Perfectly Wrong escrita por Juliiet, Nana


Capítulo 30
Corações Partidos


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeee o/ EM PRIMEIRO LUGAR, LEIA ESSAS NOTAS:
— Gente, capítulo extremamente impróprio, o cúmulo da sem vergonhice³³³³³³³³, 18+ e tudo isso. Se você não quiser ler, porque se ofende com essas coisas, não gosta ou algo do tipo, não tem problema, minha jabuticaba, é só me mandar uma MP, que eu resumo o que aconteceu no cap pra você, tá?
Pronto, parte mais importante foi essa.

Pra quem diz que eu demoro muito pra postar, OLHA AQUI TEM CAP NOVOOOO :)
O título não faz muito sentido, mas a gente finge que a autora não tava sem criatividade pra títulos e releva, tá bom?
Muuuito obrigada pra minha xará Juliet, pela recomendação, adorei *.*
E uma última coisa. Pra quem vai ler o capítulo mesmo com o meu aviso aí em cima, fique sabendo, eu sou MUITO RUIM em cenas desse tipo, então nem vou me envergonhar, porque enfim...tentei meu máximo, mas realmente não é meu forte.
Boa leitura :*



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Estava nevando quando finalmente chegamos ao apartamento de Asher, e gelo derretia em minha pele e no meu vestido totalmente não apropriado para o tempo. Quando fui levada tão apressadamente para fora da galeria, nem eu nem Asher nos lembramos de pegar nossos casacos e agora eu tremia tanto que meus dentes batiam.

– Vamos, você precisa tirar essa roupa molhada.

Asher me puxou para dentro e trancou a porta, ele mesmo não tão seco. Ainda no vestíbulo, que estava na penumbra já que não ligamos as luzes, tirei os sapatos e só então tive meu primeiro pensamento levemente coerente desde que havia sido beijada por aquele homem que agora tirava o paletó, de costas para mim. Pensei se meu vestido tão lindo ficaria estragado depois de ter sido exposto aos elementos daquele jeito. Mas, mesmo que o pensamento cruzasse minha mente, não conseguia realmente me preocupar com o vestido que custara tão caro.

– Você está tremendo, Max – só quando ele falou, percebi que havia se livrado do paletó, da gravata e do colete, e havia aberto a camisa o suficiente para que eu pudesse ver bastante da superfície magra e suave do seu peito e abdômen.

– Você também está gelado – comentei baixinho, ao tocar a pele do seu pescoço. Agora, sem os saltos, estávamos mais uma vez no mesmo nível um do outro e, embora eu estivesse desviando o olhar, sentia o seu grudado em meu rosto.

– Vire de costas – mandou, sua voz era baixa e alguns tons mais grave que normalmente.

Virei-me e senti imediatamente seus dedos em minha nuca. Ao invés de irem logo para o zíper do vestido, eles permaneceram lá, tão gelados como minha própria pele, mas estranhamente confortadores. E excitantes, eróticos, de algum jeito. Parecia que ele estava tocando algo muito mais intimo que simplesmente meu pescoço. Muito tempo depois – ou assim me pareceu, o tempo já não parecia o mesmo – suas mãos começaram a abrir meu vestido. Eu não usava sutiã, a roupa era justa o suficiente para que eu não precisasse de um – cujas alças apareceriam graças à transparência do vestido –, então tudo o que Asher encontrou foi minha pele nua. Seus dedos gelados fizeram o caminho da minha espinha, um leve toque, quase inexistente, que me arrepiou até o ponto em que fechei os olhos e soltei a respiração por minha boca em um suspiro. Um suspiro que logo virou um leve ofego quando seus lábios pousaram em minha nuca, abertos, e eu podia sentir sua respiração quente em minha pele úmida.

Fiquei estática, apenas concentrando-me em respirar e em sentir o toque delicado de Asher. Suas mãos foram para meus ombros, empurrando o tecido fino do vestido e expondo mais da minha pele. Seus lábios fizeram o caminho que seus dedos haviam feito antes, descendo minha coluna, soprando levemente, fazendo-me tremer por um motivo diferente dessa vez.

– Asher – seu nome foi como um suspiro, quase inarticulado, minha voz se perdendo nas sensações quando meu vestido foi sendo empurrado lentamente até se desfazer em um pequeno monte em meus pés.

– Shh – ele me virou, suas mãos descendo de meus ombros para meus braços, apertando-os apenas um pouco. – Não fale nada.

Era tentador. Especialmente quando aqueles lábios que, apenas com suaves toques já me tinham derretida, encontraram a linha da minha mandíbula, minha bochecha, meu pescoço. Seus beijos nem chegavam a ser beijos, era apenas sua boca tocando minha pele, provando-a, descobrindo-a. Fechei os olhos e joguei a cabeça para trás, facilitando seu caminho por minha garganta.

Mas eu não podia. Nós não havíamos dito uma palavra um para o outro, além das estranhas felicitações de ano novo, desde que havíamos nos beijado na rua. Eu não entendia o que havia dado nele, o que havia dado em mim. Precisávamos conversar, mesmo que aquele não fosse o momento para isso. Nunca parecia haver um momento para isso entre nós. Mas eu não podia deixá-lo me levar naquele redemoinho que era tão lento, tão calmo como uma oscilação no mar. Tão certo. Tão natural.

Mas tão errado, de qualquer maneira.

– Asher – tentei de novo, mas minha voz saiu apenas pouca coisa mais forte. Ainda soava como um pedido por mais, como uma permissão, que nem era necessária, para que ele continuasse.

Mas ele me conhecia. Ou pelo menos, parecia que sim.

– Não faz isso, Max – pediu, segurando meu rosto com as duas mãos e olhando profundamente em meus olhos. Os dele eram muito pouco visíveis na penumbra, mas ele me segurava como se pudesse ver tudo de mim, como se fosse impossível esconder qualquer coisa. – Não estraga tudo.

Engoli duramente, ainda distraída com o toque de suas mãos, ainda que fosse apenas em meu rosto.

– Eu não quero estragar – consegui dizer, finalmente encontrando coragem para encará-lo na meia luz. – Eu quero fazer certo.

Eu estava praticamente nua e ele ainda quase completamente vestido. Uma de suas mãos foi para as minhas costas e me puxou para mais perto. Meus seios nus tocaram seu tórax não completamente coberto pela camisa aberta, e se fosse possível, eu juraria ver faíscas entre nós. Fechei os olhos por um segundo e aproveitei o contato entre nossas peles, prendendo-me aquele segundo, salvando-o para sempre em minhas lembranças.

– Isso é certo – sussurrou em meu ouvido.

Meu corpo concordava com ele. Talvez minha alma também concordasse, porque Asher despertava sensações em mim que iam além do físico, mexia com algo que estava tão dentro de mim, tão emaranhado com minha essência que não podia ser outra coisa. Mas minha mente, sempre em controle, duelava com o que não entendia, com o que não aceitava.

E eu precisava fazer algo, porque ela estava prestes a perder a batalha.

Empurrei Asher com toda a delicadeza que tinha. Ele recuou, embora relutante. Não me envergonhei da minha quase nudez, talvez porque estivesse escuro, talvez porque eu não me sentia apenas vulnerável com Asher, embora a vulnerabilidade também estivesse lá; não, eu me sentia, pelo menos naquele momento, amada, desejável.

Se esse sentimento era apenas meu próprio desejo projetado ou não, eu não sabia. Mas me empertiguei e não me cobri. Olhei para o que podia ver do rosto dele na semi escuridão e reuni toda a coragem que tinha para perguntar:

– Isso...entre nós...é algo casual? É só por que você sente vontade?

Os poucos segundos que ele levou para responder me pareceram eternos, e meus dedos dos pés se curvaram de nervosismo e frustração.

– Não – foi sua simples e monossilábica resposta. E confesso que meu maior medo não era que ele dissesse sim, mas que eu continuasse com aquilo de qualquer jeito.

Respirei fundo, mas não estava relaxada.

– Não quero um pedido de casamento – falei, tentando soar tão séria como me sentia. – Mas se você está comigo, está comigo. Ou você é apenas meu, ou não te quero.

Asher não respondeu tão rápido dessa vez. Ele se aproximou, mais, e mais um pouco. Senti sua respiração – que era só ele – em meu rosto. Ele beijou minha testa, meus olhos, meu nariz, minha bochecha, minha boca. Sua língua encontrou a minha no movimento mais natural do mundo, espontâneo e coordenado ao mesmo tempo. O seu beijo era de enevoar a mente, e quase me fez esquecer de todo o resto. Mas antes que eu pudesse pará-lo, ele mesmo parou, mas não se afastou.

– Enquanto eu tiver você – sussurrou, tão perto que nossos lábios quase se tocavam. – Não vou precisar de mais ninguém. Não vou querer mais ninguém.

Inconscientemente, passei meus braços por seu pescoço e eu que quebrei a pouca distância entre nós dessa vez. Eu que o beijei. Acreditava em suas palavras, não por ser ingênua ou boba, mas porque se ele quisesse mentir para me levar para a cama, podia ter feito há muito tempo. Eu mesma havia pensado há apenas algumas horas que eu tinha culpa em tudo isso. Eu nunca havia deixado claro a Asher que o queria. O quanto eu o queria.

As mãos dele foram para a parte de baixo das minhas costas, seus polegares acariciando-me com firmeza, sua boca cada vez mais exigente na minha. Meus dedos foram para seus cabelos que pareciam mais compridos, úmidos. Ele imitou meu movimento, puxando os grampos dos meus, deixando-os cair soltos, tocando meus ombros. Diminuiu o ritmo do nosso beijo e começou a me beijar de lábios fechados, vários beijos demorados, dizendo entre cada um deles:

– É você, Maxine. É só você.

Segurei seu rosto entre minhas mãos e o puxei para mais um desses beijos, sussurrando em seguida:

– Sempre foi você.

...

Nunca chegamos ao quarto. Nem ao meu nem ao dele. Ajudei-o a sair de suas roupas antes de chegarmos ao centro da sala, deixando-o apenas em suas meias e cueca. Ele acendeu o abajur da mesa de canto e eu me sentei languidamente no sofá, acompanhando cada um de seus movimentos, seu corpo agora banhado pela luz baixa e amarela. Ele era tão diferente do que eu estava acostumada. Era mais magro, mais delicado, mas todo homem em cada centímetro. Seus músculos esguios pareciam ondular sob a luz, sua pele pálida e perfeita convidando-me mais do que qualquer insinuação.

Eu estava nervosa, como se fosse minha primeira vez. De certa forma era. A primeira vez com um homem, na minha limitada experiência, era diferente de algum jeito. Única. Eu tivera apenas dois amantes, mas instintivamente sabia que era assim, e me assustava ainda mais por ser Asher, por ser um homem que eu havia desejado por tanto tempo, que havia me destruído pouco a pouco, que havia quebrado meu coração só para me fazer oferecer-lhe os pedaços. E mesmo assim, eu não conseguia parar de olhá-lo, de querê-lo. Era bom que eu estivesse sentada, reclinada, porque minhas pernas haviam perdido as forças, minhas pálpebras tremiam ligeiramente, minha respiração não conseguia ficar estabilizada, mesmo com ele longe de mim, sem suas mãos em meu corpo.

Ainda de pé, ele tirou as meias, para em seguida se livrar da sua última peça de roupa. Foi nesse momento que um Nero surgido de algum buraco negro no universo passou por ele e o fez escorregar e cair no chão com uma maldição que faria um marinheiro se orgulhar, e que levou o gato a correr para longe e entrar em seu quarto. Levantei meu tronco, sem sair do sofá e explodi numa gargalhada que era, pelo menos em parte, meu nervosismo se desfazendo um pouco.

– Você acha engraçado, é, monstrinha? – perguntou do chão e sem aviso, me puxou do sofá para cair em cima dele.

Soltei um gritinho bem de menina pelo susto e continuei rindo quando ele começou a me fazer cócegas.

– P-para – fui dizendo entre risadas, tentando conseguir fôlego o suficiente para articular as palavras. – Para, p-por favor.

Ele parou e me virou no chão, ficando por cima de mim, sério de repente.

– Não é isso que eu quero ouvir dos seus lábios, monstrinha – falou, pressionando todas as partes certas do seu corpo contra o meu, fazendo-me perceber, de súbito, que tudo o que ele vestia era sua própria pele, e que a única coisa que me impedia de senti-lo crescendo contra mim era minha fina calcinha de renda branca. – Não esta noite.

Passei minhas mãos lentamente pelos músculos dos seus ombros, sentindo sua pele que já não estava tão fria como antes sob meus dedos. Tirando isso, não me mexi de nenhuma outra maneira. Amava que pudéssemos rir juntos, mesmo num momento como aquele. E que, mesmo assim, ainda conseguíssemos voltar para o ponto de partida. Fiquei deitada no tapete, olhando para aqueles olhos cinzentos que faiscavam com um desejo que eu nunca havia visto antes, sentindo meu corpo esquentar em ondas. Esfreguei-me ligeiramente contra ele, sentindo-o retesar-se contra mim, e perguntei:

– Então por que não começa a me fazer implorar por mais?

Com um meio sorriso, ele se apoiou em seus braços e se inclinou para me beijar. O tempo para delicadeza havia acabado e nosso beijo era tudo sobre fúria, desejo, possessão. Retribuí da mesma maneira, seguindo seus comandos e desafiando-o ao mesmo tempo. Enquanto minhas mãos enganchavam-se em seus cabelos com vontade, puxando os fios de vez em quando, uma das suas foi se esgueirando por meu pescoço, parando ali por um minuto, acariciando a pele delicada com firmeza, para depois seguir com uma lentidão frustrante para baixo, uma lentidão que diferia completamente do nosso beijo furioso, uma mistura de lábios, línguas, dentes.

Eu nunca havia sido muito vocal na cama, mas quando sua mão grande alcançou um dos meus seios, seus dedos rodeando meu mamilo sem nunca tocá-lo, eu gemi em seus lábios. Ele se alimentou desse gemido, pressionando ainda mais seus lábios nos meus, sua língua brigando com a minha até o ponto de nossos dentes baterem um no outro. Seu polegar finalmente acariciou o ponto que eu queria tanto que ele acariciasse e, com mais um gemido, eu arqueei minhas costas para pressionar-me mais contra ele.

– Devagar, Max – ele pediu, separando-se apenas um milímetro da minha boca, que o procurava como um homem procura água no deserto. – Eu quis isso por tanto tempo, quis você por tanto tempo...quero que seja perfeito para você, monstrinha.

Sorri, pensando que apenas Asher podia me chamar de monstrinha e fazer o apelido soar sexy, romântico. Passei os dedos por seu rosto, tirando o cabelo que lhe caía nos olhos com todo o carinho que podia reunir, amando-o com meu toque, com meu olhar.

– Já é perfeito – murmurei, erguendo minha boca para beijá-lo. – É você. E eu te quis por muito tempo também. Eu te quero. Não tem como ser errado.

Ou melhor, era perfeitamente errado. Eu só não me importava mais em fazer a coisa certa.

Mas eu não pude dizer mais nada, porque mais uma vez Asher estava me beijando. E dessa vez seus beijos foram descendo por minha garganta e clavícula. Sua mão continuava massageando meu seio, mas sua boca foi lentamente substituindo-a e, enquanto ele beijava aquela parte de mim que era tão suave, usou a outra mão para dar atenção ao outro seio. Eu ofegava e gemia, usando minhas próprias mãos para tocá-lo onde podia alcançar; seu rosto, cabelo, ombros, braços, peito. Ergui-me e beijei-o exatamente entre o osso de sua clavícula e sua garganta. Sua barba insipiente raspou meus lábios e eu usei a língua para provar sua pele. Seus dedos ficaram mais firmes, mais fortes; seus dentes tocaram levemente meu seio, sua língua desenhando círculos em minha pele.

Eu não tinha vergonha em gemer, em me erguer contra ele, em tocar seu corpo. Ele, depois de dispensar o mesmo cuidado com sua boca ao meu outro seio, foi descendo seus beijos, roçando seus lábios levemente até meu umbigo, soprando em minha barriga o mais delicioso dos suspiros. Seus dentes alcançaram a barra da minha calcinha e suas mãos foram baixando-a pelos lados. Levantei as pernas e o ajudei a passar a pequena peça por elas. E era isso, eu estava tão nua quanto ele.

Eu sabia que tínhamos muito o que conversar. Eu sabia que não estávamos juntos, não ainda. Sabia que tínhamos muitas coisas para pedir desculpas, para se explicar. Mas o mais importante para mim eram aquelas palavras que eu o tinha incitado a dizer.

E como se lesse meus pensamentos, Asher voltou a sussurrá-las, dessa vez contra a pele da minha barriga, enquanto ia subindo, e uma de suas mãos encontrava seu caminho entre minhas pernas.

– É você. É só você.

Eu mordi os lábios, de prazer e de dor, porque essas palavras curavam e machucavam. Esperei tanto para ouvi-las que era simplesmente meio irreal que agora elas se formassem na boca dele e alcançassem não só meus ouvidos, mas meu corpo, meu coração. Não pude dizer nada, mas o puxei para cima, para beijá-lo com tudo que eu tinha, com tudo que eu era, entregando-me mais do que já havia entregado para qualquer pessoa na minha vida.

E enquanto nos beijávamos, seus dedos me acariciavam lá embaixo, fazendo-me tremer. Asher deitou-se ao meu lado, separando nossos lábios, e assim pode usar a outra mão para acariciar meu rosto, com um carinho inimaginável.

Percebi que sua mão estava tremendo.

Acariciei seu peito e barriga. E então minha mão desceu mais e eu o toquei na parte que fazia seu corpo tão diferente do meu. Ele chupou o ar com a boca e se inclinou, beijando meu rosto onde conseguia alcançar. Acariciei seu comprimento, sentindo a pele suave e firme em minhas mãos, e subitamente não podia esperar mais.

– Agora, Asher – pedi, gemendo. – Por favor.

Ele não disse nada, mas moveu seus dedos, agora molhados com a evidência do meu desejo por ele, e voltou a se mover para cima de mim. Me estiquei e peguei suas calças, procurando por algum preservativo em seus bolsos. Ele a tirou de mim e pegou sua carteira, tirando um de lá. Ansiosa, ajudei a colocá-lo e mordi o lábio inferior quando ele começou a entrar em mim, distendendo meus músculos internos para acomodá-lo, seus braços apoiados dos dois lados da minha cabeça. Nossos rostos ficavam exatamente no mesmo ponto nessa posição e nunca antes eu podia ter imaginado o nível de intimidade que era fazer amor com alguém com exatamente a mesma altura que eu.

E era o sexo mais íntimo que eu já havia tido com alguém. Com Asher, a pessoa mais improvável, mais errada, mas que, no momento, eu não trocaria por ninguém mais.

Era só ele que eu queria. E isso o fazia o cara certo.

Eu o encontrava com meus quadris a cada investida que ele fazia contra mim, nossos movimentos coreografados pelo instinto, pelo desejo. E, por mim, pelo amor.

Amei-o com meu corpo, como eu sabia amar sem palavras, como eu me sentia amada por ele naquele instante, naquele momento em que o tempo parecia parar num mundo que nunca cessava de girar.

Mas ali, tudo parou. E era apenas ele e eu, no momento mais maravilhoso que eu já tive com alguém.

Terminei cedo demais, contorcendo-me contra Asher, riscando suas costas com minhas unhas, machucando-o, trazendo-o mais perto de mim, mesmo que não houvesse como. Gemendo e gritando, sentindo seus lábios e dentes contra meu pescoço. Ele provavelmente deixaria uma marca ali, mas eu não me importava. Meu corpo, naquele momento, era dele.

E, depois de alcançar o maior prazer que já sentira nos braços de um homem, sentia meu corpo mole como se não tivesse ossos, mas continuava movendo-me contra ele, ajudando-o a encontrar seu próprio prazer, que veio depois de mais algumas investidas. Meus hipersensibilizados músculos quase não aguentaram, mas vê-lo naquele momento fez tudo valer a pena. Ele não fechou os olhos, como eu havia feito, e eu podia ver seu prazer em cada sombra cinzenta.

Seu corpo ficou largado contra o meu, seu peso prendendo-me contra o chão.

– Estou esmagando você? – perguntou contra meu ouvido, ainda dentro de mim.

– Não ouse se mexer – foi o que respondi, passando meus braços por suas costas e abraçando-o.

Senti seus lábios pressionados contra minha bochecha no mais suave dos beijos e foi apenas naquele momento que eu deixei escapar uma solitária lágrima que Asher nunca veria.

...

O café estava quente demais, mas eu o bebia em pequenos goles assim mesmo. Eu estava sentada ao lado da janela, num lugar onde eu havia estado mil vezes antes, mas que não pensava que voltaria a estar. Sem nada para vestir, a não ser um vestido de festa úmido, eu havia me enrolado na manta do sofá que, não só cobria minha nudez, mas me aquecia. Não que estivesse muito frio ali dentro, com o aquecedor ligado e as janelas fechadas, mas eu me sentia melhor daquele jeito. Claro que eu poderia ter entrado no meu antigo quarto, já que ainda havia coisas minhas ali e algumas roupas, mas eu não quis. Não quis sair daquela sala. Meu motivo era bobo, mas eu tinha a impressão de que, se saísse dali, descobriria que tudo tinha sido um sonho. Que Asher e eu jamais havia acontecido.

Mas havia acontecido. Mais de uma vez. Depois que o chão havia ficado desconfortável demais para nós dois, fomos para o sofá e Asher me amou de novo, fazendo-me ficar cada vez mais familiarizada com seu corpo e aprendendo todos os segredos do meu. Agora o céu estava clareando e meu...eu nem sabia mais o que ele era para mim...meu Asher estava dormindo pacificamente no sofá, totalmente nu – até porque eu havia roubado a manta – e eu estava na janela, observando os vizinhos e tomando café.

Eu vi Joker chegar em casa há poucos minutos, esgueirando-se pela escada de incêndio e entrando pela janela, sem seu pai perceber. Ela já estava começando o ano do jeito Joker de ser. Em outro momento isso me faria pular em mil teorias sobre onde ela estava e o que estivera fazendo, e o que seu pai faria se descobrisse.

Hoje, eu pensava apenas sobre minha própria vida. E sobre o que eu estava fazendo com ela.

Senti alguém atrás de mim afastando meu cabelo e lábios macios em minha nuca.

Sorri, embora ele não pudesse ver.

– Você é uma monstrinha muito muito sem consideração – ele falou, os lábios ainda sobre a minha pele. – Me fez acordar sozinho.

Meu sorriso se transformou num leve riso e eu virei meu rosto para vê-lo, deixando minha caneca no chão ao meu lado. Sua cara amassada de sono e seu cabelo despenteado o faziam tão lindo que tudo o que eu queria era poder olhá-lo para sempre.

– Quer dizer que você esperava que eu ficasse deitada nos seus braços até que você resolvesse ter vontade de acordar? – perguntei, em tom de zombaria.

Ele se sentou atrás de mim e me puxou para o seu colo, puxando a manta do meu corpo e cobrindo a nós dois. Percebi que ele havia colocado sua cueca e me perguntei se tinha estado realmente tão distraída em meus pensamentos a ponto de não ouvi-lo se mover. Seus braços rodearam meu corpo nu por baixo da manta, apertando minhas costas contra seu peito.

– Sim – seu tom não era de zombaria, era sério. – Você não tem o direito de me deixar sozinho na cama.

– Nós nunca estivemos juntos numa cama – observei e senti que ele sorria aquele seu sorriso de menino mau.

– Agora é um ótimo momento para consertarmos isso, não acha? – provocou, encostando seu nariz atrás da minha orelha, como se estivesse sentindo meu cheiro.

Eu queria muito concordar e deixá-lo me levar para o quarto apenas para me perder nele outra vez, mas minhas inseguranças haviam ressurgido com a luz do dia. Só que agora eram muito piores. Não se pode sentir falta daquilo que nunca se teve, mas agora eu tivera Asher. E havia sido muito pior do que eu tinha imaginado.

Porque agora eu não sabia se conseguiria viver sem ele.

– Talvez depois – respondi.

Asher percebeu minha mudança de humor e pareceu me segurar mais fortemente contra ele, como se não quisesse me perder. Ou talvez eu só estivesse projetando meus próprios sentimentos.

– Já está cansada de mim, monstrinha? – brincou, tentando diminuir minha tensão.

Não respondi, apenas fiz que não com a cabeça, embora eu não achasse que ele estivesse esperando uma resposta assim.

Senti seu suspiro em meu pescoço e então ele perguntou:

– O que há, Max?

Eu havia pensado muito sobre vocalizar minhas preocupações e inseguranças e, por mais que eu não quisesse, estava cansada de tentar adivinhar os pensamentos daquele homem, então só podia imaginar que ele estivesse cansado de adivinhar os meus. A nossa mania de esconder nossos sentimentos, de colocar nosso orgulho acima de qualquer coisa foi o que tinha nos levado – ou pelo menos a mim – a sofrer tanto.

Então, mesmo me sentindo vulnerável como nunca antes, eu resolvi ser sincera:

– Não sei o que estamos fazendo, Asher. Não sei o que isso significou pra você. Não sei o que eu significo pra você, eu...

As mãos de Asher em meu rosto, forçando-me a virar para olhá-lo me fizeram calar. Ele parecia muito sério e muito determinado. Sua expressão me fez alimentar esperanças, já que eu nunca o vira ser tão sério com uma mulher.

– Desculpe se eu não consegui deixar claro, mesmo depois dessa noite – falou, sem nunca soltar meu rosto. – Eu não tenho muita experiência com essas coisas.

Eu ri, sem consegui me conter.

– Não me refiro ao sexo, espertinha – censurou-me, apertando meu nariz de leve. – Para sua sorte, tenho bastante experiência nesse departamento.

– Nem se incomode em se auto promover – cortei, mas tinha um sorriso no rosto. – Você tem mais experiência que eu gostaria que tivesse.

– Não ouvi você reclamando ontem à noite. Ah, é. Você estava ocupada gemendo.

Dei um tapa forte em seu ombro, mas ele apenas riu e me puxou para perto, beijando minha testa.

– O que estou dizendo, monstrinha – continuou, sem me deixar olhá-lo dessa vez, já que estava me segurando contra ele. – É que não tenho muita experiência com relacionamentos. E não lhe ofereceria nada menos que isso. Não estou pedindo-a em casamento nem nada do tipo, mas também não estou brincando aqui. Eu quero você. E só você. Mas isso não depende só de mim.

Ele relaxou o braço e eu pude me afastar o bastante para fitá-lo e decidir que ele estava sendo sincero.

– O que quer dizer? – perguntei tolamente.

– Quero a mesma coisa que você exige. Se você for minha, Maxine, é só minha. Não vou ser que nem o otá...que nem o seu ex e ficar monitorando cada movimento seu, porque quero confiar em você. Também não espere que eu a perdoe se você me trair. Não sou ele.

Baixei a cabeça, olhando-o por baixo dos cílios.

– Sei que não. Se quisesse James, não estaria aqui com você – murmurei.

Ele beijou minha bochecha. Eu estava começando a amar que ele precisasse me tocar e me beijar a cada momento, mesmo que não fosse sexual. Nunca imaginaria que Asher tocasse uma mulher desse jeito, mas precisava me livrar dessas ideias pré-concebidas que tinha sobre ele.

E precisava me lembrar que não importava como ele era com outras mulheres. Só importava como ele era comigo, já que agora ele só estaria comigo.

– Ainda precisamos conversar sobre – comecei, mas ele me calou com um selinho.

– Eu sei – disse, se afastando, seus dedos colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. – Precisamos. Mas não agora. Agora tudo o que eu quero é ouvir você dizer que concorda com isso. Nós. Juntos.

Se pensasse demais, minha mente me faria ter mil dúvidas, e eu não queria ter dúvidas. Sim, ele havia partido meu coração, de algum modo, mas eu o amava mesmo assim. E tinha o que queria ali, ao alcance das minhas mãos, se eu fosse corajosa o suficiente para dizer sim.

E eu fui.

Ele sorriu quando ouviu aquela única palavra e novamente seus dedos estavam em minha nuca. Ele parecia gostar especialmente daquele local, embora eu não soubesse por que. Não importava, Eu estava aprendendo a amar quando ele passava seus dedos por meu pescoço.

– Asher – comecei, antes que perdesse a coragem. Sim, eu queria ficar com ele, mas ainda queria saber de algumas coisas. – Por que você está me oferecendo uma relação monogâmica, se eu nunca vi você levar nenhuma outra mulher a sério? – em outras palavras, como ele podia querer que eu acreditasse cegamente naquilo?

– Você é especial – foi sua resposta. Simples. Rápida. Óbvia.

– Então por que você não diz que me ama? – não acreditei que as palavras haviam deixado meus lábios até que as ouvi. E desejei colocá-las de volta para dentro, mas era tarde demais.

E bom, eu podia muito bem saber, mesmo que achasse que ele provavelmente desconversaria e não me responderia.

Asher encostou a testa na minha e, para minha surpresa, disse:

– Tenho medo. Se eu te amar, você pode destruir a única coisa que nunca dei a mulher nenhuma.

Essa resposta me fez sorrir. Abracei-o e senti seu cheiro, seu calor. Afinal, ele tinha dúvidas como eu e, como eu, também não queria ter o coração partido. Não de novo.

E por enquanto, isso bastava para mim.

– Asher? – falei em seu pescoço.

– Sim.

– Vamos para a cama.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro, por favor me avisem :)
Btw, fui na Bienal no sábado e conheci a LINDA DA MARIANA, sério, ela é uma fofa, gente, vocês todos tinham que conhecê-la :3
Beijos e até o próximo :*
PS: ALGUÉM AQUI VIU O 3° EPISÓDIO DE OUTLANDER? MDSSSS MORRI E FUI PRO CÉU. Mal posso esperar para eles [MEGABIGSPOILER]

































se casarem :O