Christine POV

Acordei no dia seguinte com um belo copo de água fria na cara. Tem jeito melhor de acordar? Mas é claro que não. Sentei no sofá e, assim que abri os olhos, vi Tony sorrindo de lado. Tampei uma almofada nele e ele riu.

- Bom dia, Bela Adormecida. Eu tentei te acordar gentilmente, o Harley ta de prova.

- É mentira, ele só ficou parado na sua frente e disse seu nome duas vezes - Harley disse.

- Eu tentei - ele deu de ombros. - Anda, levanta. Você não tem utilidade nenhuma deitada aí.

- Stark, eu devia te esfaquear - levantei do sofá, esfregando os olhos. - Antes de te ajudar, eu preciso de um banho.

- Precisa mesmo, você ta imunda.

- Calado. Harley, querido, onde é o banheiro?

- Vem, eu te levo lá. E, bem, acho que você pode usar uma roupa da minha mãe.

- Você é um anjo - sorri pra ele, que me guiou até o banheiro.

É, acho que um banho quente é o que eu preciso agora.

Tony POV

- Você e sua namorada são engraçados - Harley disse, rindo.

- Namorada? Você não conhece a minha... hey, espera. Você ta falando da Christine?

- É. Ela não é sua namorada?

- Não, Harley. Que ideia ridícula - ri. - Ela é minha assistente. Trabalha comigo.

- Aah, sim. Assistente - ele prendeu o riso.

Mas que ideia mais absurda. Imagina, eu e aquela garota namorando. Pft. Ele deve estar tendo alucinações. Em primeiro lugar, eu amo a Pepper, mais do que eu mesmo achei que amaria alguém, e isso nunca vai mudar. E, em segundo lugar, a última pessoa no mundo com quem eu um dia pensaria em namorar, é a Christine. Ela anda sempre tão... nerd. Essa coisa de óculos, cabelo sempre preso e coisa e tal. Sim, ela é inteligente, mas decididamente não é o meu tipo de mulher.

- Tony? - Harley perguntou.

- Desculpa, eu só estava... pensando.

- Na Christine? - ele sorriu.

- Claro que não, garoto. Anda, vem me ajudar aqui.

- Mas eu não entendo nada disso!

- OK, OK, eu faço sozinho.

Ele deu de ombros e saiu de lá, me deixando sozinho com meus papéis e minha armadura inutilizável.

Christine POV

Depois de tomar banho e vestir uma roupa, fui finalmente ajudar o Stark. Ele basicamente me pediu pra ir buscar minha armadura, o que levou pouco mais de 20 minutos. Harley ficou impressionado, e perguntou se podia usar. Antes que eu pudesse responder, o intrometido do Tony já foi falando que era muito grande pra ele. Revirei os olhos e sentei no sofá.

- E então, Tony, o que você quer?

- Nós temos que achar a causa da explosão, achar o culpado e acabar com ele. Três passos simples.

- Nem tão simples assim, queridinho. Como você pretende achar a causa?

- É aí que você entra, querida. Você vai me ajudar.

- Certo. Então eu vou atrás de pistas hoje à noite.

- Isso, e eu também.

- Certo. E o que nós fazemos até lá?

- Eu vou dar um jeito de recarregar a minha armadura. E você... sei lá.

- Então quer dizer que você me acordou pra nada?

- Bom... talvez.

- Odeio você.

- Você ainda trabalha pra mim, sabia?

- Quero receber o dobro quando voltarmos - deitei no sofá.

- Vai sonhando com isso, queridinha.

Ele continuou fazendo o que quer que ele estivesse fazendo e eu fechei os olhos, ignorando-o totalmente. Não lembro se cheguei a dormir ou só fiquei de olhos fechados, mas lembro de ter conseguido descansar bastante.

À noite...

Tony POV

Christine já tinha saído há mais de uma hora quando eu saí com Harley. Vi uma mulher entrando em um bar segurando um envelope. Ela parecia nervosa de mais pra ser alguma coisa habitual, então fui até lá. Era um pub normal, como qualquer outro. Tinha até música ao vivo. A mulher sentou em uma mesa e olhou para os lados, nervosa. Parecia estar esperando por alguém. Esperei um pouco para ver se alguém chegava. Enquanto esperava, notei que Harley estava olhando vidrado para onde a banda que estava tocando se encontrava. E logo entendi o porquê. A garota que estava cantando usava apenas uma lingerie preta e uma máscara da mesma cor. A garota não parecia ter mais de dezessete anos, e tinha um símbolo estranho tatuado na coxa direita. A voz era como de um anjo, apesar da música que ela estava cantando, que não era nada angelical. Admito que perdi algum tempo admirando-a também. Digamos que valia muito a pena ficar ali parado, admirando aquela visão maravilhosa. Mas eu tinha outras coisas com o que me preocupar. Fui até a mulher loira com o envelope e ela olhou nervosa para mim.

- Está aqui, tudo o que você pediu - ela disse.

- Tudo o que eu pedi sobre o quê?

- Você não é quem eu estou pensando... você trabalha pra CIA ou alguma coisa assim? Eu juro que eu sou inocente...

- Não, não trabalho, é só me entregar o envelope.

- Tudo bem, está aqui - ela entregou o envelope.

Virei as costas e puxei Harley, que ainda olhava maravilhado para a cantora, para fora do pub. Uma mulher de cabelos curtos e ruivos olhou para mim e em seguida para o envelope em minhas mãos. Seus olhos subitamente ficaram vermelhos e eu só tive tempo de dizer uma coisa ao Harley antes de ela vir atrás de mim. "Corre".