I Never Can Say Goodbye escrita por Juliane Bee


Capítulo 54
In oceans deep, my faith will stand.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, obrigada pela linda recomendação Tess Gray!!! Absolutamente adorável! Fico muito feliz que tenha gostado da fic, e por ter dedicado seu tempo para escrever algo tão fofo. Fazia um tempão que I Never não recebia uma recomendação, e isso me deixou muito feliz. Obrigada!
E VOCES, HEIN! GOSTARAM MUITO DO ÚLTIMO CAPITULO, COMENTARAM PRA CARAMBA, E FALARAM UMAS COISAS TÃO LINDAS QUE ME OBRIGUEI A CATAR UMA INTERNET 3G ANCORADA NO CELULAR PARA POSTAR ESSE CAP! Ele está menor que os últimos, mas igualmente bom- pelo menos pra mim hahah - e nesse cap saberemos melhor sobre o que Anna tem, e como Lilá está lidando com isso. Teve um comentário em especial no último capitulo, que me fez pensar na relação delas. Anna e Lilá, no caso. É um erro que cometo sempre, e acabo muitas vezes colocando muito de mim nos personagens. Eu sou muito orgulhosa, e acho que a Lilá também. A gente não esquece as coisas, e Anna também é assim. Acho que esse capitulo é o reencontro das duas. Sabe aquela sua amiga irmã? Então, imagine perde-la. Eu não consigo, e acho que o amor é muito maior que um orgulho besta. Lilá percebeu isso, e acho que não é tarde demais para as duas. Nunca é, não é verdade?
OBRIGADA POR TEREM COMENTADO TANTO, ME DEIXA MUITO FELIZ, E ME INSPIRA A CRIAR CADA VEZ MAIS!
Obrigada também aos leitores que migraram para Haunted, eu adorei ver voces por lá! Espero que gostam como gostam de I Never.
PERDOEM OS ERROS, ESCREVI NO NOT DO MEU PAI, COM MEU IRMÃO ME PRESSIONANDO PARA ACABAR LOGO. SO, NÃO ESTÁ REVISADO.
As músicas do cap são:
Breath Me.
Oceans - uma música linda católica.
Teremos um pouco de fé nesse cap.
Espero que gostem! Boa leitura!



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Minha mãe fitou todos, e parou em mim. Piscou rapidamente os olhos, e notei que mexia os dedos freneticamente.

Ela estava nervosa.

–Mãe, por favor. - supliquei - Como ela tá? O que aconteceu?

–Filho.. - sua voz estava tremula.

–Fala! - eu não estava mais aguentando todo esse silencio.

–Anna está em coma.

Senti o ar se deslocando de meus pulmões.

O som ficou mais alto, e ouvi a respiração de todos ao meu redor.

Fechei meus olhos, balançando a cabeça.

Mãos quentes me envolveram em um abraço, e pelo perfume senti que era minha mãe.

–Não.. não.. - balbucie enquanto chorava.

Isso não pode ser verdade.

(...)

P.O.V Lilá

Senti o peso do mundo em meus ombros, e naquele momento pensei que fosse desabar. Jill estava ao meu lado, e segurou firme minhas mãos. Não conseguia enxergar direito – meus olhos estavam embaçados -, mas sei que todos ao meu redor estavam assim.

Pensei em Anna.

Tudo que aconteceu nos últimos meses me afastou do que éramos há anos atrás, mas não esqueci, nem por um momento que ela foi, e sempre será, minha melhor amiga.

Aquela garota loira que esteve ao meu lado quando perdi meus pais. A mesma que me deixou dormir em sua casa quando eu não queria de jeito nenhum voltar pra minha. Aquela que deitou ao meu lado e me viu chorar sem falar nada, respeitando minha dor.

A garota que me defendeu quando briguei pela primeira vez na escola, e que terminou suspensa por isso. Éramos uma dupla, e nunca deixamos de ser.

Não há garoto no mundo que possa mudar isso, e mesmo que eu tivesse que escolher – como fiz -, escolheria ela. Família vem sempre em primeiro lugar. E não importa o que foi dito, ou deixou de ser feito. Eu a amo com todo meu coração, e não posso ficar sem ela. Sem te-la ao meu lado de novo. Esses cinco anos longe dela podem ter estreitado nossos laços, mas o que sinto, nunca vai mudar. Pode passar uma eternidade, mas vou continuar ao seu lado.

Abracei Jill e Charles. Tanta coisa eu deveria ter dito a ela quando tive a chance. Como o quanto senti sua falta. A saudade que sentia de seu sorriso, do seu jeito crianção, daqueles olhos azuis brilhantes que já viveram tanta coisa.

Meus olhos fitaram os de Leo quando o mesmo largou sua mãe.

Nada precisava ser dito.

Corri até ele e o abracei.

Help, I have done it again

I have been here many times before

Hurt myself again today

And, the worst part is there's no-one else to blame

Be my friend

Hold me, wrap me up

Unfold me

I am small

I'm needy

Warm me up

And breathe me

Ouch I have lost myself again

Lost myself and I am nowhere to be found,

Yeah I think that I might break

I've lost myself again and I feel unsafe

–Liz – ele chorava – Não, não..

–Eu sei – o apertei forte, afagando suas costas.

Aquilo era mais do que ele podia suportar.

–Não diz nada – senti meu ombro úmido, ele estava desolado.

Olivia olhava a cena com os olhos marejados. Que mãe gostaria e ver o filho desse jeito? E o pior, duas vezes.

Eu posso estar perdendo minha irmã, mas ele está perdendo o amor de sua vida. Por que nitidamente o termo almas gêmeas se aplica a eles. É mais forte do que tudo, e sei que esse laço vai traze-la de volta. Essa história não pode ser interrompida mais uma vez.

–Como isso pode acontecer de novo, Liv? – Sr.Robb amparava a esposa.

–Se esse fosse mais um dos meu casos normais, pediria que a família fosse até meu consultório – ela percorreu os olhos – Mas todos somos uma família.

Olhei para todos ali presentes, ela tinha razão.

–Fale em nossa língua, por favor – Chloe estava abraçada a mãe.

Leo continuava parado ao meu lado, sua mão tremendo.

–Bem, pelo que podemos avaliar nesse pouco tempo, Anna teve uma crise hipoglicemica, o que a levou ao coma. Infelizmente não foi só esse o motivo, o que piorou seu caso. Ela vem de um período de internação no hospital, e seu organismo ainda não está 100% normal, como o de uma garota de 17 anos. A medicação estava ajudando nesse caso, mas o psicológico contribui bastante para a melhor. Todos esses fatores entraram em colapso, e agora tentaremos estabiliza-los.

Um silencio se fez.

Ninguém sabia o que dizer, mas na verdade ninguém tinha entendido nada.

–Vou explicar mais detalhadamente – Olivia continuou - Hipoglicemia é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose, açúcar, no sangue, que pode afetar pessoas portadoras de diabetes ou não. O que é o caso de Anna, já que nenhum de vocês apresenta algum caso de diabetes – olhou para os Robb - Diversos outros fatores também podem levar uma pessoa a desenvolver um quadro hipoglicêmico, isso porque a hipoglicemia não é uma doença em si, mas um indicador de que pode haver algum problema de saúde mais grave.

Mais grave.

Afaguei as mãos de Leo.

–Durante a digestão, o corpo absorve nutrientes de tudo o que comemos. Na digestão, a glicose entra na corrente sanguínea e se espalha por todo o organismo. Só que isso não seria possível sem a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e que é responsável pela regulação de açúcar no sangue. Quando comemos, a taxa de glicose em nosso sangue aumenta instantaneamente. Por essa razão, a insulina está sempre alerta e pronta para agir imediatamente após a digestão. Ela ajuda as células a absorver glicose e, assim, mantém os níveis de açúcar no sangue estáveis. E é aí que encontramos um problema. O organismo de Anna não está fazendo esse trabalho direito, e ignorar os sintomas da hipoglicemia pode acarretar em consequências graves, como a perda de consciência, porque o cérebro necessita de glicose para funcionar propriamente. O que ocasionou o coma. – Ela soltou o ar.

Como médica imagino que essa seja a pior parte, ter que dar uma notícia dessa aos pais.

–Então não é como a primeira vez? – Charles perguntou.

–Não, não. Para que todos entendam, dá-se o nome de coma ao estado de redução da consciência com perda parcial ou completa da responsividade aos estímulos externos. – todos prestávamos atenção - Falando de modo mais simples, o coma é uma redução do nível de consciência, causado por uma perturbação grave do funcionamento cerebral reversível ou irreversível, devido a traumas, acidentes vasculares cerebrais, tumores, ou até mesmo distúrbios metabólicos, estando o paciente incapaz de interagir adequadamente com o meio externo. Como foi agora, uma crise hipoglicemica. O coma normalmente acontece em casos de agressão ao sistema nervoso central, área que controla o estado de consciência, como foi o caso de Anna na primeira vez, o traumatismo craniano causado pela queda ocasionou uma lesão.

Flashes daquela noite voltaram. Se pudesse nunca mais pensava naquilo.

–O estado de coma é perigoso porque o indivíduo inconsciente perde a capacidade de proteger suas vias aéreas, podendo facilmente aspirar secreções ou se asfixiar com a própria língua. Por isso Leo e Lilá, obrigada, vocês fizeram um belo trabalho, e ajudaram muito Anna. – Os Robb nos olharam agradecidos. Quem fez tudo foi Leo.

Ele agiu de uma maneira inexplicável, mas mesmo assim não esboçou nenhuma reação. Seus olhos verdes continuavam estáticos.

–Há vários graus de coma. – continuou - Uma pessoa em coma pode estar inconsciente, mas ainda ser capaz de apresentar alguma resposta a estímulos dolorosos. Usamos uma escala chamada escala de coma de Glasgow, onde são levados em conta a resposta verbal, motora e abertura dos olhos. Esta escala avalia o grau de consciência do indivíduo. A classificação varia de 3 a 15 pontos. Pacientes com pontuação menor que 8 são considerados em coma.

–Qual é a pontuação da Anna, mãe? – Pela primeira vez ele falou alguma coisa.

–Ela é um 7, filho.

Sra.Robb voltou a chorar como antes, e Olivia veio abraçar o filho, que mais uma vez parecia ter perdido um pedaço de seu corpo.

Lauren me abraçou, assim como Fred.

–Vai dar tudo certo – falou em meu ouvido.

–Isso mesmo – Fred afagou minhas costas.

Toda minha certeza tinha ido para o espaço. Percebi que eu sou um nada no universo. Não tenho o poder de traze-la de volta, sou uma incapaz.

Me desvencilhei dos dois, queria ficar sozinha.

De novo aquele sentimento de culpa me assombrando. E se eu tivesse percebido que ela não estava bem antes? E se eu nunca tivesse deixado de falar com ela? Se não tivesse ido naquele acampamento idiota? E se nunca tivesse começado a gostar de Will?

Will.

Alguém tinha que avisa-lo sobre isso.

Peguei meu celular, 3% de bateria – ótimo – e disquei o primeiro número de emergência. Uma foto nossa apareceu na tela, e um sentimento de saudade me fez arrepiar. Sinto falta de nós dois juntos, mas mais ainda de nós três como amigos. Eu, ele, Anna. Éramos tão felizes naquela época. Se alguém me falasse que poderia voltar no tempo, talvez eu aceitaria faze-lo também. Não deixaria Anna sair daquele jeito, fazendo com que ela não sofresse o acidente. Mas isso significaria que nunca teria tido nada com Will.

Não sei mais o que vale a pensa sacrificar.

Não adiantou nada. Fiquei sem ela, e sem ele. Sozinha.

–Lilá? – sua voz estava sonolenta – Aconteceu alguma coisa?

–Sim. – respirei fundo tentando encaixar as palavras – Venha para o hospital, ela precisa de você.

Desliguei.

Não conseguia falar mais nada.

Eu também precisava dele. De seu ombro para me amparar, chorar ao seu lado.

Quando dei por mim já estava no final do corredor, perto da entrada, onde um pequeno altarzinho foi colocado. Uma imagem de um anjo com duas crianças ficava pendurada em cima – o anjo da guarda – de uma estátua de um santo. Não sabia qual era. Me odiei por isso.

Depois que meus pais morreram não consegui me achar de novo, não conseguia entender o porque de ter acontecido com eles. Pessoas tão boas morrerem assim? Não era justo. Nunca é.

E depois veio o acidente de Anna, o que me deixou mais desacreditada ainda. Me isolei de tudo que fosse relacionado a acreditar em alguma coisa. Nunca deixei de sentir uma força especial me guiando, e lembrei das palavras de minha mãe. Quando criança ela rezava comigo e Jill a oração do anjo da guarda, e o jeito que falava aquelas palavras me fizeram acreditar que tinham poder.

Talvez pudessem me ajudar agora.

Mentalizei tudo que me lembrava, e clamei por minha mãe.

You call me out upon the waters

The great unknown where feet may fail

And there I find you in the mystery

In oceans deep, my faith will stand

And I will call upon your name

And keep my eyes above the waves

When oceans rise my soul will rest in your embrace

For I am yours and you are mine

Your grace abounds in deepest waters

Your sovereign hand, will be my guide

Where feet may fail and fear surrounds me

You've never failed and you won't start now

So I will call upon your name

And keep my eyes above the waves

When oceans rise, my soul will rest in your embrace

For I am yours and you are mine.

Por favor.

Abri os olhos de novo, um conforto me atingindo de uma maneira tão gostosa. Sempre soube que não estava sozinha, mas agora aquela insegurança tinha passado. Sei que ela vai acordar.

–Obrigada. – sussurrei.

Ouvi um barulho alto vindo de perto, e fui até a recepção.

–Onde ela tá? O que aconteceu? – Era Will.

–O senhor tem que se acalmar, por favor. – A recepcionista tentava acalma-lo.

–Will – murmurei seu nome.

Ele se virou, e me encarou correndo até onde eu estava. Assim que nossos corpos se encontraram a mesma sensação de tranquilidade me atingiu, e de uma maneira ainda mais forte.

Soltei o ar enquanto o abraçava.

Ele continuava o mesmo garoto de cinco anos atrás, e mesmo depois de todas essas burradas que fez, continua sendo o cara por quem sou apaixonada desde criança.

–Vai ficar tudo bem. – sussurrei em seu ouvido.

Eu sabia que ficaria.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram???
Não esqueçam de comentar, galera! Quero muuuito saber o que estão achando da fic, se estão curtindo, o que posso melhorar...
Uma ótima semana a todos!
Mil beijos,
Ju.



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