Perfectly Wrong escrita por Juliiet, Nana


Capítulo 23
Nada para agradecer


Notas iniciais do capítulo

Heeeey o/
Vou ser sucinta. Espero conseguir responder aos reviews de vocês no feriado, mil desculpas por estar demorando, mas eu ando super sem tempo por causa da faculdade. Perdão!
Vão reler os avisos da história de novo, por favor, porque teve uma pequena mudança. Btw, é a primeira vez na VIDA que eu escrevo uma cena assim, então relevem. E NÃO ME ODEIEM.
Boa leitura, puppies



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/360597/chapter/23

Papai abriu a porta e James e sua mãe entraram. Ele estava carregando o purê de batatas intragável que sua mãe fazia todo o ano e que eu me forçava a comer para agradá-la.

Esse ano eu estava decidida a não colocar uma garfada daquela porcaria na boca.

James cumprimentou meu pai e logo pousou os olhos verdes e calorosos em mim. Suspirei, ele estava lindo. Usava um suéter que eu havia dado para ele em seu último aniversário, verde oliva, o que fazia seus olhos ficarem ainda mais vivos e destacava sua pele bronzeada. Seu cabelo tinha sido recentemente cortado e, embora eu preferisse o jeito desordenado que ficavam quando mais compridos, não podia dizer que o visual mais arrumado lhe caía mal. Porque James Clarke era e sempre seria um dos homens mais lindos sob a face da Terra.

Depois de deixar meu pai e sua mãe conversando, ele veio até mim, puxou-me para seus braços e me deu um beijo longo, ao qual não opus resistência.

– Feliz dia de Ação de Graças, amor – falou, tirando uma mecha do meu cabelo do rosto. – Senti sua falta.

Sorri e respondi:

– Feliz dia de Ação de Graças.

Mamãe escolheu aquele momento para sair da cozinha com uma travessa de comida, que colocou na mesa.

– O peru está quase pronto! – exclamou e então viu que James estava ali e foi envolvê-lo num forte abraço. Aparentemente, ele não estava aparecendo com a frequência que deveria e essa faculdade dele devia dar mais tempo para os estudantes ficarem com as famílias.

Porque, era claro, James era família para a minha mãe.

Com esse pensamento, fui até o bar do papai e fiz uma coisa que não costumava fazer quando estava com a família. Servi-me de uma dose se uísque. Eu nem gostava tanto da bebida, mas precisava de alguma coisa forte.

Eu tinha mesmo o direito de destruir o que já era uma família apenas por causa dos meus sentimentos egoístas?

Aquele não era um dilema novo. Vinha pensando naquilo desde que havia chegado ali, dois dias atrás. James ainda estava na faculdade e só chegara hoje de manhã. Ele sabia que eu estava ali, claro, porque minha mãe correra para contar à mãe dele. E, mesmo assim, James não viera correndo me ver como sempre. Tinha que terminar um trabalho da faculdade.

Mas agora parecia feliz conversando com minha mãe e meu pai. E eu tinha aquela felicidade nas mãos.

Só me restava saber o que fazer com ela.

Tomei um gole longo do uísque, que parecia fogo descendo pela minha garganta e não percebi que a Sra. Clarke tinha se aproximado.

– Vejo que já se entregou completamente aos hábitos decadentes daquela cidade, não é mesmo, Maxine?

Virei-me para encarar a mãe do meu namorado. Era claro para quem os visse que eram parentes, afinal, tinham o mesmo tom de pele e a mesma firmeza de traços. Mas o que caía bem em James e lhe dava um charme masculino parecia pesado em sua mãe e endurecia sua expressão. Francesca Clarke era tudo, menos uma mulher charmosa.

– E como a senhora conhece os hábitos nova-iorquinos? – retruquei, afinal estava no limite e a última coisa de que precisava era daquela mulher me dando nos nervos, como era seu costume. – Nunca colocou os pés em Nova York.

– Nem colocarei! – falou indignada. – Olhe só para você, uma boa garota do meio oeste se embebedando antes do jantar e se vestindo como uma...qualquer!

Eu nem me dei ao trabalho de me ofender, até porque era simplesmente mais fácil ignorar. E se ela achava a minissaia de couro preto – que eu estava usando por cima de uma meia calça cinza e grossa – roupa de mulher “qualquer”, era melhor que nunca olhasse o resto do conteúdo do meu guarda roupa.

Tomei o resto do meu uísque sem olhar para ela e larguei o copo em cima do balcão. O jantar ainda demoraria pelo menos meia hora, já que o “quase pronto” da minha mãe normalmente significava que ela havia acabado de colocar o peru no forno, então eu simplesmente me esgueirei pelo corredor e fui para o meu quarto, sem humor nenhum para falar com ninguém. Podia soar a coisa mais ingrata do mundo, mas eu não me sentia como se pudesse dar graças por alguma coisa naquele dia.

Eu não me arrependia de ter vindo para casa, mas as coisas não haviam saído como eu imaginei. Eu achava que, ao chegar aqui, tudo se iluminaria como se uma lâmpada fosse acesa em minha cabeça e eu saberia exatamente o que fazer. Mas não era assim. E eu estava mais confusa que nunca.

O pior eram as noites. Duas noites em que eu havia me revirado na cama, tendo problemas para dormir, misturando sonhos com lembranças e sentindo a falta de Asher. Eu fechava os olhos e podia sentir o gosto de cerveja e canela do seu beijo em minha boca, podia sentir o seu dedo mindinho deslizando sobre minha pele nua, sua língua na minha, a aspereza da sua barba em meu rosto. Também imaginava como seria deixá-lo tirar minha blusa, escorregar suas mãos por minha exposta e beijar, lamber e morder cada centímetro dela.

Eu estava quase mortificada em admitir, mas eu andava tendo sonhos eróticos com meu colega de apartamento.

Eu sabia que nunca teríamos nada sério, ainda que tivéssemos alguma coisa. E, pela primeira vez na vida, aquilo não importava. Maxine Hyde, a garota ingênua e cheia de sonhos que achava que só podia ir para a cama com um cara pelo qual estivesse apaixonada estava ardendo só pelo pensamento de ter um caso tórrido com Asher Lockwood.

Assumindo que ele quisesse ter um caso tórrido com ela. Comigo. Nossa, eu estava confusa mesmo se havia começado a pensar em mim mesma na terceira pessoa.

E mesmo enquanto tinha essas fantasias, eu não podia deixar de pensar em James. O certo era terminar com ele, afinal, eu havia beijado Asher. E o pior de tudo, em minha mente, eu já havia traído meu namorado mil vezes com ele.

Por que eu achava que isso soava pior do que tudo o que eu já havia feito?

Quando eu traíra James pela primeira vez, eu achava que estava apaixonada. Que ia durar para sempre. Que eu iria terminar com ele e viver feliz com Kenneth.

Agora era diferente. Eu não era mais a menina boba procurando um final feliz. Eu só queria ser feliz agora. Eu só queria lembrar o que era ser feliz, mesmo que não fosse durar para sempre.

Mas mesmo assim, James não merecia uma chance? E se eu tentasse conversar com ele, fazer as coisas darem certo entre nós? Teria nosso namoro alguma salvação?

Suspirei e me joguei de costas na cama, arrependida por não ter trazido a garrafa de uísque para o quarto comigo. Não que a bebida fosse realmente me ajudar a tomar alguma decisão, mas nada mais parecia funcionar. Eu estava aceitando toda a ajuda possível.

Ouvi a porta sendo aberta cuidadosamente e olhei para ela sem me mexer realmente. James estava com a mão na maçaneta e, com a outra, bateu na porta já aberta.

– Então é aqui que você está se escondendo – falou, sorrindo, mas parecendo meio incerto. – Aconteceu alguma coisa?

Certo, aquela era a hora. Eu me apoiei nos cotovelos e o fitei, respirando fundo. Antes que eu pudesse me impedir, senti as lágrimas se acumulando em meus olhos.

– Tranque a porta, James – pedi, sem perceber o que estava fazendo até que as palavras saíram.

Ele se aproximou, preocupado.

– Max, o que aconteceu?

– Só...tranque a porta.

Ele pareceu ouvir a ponta de desespero em minha voz, porque voltou e fez o que eu pedi, voltando-se para mim em seguida.

Eu me ajoelhei na cama e, sem deixar de encará-lo, tirei meu suéter branco pela cabeça. Vi seus olhos se arregalarem, não acreditando no que eu estava fazendo. Sinceramente, nem eu acreditava. Nunca havia sido tão ousada e nossos pais estavam há apenas alguns metros de nós, apenas separados por finas paredes.

Eu não me importava.

Larguei o suéter no chão e fiz a mesma coisa com a blusa fina que usava por baixo.

– Max, o que diabos você está fazendo? – James perguntou, meio chocado.

Saí da cama e comecei a puxar a meia calça por baixo da saia. Ele não se moveu e, quando eu me livrei do náilon e dos meus sapatos de saltos baixos, encontrei seus olhos e respondi:

– O que devia ter feito no minuto em que você chegou em Nova York.

Então andei até ele e o puxei para um beijo. E naquele beijo estava tudo o que eu tinha. Tudo o que eu podia oferecer-lhe.

Lentamente, como se estivesse sendo convencido, James começou a devolver meu beijo. Suas mãos foram para as minhas costas nuas e apertaram suavemente minha pele. Passei os dedos por seus cabelos, bagunçando-os e fui descendo por seu pescoço, peito e abdômen, até que alcancei a bainha do seu suéter e comecei a puxá-lo para cima. Nos separamos o suficiente para eu tirá-lo por cima da sua cabeça e então ele estava com o largo e musculoso peito nu, empurrando-me para a cama.

Antes que eu caísse sobre ela, ele desfez o fecho do meu sutiã e puxou-o pelos meus braços. Logo estávamos nos beijando em cima da cama, ele por cima de mim. O resto das nossas roupas não demorou muito a ser retirada dos nossos corpos por mãos ansiosas; as minhas e as dele.

James conhecia meu corpo. Conhecia cada pedacinho de mim, sabia exatamente o que fazer para me dar prazer, para me fazer implorar por mais. Ele sempre tinha sido bom nisso. A verdade era que éramos bons nisso juntos. Eu não hesitava em nenhum momento enquanto estávamos na cama. Eu não tinha medos, preocupações. Eu sabia amá-lo com meu corpo e sabia deixar-me amar por ele.

Passei minhas pernas por sua cintura, puxando-o mais para dentro de mim, mordendo os lábios para me impedir de gemer. A posição em que estávamos não era a nossa preferida, afinal, por ser bem mais alto que eu, quando ficava por cima de mim desse jeito, corria o risco de me asfixiar com seu peito. Mas ele era cuidadoso e estava se apoiando nos cotovelos, enquanto eu aproveitava para morder a pele do seu ombro, fazendo que fosse difícil para ele também manter-se silencioso.

Segurando minhas coxas com suas mãos grandes, ele nos virou na cama, fazendo-me ficar por cima dele. Eu me ergui e comecei a me mexer, mordendo os lábios até sentir o gosto metálico do sangue. Suas mãos saíram das minhas coxas e foram até meus seios, apertando-os e massageando-os do jeito que eu gostava. Um pequeno ofego escapou dos meus lábios quando ele passou os polegares pelos meus mamilos. Abaixei-me para beijar seus lábios, para calar a nós dois, e suas mãos voltaram para as minhas coxas, ajudando-me a me movimentar em cima dele.

Quando acabou, eu fiquei jogada em cima dele, a cabeça encaixada no seu pescoço, a respiração ainda pesada, sentindo sua mão acariciar delicadamente minha espinha.

– O que foi isso, amor? – James perguntou depois de alguns minutos. Ainda podíamos ouvir as vozes dos nossos pais na sala, conversando amigavelmente sem ideia nenhuma do que tínhamos estado fazendo no quarto. – Não que eu esteja reclamando, eu não estou, é que...

Ele se calou de repente, baixando os olhos e usando uma mão em meu queixo para me fazer olhá-lo.

– Max, por que você está chorando?

Eu estava chorando? Surpresa, percebi que sim. As lágrimas percorriam meu rosto como rios gêmeos, molhando o peito bronzeado de James.

– Desculpe – sussurrei. – Eu não sei o que está havendo comigo...

Mas eu sabia. E estava chorando por isso. Porque eu amava fazer amor com James. Eu sempre amara. Mas agora eu não podia mais chamar aquilo de “fazer amor”. Aquilo havia sido apenas sexo para mim. E era por isso que eu chorava. Era impossível fazer as coisas voltarem a ser como eram. Era impossível e eu seria uma idiota por tentar. Então, não importava mais se eu ia magoar James, sua mãe, minha mãe e meu pai. E todo o resto do mundo. Eu ia parar de magoar a mim mesma.

Aquele era o momento. E eu nunca ia ficar mais preparada para fazer o que precisava ser feito há muito tempo.

Eu só precisava dizer as palavras que terminariam algo que, no fundo, já estava acabado.

– James... – comecei. – T-tem algo que eu preciso dizer...

Ele sorriu e secou minhas lágrimas com os polegares.

– Deixe-me falar primeiro – pediu e beijou delicadamente meus lábios.

– Mas...

– Eu sei que havíamos decidido esperar, Max, mas eu não posso mais.

– Do que você está falando?

Ele passou lentamente o dedo indicador pelo meu ombro nu e então trancou aqueles lindos olhos verdes nos meus.

– Eu te amo, Maxine Hyde. Casa comigo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sério. NÃO ME ODEIEM. Tudo vai se ajeitar no final, prometo! Hhuaehuahse
Então...me digam o que acharam, por favor. Eu to muito nervosa D:
Beijos!