Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 8
Após a Despedida


Notas iniciais do capítulo

Então meninas, muito obrigada pelos comentários, vou dizer que adorei os comentários, pois em geral vocês pareciam até mais interessadas na história do que nos anteriores. Parece que estou chegando em um climax,kkk. Esse capítulo é dedicado a todas que comentaram. Espero que gostem.



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Por Laura

Edgar estava partindo para Portugal e ainda fiquei alguns momentos no porto vendo-o sumir na multidão. Eu chorava descontroladamente, era muito difícil, me sentia abandonada num momento em que eu precisava tanto do meu marido, com nosso filho prestes a nascer.

Mas consegui voltar para casa sem chorar. Eu me fazia de forte na frente dos outros, dizendo que Edgar viajara a negócios, mas as vezes ainda chorava quando ficava sozinha. E tinha sempre a aflição em meu peito.

Poucos dias após a partida dele, quando recebia uma visita de D. Margarida, senti uma dor e notei um pouco de sangue em minhas vestes. Um desespero tomou conta de mim e dela. Pensei que perderia o meu bebê.

Meu pai foi chamado e dessa vez a sua reação me pareceu mais preocupada. Eu teria que ficar de repouso absoluto ou correria de o risco de ter um parto prematuro.

Dona Margarida ficou extremante preocupada e disse que mandaria uma carta a Edgar. Também escrevi umas linhas sobre isso e pedi ao meu pai que enviasse uma outra carta em meu nome. Provavelmente as cartas chegariam uns dias após a sua chegada na Europa, tinha esperança que já teria resolvido as coisas e com isso apressaria a sua volta ao Brasil.

Assim que soube do acontecido, Isabel veio me ver com meu afilhado. Ela ainda não tinha voltado a trabalhar por causa do bebê, e se comprometeu a ficar comigo, me fazendo companhia e ajudando na minha recuperação.

Eu gostei daquilo, o tempo com Isabel e com o bebê, que fora apelidado de Neto e agora era chamado assim por quase todos, era um dos meus poucos alentos, a vezes eu até esquecia a situação que vivia, que Edgar estava longe e partira atrás da sua amante e filha.

Em conversas com Isabel acabei descobrindo que Albertinho não tinha visitado o filho e nem a estava ajudando financeiramente, coisa que ela até gostava. Quando ele ou minha mãe vinham me visitar, ela se escondia para se poupar e para que Neto não tivesse contato com eles.

Mas aquilo não estava certo. Albertinho era o pai e tinha que ajudar. Conversei com meu irmão, e ele prometeu que a ajudaria. Justificou que estava sendo difícil arrumar um emprego.

Eu até imaginava que a sua procura não devia ter sido muita, e que como ele não tinha muitas qualificações ou vontade de trabalhar, provavelmente queria uma posição para a qual não era qualificado e que o trabalho fosse pouco. Chegou a insinuar que Edgar podia arrumar algo para ele.

Mas pelo menos depois, ele procurou Isabel, conversou com ela, e viu o filho, segundo o que a própria Isabel me informou. Apesar de não ter demonstrado interesse em pegar Neto no colo ou tocar nele. Apenas o viu e pronto. Eu esperava que com o tempo, essa atitude em relação ao filho mudasse, e que ao menos tivesse um pouco de carinho por ele.

Os dias foram passando e a aflição só aumentava em meu coração. Tinha tanto medo que fizesse mal ao meu bebê, mas não consegui tirar as dúvidas de mim. Eu seguira as recomendações do meu pai, ficara em repouso absoluto. Mas não me sentia tranquila com o Edgar longe, e ainda por cima com o risco do meu filho nascer a qualquer momento sendo que pelo tempo de gravidez teria poucas chances de sobreviver.

E os sentimentos ruins só aumentaram após as mais de 3 semanas que Edgar partira, e não mandara notícias. Ele havia me prometido um telegrama assim que chegasse lá. E já deveria ter recebido as cartas sobre o meu estado.

Eu me fazia de forte, mas me sentia cada vez mais abandonada. Cheguei até conversar com meu bebê, que aguentasse firme, se o pai dele não voltasse, eu o amaria e cuidaria bem dele.

Eu pensava em Edgar com a Catarina e a filha em Portugal. Feliz... disposto a não voltar, apaixonado por ambas. Será que ele havia me esquecido? Será que me abandonaria com o nosso filho? Como se eu e ele fôssemos descartáveis, e não precisasse mais da gente, já que tinha uma filha? Não... Edgar não era assim... Não o Edgar que eu amava e me amava também. Mas então por que não mandava notícias?

Até mesmo, cheguei a pensar que algo ruim tinha acontecido com ele, mas diziam que esse fosse o caso, como sua família já teriam nos informado.

Os dias foram passando e mesmo após mais de 4 semanas, eu entrando no meu sétimo mês de gestação, não tínhamos recebido nenhuma carta ou telegrama de Edgar.

Minha mãe já começava a fazer perguntas sobre a tal viagem de negócios. Tentava descobrir que negócio era tão importante para ele me deixar prestes a dar a luz, até mesmo insinuava o abandono ou o desleixo de um marido que não mandava notícias para uma esposa grávida.

Apesar dessas mesmas angústias existir em meu peito. Me mantive firme e mais uma vez contei a história da viagem de trabalho.

Um dia, estava eu, Celinha, Isabel e Neto no quarto tendo um bom momento quando o clima tranquilo foi destruído pela invasão da Baronesa. Isabel correu, pegou o filho,o deitando contra seu peito, e se preparava para sair:

– Isabel, não precisa ir- falei firme

Minha mãe nos olhava confusa, e até tentava observar Neto, ver o seu rosto, mas como Isabel o colocou contra o peito, ela não conseguia:

– Prefiro assim, Laura. Você não precisa de mais confusão em sua vida. - ela falou nos deixando

Minha mãe ainda estava um pouco estranha, mas pareceu se recuperar:

– Então quer dizer que essa mulata está aqui com seu bastardinho!- ela disse preconceituosa

– Isabel, mãe. Isabel ! Ela é minha amiga! Me ajuda muito! E não fale assim do seu neto.

– Neto? Que neto? O meu único neto é o que você espera! - ela falou energética

– Mas bem que a senhora tentava ver o rosto do menino.-provoquei

– Uma mera curiosidade quando se vê um bebê pela primeira vez... Laura, eu não vim para falar disso … Vim para conversar sobre outro assunto. Celinha nos deixe, preciso falar com a minha filha.- ela finalizou com a sua habitual falta de tato

– Com licença – Celinha estava preste a sair

– Não, Tia. Você fica! Essa casa é minha, esse quarto é meu! Ela não tem o direito de expulsar as minhas visitas.

– Tá bom, eu ficarei – Celinha falou

– Pois bem, não tem problema. Não queria divulgar esse assunto assim, mas não vai fazer diferença mesmo. Laura me diz a verdade, há outro motivo para essa viagem repentina do Edgar, você não está escondendo alguma coisa de mim, está, filha?

– Por que? Teria alguma coisa para esconder?... Como uma carta e uma criança de Portugal? - eu não aguentava mais aquilo, aquela pose dela, e acabei falando mais do que devia

– Eu sabia... você achou a carta de uma vagabunda, que tem tem uma filha que pode ser de qualquer um, e a entregou a Edgar? Que burrice, minha filha! -ela gritava

– Eu dei a carta a Laura, Constância – falou Celinha preocupada com a discussão – Laura não está bem, cuidado ...

– Então a culpa é sua! Ahhh, sua solteirona atrapalhada! Não sabe o que fez...- minha mãe tentava amedrontar Celinha, mas ela se manteve firme apesar dos insultos

– Mãe, a carta era pro Edgar, ele tinha o direito de saber da filha... a senhora nunca deveria ter invadido a nossa vida assim ... até quando achou que poderia ser escondido? - eu começava a sentir uma fraqueza

– Você acabou com o seu casamento, Laura. E por que? Por causa da filha de uma vagabunda. Ele deve estar lá com ela e a filha, como uma família feliz. Enquanto você sofre nessa cama abandonada e com um filho que terá que criar sozinha. Era isso que queria? A filha dela merecia um pai mais do que o seu filho?

A situação era difícil, e aquelas palavras eram duras demais. Comecei a me sentir mal, uma dor tomou conta de mim e gritei. Celinha e minha mãe se assustaram. Correram atrás do meu pai, que felizmente estava na minha casa.

Ele chegou e ordenou que todos saíssem. Parecia assustado, e eu morria de medo pelo meu filho. Ele me examinou e disse:

– Filha, o bebê vai nascer. Não tem mais jeito.

– Pai, tá muito cedo! - falei apavorada

– Vai da tudo certo, Laura. Você vai ver! - ele tentava se mostrar tranquilo, mas sabia que estava preocupado

– Mas o Edgar não está aqui...

– O bebê não pôde esperar. Chegou a hora...

Ele chamou Matilde, lhe deu instruções e logo depois Isabel apareceu com alguns panos. Segurou a minha mão e disse:

– Força amiga! Você vai conseguir.

Ela passou a auxiliar o meu pai, ao mesmo tempo que conversava comigo e me apoiava. Eles tentavam não demonstrar nada, mas sabia o quanto estavam assustados.

Depois de algum tempo, muita dor, líquidos, até mesmo sangue, e vários incentivos deles comigo. Meu filho nasceu, meu pai o segurava e Isabel falou animada:

– É um menino, Laura. Um menino!

Pedro, meu Pedrinho havia nascido. Eu começava a ficar feliz, mas percebi que havia algo errado. Pedro era bem pequeno. E não tinha chorado. Meu pai estava assustado e começou a agitar o meu filho!


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Pedrinho nasceu... Agora ele chorará ou não? Estão apreensivos pelo próximo? O que acham que vai acontecer?
Sabem eu estava pensando em fazer uma coisa diferente. Atualmente minha história está com 99 comentários,e eu pensei em toda vez que meus comentários atingirem a centena, ou seja 100, 200, 300, kkk, a pessoa que comentar a centena terá o direito de me fazer, se quiser, uma pergunta sobre a história, pode ser qualquer coisa, o que acontecerá, a motivação de alguma coisa e etc. E eu responderei essa pergunta claro que em mensagem privada, para não ficar tão publico e só essa pessoa saber, kkkk, assim pessoal, comentem quanto mais comentários eu tiver, mais perguntas responderei, mais chances de cada um poder perguntar o que quer. E ahhh, outra coisa gostaria de ver muitos comentários nesse capítulo, kkk. Olha que quanto menos comentarios tiver, menos animada eu me sinto de escrever e por isso demoro mais, e tem o detalhe, acho que hoje estou má, se o capitulo tiver poucos comentários, eu não continuarei o capítulo no ponto que acabou, vou fazer uma narração do Edgar em Portugal e não sobre o que aconteceu com Laura e Pedrinho kkkk