono.

– Claro cara. – Percy disse com um sorriso fraco.

Depois de ajudar Clovis a ir ao seu chalé, Percy foi falar com Quíron.

– Interessante... – disse o centauro após Percy revelar seus sonhos.

– Como assim interessante? – ele perguntou.

– Bem, você não é muito de falar comigo sobre os sonhos que tem... geralmente os esconde de mim. – disse Quíron e seus séculos de sabedoria.

Percy se sentiu mal por quase sempre esconder os sonhos de Quíron. Eles estavam na varanda da casa grande, onde Quíron estava sentado em sua cadeira de rodas. Nenhum sinal do Sr. D.

– Clovis disse que grifos são animais de Apolo. Luke estava montado em um no sonho de ontem à noite e no anterior, Luke conversava com um grifo no Princesa Andrômeda e você estava ao lado deles com... Kelli... – Percy disse sem saber se isso soava ou não estranho.

Quíron apenas encarou o menino. Percy então contou que também sonhou com uma coruja lutando contra um cavalo em Ogígia, com a bebê coruja, a bebê águia e a luz negra observando. Disse que viu Calipso guiando um potro azul e que dois grifos admirando a cena de longe.

– Então? – Percy perguntou sem saber mais o que falar.

– Sempre são dois grifos? – Quíron respondeu. Não era bem a resposta que Percy desejava, mas fazer o que.

– Tem o que apareceu nos três sonhos, o que apareceu com você e Luke. E o outro, que apareceu no primeiro e último sonho, que nesse último estava atacando o bebê coruja.

– Como se pareciam esses grifos?

– Ah... o que aparece com você e Luke é bonito, a parte de águia é laranja com os olhos vermelhos intensos e a parte de leão é caramelo.

– E o outro, o que só apareceu atacando a coruja?

– As partes de águia são cinza, dos olhos também vermelhos, com a parte de leão preta brilhosa.

– Hum... – Quíron disse pensando.

Quíron levou alguns minutos pensando e Percy estava inquieto por causa do TDAH.

– Percy, eu não tenho ideia do que seja. Lamento. Quando eu voltar nós conversamos. – Quíron disse sério.

– Voltar? Aonde você vai? – ele perguntou estranhando, Quíron não era de sair com frequência do acampamento.

– Falar com meu querido irmão Zeus. – ele disse tentando forçar um sorriso. – Mandei uma mensagem de Íris pedindo para que ele convocasse Apolo para uma reunião. Essa virose... não é normal.

– Vai se encontrar com Apolo e Zeus no Olimpo por causa de uma virose? – Percy disse como se Quíron tivesse acabado de dizer que Atena havia “se demitido” do posto de deusa da sabedoria para que Afrodite a substituísse.

Quíron deu uma risada pela expressão do rosto dele, até a voz de Percy ficou engraçada.

– Também tenho que falar com Zeus sobre Calipso, Percy. E outras coisinhas.

– Fiz besteira não foi? Quando pedir para ele... libertar os filhos dos titãs que não fossem mais ameaças...

– Não Percy, foi muito nobre de sua parte. Mas os assuntos que eu tenho que tratar com Zeus e Apolo vão além de um surto viral. Por falar nisso, vá falar com Dylan, acho que já está na hora de visitas do chalé três. – Quíron disse com aquele velho sorriso reconfortante que esconde muitos mistérios. – Depois disso, acho que tem uma “grifa” do chalé sete que você deveria ir conversar.

Percy não queria ir visitar o irmão, mas Tyson praticamente o obrigou. Não viu Annabeth nem Andrew na enfermaria (o que foi o Elísios), mas Nico estava pior, parecia até que tinha virado um fantasma de tão pálido que estava, mole, dormindo e com uma aparência horrível.

– Will, tem alguma ideia do que seja? – Percy perguntou.

– Não, nunca vi nada como isso. – respondeu ele checando a temperatura de um menino de Tique.

– Mas o Nico e o Dylan... eles... vão ficar bem certo? – Percy perguntou.

– Não se preocupe com seu irmão, ele já está melhor. Amanhã voltará para o chalé, só estou mantendo-o aqui por essa noite apenas para observação. – Will disse.

– E Nico? – Tyson perguntou.

– Enquanto a febre dele não baixar, não posso dizer nada. – Will respondeu.

Percy olhou para Dylan, que estava dormindo feito um anjo. Ele não parecia cansado e estava com a aparência melhor que do dia anterior. Tyson ficou com o caçula enquanto Percy seguiu Will pela enfermaria querendo saber onde estava Sunny. Will disse que não gostava muito da irmã, ela não sabia nada de medicina e era horrível com biologia, por isso ficou fora da ajuda. Ele disse para Percy procurá-la nas artes e artesanato, mas o rapaz a encontrou entrando no chalé sete usando biquíni (que também estava melado de tinta).

– Walker. – ele chamou para que ela não entrasse no chalé.

– Jackson. – Sunny falou quando ele chegou mais perto.

– Precisamos conversar.

– Ok, entra aí.

Percy nunca tinha entrado no chalé sete, até dentro o chalé era muito claro e tinha notas musicais nas paredes. Não havia tantos beliches quanto Percy imaginava, mas também não quer dizer que houvesse poucos, Sunny fechou a porta e sentou numa cadeira em frente a uma mesa de estudos cheia de desenhos e lápis coloridos. Rachel ia amar aquela mesa.

– Fala. – Sunny disse desenhando.

– Para ser sincero, eu não sei o que falar, Quíron é que disse que eu deveria falar com você.

Sunny demorou para responder, estava focada no desenho, quando terminou, deu o papel para Percy e entrou beliche que tinha um pano para ficar escuro, saiu de lá segurando algo. No papel, havia um rabisco de um homem de cabelos negros beijando uma mulher de cabelos loiros, ambos com uma mecha de cabelo cinza. Percy e Annabeth.

– Aqui. – Sunny disse entregando a pulseira com o pingente de Cronos para Percy.

Percy ficou pálido de tão assustado que estava. Claro! Luke montado num grifo! Sunny foi uma espiã de Cronos.

– Quíron sabe que você nos traiu? – Percy perguntou não contendo a raiva.

– Quíron te mandou aqui não foi?

Não havia mais animação no rosto dela, Sunny estava séria.

– Sabe quem é minha mãe, Percy? – Sunny perguntou voltando a sentar na cadeira.

– Não.

– O nome dela é Hayley Scott-Walker, uma neurocirurgiã muito respeitada. Apolo se encantou com ela e bem, eu nasci. Minha mãe casou com um ex-namorado dela, um médico chato, quando estava grávida de mim e eles me criaram como se eu fosse normal. Até que quando eu completei sete anos, eu quase matei uma criança na escola com um elástico e um lápis, tinha uma mira tão boa que quase acertei a jugular do menino. Minha mãe me mandou para cá e me largou aqui. Poucos dias depois de Thalia virar um pinheiro.

Percy sentiu pena da garota, mas ainda assim ela era espiã de Cronos.

– No meu primeiro dia eu fui reclamada por meu pai. Tinha um irmão que era excelente lutando e ele me ensinou tudo, mas morreu atacado por um monstro na faculdade. Depois da morte dele, Luke passou a me treinar e então você chegou. Depois que você e os demais voltaram do mar de monstros, Quíron queria que alguém se juntasse ao exército de Cronos e bem, fosse espião a favor do acampamento. Ele me escolheu porque sabia que eu fui bem treinada e por o acampamento ser minha casa, eu nunca trairia os Olimpianos. – continuou.

Percy olhou para o pingente e entendeu seu sonho, por isso que o grifo bonito sempre estava com Luke e Quíron. O grifo era Sunny, a espiã do acampamento.

– Não consegui nenhuma informação útil e quando consegui, tentei avisar e Ethan me descobriu, quase morri. Consegui escapar a tempo de ajudar na luta final.

– Então porque guarda o pingente com o símbolo de Cronos?

– Porque eu me apaixonei quando estive lá, Percy. Ele não queria estar lá, o irmão mais velho o obrigou, ele morria de medo de lutar e era muito doce. Você me lembra muito ele, não só fisicamente. Esse pingente, mesmo sendo falso para o meu coração e o coração dele, porque nenhum de nós dois queria estar lá, é a única lembrança que me resta dele.

Percy sentiu-se um inseto, Sunny estava quase chorando.

– O que aconteceu com ele?

– Depois da batalha não tive mais notícias. Tem quase um ano e... você sabe como é. Queimei uma mortalha em homenagem ao Nicholas.

– Filho de quem?

– Não sei, nem ele mesmo sabia, nem o irmão. Mas eram semideuses.

– Sinto muito.

– Quíron disse que um dia ia mandar alguém falar comigo sobre isso.

Percy terminou contando de seus sonhos e Sunny ajudou mais do que Clovis ou Quíron.

– Você viu Poseidon e Atena lutando, com Calipso te defendendo mesmo quando Atena te atacou. Annabeth, Thalia e Nico estavam observando e dois filhos de Apolo vendo do alto. – disse ela em relação ao primeiro sonho.

– Você é um dos grifos. – disse Percy.

– Tá bem, eu e um irmão ou irmã. No segundo, eu estive durante meses no Princesa Andrômeda. Você me viu, no caso o grifo, conversando com Luke e Kelli porque eu realmente conversei com Luke e Kelli. Quíron estava no sonho porque eu era a espiã do acampamento. Sobre o terceiro sonho... Poseidon está tentando te defender de algo, se você sempre se vê como um potro é porque tem o mesmo "significado" que os humanos dão.

– Tem significado para potro nos sonhos dos humanos? – Percy perguntou sem entender.

– Não, acho que eu me expressei errado. Você se viu como uma criança, com seu pai te protegendo. Até seus amigos são crianças nos sonhos, bebês águias e coruja. Se o outro grifo estava atacando Annabeth, é melhor tomar cuidado com meus irmãos.

– Até já sei qual irmão será esse! – Percy disse com raiva.

A cornucópia soou, eles foram jantar. Novamente, Annabeth não estava na mesa de Atena. Mas Andrew estava na de Apolo. Percy já havia se decidido, ia convencer Thalia, Rachel e Grover a procurarem Annabeth por todo o acampamento no dia seguinte. E se fosse necessário, ligaria até para Frederick Chase.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que a história é minha, ou seja, a parte do espião foi totalmente invenção da minha linda imaginação! Não tenho a mínima intenção de estragar a história maravilhosa do tio Rick!