PDV Edward 

Eu estava realmente louco para sair com a minha pequena. Meus planos não eram mal intencionados, muito pelo contrário para falar a verdade. O que eu desejava era levar ela no cinema e depois sairmos pra janar. 

Já havia pensado em varias maneiras de contar do nosso passado, mas tinha muito medo de perde-la novamente. Eu tinha que contar, mas quando tivesse certeza de que ela não  sairia correndo, por isso deveria pensar na maneira mais correta de lhe contar. 

O dia passou assustadoramente devagar. Estava louco para vê-la e para poder abraca-la e dizer o quanto ela estava bonita. Como sempre. Me sentia tão bem com ela e era como se eu conseguisse achar em seus olhos a minha felicidade, o meu futuro. 

Então me arrumei para o encontro. Passei o perfume que uma vez ela me disse que gostava, coloquei um tênis branco, uma calça escura e uma camisa polo branca. Pronto. Eu estava pronto. Olhei no espelho e soltei um suspiro nervoso.

É fato que eu ja havia saido com Bella inumeras vezes, mas agora era a hora de dar um passo adiante. Já eram 20:00 horas como o combinado. Peguei as chaves do carro e dui em direçao a casa do meu anjo. O caminho era um pouco longo e eu nao queria me atrasar. Xingei-me em pensamento por não ter saido um pouco mais cedo de casa.

PDV Bella

Às 20:00 horas eu já estava pronta e esperando por ele sentada no sofá. Minha perna balançava freneticamente e meu coraçao estava descompassado.

- Filha, onde você vai? - disse meu pai se aproximando.

- Vou sair com um amigo.

- Amigo, né?!

- Não é nada que te interesse, pai. É só um amigo.

- Tudo bem, filha. Olha… - abriu a carteira e fiquei surpresa ao notar que havia dinheiro - Tome. - me entregou algumas notas

- Obrigada, pai. Mas se a gente for precisar não precisa.

- Não. Já paguei as contas e a compra eu já fiz.

Sorri enorme. Era a primeira vez em anos que ele tinha essa consciência. Naquele momento eu senti que meu pai poderia mudar, voltar a ser o pai maravilhoso que era antes de tudo virar de cabeça pra baixo. 

Ouvi a buzina do lado de fora e meu coração instantaneamente disparou. Olhei pela janela e vi o Volvo prata estacionado. Era o Edward. Dei um beijo na bochecha do meu pai e sai. Entrei no carro meio sem graça, eu não sabia o que fazer, o que falar, afinal o mais perto que eu cheguei de um encontro foi nas novelas e filmes da TV. 

- Nossa. - Edward disse olhando descaradamente para minhas pernas a mostra. Corei muito. - Você está linda, Bella. 

- Obrigada. - sorri e beijei sua bochecha. 

- O que acha de um cinema e depois irmos a uma lanchonete? Se não quiser… 

- Me parece perfeito. - sorri. Realmente era, pelo menos pra mim. 

O caminho todo fora mais silencioso e no cinema Edward deixou seu braço na minha cintura e eu encostei em seu ombro e ficamos vendo o filme desse jeito. Aquilo era bom. Parecia que, apesar do cinema lotado, só havíamos nós na sala. Estar com Edward me deixava mais calma, mais feliz, bem mais leve. 

Será amor? 

Depois fomos à uma lanchonete no shopping mesmo e comemos um sanduíche. Tinha um bom tempo que eu não comia isso, porque nunca tínhamos dinheiro para tal. Isso me fez pensar em como eu estava feliz por meu pai estar, pelo menos aparentemente, mudando e tomando mais responsável. 

- Bella? - Edward disse me acordando dos meus devaneios - Você parece meio aerea.

Ah não… Eu não queria que ele pensasse que eu não estava gostando do encontro.

- Desculpa, Edward. Eu estava pensando no meu pai. - coloquei minha mão em cima da dele, ele sorriu e pegou minha mão a levando aos lábios.

Ficamos nessa possição por muito tempo, até irmos embora. Foi ótimo ficar pertinho dele, assim ficávamos ainda mais próximos. Era bom ficar assim com alguém, ter um amigo. Eu sempre olhava as pessoas da minha escola conversando com seus amigos ou namorados e eu sentada no banco, quieta e com fones de ouvido. Agora eu me sentia mais… mais normal, mais humana. Ter alguém pra conversar, contar seus segredos, é… todo mundo precisa de um amigo.

- Tudo bem, linda. - sorriu - Tá ficando tarde, vamos?

Apenas assenti e saímos da praça de alimentação. Sorri quando Edward pegou minha mão e saímos do shopping com um sorriso enorme enfeitando o rosto de cada um. O encontro tinha sido… perfeito. Ficar abraçados no cinema assistindo ao filme, depois comendo e conversando descontraídos na praça de alimentação era simplesmente incrível, mesmo sendo que nós fazemos isso todos os dias no Café, estar ali era algo diferente. 

No caminho Edward ligou o som de seu Volvo no máximo e começamos a cantar, cada um mais desafinado que o outro, músicas dos Beatles. Outra coisa que eu descobri sobre nós: nosso gosto musical é igual. 

Na porta da minha casa eu abracei ele, como despedida. 

- Tchau, Ed. - beijei lhe a face - Até amanhã? 

Ele sorriu e beijou minha testa.

- Claro. Até amanhã. 

Sorri de volta e quando ia sair do carro, abri a porta e Edward pegou minha mão impedindo que eu saísse. Quando me virei já com a boca aberta para perguntar o que havia acontecido Edward se aproximou de mim devagar, seu nariz roçando o meu, ele passou língua nos lábios e se aproximou mais de mim, selando nossos lábios.

Meu primeiro beijo… Meu coração estava batendo a mil por hora.

Sua língua logo pediu passagem e eu cedi. Suas mãos foram pras minhas cinturas as minhas foram para os teus cabelos. Aquele beijo tão bom poderia ter durado segundos, mas pareciam ótimos minutos. Os melhores minutos da minha vida, mas não era porque era meu primeiro beijo, era porque com ele.