Perfectly Wrong escrita por Juliiet, Nana


Capítulo 29
Beijo à meia noite


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!
Então, como começar? Vocês são maravilhosos! Eu não posso nem explicar como fiquei emocionada com os reviews do capítulo passado, percebendo que a maioria de vocês realmente gosta do meu jeito lentinho de fazer as coisas e me admira exatamente por isso. Não vou mentir, me senti a última coca cola gelada do deserto e a pessoa mais sortuda do mundo por ter leitores como vocês.
Esse capítulo demorou por vários motivos. Eu voltei pro meu apartamento e to recebendo uma intercambista russa, então to sendo legal e levando ela pra conhecer o Rio de Janeiro e tals. Tenho uma nova roommie também, a Duda, e ela ainda tá ajeitando as coisas no quarto dela, por isso tá tudo uma loucura aqui em casa. Minhas aulas recomeçaram, MAAAS, eu peguei poucas matérias esse semestre, pra poder ter mais tempo pra mim e pra minha escrita. E principalmente, esse capítulo demorou porque eu queria fazer algo muito especial pra vocês. Não vai ficar como a maioria achou que ficaria, mas again, quando que eu faço isso? Eu só espero que vocês gostem :)
Um beijo especial pra Gi Carlesso, Blue, Amanda Jacob (acho que respondi ao seu review hahha), Marie Collins, Mardy Bum, Juu Savatore, StefanySilva e Arabella (tenho uma personagem com esse nome! mas não no nyah haha) pelas recomendações lindas que fizeram à história. Muito obrigada, meninas, vocês são demais :)



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– Qual é, Erin, vai ser legal.

– Já disse que não vou.

– Você tem que parar com esse ciúme absurdo.

– Não é absurdo! Você está me trocando! Pela cereja assassina!

– Erin, eu n –

– Espero que ela te sufoque com chantilly enquanto você estiver dormindo!

Essa tinha sido basicamente minha conversa com Erin sobre a festa de ano novo que Cherry estava organizando na galeria. E Erin, que nunca tivera problema com festas de nenhum tipo – os festivais underground aos quais fui arrastada por ela ainda estavam frescos na minha memória – resolvera implicar com essa em particular.

E tudo porque eu havia revelado casualmente que ia ser a nova roommie de Cherry.

O natal foi um absoluto desastre.

– Ela não é tão ruim assim quando você a conhece melhor – tentei explicar pela décima vez que minha chefe não era a reencarnação de Hitler enquanto minha melhor amiga se afogava em sundaes de chocolate com amendoim e massacrava com requintes de crueldade as cerejas no topo.

– Ótimo, então case-se com ela de uma vez e que vocês duas tenham bebês ruivos e sardentos de um jeito totalmente não fofo! – guinchou Erin enquanto entornava mais um gigante copo de sundae com mais eficácia que uma draga.

Em defesa da minha amiga, ela normalmente não se comportaria de maneira tão infantil e ciumenta, mas, segundo Mitch, os hormônios e as mudanças da gravidez a estavam deixando cada vez mais suscetível a mudanças de humor e ataques neuróticos.

Apenas mais um dia normal em Erinlândia.

– Sério, Erin, eu não posso mais dormir no sofá do JJ – argumentei, tentando ser razoável com minha melhor amiga, afinal ela já estava tendo trabalho o suficiente criando e alimentando um ser dentro do útero. – Duvido que minhas costas e a vida social, para não mencionar sexual, dele resistam.

Erin suspirou e parou de tomar o quinto (ou seria sexto?) sundae da manhã. Estávamos curtindo o domingo juntas na casa dela, assistindo filmes e comendo besteiras – bom, ela estava comendo besteiras, eu estava apenas observando com inveja, mas me restringindo a barras de cereal de baixa caloria porque não estava tendo tempo para exercícios ultimamente – enquanto Mitch ia fazer uma visita para as crianças do abrigo. Mas a coisa havia ido ladeira abaixo quando eu mencionei a festa de ano novo, para a qual, obviamente, estavam ela e Mitch convidados.

– Eu sei disso – ela falou, parecendo triste e prestes a chorar. – E eu sei que Cherry não deve ser uma pessoa tão má, ainda que ela esteja pensando em dar fim à pequena vida que cresce em seu ventre para continuar a ser uma workaholic sem alma – eu havia, erroneamente, colocado Erin a par de todos os detalhes do que havia acontecido na minha vida enquanto ela esteve fora e sem querer mencionado a parte em que Cherry estava pensando seriamente na possibilidade de fazer um aborto. – E eu sei que estou agindo como a pior amiga do planeta...

– Mas... – incentivei.

– Mas, nada. Eu ainda odeio essa ruiva infernal e espero que ela engasgue com a própria saliva e morra.

– Erin...

– Certo, certo, eu juro que vou parar de implicar com ela! – prometeu, juntando as duas mãos, mas sua expressão era triste. – E vou parar de implicar com você por querer morar com ela. É o melhor, eu sei, mas...eu sinto como se estivesse perdendo minha melhor amiga.

Eu não podia ficar com raiva de Erin por se sentir assim, não quando eu mesma tinha experimentado aquele sentimento quando ela se casou. Era normal. Os anos passavam, as pessoas mudavam, a gente tinha que crescer e não acontecia gentilmente. Era mais como um tapa na cara. Demorou mais para Erin perceber, mas não éramos as melhores amigas de sempre há algum tempo.

Aproximei-me dela no sofá e a abracei apertado.

– Não importa o quanto tudo mude, você vai ser sempre minha melhor amiga – eu prometi. – Não como antes, mas como agora. A gente muda e nossa amizade também. Mas eu ainda vou correr pra você toda vez que tiver um problema e precisar assistir Twin Peaks e tomar sundae de chocolate.

Erin estava com lágrimas nos olhos quando eu a soltei, o que só me fez começar a chorar também.

– Oh, vamos parar com essa merda sentimental – falou, empurrando-me e saindo do sofá. – Eu vou precisar de todo o tempo do mundo para encontrar algo que ainda sirva em mim para ir nessa festa.

A barriga de Erin já estava um pouco saliente, mas enquanto Mitch e eu jurávamos que ela estava linda, minha amiga só conseguia visualizar um elefante obeso quando se olhava no espelho.

Dei um gritinho e me levantei também.

– Jura que você vai? – perguntei, abraçando-a pelas costas e apoiando minha cabeça em seu ombro.

– Vai ser um saco já que eu não posso beber champanhe e nem consigo caber nos meus vestidos de festas, mas...ok, eu vou.

Dei mais um gritinho e segurei as mãos de Erin, fazendo-a girar pela sala.

– Vai ser a melhor última noite do ano!

– Ok, agora eu realmente preciso ir vomitar.

...

Eu não tinha percebido o quanto ficava perdida sem Erin. Na véspera do natal, quando eu havia saído feito uma maluca do apartamento de Asher, fui direto em uma das poucas lojas ainda abertas e comprei um vestido qualquer. Eu nem havia olhado para ele direito, apenas levei o primeiro que serviu em mim. Fui a primeira a chegar na casa de Erin e Mitch e sorri e fingi que estava tudo bem enquanto os abraçava e perguntava sobre a viagem. Mas Erin, notando que eu não era eu mesma, conseguiu me emboscar em seu quarto antes de JJ, Cherry e os amigos de Mitch chegarem.

E eu contei tudo o que havia acontecido para ela, que levou meu término com James melhor do que eu tinha antecipado, levando-se em conta que ela era amiga dele e o adorava.

– Se você não estava feliz com ele, o que podia fazer? – dissera ela quando eu mencionara esse ponto. – Eu sou sua melhor amiga e quero ver você feliz. E não importa se você quiser fugir para ser trapezista no circo, eu vou apoiar qualquer decisão que você tomar para buscar a felicidade.

O que ela não levou tão bem foi minha recente amizade com Cherry e o fato de eu estar apaixonada por um cara que, nas palavras dela, iria para a cama com qualquer coisa que tivesse um buraco onde ele pudesse enfiar o pau.

Sim, eu também havia ficado um pouco desconfortável com esse exemplo de eloquência da minha melhor amiga, mas não era como se fosse totalmente mentira, não é? O problema não era exatamente Asher para ela, mas sim o fato de que eu sairia machucada de qualquer jeito da situação e ela, como minha melhor amiga, tinha o dever de se preocupar por isso. Novamente, não era como se não fosse verdade. Mas, mesmo assim, se eu quisesse ou não ter meu jeito com Asher, ainda que fosse algo puramente casual, ela me apoiaria. Mais uma vez, para que servem as melhores amigas se você não puder chorar no ombro delas depois de se envolver com um canalha?

Infelizmente, a partir daí a noite foi um caos. Com Erin e Cherry se enfrentando sutilmente – ok, nem tão sutilmente assim, o molho no cabelo sendo uma prova contundente –, JJ ensimesmado com alguma coisa – provavelmente seu grande amor que, infelizmente, sempre pareceu muito seguro de sua heterossexualidade –, um dos amigos de Mitch que bebeu demais e começou a escorregar “acidentalmente” a mão no meu joelho e o próprio Mitch que estava tentando ter um natal normal e seguia sorrindo e conversando com todo mundo (e pediu mil desculpas para Cherry por causa do lance do molho).

Por um lado, toda essa agitação foi boa. Depois da conversa com Erin, durante a qual eu me permiti derramar algumas lágrimas, eu pelo menos tive outras coisas em que pensar. Não era como se eu pudesse tirar Asher da cabeça, não era como se cada vez que eu me distraísse, o rosto dele não viesse à minha mente, o estado do quarto que costumava ser meu, o cheiro de bebida e cigarro, o próprio Asher jogado no chão. E então eu começava a pensar e a sentir outras coisas, como o gosto de uísque e cigarro dos seus lábios quando ele me beijou, a pressão do seu corpo no meu, a aspereza da sua barba no meu pescoço, seus braços ao meu redor, segurando-me como se aquele fosse o único lugar em que eu deveria estar. Sua voz sussurrando, chamando-me de monstrinha.

Eu nem sabia porque o apelido obviamente pejorativo me fazia derreter como marshmallow numa fogueira.

E também não podia deixar de me perguntar o que acontecera com ele depois de tudo. Mas com todo aquele confuso jantar de natal, eu pude fingir, por um momento, que não havia me arrependido de ter ido embora. E deixado aquele homem sozinho.

...

As lágrimas riscaram meu rosto de preto, lavando o rímel dos meus cílios e destruindo a maquiagem que eu havia feito tão cuidadosamente, apenas minutos antes. Eu ri debochadamente do meu próprio reflexo no espelho e comecei a lavar tudo. Teria que começar do zero pela segunda vez. Eu não sabia qual era o problema naquela noite, eu só não conseguia me controlar. A semana havia sido difícil, mas eu não tinha simplesmente quebrado daquele jeito. E agora, enquanto me arrumava para a festa de ano novo da galeria, eu me encontrava incapaz de parar de chorar.

– Deixe de ser patética, Max – repreendi o meu reflexo. – Você é bonita, inteligente, quase bem sucedida. Não tem motivos para chorar.

Mas eu tinha. Eu só não queria pensar nele, nem sequer em seu nome, já que isso provavelmente provocaria outra avalanche de lágrimas indesejáveis.

Talvez eu estivesse na TPM.

Finalmente, terminei minha maquiagem pela segunda vez e consegui suprimir toda a vontade que eu tinha de simplesmente me enrolar numa bola e chorar. Modéstia à parte, eu tinha feito um excelente trabalho com a sombra clara e os olhos bem marcados com delineador preto. Meu cabelo finalmente havia crescido o bastante para que eu pudesse prendê-lo e eu o tinha ondulado antes de prendê-lo num coque baixo e bagunçado, deixando apenas alguns fios soltos. Meu vestido era provavelmente o vestido mais lindo que eu já havia vestido – e eu havia vestido minha cota de vestidos lindos na vida – e eu provavelmente não o teria comprado se Cherry e Erin não tivessem quase me obrigado. As duas não se gostavam nem um pouco e tinham prazer em discordar de absolutamente tudo, então se finalmente concordaram em alguma coisa, não havia muito que eu pudesse fazer exceto sua vontade. E não me arrependia. O vestido não era branco, na verdade era transparente e prateado, com mil pedrinhas formando um lindo padrão de cima a baixo. Era justo e, apesar de chegar até meus pés e ter mangas compridas, eu me sentia extremamente sexy nele.

Ou melhor, eu devia me sentir.

Talvez não fosse a TPM. Talvez fosse apenas o dia. Véspera de ano novo. Eu estava prestes a começar um ano que seria completamente diferente do anterior. Eu havia começado esse ano achando que tinha todas as respostas, achando que tinha a vida perfeita e que estava destinada a ser a pessoa que todos haviam esperado que eu me tornasse. Eu havia começado esse ano achando que seguiria por um caminho, um caminho do qual eu me afastara quase que completamente. Eu não podia imaginar o rumo que minha vida seguiria, que meu coração seguiria.

Erin se mudou, engravidou, se casou. Eu conheci Asher e fui morar com ele, passando a mentir para meu namorado de colégio, por quem eu não estava mais apaixonada. E eu nem sabia se eu não o amava mais porque havia me apaixonado por meu colega de apartamento ou simplesmente porque nosso amor tinha um prazo de validade.

Seria todo amor assim? Eu realmente esperava que sim. Esperava que começar o ano novo com o coração quebrado não significasse que o ano acabaria com ele ainda quebrado. Esperava que, um dia, essa sensação desaparecesse, meu amor desaparecesse. Que a dor de amar a pessoa que era totalmente errada para mim em todos os sentidos fosse se desfazendo, como uma antiga memória.

Mas algo me dizia que não seria assim. E talvez fosse por isso que eu estava chorando.

– Merda! – praguejei ao perceber que estava prestes a me desfazer em lágrimas pela terceira vez naquele dia. Levantei o rosto e me esforcei para conseguir meu controle de volta. Estava quase recomposta quando ouvi uma batida na porta.

– Max, você está pronta? – a voz de Cherry soou através da porta fechada.

Respirei fundo e voltei a me fitar no espelho. Forcei um sorriso que não alcançou meus olhos, fazendo-me parecer bonita e vazia. Mas era o melhor que eu iria conseguir aquela noite.

– Sim, estou pronta – respondi, abrindo a porta, para ver Cherry radiante em um vestido azul que mostrava mais da pele dela do que eu já a tinha visto mostrar. – Uau, você está querendo matar os caras do coração?

Ela riu, parecendo mais leve naquela noite. Desde o dia em que se descobriu grávida, havia uma espécie de tristeza ao seu redor, de sombras em seus olhos, coisas que não estavam lá naquela noite.

– Eu que devia dizer isso. Você é a loira alta, esguia e fatal. Eu sou só a ruiva baixinha e temperamental – retrucou, mas sua voz não era autodepreciativa, era apenas divertida.

Rolei os olhos, deixando claro que eu não acreditava em uma palavra.

– Decidi que se vou ficar redonda e gigante em breve, eu poderia aproveitar enquanto ainda tenho uma boa figura – falou, dando de ombros.

Quase pulei.

– Você decidiu ter o bebê?! – perguntei, chocada.

Eu havia me mudado para a casa de Cherry, um apartamento insanamente luxuoso perto de Riverside Park, durante a última semana (eu não tinha ideia de que ela ganhava tão bem!). Seu lugar era ainda maior que o apartamento de Asher e eu tinha uma suíte só para mim e precisava dizer que nunca pensei que sentiria falta de dividir o banheiro com um cara. Mas a verdade é que todas as vezes que ia tomar banho, eu fechava os olhos e imaginava que Asher entraria ali a qualquer momento, pedindo desculpas sem realmente se sentir culpado, dizendo que “não deu pra aguentar”.

De qualquer jeito, aquele apartamento era inacreditável e a vista para o parque era incrível.

E tudo o que eu podia fazer era sentir falta de espiar os vizinhos pela janela, já que tudo o que eu podia ver eram árvores, rua e...mais árvores.

Mas o ponto era que, durante os dias que havia ficado ali, eu não havia notado um único indício de que Cherry levaria aquela gravidez para frente. Pelo contrário, ela parecera tão miserável e acabada que eu tinha certeza que não continua com aquilo, por isso era uma surpresa vê-la aparentemente feliz e falando sobre ficar redonda e gigante.

Seu sorriso vacilou e seus olhos verdes parecendo um pouco menos luminosos que um minuto antes.

– Para ser sincera, não sei – respondeu baixinho. – E sei que tenho pouco tempo para tomar uma decisão. Mas já não estou tão assustada como estava antes. Eu...não é que eu não queira ter filhos ou não queira esse bebê em particular. É que tê-lo significaria ter um laço para sempre com o pai dele. E tudo o que eu quero é nunca mais precisar ver a cara dele.

Suspirei, preocupada.

– Quando que você vai me contar essa história toda sobre o pai do seu bebê? – perguntei, porque ainda não havia esquecido do comentário que ela havia feito dias atrás, logo depois de eu descobrir que ela estava grávida. Cherry não havia dito mais nenhuma palavra sobre o pai do bebê e eu morria de curiosidade, mas não a pressionava. Eu entendia que ela não queria falar sobre o assunto.

– Não hoje à noite – respondeu e então deu um sorriso brilhante, fechando os dedos em me braço e me puxando para fora. – Mas vamos, não quero chegar atrasada na festa, já que eu sou a anfitriã.

Assenti e fui calçar minhas sandálias de tiras e saltos de doze centímetros.

– Você não tem sapatos mais baixos? – Cherry perguntou ao ver o que eu colocava nos pés.

– Você realmente tem que superar esse complexo, baixinha – ri, lembrando como ela ficava irritadiça por ser tão pequenina, principalmente quando garotas altas como eu usavam saltos perto dela.

– Não é por mim, é por... – começou, mas parou subitamente quando eu a olhei com curiosidade.

– Christopher? – completei, sem entender. Ele era meu par nessa noite. – Ele é alto o suficiente para que eu possa usar saltos confortavelmente.

– Oh, esqueça e ande logo! Quero sair em cinco minutos.

Assenti e a vi sair como uma pequenina bola de fogo do quarto. Não entendi muito bem seu comportamento, mas resolvi que era melhor não contrariá-la muito. Era engraçado que eu estivesse às voltas com duas amigas grávidas e temperamentais...pensando bem, não era tão engraçado assim.

Depois de calçar as sandálias – que não eram muito confortáveis, mas quem se importava? – peguei minha pequena bolsa de mão e fui à procura de Cherry, que estava sentada no sofá imaculadamente branco da sala de decoração moderna, esperando por mim.

– Pronta? – perguntou, levantando-se com um grande sorriso.

E apenas a sua óbvia – ainda que estranha – felicidade me fez conter a vontade que eu tinha de voltar para o quarto, colocar os pijamas que me engordavam trinta quilos e chorar assistindo Tarde Demais Para Esquecer. Foi também por Erin, a quem eu havia convencido a ir mesmo quando ela se sentia feia e gorda – e nada do que dizíamos a fazia mudar de ideia. E Chris também esperava por mim. Eu tinha a impressão de que ele tentaria me beijar à meia noite e ainda não sabia muito bem como me sentia sobre isso, mas eu o havia convidado, então era minha responsabilidade. Eu queria arrancar os saltos desconfortáveis, desfazer meu penteado e esfregar água gelada na minha maquiagem até ficar com manchas negras embaixo dos olhos. Depois, eu queria chorar, deitada na grande cama do meu novo quarto, que parecia tão vazia como eu me sentia, às vezes. Naquele momento.

Mas forcei um sorriso e menti:

– Pronta.

...

– Você está tão linda que eu gostaria de ter trazido minha câmera.

Sorri, sentindo a mão de Chris na parte de baixo das minhas costas e lutando para ficar parada e não tirá-la de lá.

– Nunca tive muito jeito para ser modelo – foi minha resposta ao elogio. – Você sabe que eu prefiro ficar do outro lado das lentes.

Chris, bonito e sexy em seu smoking, com os cabelos loiros perfeitamente penteados para trás e os olhos verde brilhantes, sorriu para mim e sua mão escorregou apenas um centímetro, fazendo-me retesar um pouco, não que ele tenha percebido.

– Uma pena, realmente.

Sorri, ainda mais forçadamente que da primeira vez, e logo desviei o olhar, porque não conseguiria manter os cantos dos meus lábios levantados por muito mais tempo. Estávamos na festa há mais de duas horas e o lugar estava lotado. Ruídos de risadas, conversas aleatórias, taças batendo umas contra as outras e a música alegre de fundo...só estavam me fazendo cada vez mais consciente do meu próprio estado de espírito. Como antes, enquanto fazia minha maquiagem na frente do espelho, eu só queria chorar. Só queria me encolher na menor bola que pudesse fazer de mim mesma e chorar alto, soluçar, gritar, expulsar aquela dor de mim.

Meu olhar involuntariamente foi até onde Erin, linda num vestido bege com renda preta que deixava sua barriga de grávida extremamente óbvia, rodopiava com Mitch. Ao contrário do que ela pensava, estava se divertindo mais que qualquer outra pessoa. Seus cabelos estavam soltos em suas costas, bagunçados e arrepiados. Sua pele ligeiramente úmida de tanto dançar. Mitch não conseguia tirar os olhos dela e o sorriso dos dois parecia ofuscar o brilho de todas as joias que as mulheres usavam naquela noite. Agora, aquilo sim era beleza. Eu, perfeitamente arrumada, sem nenhum fio de cabelo fora do lugar, não era digna de ser registrada para sempre numa foto.

Por que fotografar uma concha vazia quando o amor verdadeiro estava dançando a apenas poucos metros de distância? Por que fotografar tristeza, melancolia? Dor? Por que fotografar alguém que, por dentro, estava estilhaçada?

Talvez houvesse beleza na tristeza, eu realmente não sabia. Eu só sabia que trocaria toda a beleza do mundo por um pouco de felicidade. Eu provavelmente estava melancólica demais, mas, naquele momento, nada seria mais bonito que um sorriso para mim. Um sorriso em especial.

– Você quer uma bebida? – Chris perguntou, tirando-me dos meus devaneios miseráveis.

– Um champanhe rosé, por favor – pedi.

Cherry escolheu aquele momento para se aproximar, parecendo preocupada e estressada, e segurando o que parecia ser uma taça de champanhe.

– Não acho que você devia estar bebendo – murmurei, olhando para a taça.

– É cidra sem álcool, mamãe – retorquiu, rolando os olhos.

– O que você tem? – perguntei, direta. – Uma hora só falta pular por aí como se fosse 4 de julho e você fosse um dos fogos de artifício. E no outro, parece que vai cortar a garganta de alguém com as unhas...

Cherry suspirou e então virou todo o conteúdo da sua taça de um gole só.

– Eu só detesto pessoas atrasadas – reclamou.

Eu não entendia. Parecia que todos estavam ali – exceto JJ, mas ele não poderia vir, de qualquer jeito, algo sobre uma emergência familiar – e eu não tinha ideia de quem podia estar atrasado.

Ok...talvez fosse o pai misterioso do seu bebê. E por isso ela estava daquele jeito. De repente, Cherry levantou os olhos e abriu um sorriso enorme. Suas mudanças de humor pareciam ser mais severas do que as de Erin, o que era estranho porque eu sempre a tinha imaginado como o tipo de mulher que, tirando seus ataques temperamentais quando eu chegava atrasada no trabalho, era extremamente controlada.

– Eu tenho que ir em um lugar – ela falou, colocando sua taça vazia na minha mão. – Fique aqui. Eu já volto!

Ainda sem entender nada, eu a observei se misturar graciosamente entre as outras pessoas, até que não conseguia mais vê-la, até porque Cherry era realmente pequenina.

Dei de ombros mentalmente. Ao que parecia, eu nunca teria um colega de apartamento normal. Suspirei, olhando para o fundo da taça vazia, como se fosse conseguir alguma resposta dali.

Não tive tanta sorte.

Por algum motivo, comecei a pensar em como as pessoas conseguiam lidar com esse tipo de dor, de tristeza. A maioria tomava remédios. Talvez eu devesse conseguir algum prozac ou algo assim. Ou talvez não. Tratar coração partido, ou simplesmente tristeza, com remédios, ainda parecia errado para mim. Sempre acreditei que, se você está triste ou insatisfeito com algo na vida, é porque existe algo nela que precisa mudar.

Eu era tão idiota.

Era óbvio! Eu nem precisava analisar cada aspecto da minha vida, eu sabia exatamente o que estava errado! Eu trabalhava em algo que não significava nada para mim, apenas porque era seguro, mesmo que isso custasse meus sonhos. Eu estava trabalhando para mudar isso, mas ainda tinha medo. E eu dizia que amava. Mas eu nunca me arrisquei por esse amor. Eu podia ter terminado finalmente com um relacionamento que só me dava segurança, mas não tudo o que eu precisava, mas o que aquilo realmente significava? Eu queria que Asher me amasse, que me procurasse, que lutasse por mim. E, no entanto, eu nunca havia lutado por ele.

Ele me beijou. Eu fugi. Eu menti para ele, deixei-o acreditar que eu não sentia nada por ele, que ia me casar com outro. Eu rejeitei seus últimos avanços.

Como eu podia esperar que ele viesse por mim quando eu nunca tinha lhe mostrado que era isso que eu queria que ele fizesse? Tudo bem, ele podia não fazer nada de qualquer jeito, mas...mas se houvesse a menor chance de ele sentir algo remotamente parecido com o que eu sentia por ele...eu nunca o fizera ciente de que gostaria disso.

– Olá, Max!

Virei-me para a voz que vinha do meu lado e pude sentir cada gota de sangue sumindo do meu rosto.

– Tudo bem com você? – Seren, a bonita britânica me fitava, magnífica num vestido branco que parecia reluzir em contraste com sua pele perfeita. Sua voz era agradável e ela parecia genuinamente feliz por me ver, enquanto eu só esperava que meu rosto não transparecesse todo o meu desgosto.

Não que eu não gostasse de Seren. Ok, eu não gostava, mas não era por ela, que parecia ser uma pessoa decente o suficiente. Era simplesmente por causa da pessoa em cujo braço ela estava pendurada naquele exato momento.

Um braço que eu amava, que eu sonhava que estava em volta do meu corpo, segurando-me como se nunca fosse me deixar ir. Um braço que pertencia a um homem que fazia meu coração doer só de olhar para o seu rosto. Cujos olhos podiam parecer frios como o céu numa tempestade de neve e quentes como aço derretido. O homem que eu não lutara para ter, mas que, mesmo assim, desejava com cada poro que eu pudesse chamar de meu.

– Max – sua voz era completamente indiferente e, ainda assim, conseguiu fazer com que pequenos arrepios percorressem meus braços.

Com meus saltos, eu ficava pelo menos meia cabeça mais alta que Asher, enquanto que Seren, ainda que parecesse calçar sapatos mais altos que os meus, apenas alcançava seus ombros e parecia encaixar tão perfeitamente ao corpo dele que eu precisei morder minhas bochechas para me impedir de soltar um ofego de pura dor.

Ele estava lindo. Usava um smoking muito parecido com o que deveria ter usado no casamento de Erin, mas, apesar de sua roupa estar impecável, seu cabelo continuava a mesma bagunça adorável de sempre. Pareciam limpos, mas além disso, eram os mesmos cabelos em que eu fantasiava passar os dedos. Sua expressão era completamente entediada, sem sequer um vislumbre do homem que eu havia encontrado jogado no chão completamente bêbado e que havia me pedido para passar a noite com ele.

Comecei a me perguntar se eu havia sonhado com tudo aquilo.

– Oi... – consegui dizer, embora não muito alto. Pigarreei e reuni cada gota de força de vontade que havia em meu corpo para forçar um sorriso. – Eu estou bem – menti com dificuldade para Seren. – E você?

A garota me presenteou com um sorriso lindo e tão diferente do meu que só me fez sentir como uma planta murcha ao lado de uma rosa no seu auge.

– Muito feliz por Asher ter me trazido nessa festa. Pensei que ficaríamos a noite toda naquele jantar insuportável...

Eu não conseguia pensar em nada para dizer e felizmente não precisei. Chris chegou, passando o braço por minha cintura e me oferecendo uma taça cheia de champanhe cor de rosa, que eu peguei com a mão que não segurava a vazia de Cherry.

– Desculpe a demora, querida – falou com um sorriso caloroso. – O bar estava cheio. Já é quase meia noite.

– Obrigada – murmurei.

Fez-se um silêncio desagradável entre nós enquanto Chris olhava para Asher e Seren, mas eu precisei de alguns segundos antes de poder finalmente encarar Asher.

E de repente ele parecia lívido.

Soltou o braço de Seren do seu sem ser exageradamente rude, mas também sem ser delicado e deu um passo em minha direção, diminuindo a distância entre nós.

– O que inferno significa isso, Max? – perguntou, a expressão furiosa, o rosto pálido. – Quem é esse cara? Querida? Onde está seu noivo?

Seren e Chris pareciam chocados. Eu nem sabia como reagir. Por um lado, estava exultante que Asher não estivesse mais me olhando com aquela expressão fria e indiferente, mas por outro, eu não sabia como lidar com aquela explosão de fúria.

Como eu não disse nada, ele tirou suas próprias conclusões e, enquanto fitava a mão em minha cintura, seu olhar foi ficando cada vez mais desgostoso e debochado.

– Eu deveria ter imaginado... – falou, mais consigo mesmo do que com o resto de nós. – Você adora fazer essa pose de santinha, mas não vale nada. Se traiu seu namorado uma vez, vai simplesmente continuar fazendo o mesmo, certo?

Foi como receber uma bofetada na cara quando o que você estava esperando era uma carícia. O que mais dói é o choque e não o tapa em si. Eu nunca esperaria que Asher fosse jogar na minha cara o que eu havia dito a ele em confidência, muito menos no meio de uma festa, e com nossos acompanhantes testemunhando tudo.

– Asher! – Seren ofegou e o olhou com reprovação.

– Olhe aqui... – começou Chris, mas eu deixei a taça vazia no aparador perto de nós e coloquei a mão em seu braço para fazê-lo parar de falar, tentando eu mesma dizer algo.

– Asher – tentei, mas ele realmente não queria me ouvir.

– Eu realmente pensei que, agora que está noiva, você seria menos... – ele nem conseguiu completar, provavelmente porque não conseguiu achar uma palavra baixa o bastante para me definir. Pareceu começar a perder o pouco controle que ainda tinha e eu percebi que estávamos começando a atrair atenção das outras pessoas. – Foda-se, Max! Por que...se você não se importa em ser fiel mesmo, por que não ficou comigo? – ele parecia se odiar por perguntar isso, eu podia ver em seus olhos.

Ele parecia furioso e vulnerável.

E minha raiva, que havia começado a surgir com seu discurso moralista, começou a desaparecer. A única coisa que consegui dizer foi:

– Não estou noiva.

Por um momento, todo o lugar pareceu ficar em silêncio, um silêncio tão absoluto que eu poderia escutar uma agulha caindo no chão.

– O quê? – Asher perguntou, a voz tão baixa quanto a minha.

Chris tentou chamar minha atenção, fechando seus dedos em meu braço e dizendo:

– Max, quem é esse? Do que ele está falando?

Mas eu o ignorei. Eu fitava Asher nos olhos agora e mesmo me olhando de baixo, ele conseguia fazer minhas pernas bambas naqueles saltos estúpidos.

– Eu não estou noiva. Nunca estive – disse.

Ele fechou os olhos e respirou fundo. Quando os abriu, eu não consegui entender a estranha luz neles. Tentar ler Asher era como tentar ler um livro escrito numa língua há muito tempo morta e completamente desconhecida. Mas não importava, porque mesmo sem entender, tentar ler aquele livro era a coisa mais emocionante que alguém poderia fazer na vida.

Ou pelo menos, eu me sentia assim.

– Mas você disse...você disse... – eu mal podia acreditar, mas Asher estava gaguejando. – Você disse que James lhe pediu em casamento.

Eu assenti. Já não me importava nem um pouco com Chris ou Seren nem com qualquer outra pessoa naquela festa maldita. Eu só enxergava Asher e, para mim, era como se todos tivessem desaparecido e eu estivesse na grande sala da galeria, completamente sozinha com aquele homem.

– James me pediu em casamento – falei. – E eu disse não.

– Você disse...não.

– Eu terminei tudo com ele, Asher. Eu não o amo mais.

Minhas pernas e mãos tremiam. Eu mordia meu lábio inferior com tanta força que era difícil acreditar que ele ainda não estivesse sangrando. E cada vez que eu piscava, era como se uma eternidade se passasse. Eu fitava Asher, o meu Asher, lindo como sempre, seus olhos cinza escuros tão profundos que pareciam conter um oceano inteiro de segredos. Segredos que eu ainda não podia alcançar.

Eu te amo.

Minha mente gritava aquela frase tão desesperadamente que era um milagre que ninguém ali estivesse ouvindo, que Asher não pudesse ouvir.

Eu te amo.

Eu te amo!

Merda, eu te amo tanto que machuca, rasga, queima...

E a próxima coisa que eu senti foram os dedos de Asher em meu braço, puxando-me para longe de Chris que, surpreso, imediatamente me soltou. A taça com champanhe que estava em minha mão foi ao chão com um barulho alto, partindo-se em vários pedaços. E logo estávamos correndo. Correndo por entre os convidados importantes numa festa, empurrando-os para fazê-los sair do caminho. A mão de Asher se arrastou do meu braço até minha mão. Eu pisquei e nossos dedos estavam entrelaçados. Asher deu um encontrão em um dos garçons e uma bandeja cheia foi ao chão, quebrando taças e uma garrafa inteira de Dom Perignon. Passamos sobre os estilhaços sem olhar para trás.

Estávamos lá fora e eu nem sabia como havíamos chegado lá. Não paramos. Asher me fez correr pela rua com aquelas armadilhas mortais que eu tinha nos pés. Ainda havia um pouco de neve na calçada e eu quase escorreguei algumas vezes, mas não paramos. Quando finalmente o fizemos, estávamos numa esquina qualquer, ao lado da escadaria de um prédio. Estava tão frio e eu me encostei numa parede gelada, a única parte do meu corpo que estava aquecida era a mão que Asher segurava com tanta força.

Baixei a cabeça e comecei a tentar estabilizar minha respiração ofegante, sem muito sucesso. Asher continuava ao meu lado, tão sem fôlego como eu.

– O quê...? – comecei, mas não tive como falar mais nada, não com os lábios de Asher nos meus.

Ele estava me beijando, sua mão direita ainda entrelaçada na minha, e a outra segurando meu rosto com cuidado e firmeza. Seu polegar acariciava minha bochecha e seus lábios forçavam os meus a abrir. Não foi tão difícil, não era como se eu estivesse resistindo muito.

Dessa vez não havia gosto de álcool em sua boca. Era só Asher. E canela, das balas de canela que ele adorava. Sua língua nunca havia sido tão insistente, tão insinuante, tão maravilhosa contra a minha.

Exatamente como ele, usei minha mão livre para acariciar seu rosto, sentindo apenas o início da sua barba em minha palma, usando meu polegar para acariciar aquela pele pálida e gelada pelo frio.

Ao longe, bem ao longe, ouvi ruídos de fogos, gritos animados, festa. Asher afastou seus lábios dos meus apenas o bastante para me fitar. Sua mão continuava acariciando meu rosto, que agora estava úmido.

– Feliz ano novo, minha monstrinha – ele sussurrou enquanto mais lágrimas riscavam meu rosto.

O que diabos tinha acabado de acontecer?

Eu até pensei em fazer a pergunta em voz alta, mas Asher estava me beijando de novo, e todos os outros pensamentos que não fossem sua boca na minha fugiram para longe.

Ainda encostando meus lábios nos dele, sentindo sua respiração quente em meu rosto como um sopro de calor no meio do frio, sussurrei:

– Feliz ano novo.


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Notas finais do capítulo

Se houver algum erro, por favor, me avisem que eu conserto. Eu revisei a história bem rapidinho, porque queria postar logo pra vocês.
Eu consegui responder duas páginas de reviews do capítulo passado, mas eles foram todos tão especiais que vou fazer tudo que posso pra responder a todos, porque tem vários que eu to louca pra responder hahaha.
Ah, se alguém ainda estiver lendo isso aqui, preciso dividir uma coisa com vocês. Tem uma série de livros que eu leio (meio adulta, então se você for muito novo(a), não recomendo) há ANOS. Isso mesmo, ANOS. E é minha segunda série de livros preferida na vida, sou completamente apaixonada pela história, pelos personagens...é simplesmente indescritível. E eu não conheço muita gente que leia esses livros, porque eles são gigantes. Tão gigantes que a editora que trouxe-os pro Brasil teve que começar a dividir eles em 2 partes, depois do segundo livro que é maior que a bíblia. Mas enfim, tem muita gente que tem preguiça e tals, só que agora....SAIU A SÉRIE DE TV, AHMEUDEUS, É PERFEITAAAAAA, TEM DOIS EPISÓDIOS ATÉ AGORA E EU TO MORRENDO, JAMIE, MEU AMOR, ELE JÁ APARECEU SEM CAMISA E EU TO JOGADA NO DELÍRIO!!
Enfim, não liguem pro meu surto e, se vocês se interessarem pela vida na Escócia no século XVIII, assistam Outlander :)
Beijos!
P.S.: ÚLTIMA COISA! Quem vai pra Bienal? Eu vou! Então se você for, me manda uma MP :)