The Lucky One escrita por AnaLu


Capítulo 19
19 - Não vá agora, fique!


Notas iniciais do capítulo

O capítulo não está muito longo, mas eu estava muito animada para postá-lo logo e tudo tem um sentido na história e tals, enfim, pelo título vcs devem estar pensando em milhares de coisas, então não vou enrolar muito e ir direto ao ponto!
Boa Leitura!



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Cá estou eu tentando inutilmente colocar minha mala de mão no bagageiro do avião, a onde estão as pessoas gentis quando se precisa delas?

– A senhorita precisa de ajuda? – uma aeromoça me perguntou.

Olhei para ela e então para minha mala, a qual eu segurava suspensa no ar tentando encaixar no bagageiro, porém minha altura e a falta de espaço dificultavam o processo. Voltei a olhar para ela, será que eu precisava de ajuda? Respirei fundo, ser grossa e irônica não ajudaria em nada.

– Claro, por favor. – respondi com um sorriso e a mulher pegou minha mala a ajeitando com uma facilidade irreal – Er... Obrigada. – Ela sorriu e foi ajudar outros passageiros.

Tratei de sentar em minha poltrona. Eu estava nervosa, bem nervosa. Seria a primeira vez que eu viajaria só eu comigo mesma e ainda uma prévia do meu futuro acadêmico, acho então que é normal o nervosismo.

Mas o pior foi eu ter ido sem me despedir dos meus amigos, eu queria, mas sabia que estavam super cansados depois de curtir a festa, além de que não seria uma despedida legal, por mais que seja apenas uma semana, eu estou desistindo de tudo que nós havíamos planejado.

E também tem ele, fui boba ao acreditar que conseguiria me despedir, mas a realidade é que nossa relação já não é a mesma faz um tempo, tenho de parar de sofrer em cima disso e seguir em frente.

É isso! Eu estou indo para uma cidade incrível, sozinha, conhecer uma das melhores faculdades no curso que eu quero, tenho tudo para conquistar minha independência e é isso que vou fazer!

Uau! Agora estou animada! Vou tirar essa semana para mim, me conhecer, me divertir! Eu estou precisando disso, parar de me preocupara tanto, ainda mais com ele.

Meu humor mudara completamente e eu sorria, ainda um pouco nervosa, mas sorria. Um senhor sentou ao meu lado, sorri para ele, mas não fui correspondida. Não sei o porquê, mas fisicamente ele me lembrou o velhinho do filme Up.

– Olá, eu sou a Bella! – tentei ser educada, afinal seriam umas boas horas de voo, ele não respondeu, talvez seja tímido. – Sabe, é a primeira vez que vou a Nova York. E o melhor de tudo so-zi-nha! Sem pais para encher o saco, fazendo e indo aonde eu quiser, não é incrível?! – comecei a tagarelar, característica do nervosismo.

– Uaau, incrível – ele falou pela primeira vez, mas ainda me pareceu um tanto irônico.

– Eu sei, mal posso esperar para chegar nem sei o que vou fazer primeiro! Estátua da Liberdade, Empire State, Times Square, ai meu deus, é claro, o campus! Será que eu consigo ingressos para a Broadway? Isso seria...-

– Deixa eu adivinhar?- ele me interrompeu ainda com o ar irônico – Incrível?

– Sim! E também eu- fui interrompida pela voz do comandante avisando que decolaríamos dentro de segundos então deveríamos por o cinto, desligar celulares, etc.

O senhor ao meu lado resmungou alguma coisa e eu tratei de pegar meu celular, quando ia desligá-lo ele começou a tocar. O avião inteiro olhou para mim, constrangida logo o atendi, deveria ser minha mãe preocupada como sempre.

– Sim, mãe, eu peguei escova de dente... – falei no automático – mas agora eu...-

Bella?

– Edward? Você... eu...? Desculpe... mas não é uma boa hora. – uma aeromoça se aproximava de mim.

Bella, me escuta, eu estou no aeroporto – espera, o quê? – hoje ou ontem... não sei, na festa, eu queria... eu tentei.... não sabia como, mas eu precisava falar com você, cara, como senti sua falta, mas eu estraguei tudo e você-

– Eu... eu...também senti sua falta – falei meio baixo e confusa - e não queria que as coisas fossem daquela maneira, mas entenda que eu – a aeromoça estava com cara de poucos amigos. – Edward, desculpe, mas não posso falar agora, aprecio você ter vindo, espera, isso é mesmo verdade? – Ela cruzou os braços ao lado do senhor, no corredor - Mas enfim, eu tenho que...

Não! Só me escuta, por favor, eu realmente preciso te falar algo, já demorei demais e...

– Senhorita, com licença, mas estamos para decolar, então por favor, desligue o telefone ou teremos que pedir que se retire...

– O que? Eu? Me retirar? Não, não posso! È rapidinho, já estou desligando, sério, eu não posso me retirar, estou indo para Nova York! Minha primeira viagem sozinha e-

– Tem que ser incrível! – o senhor ao meu lado fez uma imitação da minha voz, impressão minha ou ele está tirando com a minha cara?

– Ok, ok, vou desligar – disse revirando os olhos e ignorando o senhor. Voltei a colocar o celular na orelha – Edward? Você está ai? Me desculpe, de verdade, mas o que você tem para falar vai ter que esperar um pouco...

Não Bella, é sério, já esperamos demais e talvez mais tarde eu perca minha coragem, por favor, não vá agora, fique, eu preciso te falar algo e, bom, seria melhor se fosse pessoalmente. – Fiquei em choque por alguns segundos, ele estava pedindo para eu não ir? Mas qual o sentido? O que ele quer me falar?

“não vá agora, fique”

“não vá agora, fique”

“não vá agora, fique”

– Senhorita?

Bella? Você está aí?

– Desculpe – respondi aos dois. Isso era loucura, mas eu precisava. Estava quase cedendo, meu deus, tudo o que eu mais queria era um motivo para ficar e lá estava ele me pedindo, será que eu seria capaz de me entregar e desistir de tudo sem nem saber o que ele tanto queria me falar?

Sim, eu seria. Após meses mal se falando vejo uma esperança com esse telefonema, o que fazer? Me jogar nas mãos do destino, nas mãos dele, ou manter meus pés no chão? Eu não podia, não podia ser tão injusta comigo mesma. De qualquer modo eu posso me arrepender, mas cada escolha é uma renúncia e, nesse momento, eu preciso mais da certeza do que da esperança.

– Me desculpe Edward, mas teremos de nos falar depois – falei rapidamente e, antes que me arrependesse da minha escolha, desliguei o telefone respirando fundo e contendo as lágrimas.

– Obrigada. – a aeromoça respondeu. Mas não era a resposta de quem eu queria ouvir.

–Hey, não se preocupe – o senhor ao meu lado me chamou, acho que foi a primeira que vi um relance de simpatia em seu olhar – Vai ser incrível! – ele novamente imitou minha voz e foi então que eu percebi que chorava. Sorri para ele.

– Sim, vai ser. – Acho que foi mais um mantra e uma esperança do que uma afirmação, mas foi o suficiente. Virei-me para a pequena janela e observava o chão ficar cada vez mais distante. – Incrível. – completei esperançosamente.


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Notas finais do capítulo

E então???? Eu quero muuuuuuito saber o que acharam!!!!
Eu tenho muitas ideias para o prox. cap. que ja está bem encaminhado, e eu sei que algumas pessoa podem ter se decepcionado ou irritado com o desfecho do cap. então trouxe um pequeno spoiler para ver se anima vcs e talvez, assim, quem sabe, decidam expresssar na caixinha aqui em baixo o que pensaram e tals....só uma sujestão, assim, pequena.

Spoiler
"– A vista do Empire State é incrível, mas a trocaria facilmente por isso aqui! – suspirei. – Na verdade, a história de como cheguei aqui é um tanto engraçada. Mas atente-se ao tanto, afinal, nem tudo são sorrisos. – Dei uma piscadela."

E aí? Suposições? Ideias de quem falou para quem? De como será o cap?
É isso, espero que tenham gostado e até a próxima!
Bjos
AnaLu