Spacial Survival Program - Interativa escrita por Sarah Rockbell


Capítulo 2
Capítulo 1: Bem vindo - Aru


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito por nem todos parecem, mas essa foi só uma introdução, espero que gostem.



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Era muito escuro.

O escuro o incomodava, por alguma razão desconhecida. Ele procurou sua mente por “razões por odiar o escuro”, mas não conseguiu achar nada, o que até chegou a o surpreender. Na verdade, ele não conseguia achar muitas coisas em sua mente. Por mais que o rapaz pensasse, ele só podia achar o branco, até se lembrar de como pensar estava sendo um choque para ele. Ele só conseguia ver branco, preto, mais branco, mais preto. O contraste entre as duas cores estava o deixando louco, mas, não era ele que estava surpreso por saber pensar? Será que já estava louco?

“A...”

Ok havia uma voz em sua cabeça, isso só podia ser uma coisa: ele realmente havia ficado louco. Afinal, perguntas ridículas + voz na cabeça = loucura... Espera, quando matemática havia entrado no jogo? Bem, parece que ele ainda tem esperança, não havia ficado completamente maluco, pelo menos, por enquanto. Mas isso não o reconfortava.

“A...”

Essa voz... A voz lhe era familiar e era extremamente doce e gentil, acalmando sua mente confusa. Mas ele não entendia o porque de ela estar em sua mente. Seria para levá-lo a loucura? O deixar mais confuso do que estava? Atrapalhar a identidade que ele não conhecia? Bom, nenhuma dessas razões havia importância o bastante, já que tudo estava confuso mesmo, então qualquer tipo de familiaridade é reconfortante.

“Os sinais vitais estão bons.”

Sinais vitais? O que seri- Ah, agora ele se lembrava disso e se sentia muito idiota, como ele poderia ter esquecido tudo? Era como se anos de conhecimento sobre isso viessem todos de uma vez a sua cabeça, o que a fez doer e ele não podia fazer nada sobre isso... Era como se estivesse flutuando em uma imensidão que trocava de preto para branco rapidamente, como se isso fosse relevante de algum modo.

Ele começou a se perguntar sobre algumas coisas. Ele não sentia seus braços, mas tinha certeza que os tinha. Não sentia suas pernas, mas tinha certeza que as tinha. Não sentia seu coração bater, mas se não o tivesse, como estaria vivo? Ele sabia que, pelo menos pelo conhecimento sobre coisas que lhe veio a cabeça, que era impossível viver sem o coração. Então, ele se perguntava novamente, ele tinha olhos?

Ele sentiu, pela primeira vez, que tinha algo. Seus olhos, eles estavam lá e estavam prontos para serem abertos. Ele começou a forçar suas pálpebras a se abrirem, mas elas se recusavam. Como suas próprias pálpebras ousam o trair desse jeito? Ele tentou novamente. Ok, talvez não faria sentido culpar as pálpebras quando ele era o fraco. Então, ele tentou pela terceira vez e finalmente, conseguiu abrir seus olhos e fez isso o máximo que podia.

A primeira coisa que ele viu foi luz e não aquela luz branca que lhe dava dor de cabeça, mas uma luz prateada que lhe parecia maravilhosa, mas irritava seus olhos. Agora, ele podia sentir tudo novamente: seus braços, sua perna, seu tronco e conseguia até ouvir seu coração batendo acelerado. Ele estava tão admirado com isso que não notou a presença de uma segunda pessoa no lugar onde estava.

– Então, finalmente o Belo Adormecido acordou.

Ele se virou assustado, esperando um monstro com garras ou uma velha de bengala, qualquer coisa, menos o que ele viu.  A garota a sua frente possuía longos cabelos esbranquiçados que caiam como uma cachoeira por suas costas e um pouco em seu rosto, sua pele era de uma tonalidade que o lembrava de tinta azul-celeste em aquarela, que chegaria a ser confundido com um branco estranho. Seus olhos azuis extremamente claros até combinavam com sua pele, parecendo que ela não havia pupila. Ela tinha um busto farto, o que o fazia sentir na obrigação de ficar vermelho já que eles pressionavam contra seu jaleco branco, mas não conseguia.

O que mais o deixou sem fala não foi sua beleza e também não foi o porquê de ela estar em água e nem porque havia uma caminho que mais parecia uma piscina em seu quarto, mas ism o que estava atrás dela. Uma cauda. Sim, uma cauda feita de escamas azuladas e meio esbranquiçadas, em que sua ponta era um lindo azul escuro. Ela era como uma das lendas que sua mãos contava quando era pequeno, como era... Sirena?

– O que foi? Nunca viu um hiranian antes? – Ela perguntou, brincando, mas seu rosto ficou confuso quando viu ele assenti. – Bom, acabou de acordar e ainda está confuso. Que bom que estou aqui para te guiar. – A hiranian falou, sorrindo para ele. – Eu sou Beatriz Hokes, sua guia em Spacial Survivors Program. Seja bem vindo, Survivor 54987.

– Meu nome é Survivor 54987? – Ele questionou confuso e ela fez uma cara de preocupação.

– Mas é claro que não é. Não sabemos de onde você vem, por isso você não tem nome anotado, nem raça anotada. Então, te demos o que sempre damos para sobreviventes não identificados: Survivor e um número. Você não seu lembra do seu nome? – Beatriz falou, pegando a prancheta que estava em sua cama. – Sua ficha está normal, não havia sinais de trauma craniano antes de acordar. – Ela tirou alguns cabelos de sua testa. – Bom, não tem jeito, você terá que escolher um nome ou lhe chamaremos apenas de Survivor 54978.

Um nome? Como ela queria que ele escolhesse um nome? Um nome tinha que ser dado! Seu nome era sua identidade! Como ela queria que ele escolhesse sua própria identidade? Sem sua identidade, sua existência não fazia sentido! Sua existência...

– Existir... Aru... – Ele murmurou, ganhando a atenção de Beatriz que parou de olhar para a prancheta. – Hokes-san! Eu me chamo Aru!

– Que bom que não se esqueceu de sua educação, Aru-kun, mas me chame de Beatriz. Eu vou pegar algumas roupas para você, então espere sentado ai. – Ela falou indo em direção a porta. Beatriz parou e olhou por cima de seu ombro, sua cauda de sirena balançando em contentamento. – Ah, bem vindo ao Spacial Survivors Program, Aru-kun.


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Notas finais do capítulo

Beatriz Hokes foi criada por Biiah Yuuki.