Perfectly Wrong escrita por Juliiet, Nana


Capítulo 27
Capítulo Bônus Asher 2


Notas iniciais do capítulo

NÃO SE ANIMEM
Esse aqui é aquele bônus antigo que eu mandei pra algumas pessoas por email. O problema é que meu email deu pau e aí acabou não indo pra todo mundo, então eu vou postar aqui. Quem já leu e me mandou MP falando sobre o cap ou algo assim, não precisa comentar não, tá? Quem já leu e não falou nada, é uma boa comentar, pra eu saber o que vocês acharam. Quem não leu, espero que goste (:
Quero agradecer especialmente à Maria Luisaaaa e Bia Barreto, pelas recomendações maravilhosas.
IMPORTANTE: Esse capítulo se passa no "Encontros secretos no jardim".



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Georgie estava linda. Ela sempre estava linda, para ser justo, mas eu não notava o tempo todo. Naquela noite era meio difícil não notar.

– Sua intenção é virar a cabeça de todos os homens nessa festa, irmãzinha? – perguntei, passando os braços por sua cintura para abraçá-la.

Ela beijou meu queixo e se soltou de mim.

– Talvez eu esteja atrás de apenas um homem – retrucou, arqueando a sobrancelha perfeita. – E eu não sou sua irmã, Ash.

Rolei os olhos ao ouvir o apelido. Eu não brincava mais de Pokémon, pelo amor de Deus. Mas deixei passar, Georgie sempre gostara de me provocar; era impossível esperar que parasse agora. Resolvi focar em outras coisas.

– No dia que você estiver atrás de algum homem, qualquer homem, vovó vai me receber em sua casa com chá, biscoitos e amor – afirmei, puxando a cadeira para ela, sentando-me em seguida na cadeira de frente a ela na mesa.

Georgie suspirou.

– Talvez minha vida fosse mais fácil se eu realmente fosse atrás de algum cara – falou.

Apenas mirei-a com o olhar que aquela afirmação merecia. Georgie saíra de casa com 17 anos, rejeitara o dinheiro do meu pai, vencera na vida sozinha e, sempre fizera questão de deixar claro, nunca precisou de um homem nem para matar uma barata.

– Ren me perguntou outra vez por que eu não tenho um namorado – explicou.

– E você não respondeu que é porque todos os homens são uns desgraçados imprestáveis que merecem caminhar descalços em carvão em brasa?

Ela me lançou seu olhar e sorrisinho sarcásticos habituais.

– Acho que sete anos é meio cedo para saber essa triste verdade. Ren provavelmente ficaria traumatizada.

Eu ri e Georgie apenas sorri. Perguntei-lhe com quem havia deixado a menina para poder vir à festa e, enquanto ela respondia, meu olhar percorreu o salão até se focar num ponto que nunca havia realmente sumido da minha visão periférica.

Era geralmente fácil reparar mais na qualidade delicada de sua beleza. Seu rosto simétrico, seus olhos inocentes, seu nariz fino, o lábio inferior ligeiramente maior que o superior. Era fácil me perder na beleza frágil dos seus contornos.

Não era fácil agora.

Vestida com o biquíni dourado da princesa Leia, não dava para fingir que Max Hyde não era gostosa, além de bonita. Meus olhos percorriam sem parar cada centímetro do seu corpo e de sua pele deliciosamente exposta sem cansar. Eu podia fitar aquelas pernas longas e esguias, os quadris um pouco largos para o seu tipo de corpo, a barriga lisa e os seios pequenos a noite inteira. E tudo o que eu ia conseguir seria um banho frio no fim da noite.

Porém, quando Max se virou no banco em que estava sentada para olhar a pista de dança, eu tive mais um vislumbre da pequena tatuagem em suas costelas.

Ter percebido aquela tatuagem mais cedo quase havia me feito perder a cabeça – e o pouco de decência que eu ainda possuía. Só o pensamento de passar os dedos por ela, os lábios, a língua...vamos só dizer que uma banheira de gelo não resolveria o meu problema.

Georgie estalou os dedos na frente do meu rosto, roubando minha atenção.

– Sua nova conquista? – perguntou, seguindo meu olhar até Max.

Neguei com a cabeça.

– Ela está além dos meus limites – confessei.

Georgie olhou-me surpresa e arqueou uma sobrancelha.

– Então existe uma mulher fora dos limites do infame Asher Lockwood? – perguntou, fazendo sua voz soar cheia de falso horror. – Ela gosta de garotas, por acaso?

Ri pelo nariz, passando a mão pelo cabelo.

– Não – respondi, contente por minha voz soar quase normal. – Ela tem um namorado.

– E desde quando isso é impedimento pra você?

Ri sem humor dessa vez. Georgie tinha razão.

– Talvez não seja impedimento pra mim, mas é pra ela – suspirei, desejando mais uma vez que as coisas pudessem ser diferentes. – E ela não me quer.

Georgie ficou calada por um longo momento. Ela não estava acostumada a me ver suspirar por uma mulher. Diabos, eu não estava acostumado a suspirar por uma. Quando uma mulher não me queria, eu passava para outra sem outro pensamento. E eu não era como alguns caras que eu conhecia, que gostavam de um “bom desafio”. Eu era fácil e não via nada de errado em mulheres que sabiam o que queriam e não se importavam em ir atrás disso.

Max Hyde sabe o que quer. Só que não é você.

Mas eu a queria. Não porque ela era um desafio, até porque eu não a via dessa maneira. Não era simplesmente porque ela não me queria – até porque eu gostaria muito mais que ela me quisesse. Eu simplesmente a queria porque ela era...única.

E eu amava e odiava cada pedacinho dela que a fazia ser diferente de todas as outras.

– Por que você não a leva lá em casa um dia desses? – Georgie sugeriu de repente. – Ren a ganharia para você em cinco segundos.

Só a ideia de Max ao alcance da maldade e sordidez de Georgie me fazia querer pegar minha monstrinha e fugir com ela para outro continente.

– É, mas Ren nem teria cinco segundos. Você faria qualquer mulher que eu conheço fugir em dois.

Ela sorriu e deu de ombros, mas não negou.

– Vá até ela. Está escrito na sua cara que é isso que você quer.

Meu sorriso era uma cópia do que o que Georgie me oferecia. Não era um sorriso bom.

– Eu não devia querer ficar perto dela – murmurei, pensando alto. – Não é certo para nenhum de nós.

Mas hoje – apenas hoje – ela era minha. Ela devia ser minha. Apenas hoje ela havia deixado o namoradinho perfeito para ficar comigo.

Tudo bem, eu quase a havia chantageado para fazê-la vir...

– Agora você se preocupa com o que é certo, Asher? – Georgie perguntou, usando meu nome corretamente, o que significava que estava falando sério.

Levantei-me.

A resposta, obviamente, era não. Eu não me preocupava com o que era certo.

Eu me preocupava com outra coisa...

Mas antes de ir embora, falei:

– Você está fantástica, Georgie, mas ainda não entendi qual a sua fantasia.

Ela sorriu maliciosamente e colocou na cabeça o que estava segurando – e que eu achara que era uma bolsa estranha. Parecia uma espécie de chifre de diabo, preto e retorcido. Percorri com os olhos o vestido negro, colado e comprido, que ela vestia, com uma capa também preta, com mangas compridas e esvoaçantes, e a barra roxa. Tentava fazer sentido daquela fantasia.

– Sou a Malévola – Georgie respondeu.

– Ela não é uma bruxa ou coisa assim?

Ela deu de ombros.

– Algumas garotas já cansaram de ser princesas de contos de fadas, Ash. Agora anda logo, tem um gostoso à direita que não tira os olhos da sua princesa Leia.

...

Max realmente havia ido embora, no fim das contas. Por um momento, lá fora no jardim, quando estávamos olhando fixamente um para o outro, pensei em beijá-la. Não, isso era mentira, afinal, eu pensava em beijá-la em quase todos os momentos em que estava acordado. Naquele momento no jardim eu pensei que, se eu a beijasse, ela talvez me beijasse de volta.

Desejei fervorosamente que o maldito James estivesse acordado e visse a namorada chegando naqueles trajes comprometedores. Desejei que ele fosse embora indignado, que a chamasse de vagabunda e que nunca mais aparecesse na frente da minha monstrinha de novo.

Desejei que eu pudesse consolá-la, que ela caísse chorosa em meus braços e estivesse tão vulnerável que não teria como resistir a mim.

Porque eu era um perfeito filho da puta. Eu não amava Max Hyde. Eu a odiava. E eu gostava dela, mas não tinha como aquilo ser amor. Eu queria que ela deixasse de ser tão perfeita, que fosse errada como todas as outras, mas que fosse errada comigo. Queria que sua alma fosse tão impura quanto a minha. Queria destruir o que mais a deixava feliz.

E tudo porque eu a queria para mim. Eu preferia tê-la do que vê-la ser feliz com outro.

E isso não podia ser amor. O amor não devia ser tão ruim, tão egoísta e destrutivo.

No fim, nada disso importava, porque ela não me queria. Mesmo que eu metesse uma bala no meio da testa do maldito namorado dela, ela ainda não iria me querer.

Claro, se eu adicionasse assassino à minha lista de defeitos, ela não iria me querer mesmo.

JJ, um dos amigos do trabalho da Max – e que eu havia convidado para que a noite não fosse tão insuportável para ela –, saiu da casa e veio em minha direção, logo depois que o táxi que levava minha monstrinha sumiu numa curva.

– Lockwood, o cara que levou a gente para dentro mais cedo disse que uma tal de Sra. Lockwood está procurando por você – avisou, parando ao meu lado. – É sua mãe? Ou você é casado ou algo assim...? Eu nem sabia que você tinha família...

Por um bom tempo, eu também não sabia que tinha.

– É minha vó – corrigi, esfregando o rosto. – Não quero vê-la.

JJ assentiu, sem perguntar nada sobre o assunto. Podia ver por que Max gostava dele.

– Aquela que foi embora num táxi era a Max? – perguntou, mudando de assunto.

– É. Agora vamos beber – falei e comecei a ir em direção à casa, esperando que JJ me acompanhasse. – Preciso encher a cara – e dar um jeito de evitar Vivian, completei em pensamento.

E eu realmente precisava. Encher a cara, é claro. Eu precisava beber até não ser capaz de lembrar meu próprio nome. Até não poder mais me mover. Até desmaiar.

Talvez isso me impedisse de visualizar minha Max dormindo com outro cara na minha casa. Talvez isso me impedisse de quebrar minha promessa, de ir até lá e arrancar uma mulher que não me queria dos braços do homem que ela amava.

Uma mulher da qual eu precisava ficar longe.

Talvez, depois de algumas tequilas, eu começasse a fazer mais sentido.

Bom, eu precisava tentar.


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Notas finais do capítulo

Como sempre, eu reviso, mas qualquer erro, me avisem, por favor.
Agora, uma coisa, eu realmente to chateada pelo número de reviews, essa história tem leitores pra caramba e poucos são os que comentam. Eu sei que não to conseguindo responder a todos, mas eu leio cada review e cada um deles é responsável por eu conseguir escrever o próximo capítulo. Além disso, eu respondi todo mundo do cap passado.
Btw, eu escrevi uma oneshot D: pra quem quiser ler, tá aqui http://fanfiction.com.br/historia/507489/Todos_os_dias/
Ah, vocês gostaram da minha foto de capa? EU TO IN LOVE com ela, foi pro meu trabalho de fotografia (:
Ah, e eu fiz uma tatuagem :O
Beijos genteee