A luz atravessa a fina cortina de seda no quarto batendo diretamente no rosto de Alec.

Alec acordou já um pouco irritadiço e se sentou com cuidado para não acordar o parceiro.

Magnus dormia tranquilamente e Alec gostava de ouvir sua respiração e como parecia tão tranquilo ao dormir, queria que a relação deles estivesse tão tranquila quando o sono de Magnus.

Alec sabia que em parte era sua culpa, era ciumento.

Mas tinha medo de perder o feiticeiro, um dia ele iria envelhecer e seus belos olhos azuis se tornariam foscos, seus cabelos negros ficariam brancos e não teria disposição pra fazer nada, nem aquilo com o parceiro.

Certo isso era bobo, ele ainda era jovem, seu corpo ainda parecia agradar e muito o parceiro, mas Alec era sempre responsável e pensava no futuro.

Magnus via sempre o lado bom da relação dos dois, mas Alec sempre via o que ele estava tirando de Magnus.

Com ele, Magnus não poderia ter filhos e nem ele, Magnus se o amasse mesmo iria ficar com ele até sua morte, mas seria infeliz quando Alec fosse velho e doente.

Tentou não pensar nessas coisas e se levantou devagar, não iria acordar Magnus. Não teria nenhuma razão, eles iriam brigar novamente e Alec iria pra casa chorar ao colo de Isabelle.

Isabelle estava se mostrando melhor que esperava-se com Alec, ela nunca tinha muita paciência em relação a romance, mas talvez Simon estivesse amolecendo o coração da irmã.

Alec duvidava muito disso.

O moreno colocou a camisa que estava jogada pelo quarto, não que ele e Magnus tivessem feito algo aquela noite. E se encaminhou até o banheiro escovando os dentes e lavando o belo rosto.

Quando saiu do aposento, viu Magnus se levantando da cama e trocaram um olhar longo. O feiticeiro estava apenas com uma cueca roxa e Alec realmente tentou não pensou em quanto queria tira-la.

– Hm, bom dia Alexander. – Falou passando a mão pelos cabelos arrepiados.

– Já falei que não gosto quando me chame assim. – Alec soltou e logo depois tratou de se desculpar. – Desculpe, só não tive uma boa noite. – Fala indo até a mesinha de cabeceira e pegando as chaves do seu carro.

– Já vai embora? – O feiticeiro pergunta com um tom magoado.

– Vou. Eu tenho compromissos. – Fala dando uma desculpa qualquer.

– Se não quiser ficar comigo é só falar Alexander. – Reclama o homem já ficando nervoso com o mais novo.

– Você é tão infantil.

– Eu? Infantil? – Solta uma risada incrédula. – Você que esta sendo infantil Alexander.

– Se você esta me chamando de criança, então acho que você devia parar de me comer! – Exclama irritado.

– Infantil. – Repete Magnus revirando os olhos.

– Quer saber Magnus, eu estou cansado disso tudo. - Alec fala cansado.

– Eu também!

– Então acho melhor darmos um tempo. – Solta e logo se arrepende ao ver a expressão primeiramente de surpresa e depois de tristeza no rosto do amado.

– D-dar um tempo?

– Sim Magnus, eu vou indo. – Fala caminhando até a porta. – Acho que você precisa pensar um pouco.

– Eu amo você. – Sussurra Magnus, mas Alec já estava suficiente longe para não escutar nada.

Alec sentou no banco de seu carro e encostou a cabeça no volante sentindo as lagrimas sobre seu rosto.

Endireitou a postura e limpou o rosto apertando o volante com tanta força que seus dedos ficaram esbranquiçados e ligou o rádio.

Tragicamente nas rádios só tocavam músicas sobre amor e Alec não levava nenhum CD no carro.

Até pensou em desligar o rádio e se concentrar na estrada, mas já na metade do caminho cantava em alto e bom som músicas antigas de amor com um sorriso triste no rosto e para quem passava na rua, parecia apenas um louco.

Isabelle de seu quarto escutou a voz do irmão cantarolando ou melhor dizendo berrando One e revirando os olhos desceu as escadas correndo e indo até o mais velho.

– O que houve Alec? Desistiu de matar demônios com armas e quer mata-los com a sua voz? – Pergunta brincalhona, mas ao notar o sorriso maníaco e os olhos vermelhos do irmão foi até ele com um semblante preocupado.

– Eu e Magnus, brigamos. – Fala rouco.

– Tá, mas e dai? – Pergunta dando de ombros.

– COMO ASSIM? E DAI? – Pergunta elevando a voz e olhando bravo com a irmã.

– Vocês vivem brigando. – Responde naturalmente e se senta em um dos sofás do instituto.

– É, só que dessa vez eu terminei com ele. – Explica se sentando ao lado da irmã.

– Porque você fez isso?

– E-eu não.

– Alec você é tão inteligente pra certas coisas, mas em outras é tão lerdo quanto a Clary.

– Hã?

– Pelo Anjo. – A garota bate em sua própria testa e se vira pro irmão tentando manter a calma. – Você realmente quer ficar com outra pessoa sem ser o Magnus?

– Não, mas...

– Você ainda o ama? – Pergunta não deixando o garoto continuar.

– Claro, mas

– Então seu otario levante essa bunda desse sofá e vá voltar com Magnus.

– Você acha que devo? – Pergunta ignorando as ofensas da irmã

– Claro, agora vá. Não aguento mais viver com você nessa novela mexicana.

– Obrigada Izzy. – Alec sorri pra irmã que deu de ombros e subiu as escadas novamente.