QUÉ, eu já estava pensando nisso, e quando Charles falou ficou mais forte. Nós vamos oficializar isso, com toda certeza. Mas precisa ser em uma data especial, e eu já sei quando. Está perto, quase lá.

Se eu amo Anna, pra que perder tempo?

Se eu esperei quatro longos anos, porque não esperar mais alguns dias?

(....)

P.O.V Leo

Eu coloquei minha melhor roupa, me arrumei e fiquei ainda mais bonito. E pela primeira vez eu podia dizer que era para alguém, porque finalmente eu tinha alguém. Estava pronto para ir ver minha Anna. Ah, como era bom poder falar isso.

Depois de anos de brigas, desentedimentos, ciume, magoas e segredos, nós finalmente estamos juntos. Minha felicidade não tem medida, em uma escala de 0 a 10, ela é 100x10³. Minha blusa social preta, combinando com meus sapatos pretos me deixaram sério, o cabelo bagunçado que não tinha jeito de ficar no lugar que estragava tudo.

–Filho - Minha mãe bateu na porta - Você está lindo - Falou me encarando e sorrindo.

–Obrigada, Mãe. A senhora sabe a quem puxei - Ela riu e me deu um tapa no ombro.

–Eu trouxe uma coisa para você, na verdade é para você dar para Anna - Ela me entregou uma rosa vermelha - Eu sei o quanto ela é especial, e sei que o nome disso é amor. Cuide bem dela, a trate bem e sempre diga que ela esta certa. Assim, a relação de vocês vai longe, e o amor não vai se desgastar.

–Obrigada, mãe - A abracei - Mas não temos uma "relação", não ainda. Eu pretendo formalizar na festa de aniversário dela.

–Ah, eu não sabia que ela vai dar uma festa.

–Ela não vai, eu vou. Pretendo fazer uma surpresa, vou falar com os Robb hoje, me deseje sorte.

–Eles é que tem sorte de ter um genro como você - Ela depositou um beijo em minha testa e fitou o relógio - Estamos atrasados. Bom jantar, filho.

Nos despedimos, e cada um seguiu seu caminho. Minha mãe foi para o hospital, e eu para casa de Anna. Não demorei muito, afinal somos quase vizinhos de porta. Bati na porta e fiquei esperando.

–Uau, você está linda - Falei embasbacado encarando Anna.

–Obrigada - As bochechas dela estavam ficando vermelha.

–Pra você - Entreguei a rosa - Uma flor para outra flor - Clichê, eu sei.

–Nossa, essa foi péssima - Ela riu - Obrigada, Leo.

–É só isso? Eu não ganho nenhum obrigado especial? - Ela fez uma careta e se aproximou, indo em direção a minha bochecha. Fui mais rápido e virei o resto, fazendo com que ela me desse um selinho. Ela sorriu e se apoiou em meu pescoço.

–Nossa, no meu tempo não era assim - Chloe falou nos observando - Ai se o papai te pega.

Nos separamos e Anna me puxou para dentro da casa.

–Anna, eu preciso da sua ajuda - Ela subiu correndo as escadas.

–Fique a vontade, eu já desço - Anna se virou para seguir a irmã, mas antes disso eu a virei e dei um selinho - Idiota - Falou subindo as escadas correndo.

–Anna? Chloe? Charles? - Era a Sra.Robb na cozinha.

Fui até lá e a encontrei com muitas sacolas de supermercado.

–Deixa que eu ajudo a senhora - Tirei as sacolas pesadas e depositei na pia.

–Obrigada, Leo.

–Sem problemas, sra.Robb - Ela sorriu - A senhora precisa de mais alguma coisa? - Ela fitou as compras - Eu sei fazer um sufle muito bom, posso ajudar com a sobremesa enquanto a senhora faz o resto.

–Você faria isso por mim? - Os olhinhos dela brilharam. Assenti e ela sorriu - Pode colocar um avental, e a cozinha é toda sua.

Peguei todos os ingredientes e comecei. Não era nada difícil, quando você está a maior parte do tempo sozinho em casa, e se cansa de comer na rua todos os dias, inventar moda na cozinha é o que há.

–Você é muito bom, sua mãe te ensinou a cozinhar?

–Na verdade, não - Eu tive que rir - Minha mãe costuma dizer que a mão dela só serve para fazer cirurgias, ela queima até pizza pronta. - Ela riu - Meu pai cozinhava, ela disse que ele a conquistou pela boca. - Nós dois rimos.

–Eu lembro bem do seu pai, eu lembro como ele era engraçado e pra cima. Se alguém estivesse deprimido, era só chamar o Thiago que tudo estaria resolvido. Você é muito parecido com ele, e Anna tem sorte, afinal você puxou muitos talentos do seu pai, como cozinhar. - Sorri escondendo as lágrimas que ficaram penduradas em meus olhos. Eu sempre ficava assim quando alguém dizia isso.

–Sra.Robb, posso te fazer um pedido?

–Claro, querido. Depois desse sufle maravilhoso, você pode pedir qualquer coisa.

–Bom, eu sei que sexta feira é o aniversário da Anna. E eu gostaria de saber se eu posso fazer uma festa para comemorar na minha casa. Uma festa surpresa.

–Sim, claro que sim. Anna merece voltar a "normalidade" e sei que quando ela está com você, ela não vai fazer nenhuma besteira. Eu sei o quanto você gosta dela - Ela passou a mão em minhas bochechas - Muito obrigada por tudo, Leo.

–Eu gosto muito da sua filha.

–Eu sei querido, eu sei - Então ela me abraçou.

–Hum - Escutamos alguém pigarrear na porta - Atrapalho? - Era Anna.

–Venha só ver o que o Leo preparou - Sra.Robb pegou ela pela mão e mostrou meu sufle.

–Uau, mas esse garoto é muito prendado.

–Eu sou pra casar - Ela me fitou e ficou sem jeito, a mãe só ria.

–Vamos lá na sala, o pessoal já deve estar chegando.

–Claro - Me aproximei e entrelacei nossas mãos.

Senti ela se arrepiar. Sentamos cada um em um sofá e ficamos nos encarando.

–Para de me encarar - Ela escondeu o rosto com as mãos - Assim meu rosto fica mais vermelho do que já está.

–Você fica linda desse jeito - Sentei ao seu lado e a observei.

Tão linda. Me ajeitei no sofá e não pude deixar de fitar o playstation na estante. Acho que Anna percebeu e riu.

–Quer jogar? - Ela se aproximou para ligar - Só não vem chorar depois que perder.

–Há! Mas você não tem medo de perder?

–Não - Falou convicta.

–Então vamos apostar, quem ganhar pode escolher o que quer. -Fechado? - Estendi a mão.

–Fechado - Ela apertou minha mão. Colocou o jogo e então se preparou - Quero ver você ganhar de mim.

–Uou, uou. Você não disse que jogo seria. Isso é injusto - Falei protestando quando "High School Music - Sing Along" Apareceu na tela.

–Tarde de mais, lindinho - Eu mostrei a língua.

Tudo era um blefe, ela não sabe da maior. Anna jogou muito bem, confesso. Tirou um B+, uma nota excelente.

–E aí? Ainda vai encarar?

–Mas é claro.

–Vou te dar uma chance, vou colocar a música mais fácil.

Stick To The Status Quo, uma das mais difíceis. Essa peste.

Joguei bem pra caramba, o que deixou ela surpresa. Tirei um A+, então fui o vencedor.

–Como assim? - Ela me encarou chocada - Isso aqui é High School Musical, não GTA! Não vale - Ela me deu tapinhas - Como você é tão bom assim? - Eu tive que rir.

–Minha prima, ela vem passar as férias da escola aqui e ela ama High School Musical. Ela me fez comprar esse jogo, e toda vez que vem aqui ela me faz jogar.

–Idiota.

–E vencedor - Sorri malicioso e ela me encarou brava.

Escutamos o barulho da campainha e saímos do transe.

–Eu atendo! - Charles desceu as escadas correndo.

Escutamos uma conversa, e então passos.

–Anna, você está linda - Uma garota muito familiar disse - É bom te ter de volta.

–Obrigada, Jill. Você é que está perfeita, você mudou um pouco, ficou ainda mais bonita - Ela sorriu. Pigarreei, fazendo com que elas me olhassem - Ah, eu esqueci completamente. Ahn, Jill, esse aqui é o Leo - Peguei a mão de Jill e a beijei. Ela sorriu. - Meu, ahn, amigo. Leo, a Jill é irmã da Lilá.

–Muito prazer - Falou sorrindo. Realmente, ela era muito parecida com a irmã.

–O prazer é todo meu. Se você for um pouquinho parecida com sua irmã, você deve ser legal - Respondi - Lilá é uma pessoa incrível.

–Eu sei, ela é mesmo - Respondeu simpática.

Notei que Anna estava quieta.

–Você pode subir, se quiser - Anna apontou para escada - Chloe está lá em cima se arrumando. Você já sabe o caminho - Ela sorriu e saiu de lá. Assim, do nada.

Jill me olhou confusa, mas meu instinto já sabia o porque de tudo isso.

–Mulheres! - Falei para Jill que sorriu.

Sai da casa, indo atrás de Anna.

A encontrei sentada em um balanço.

–O que foi isso? - Me sentei no balanço em seu lado.

–Nada - Falou seca.

–Anna, não mente pra mim.

–"O prazer é todo meu. Se você for um pouquinho parecida com sua irmã, você deve ser legal. Lilá é uma pessoa incrível." - Falou me imitando.

Eu comecei a rir e quase cai do balanço.

–Porque você está rindo? - Falou irritada.

–Isso tudo é ciúmes?

–Não. - Falou fitando as unhas.

–Para com isso - Me ajoelhei ao seu lado na grama, encontrando os olhos azuis dela - Você sabe que só existe você.

–É, sei. Pelo jeito que você falou, conhece bem a Lilá. - Falou ríspida.

–Você está achando que eu tive alguma coisa com ela no passado? Claro que não, ela só é uma grande amiga. Nós compartilhamos apenas um interesse.

–Aé? Qual? O fato dos dois serem engraçados? Ou dos dois serem bonitos? - Ela me fitou.

–Não, nós dois gostamos de você. Nós dois nos importamos com você. Nós dois sofremos quando você esteve longe. Meu Deus, Anna. Eu nunca tive nada com ela, ela é minha amiga. Só.

–Hum.

–Hum o que, vai - Dei beijinhos na bochecha dela - Eu ganhei o jogo.

–Roubando - Ela sorriu.

–E agora eu quero meu premio.

–E o que você quer? - Ela me fitou.

–Você e eu, sexta feira. Você terá o melhor aniversário de sua vida - Ela sorriu.

Com toda certeza, ela jamais vai esquecer.

Vai ser nosso começo, o oficial pelo menos.