I Never Can Say Goodbye escrita por Juliane Bee


Capítulo 62
Never knew loving could hurt this good.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, quero dizer que esse capitulo está FODA - com o perdão da palavra.
Se não batermos o recorde de comentários eu realmente não sei o que estou fazendo com a minha vida hahaha To tão orgulhosa do resultado final, sei que ficou bem longo, mas como já falei, estamos na reta final :) - não sei se coloco um emoji feliz ou triste, vou por os dois :(
Voces acompanharam essa manutenção do Nyah!, e viram que o site só voltou hoje de manhã. Eu sou muito metódica, e só gosto de postar a noite. - teremos Flor do Sertão também!! Yey!!! Se alguem estiver acompanhando, tá avisado!! Me perdoem se não respondi os comentários, a manutenção não ajudou muito também, mas o farei em seguida.
Anna finalmente caiu na real, aleluia! E aos shippadores de LENNA, sintam-se homenageados. Quero ver os comentários recheados de emojis felizes, mereço, né?
Quem sabe uma recomendação? AQUELAS HAHAHA se quiserem não tem problema, aceito de bom grado kk
Enfim, obrigada por tudo! Espero honestamente que gostem.
A música do capitulo é Wild - Troye Sivan (amo!)
Um grande beijo,
nos vemos nos comentários!
Ju.



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Eu preciso dar um jeito de organizar as coisas.

Minha volta mudou o rumo de tantas vidas.

Até mesmo a minha.

(...)

P.O.V Anna

Não é qualquer pessoa.

É você.

– Você tem certeza de que está bem? - minha mãe me olhou apreensiva.

Sorri tentando tranquiliza-la.

– Sim, mãe. - peguei em sua mão - Eu estou deitada nessa cama há mais de cinco dias, uma hora vou ter que sair, sabe disso. - ela soltou o ar inquieta, voltando sua atenção para Olivia.

– Nós realizamos todos os exames necessários, fizemos um acompanhamento nutricional e psicológico, e não tiramos os olhos de Anna. - sorriu - Ela está mais do que bem, Ella. Pode confiar no meu diagnóstico. Adoraríamos continuar te vendo sempre, mas prefiro que seja de outra forma. - ela piscou para mim.

Com as crianças.

Essa é a minha “terapia”, minha realização pessoal.

Depois de tantos dias no hospital me senti pronta para sair. Não foi como a primeira vez, essa foi diferente. Eu consegui absorver as coisas boas e ruins que essa experiência me trouxe, e senti que mudei tanto externamente quanto internamente. Não sou a mesma pessoa que entrei, e esse tempo comigo mesma me fez enxergar certas coisas que eu não queria ver.

A vida é um ciclo, e está na hora de seguir em frente.

– Mas se você sentir que não está legal é só nos ligar, combinado? - foi a vez de meu pai me alertar.

– Chega, né? - Chloe fez uma careta - Vocês esqueceram que foi Leo quem a trouxe para cá? Ele vai saber se virar se alguma coisa acontecer. - o rosto de minha mãe se fechou.

Algumas coisas nunca mudam. Lembro bem de todas as discussões sobre o temperamento explosivo dela.

– Eu juro que não entendo como o Ryan te aguenta.. - papai balançou a cabeça.

– Então estou liberada? - sorri amarelo.

– Não completamente, mas já conversamos sobre isso. - Olivia me lembrou. Assenti confirmando. Continuar seguindo com o tratamento, pode deixar. - Tirando isso está tudo ok, tenha um ótimo passeio, Anna.

– Obrigada. - não falava só por agora, mas sim pelo carinho e atenção que ela teve comigo durante todo esse período que passei aqui. Tanta ela quanto Stabler, os dois foram excepcionais comigo.

– Ella, Roger, vocês podem acertar as burocracias com o hospital que tenho certeza que ela será bem cuidada. - minha mãe riu.

– Confio em Leo, Liv. Falo por ela mesmo.. - abri a boca em espanto - Se cuide, querida.

– Pode deixar, mãe. - ela beijou o topo de minha cabeça.

– Estaremos te esperando em casa, filha. - foi a vez de meu pai se despedir.

– Obrigada por tudo, de verdade. Sei que não disse isso antes, mas nunca terei palavras suficientes para agradecer tudo que fizeram por mim durante todos esses anos. - os dois se aproximaram ainda mais - Eu me sinto honrada por ter pais como vocês, não mereço tanto.

– Chega, vai. Isso aqui tá muito pra baixo, por favor. Você está saindo do hospital, Anna. Dá um sorriso. - Chloe mostrou os dentes simpática.

– Sempre gentil.. - papai resmungou saindo do quarto com minha mãe.

– Qualquer coisa é só me telefonar, não importa o que aconteça. - Olivia me abraçou de leve - Se divirtam. - deu uma piscadela.

– Eles vão sim, com certeza. - Minha irmã nos interrompeu.

Assim que ela saiu do quarto levantei para terminar de arrumar minhas coisas.

– Seu namorado sabe disso? - Chloe penteou meu cabelo contra minha vontade - Fica quieta, por favor.

– Você notou que mesmo sendo a senhora grosseria, "por favor" faz parte do seu vocabulario? - ela levantou uma sobrancelha - Não mencionei esse fato, só disse que sairia do hospital na sexta feira.

Ela parou de colocar minhas roupas na pequena mala branca em cima da cama.

– E ele não vem te ver? O que vai dizer quando notar que a namorada não está em casa porque foi a praia com outra pessoa, pior, com o Leo.

– Há há, que engraçada! - continuei arrumando minha mala - O Will não está na cidade, ele deve estar agora na audiência com a comissão de natação para ver como a situação dele vai ficar, sabe. Ele tem risco de ficar 2 anos sem competir, ou apenas a temporada. - Desejo toda sorte do mundo a ele, sei que não fez por mal.

– O que aconteceu exatamente? - indagou.

– Ele não fala muito sobre, mas sei que foi no dia da minha festa de aniversário que ele ingeriu alguma coisa. - ela pareceu perdida - Aquela que o Leo e a Lilá organizaram pra mim.

– Ah, tá.. - deu um sorrisinho.

– Para! Estamos falando do Will. - fechei a mala.

Andei até o pequeno banheiro dando uma checada em minha aparência. Eu estava mais pálida do que nunca, e meu braço tinha muitos hematomas roxos. Optei por usar um shorts jeans e uma camiseta listrada. Agradeci por Chloe ter trazido minha rasteira, seria tão bom pisar na areia. Não lembro a última vez que o fiz, e posso dizer que minha ansiedade era quase como a de Alissa.

– Vamos? - voltei para o quarto.

– Você sabe que não pode dar falsas esperanças a ele, Anna. Leo precisa continuar com a vida. - franzi o cenho.

– Eu não entendo o por que de você me cobrar tanto essas coisas, não, na verdade eu entendo sim. - me aproximei - Você que não tem coragem de tomar uma atitude, fica empurrando tudo com a barriga. Chloe, obrigada por cuidar de mim, mas quem também precisa seguir em frente é você. - ela fitou o chão - Agradeceria se levasse minha mala, eu tenho que ir. - beijei seu rosto - Vai ficar tudo bem, você vai tomar a decisão certa. - sorri me despedindo.

Saí do quarto com a certeza de que a nova Anna influenciaria não só a mim, como a todos ao meu redor.

E eu não estava preocupada com isso.

Assim que o elevador parou, respirei fundo. Andei até o quarto em que Alissa estava internada.

08.

– Com licença. - bati na porta. Os olhares então se voltaram a mim, e além de Ali e Leo, haviam dois homens e um garoto no quarto.

– Eu poderia ter ido te buscar, não sabia que viria sozinha. - Leo disse. Balancei a cabeça negando. Dessa vez eu não precisava de sua ajuda.

Percebi que ele estava mais bonito do que o normal, ou talvez eu nunca tenha realmente reparado naquele par de olhos verdes.

– Finalmente, né?! Pensei que tinha entrado em coma de novo. - Ali falou, levando olhares dos homens e de Leo.

– Como você consegue ser tão irônica assim? - ri leve.

– Tente crescer com pessoas sentindo pena de você o tempo todo - revirou os olhos - Ah, e eu assisto bastante as séries do Netflix.

– O que é Netflix? - ela abriu a boca em espanto, virando para Leo.

– Meu Deus, e eu pensando que era a única que precisava de ajuda. - ele sorriu.

– Alissa! - um dos homens virou até minha direção envergonhado - Perdoe minha filha, tão nova e já sem papas na língua. - assenti - Eu sou Connor, e esse é meu parceiro James - o outro homem acenou - Somos os pais da Ali.

– É um prazer conhecer vocês, eu sou a garota que ficou em coma por quatro anos. - Alissa gargalhou alto.

– Eu disse pra vocês que ela era demais! - pisquei para ela - Então, tudo pronto? - encarou Leo.

– Sim, podemos ir.

– Anna, o Lucas vai com a gente, tá? - o garoto ao lado dela sorriu tímido - Os médicos liberaram ele também, então ele vai.

– E eu consigo dizer não pra você? - ouvi a voz dele pela primeira vez desde que entrei no quarto.

– Não, óbvio. - revirou os olhos.

– Trarei ela de volta no final da tarde. - Leo andou em direção aos pais de Ali.

– Obrigado pelo que esta fazendo, Leo. Vocês dois.. - James agradeceu.

Os dois garotos já estavam na porta da saída, mas antes a garota abraçou os pais, mostrando que ela também tem um coração.

Lembrei de Chloe, as duas são muito parecidas.

Usam o sarcasmo como arma de defesa.

Me despedi dos dois, e acompanhei os garotos - com Leo ao meu lado.

– Lucas está no hospital há muito tempo, e ele é um dos únicos amigos de Alissa aqui. Sei que um dos motivos pelo qual ela tem medo de ir embora é ele. - sorriu.

Não pude deixar de fazer o mesmo.

Os dois eram tão fofos juntos.

****

– Então vocês se conheceram quando tinham a nossa idade? - Ali perguntou.

– Menos que isso, acho.. - Leo continuou dirigindo - Nossos pais se conhecem desde o tempo da escola.

– E somos vizinhos. - virei para trás revirando os olhos.

– Nossa, nós praticamente somos vizinhos também. - Lucas disse - Éramos..

– Eu já disse que vou te visitar sempre. - dessa vez ela pareceu séria - Não vou abandonar você, ou te trocar por outros amigos mais legais. - o garoto riu.

– Do jeito que você é sei bem a quantidade de amigos que vai ter.. - a garota deu um tapa nele.

Continuei fitando a paisagem rindo sozinha.

Tudo era tão leve com eles.

A amizade os deixou mais fortes para lutar contra tudo, e esse laço que eles tem não vai se desfazer tão cedo.

– Chegamos! - Leo parou o carro.

Fitei aquela imensidão azul me perdendo no horizonte. Eu queria isso em minha vida, essa paz, esse sentimento de liberdade. Até mesmo esse cheiro de praia me trouxe boas lembranças.

Alissa e Lucas correram para a areia, e a garota não conseguia esconder a felicidade. Esse é um momento que vai ficar guardado na memória dos dois para sempre, assim como na minha.

– Você vai ficar parada aí? - Leo já tinha se afastado.

– O que é isso? - apontei para a cesta em sua mão.

– Ao contrário de vocês, eu sinto muita fome, tá? - ele abriu um canto - Trouxe sanduíches, água, etc. Nenhum de vocês três pode comer essas comidas de praia, então achei melhor preparar em casa mesmo.

– E como você é um exímio cozinheiro. - ele sorriu.

– É verdade, você já provou minha comida muitas vezes.

– Esse é mais um dos seus talentos porque além de cozinhar você joga basquete muito bem, é campeão nacional de matemática.. Nossa! - ele estendeu uma toalha no chão, sentando em seguida.

– Esqueceu de falar que também sou bonito. - sorriu.

– Pff.. - como se isso fosse importante.

Nesse exato momento ele tirou a camiseta.

Para de encarar, Anna. Foco.

E daí que ele tem o corpo definido? Não é nada demais, é só um garoto sem camisa do seu lado.

Disfarcei colocando meu óculos escuro.

Observei os dois adolescentes no mar jogando água um no outro.

– Falei com a Lilá. - voltei a fita-lo - Caso ela ainda não tenha falado sobre isso contigo.

– Não, nós não conversamos muito essa semana, ela está envolvida com os preparativos da.. - parou de falar.

– Da viagem, eu sei. - ele ficou surpreso - Como te disse, nós conversamos.

– Isso é muito legal, de verdade. - sorriu.

Não conseguia ver seus olhos através do Rayban preto, mas tenho certeza de que ele também me fitava.

– Eu sei que nenhuma palavra vai consertar o que aconteceu, mas vamos trabalhar nisso. Tijolo por tijolo, até que nossa relação fique sólida como antes.

– Acredito que onde há amor tudo é válido.

– Você tem toda razão. - assenti.

– Sabe, a Elizabeth é uma garota tão legal e que passou por tanta coisa. Eu admiro essa força que ela tem, e me inspiro muito em sua coragem. Sei que essa viagem vai fazer muito bem a ela.- o encarei embasbacada - O que foi?

– É que.. - ri pelo nariz - Voce se preocupa com todo mundo, Leo. O jeito que cuida de sua Mãe, ou o carinho que tem pela Lilá, é surreal. Tirando o fato de que aquelas crianças amam voce, e a dedicação que voce tem com elas, com a Alissa.. - balancei a cabeça - Então eu me pergunto, e voce? O que VOCE quer, Leo? Qual é o SEU sonho? - ele ficou em silencio alguns minutos.

– Você.. - senti minha pulsação subir, não estava preparada para isso - e um Twix. Um Twix cairia super bem agora. - voltou a encarar o mar.

Você.

– Leo, eu sinto muito por tudo. Por ter desconfiado de você quando eu era a pessoa que mais deveria te apoiar, por não ter retribuído o que você sentia da mesma forma, e por ter deixado você ir embora. Foi simplesmente a coisa mais idiota que já fiz nada vida, bom, depois de cair em uma cachoeira, acho que é a segunda coisa. - ri fraca, mas ele continuou em silencio.

Tirou seu óculos com calma, e depois levou suas mãos até meu rosto, fazendo o mesmo.

Fiquei encarando aqueles olhos verdes sentindo meu peito subir e descer freneticamente.

– Você falou retribuído no passado. - respirei fundo.

– Eu sei. - soltei o ar.

Senti minhas bochechas esquentarem, mas não consegui desviar o olhar, eu estava hipnotizada.

Ele pareceu raciocinar o que eu havia dito, e então começou a rir nervoso.

– Anna. - ele afastou uma mecha de cabelo do meu rosto.

– Sim? - a intensidade que ele falou meu nome me deixou arrepiada.

– Eu nunca desisti de você.. de nós. - ele ficou sério - Sabe, talvez seja você. A vida quem vai dizer, mas eu tenho certeza que é você. De qualquer forma, obrigado por me fazer dormir sorrindo todos os dias desde que nos conhecemos. - e me beijou.

Assim, do nada.

A reação do meu corpo ao toque dele foi surreal, e senti como se todos os pelos de meu corpo ficassem arrepiados. Minha pulsação subiu mais ainda.

Eu estava acordada.

Uma de suas mãos acariciou meu rosto, enquanto a outra se enrolou em meus cabelos. Fiz o mesmo, aproveitando seu corpo exposto.

Senti que ele sorria.

Um misto de saudade e surpresa se mesclavam, enquanto uma onda de calor me atingia.

Era isso, amor.

Muito diferente do que senti com.. Will.

– Leo.. - me separei dele ainda sentindo sua respiração em meu rosto - Eu não posso fazer isso, não agora. - ele se afastou - Tenho que falar primeiro com Will, botar um ponto final nessa história que já acabou faz tempo. Se eu soubesse o que sei agora, nunca teria feito tudo isso. Eu magoei muita gente, Leo. Não preciso magoa-lo ainda mais. Vou conversar com ele esse final de semana. - achei que ele ficaria desapontado, mas pelo contrário, abriu um sorriso de orelha a orelha.

– Você está disposta seguir em frente.. comigo? - assenti - Esse é definitivamente o ano da minha vida. - voltou a se aproximar - Abraçar pode, né? - deu um meio sorriso.

– Sempre. - então ele o fez.

Apoiei minha cabeça em seu ombro, aproveitando todo o tempo perdido.

– Desculpe ter esperado chover.. - a frase de Chad Michael Murray no filme A Nova Cinderela ecoou em minha cabeça. Eu sempre sonhei em viver uma história de amor assim, mas não sabia que amar doía desse jeito. Mas é uma dor boa, uma sensação de segurança, proteção.

E eu tinha isso com Leo.

'Cause there's still too long to the weekend

Too long till I drown in your hands

Too long since I've been a fool, oh

Leave this blue neighbourhood

Never knew loving could hurt this good, oh

And it drives me wild

Cause when you look like that

I've never ever wanted to be so bad, oh

It drives me wild

– Apenas amigos, sei.. - a voz de Alissa nos separou.

– Amigos também se abraçam, Ali. - Leo respondeu colocando seu óculos de volta.

– Eu sempre shippei vocês de qualquer jeito. - ela sentou ao meu lado - Sei muito bem quando uma pessoa está mentindo, tenho anos de experiência.

– Mas agora não vai mais precisar, você está bem. - Lucas disse.

– É, e precisamos comemorar. - Leo pegou a cesta, tirando de lá os sanduíches - Peguem aqui, vamos brindar.

– Ainda bem que a praia está deserta, que micão. - a garota colocou as mãos no rosto.

– Pode se acostumar com isso, mocinha. Nós não vamos te deixar em paz tão cedo, nem que para isso tenhamos que ir até a sua escola te visitar. - Leo sorriu brincalhão.

– Você não vai fazer isso. - ela fez uma careta.

– Acredite, ele vai sim. - o encarei - Leo sempre cumpre suas promessas.

Ele pegou em minha mão.

– Vocês não vão se beijar, né? Que nojo! - Lucas fez uma careta.

– Não. - ri mordendo meu pão.

"Ainda" - sussurrou me encarando.

Deus, ele é insuportavelmente incrível.

****

Assim que entrei em casa - depois de bater minha roupa um milhão de vezes para tentar tirar a areia acumulada - sentei no segundo degrau da escada.

Isso não está acontecendo, nunca me senti tão feliz assim.

Leo me deixou em casa antes de levar os garotos de volta para o hospital. Todas essas emoções do dia me deixaram com um pouco de dor de cabeça, e eu precisava tomar minha medicação.

Segui então para cozinha, encontrando minha mãe fazendo o jantar.

– Nossa, tudo isso é pra mim? - sorri encarando as panelas.

– Não, e a senhorita sabe muito bem que não pode comer essas coisas. - revirei os olhos. - Receberemos uma convidada muito especial.

– Quem?

– Lilá. - sorri - A convidei para jantar aqui depois de termos conversado essa tarde. Sei que já fizeram as pazes, e que você sabe sobre a viagem. Creio que devemos aproveitar essas últimas semanas com ela, não acha? - seus olhinhos estavam marejados. Ela considera Elizabeth uma filha do coração.

– Com toda certeza, Mãe. Eu to tão feliz por ela, sei que é um passo muito importante em sua vida. - a abracei por trás, já que ela lavava a louça. - Vou tomar meus remédios, estão todos aqui? - ela assentiu.

Andei até o balcão ao lado da geladeira, onde guardamos todos os remédios. Pelo menos isso não mudou de lugar, continua ali. Tomei três compridos, um deles para ansiedade.

Senti meu celular vibrar no bolso do shorts, era Will.

– Eu vou atender lá fora.. - mas minha mãe prestava atenção na televisão.

Saí até a área, sentando nas escadas da entrada.

– Anna?

– Oi, Will. Como foi hoje? - ele ficou em silencio.

– Poderia ter sido pior, mas a substancia não era tão grave. Vou ficar apenas 1 temporada sem poder competir oficialmente, não precisarei me afastar das piscinas.

– Isso é muito bom! Fico feliz por você. - disse sincera.

– Obrigado, Anna. Nadar sempre foi minha maior paixão, mas nas últimas semanas percebi que a vida não é só isso.

– Hum.. - O que ele queria dizer com isso?

– Eu estou na estrada agora, está chovendo bastante, e a ligação está cortando. Você disse alguma coisa? - sua voz saiu falhada.

– Não, não falei nada. Quando você voltar nós podemos conversar melhor sobre isso - e outras coisas -, até breve, Will.

– Tchau, Anna. - ele ficou em silencio, assim como eu.

Deveríamos dizer o que? Eu te amo? Mas não é a verdade.

Desliguei o celular, colocando-o ao meu lado.

– Uma ajudinha seria ótimo! - a voz de Lilá me fez encara-la.

– Por que tudo isso? - Ela estava carregando uma mochila, duas bolsas, e um travesseiro.

Fui até ela.

– Você sabe que eu só consigo dormir com o meu travesseiro. - sorri - Sua mãe me convidou para jantar, mas estou me convidando para dormir. Tem problema?

– Não, de jeito nenhum! - ela sorriu - Vai ser como nos velhos tempos..

– Só que dessa vez não vamos falar sobre meninos, é a noite das garotas. - Abri a porta da entrada, colocando suas coisas perto da escada.

– Eu topo! - levantei a mão. Nada melhor do que esquecer tudo por um tempo. - Voce trouxe algum filme? Acho que não temos nenhum aqui que já não vimos.

– Anna, temos Netflix para isso. - franziu o cenho - Ai Meu Deus, você não sabe o que é Netflix? - balancei a cabeça - Você precisa de uma intervenção. Já! - me puxou pela mão subindo as escadas correndo.

Ela já sabia o caminho, estava em sua casa.

****

Mesmo tendo indo dormir tarde, acabei levantando cedo pela manhã. Escutei um barulho de telefone - que não era o meu - e aproveitei para ir ao banheiro. Quando fitei o relógio notei que já tinha passado a hora de tomar meu segundo round de remédios.

Mas eu programei meu celular para despertar - resmunguei sozinha. Desde ontem a noite não mexi nele.

Desci as escadas com cuidado já que Lilá continuava dormindo. Minha mãe já estava de pé, ouvi sua voz vindo da cozinha.

– Bom dia! - falei animada, a noite de ontem foi muito bacana, assim como o dia.

Meu sorriso de desfez no momento em que vi o semblante de minha Mãe. Tinha acontecido alguma coisa muito séria.

– Calma, querida. - meu pai, que estava ao seu lado, alcançou um copo de água a ela.

– O que aconteceu? - me aproximei dela. Seus olhos azuis estavam estáticos.

– Will.. - me fitou - Ele sofreu um acidente essa madrugada, e está sendo transferido para cá. A mãe dele disse que tentou ligar para o seu celular - eu não estava com ele, já tinha sentido falta ontem mesmo -, mas não conseguiu. Parece que o estado dele é grave.

– Meu Deus.. - eu falei com ele ontem mesmo. Não, não pode ser. - Lilá.. - mordi o lábio - Eu tenho que dar essa notícia a ela, nossa, ela vai ficar..

Não conseguia nem imaginar como ela vai reagir, não sei como ficaria se fosse Leo em seu lugar. Não que eu não esteja preocupada com Will, longe disso, mas não é o mesmo sentimento que Lilá tem por ele.

Amor.

Fitei o chão.

Aquilo seria difícil demais.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Eu falei que esse capitulo estava top, né?
Então não se esqueça de comentar, ok? Sua opinião me ajuda pra caralho! (temos turmenicos aqui?)
Até semana que vem!!!
Um ótima final de final de semana kkk e um bom início de semana!
Mil beijos,
Ju.



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