Memories escrita por Kim Jin Hee


Capítulo 1
Those we love never truly leave us.


Notas iniciais do capítulo

Bem, é uma one que me veio a cabeça um dia desses e agora resolvi criar vergonha na cara e postar, haha. Ah, no livro não diz qual foi o feitiço que matou o Sirius, já que foi o véu da morte poderia ter sido apenas um estupefaça, mas no filme a Bellatrix o mata com um Avada Kedavra e só depois ele cai no véu, entããão ficou esse.
Espero que curtam.



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Memories

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O raio verde saiu da varinha de Bellatrix antes mesmo que ela pronunciasse a maldição. Avada Kedavra. O jato de luz o atingiu no peito, e então, por mais alguns segundos ele viu em câmera lenta. Harry gritando e Remus o segurando. Seu afilhado chorava e seu amigo tinha um olhar de dor.

Dizem que os momentos mais marcantes da sua vida passam em frente aos seus olhos antes da morte em si. Será que havia acontecido aquilo com Lily? Com Marlene? Com James? Porque era exatamente isso que estava acontecendo com ele naquele exato momento. Memórias soltas e aleatórias.

Dois de setembro de 1971 – Dormitório masculino do Primeiro ano da Grifinória

Um Sirius de onze anos estava sentado em frente à janela, pensando.

Tinha medo do que sua mãe poderia fazer quando descobrisse que Sirius não havia ido para casa de Salazar Slytherin. A mãe sempre o alertara e contara histórias sobre como Slytherin era isso e aquilo. Claro que nenhuma das histórias era diretamente para ele, já que quem sempre as pedia era Regulus, seu irmão mais novo, no entanto, Sirius gostava de ouvi-las. Era o único momento no qual sua mãe parecia realmente mãe. Único momento no qual ela realmente prestava atenção nos filhos.

Sirius suspirou e passou a mão nos cabelos longos e negros. Um ronco alto de Peter Pettigrew – um menininho gordinho, baixinho e chatinho de seu dormitório – o fez decidir que já era hora de ir para a cama. Ficar pensando nas milhões de reações possíveis que Walburga Black teria não era uma coisa muito agradável se ele quisesse evitar os pesadelos.

Catorze de março de 1973 – Salão Comunal da Grifinória.

James, Sirius e Peter olhavam para Remus, que os encarava de volta com um olhar culpado.

Haviam descoberto – não da melhor maneira – que Remus era um lobisomem. Nada de tios e mais tios doentes como ele sempre dissera, mas sim um lobisomem, um lobisomem de verdade! Por que escondera deles?

"Eu apenas não queria que vocês deixassem de falar comigo." Remus dissera com a voz triste.

"Você é idiota ou o quê? Não vamos deixar de falar com você por causa disso." James Potter respondera ao amigo sorrindo.

Claro que não iriam. Eles eram amigos, afinal. E amigos de verdade não abandonavam os outros nas situações difíceis. Os Marotos – como se autodenominaram – podiam ser infantis e bobos, mas uma coisa que eles sabiam e prezavam era o valor de uma verdadeira amizade.

Vinte e um de setembro de 1975 – Salão Comunal da Grifinória.

Os Marotos estavam reunidos em frente à lareira enquanto comemoravam mais uma de suas conquistas. Remus ainda estava meio preocupado com tudo aquilo, no entanto, não poderia deixar de ficar feliz pelos amigos. Haviam, finalmente, conseguido encontrar a maneira certa de ajudar Remus em suas noites de lua cheia. E haviam conseguido realizar o plano. Eram, enfim, animagos. Já tinham até os codinomes.

Sirius, que se transformava em um grande cão negro, seria Padfoot, uma referência às suas patas fofinhas. James, que por sua vez era um cervo, seria Prongs, devido aos chifres. Peter era um rato. Sirius ainda acreditava que ele era realmente um rato, uma vez que não era muito corajoso, no entanto acreditava que o amigo demonstraria coragem um dia. Ele seria Wormtail. E Remus, como lobisomem, nada mais óbvio que ser chamado de Moony. E então, eles eram oficialmente Os Marotos. O terror de Hogwarts.

Trinta e um de julho de 1980 – Casa dos Potter, Godric's Hollow

Sirius esperava sentado no sofá, enquanto James andava de um lado para o outro. Os gritos de Lily ecoavam pela casa toda, fazendo os dois amigos se sobressaltarem. A mulher havia mandado James esperar na sala, já que ele não estava ajudando em nada. Estavam assim há um bom tempo, quando Remus chegou, cansado. Há dois dias havia sido lua cheia e mesmo assim ele estava ali, apoiando James na melhor hora da vida dele. Mas, onde estava Peter?

"Não encontrei Peter." Remus anunciou suspirando e se jogando no sofá, ao lado de Sirius. Lily deu outro grito.

"Peter é um rato." Sirius disse rindo logo em seguida.

"Literal-..." a fala de James fora interrompida por mais um grito de Lily e um choro forte de bebê. O maroto sorriu e correu escada a cima. Sirius e Remus esperaram um pouco, até que James desceu e disse que eles poderiam subir.

O quarto estava com uma luz fraca, o que Sirius suspeitou que fosse para não incomodar o bebê. Lily estava deitada na cama, devidamente coberta e com os cabelos grudando no rosto pelo suor. Em seu colo, um embrulhinho azul, o qual James estava fixado.

"Se ele não fosse tão lindo, eu te mataria por me fazer sentir toda essa dor James." Lily sussurrou fazendo a parteira rir. James, com os olhos, chamou os amigos para chegarem mais perto.

O bebê, embora fosse recém-nascido já tinha cabelos, ralos, porém muito negros e por mais que Lily estivesse acariciando sua cabeça os fios voltavam a ficar bagunçados. Sua pele era branquinha e suas pálpebras se mexiam fechadas.

Sirius sentiu lágrimas virem aos olhos e abraçou James para que pudesse escondê-las.

"Parabéns cara. Ele é realmente lindo." Remus disse sorrindo.

"Parece comigo não é?" James perguntou orgulhoso.

"Ele tem cara de joel-..." Sirius se calou ao olhar cortante que Lily lhe lançara. "Ele se parece com a Lily. É lindo como a Lily."

Os amigos riram e o pequeno Harry se mexeu dentro dos cobertores, encontrando o conforto do colo da mãe.

Oito de agosto de 1981 – Sede da Ordem da Fênix

Sirius sorria relendo mais uma vez o bilhete que Marlene lhe entregou antes de ir para casa. Nele, apenas algumas palavras escritas, no entanto faziam o homem sorrir como se estivesse lendo a maior carta do mundo.

"Sirius, li e reli sua carta algumas vezes, sem poder realmente acreditar no conteúdo. Não que eu não acredite em você, mas eu sempre quis ouvir tudo aquilo, e naquele momento, estava ali, em minhas mãos. Perdoe-me este pequeno bilhete, lhe escreverei uma carta mais tarde. Ah, e eu também te acho legal. Muito legal. Com amor, Marlene."

Aquele simples bilhete, para muitos, poderia parecer a coisa mais idiota do mundo, no entanto para o moreno, era a melhor coisa que ela poderia lhe dar naquele momento. Afinal, ela o achava muito legal.

Dezessete de agosto de 1981 – Casa dos Potter, Godric's Hollow

Sirius aparatou no quintal dos Potter, curioso e receoso. James havia lhe mandado um patrono pedindo para que o amigo fosse até sua casa. Pelo patrono, Sirius pôde perceber a voz afetada do amigo. Havia acontecido algo, e isso estava deixando Sirius assustado. Seria com Harry? Lily?

Caminhou até a porta, com a varinha em punho, tentando não fazer movimentos bruscos e torcendo para que estivesse tudo bem. Assim que chegou em frente a porta, ela abriu, revelando Remus Lupin. Ele tinha os olhos vermelhos, como quem já havia chorado muito. Sirius ouviu soluços e quando entrou pôde ver James consolando Lily no sofá, embora também chorasse.

"Sirius, acho melhor você se sentar." A voz de Remus soou atrás dele. Todos estavam parecendo calmos demais, exceto Lily que ainda chorava no sofá.

"Pads senta aqui." James disse soltando Lily e guiando Sirius até o sofá.

"Vão me dizer o que aconteceu agora, ou vou ter que descobrir por conta própria?" Sirius perguntou num misto de raiva e receio.

Por que estavam o tratando daquele jeito? Como se ele fosse uma velha de seiscentos anos que não pode nem ficar em pé?

"Bem... É que os comensais foram à casa dos..." Remus começou receoso, no entanto Lily o interrompera falando pela primeira vez.

"Mataram a família dela. Mataram a Marley."

Nesse momento, foi como se todo o mundo tivesse se desconectado e Sirius só ouvia seu coração bater, abafado. Ele não conseguia falar.

Não podia ser verdade. Seu coração dizia que Marlene ainda estava vida, que seus amigos estavam lhe pregando uma peça de mau-gosto. Mas ele sabia que não era verdade. Mesmo que seu coração lhe dissesse que Marlene, estava viva, algo dentro de si era mais forte e lhe dizia que sua amada havia ido embora. Para sempre.

Trinta e um de outubro de 1981 – Casa dos Potter, Godric's Hollow

Sirius chorava. Chorava como nunca havia chorado em sua vida. Seus melhores amigos estavam mortos. Seu afilhado era órfão. Remus havia desaparecido. Peter havia traído os Potter, traído a todos eles.

Sirius nunca se sentiu tão sozinho. Tão destroçado por dentro. Havia perdido seu irmão, seu companheiro de marotagens na escola, seu melhor amigo fora dela. Tinha perdido aquele que o acolheu quando toda a sua família o julgou por ser diferente. Tinha perdido tudo.

Menos o ódio. Sirius queria vingança. E ele a teria. Nem que fosse tarde demais.

As lembranças haviam, enfim, passado. Para ele, parecia ter durado uma eternidade, o que para os outros foram apenas alguns segundos.

Estou chegando Prongs, foi seu último pensamento. Sirius Black estava morto, atravessara o véu. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim, e espero comentários, haha.
Beijos.



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