Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 71
A chegada de Filipe Pessoa


Notas iniciais do capítulo

Meninas, muito obrigada pelos comentários. Eles me animaram bastante... Valeu mesmo.
Eu só demorei um pouco mais pra postar pois tenho andado bem ocupada ultimamente. Estou fazendo um curso, e por isso demorei pra postar. No caso enquanto estiver o fazendo vai ser mais difícil arrumar tempo pra escrever.
Mas espero que continuem comentando, pois seus comentários sempre me animam, facilita a minha escrita e as vezes até parece expandir o meu tempo.
Espero que gostem desse capítulo.



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“Tudo que é bom dura pouco... Mil desculpas, meu amor”

Edgar em Lado a Lado


Por Laura


O aparecimento de Filipe Pessoa em nossas vidas virou tudo de cabeça pra baixo. Eu e Edgar planejávamos morar juntos com as crianças. Ter momentos de paz como uma família unida de verdade. Mas agora, ele estava tão mal, completamente deprimido. Sempre ocupado com coisas relativas ao processo de Melissa.


Durante os últimos anos, ele se dedicara a ela, a tratou como a pessoa mais importante da sua vida e perdeu tanto em outras esferas. Ele realmente lutara por aquela menina, e mesmo que eu pensasse que ele deu preferência a ela em detrimento da nossa família.... Aquilo não era justo. Ele não merecia perdê-la... não merecia esse golpe.

Edgar devia ter investigado tudo de forma mais efetiva naquela época, mas agora não adiantava mais. Já tinha acontecido tantas coisas, e ele a amava. Eu compreendia e via o seu sofrimento, ele estava perdido. Precisava do meu apoio, e era isso que ia dar.



Só que mesmo assim, houve um efeito devastador em nossa família. Antes nós estávamos em um momento de sonho... Um sonho lindo de felicidade... Mas agora muitas coisas o perturbavam, até parecia ter esquecido os nossos planos, ele agia de forma confusa, errática, até mesmo obcecada.

Eu sofria ao vê-lo deprimido, ao vê-lo se afastando, ao ver minhas vontades e necessidades não serem atendidas... Mais doloroso era ver isso também em relação aos meus filhos.

Mas não podia deixá-lo perder a proximidade com as crianças, essa proximidade que antes penara pra conquistar. E mesmo que ele não se animasse tanto com a nossa presença, não nos procurasse mais na casa em morávamos, eu ia com nossos filhos pra casa dele, dormia lá, forçava a convivência... Só torcia que Pedrinho e Cecília não fossem tão afetados com tudo.

Um dia, eu pedi que as crianças se preparassem pra ir à casa do pai. Cecília saiu apressada e Pedrinho me perguntou:

– A gente vai dormir de novo na casa do Edgar? – era uma pergunta simples, mas a palavra Edgar me alertou.

– Edgar, filho? É pai. Você já o estava chamando de pai!

– Mãe... – ele parecia confuso – é que ele tá diferente ... Nem parece mais ele. Nem parece aquele pai! Nem parece que gosta de você, da gente!

– Meu amor – o peguei no colo – Seu pai está passando por uma fase muito difícil. Ele tá diferente... Mas é por causa disso. Ele tá muito triste! Não deixe de chamá-lo de pai que ele vai ficar mais triste ainda. Ele precisa de apoio, Pedrinho. Ele precisa do nosso, do seu apoio.

– O que tá acontecendo?

– É uma coisa muito complicada, mas vou tentar te explicar... – eu contei a história por alto, ele me escutou atento e voltar a falar.

– Então ele tá assim por causa da Melissa... Ela não é filha dele, nem minha irmã?

– De certa forma, filho. Mas seu pai a ama como se fosse filha, ninguém consegue deixar de amar assim. E ele tem muito medo de nunca mais vê-la. Ele continua nos amando... Só está muito desanimado... Gostaria que compreendesse isso. Não fica com raiva do seu pai. Tá bom? Não chame mais ele de Edgar...

– Tá bom... Vou chamar de pai! - ele parecia compreensivo

– Esse é o meu menino... Meu orgulho – falei contente o abraçando

– Tive uma ideia... – ele comentou e o olhei curiosa – Você acha que ele ficaria animado se eu e Cecília ...- Pedrinho cochichou o seu plano no meu ouvido e fiquei mais orgulhosa ainda, meu filho estava sendo tão generoso. Só esperava que Edgar correspondesse às expectativas... Isso seria muito importante pra manter o vínculo entre ele e os filhos!

No dia que preparamos a surpresa, fui sozinha até o escritório chamá-lo:

– Edgar, vem. – falei pegando em sua mão, ele estava envolto com um monte de papeis.

– Eu estou ocupado, Laura. – ele me olhou e voltou pro que fazia, mas não me fiz de rogada.

– Meu amor - toquei em seu ombro - As crianças querem te mostrar uma coisa... Eu sei que você tá ocupado... E a situação é preocupante... Mas eles são crianças e querem que o pai veja... Não os deixe tristes. Não teria um tempinho pra eles?

– Laura ... Depois do jantar... – ele me olhou tristonho

– Não quero que eles se afastem de você ... Você gostava tanto de ficar com eles, e já começam a sentir a diferença... É só um tempinho , Edgar... Só um momento de carinho com seus filhos – eu pedi emocionada, aquela situação estava mexendo comigo, e eu tive que segurar as lágrimas, essa talvez tenha sido a minha primeira cobrança desde que Filipe aparecera.

Edgar me olhou bem, parecia compreensivo até mesmo carinhoso, se levantou e por um momento achei que me abraçaria. Só que ele apenas falou:

– Eu vou ...- segurou a minha mão e fomos

Levei Edgar até uma sala e as crianças já tinham se preparado. Cecília estava sentada a frente do piano e Pedrinho em pé ao seu lado. Ela começou a tocar e cantar uma música, enquanto ele a acompanhou no canto.

Meu filho podia parecer um rapaz às vezes, mas cantando com sua voz fina, sorrindo... Nós víamos que ainda era um garotinho. Aquela imagem e sua voz eram tão doces...Era a primeira apresentação que ele participava desde que voltara a ao Rio. E tinha feito tudo aquilo pra animar o pai. Eu estava encantada e percebi que Edgar também. Por momentos aquela sombra, aquela tristeza sumiu dos seus olhos.

Após a música ele se aproximou das crianças. Os abraçou apertado, elogiou. Até sorriu, ele tinha um sorriso lindo e já fazia uns dias que não o via:

– Vocês foram maravilhosos! Obrigado!

– Você gostou, papai? Foi especial pra você!- disse Cecília

–Gostei muito, minha princesinha. – ela a beijou no rosto

– Tá feliz ... pai? – perguntou Pedrinho

– Tô. Não tinha como não ficar depois de uma apresentação tão linda, filho- Edgar o beijou também.

Depois, eu, Edgar e as crianças passamos um tempo brincando até o jantar. E após uma refeição amigável, ele contou histórias pra nossos filhos dormirem. Em certos instantes, até parecia que o Edgar dos momentos bons estava de volta.

Tínhamos acabado de deixar Cecília e Pedrinho no quarto e estávamos no corredor, quando começamos a conversar um pouco constrangidos:

– Obrigada... As crianças estavam precisando.

– Laura ... Eu também e ... Foi lindo vê-los cantar. Me fez tão bem... Obrigado - ele gaguejou um pouco e eu sorri discretamente pra ele que devolveu o sorriso

– Foi ideia de Pedrinho. Ele queria fazer algo pra você.

– Então é melhor ainda. – ele fez uma pausa e voltou a falar mais duro – Laura... Vou voltar pro escritório... Tenho que ler algumas coisas.

– É claro – falei desanimada e fui pro quarto.

Ao entrar nele sentia certa tristeza. Edgar tinha passado esse tempo em família como pedi, e até se animou por alguns momentos... Mas talvez eu cultivasse uma esperança secreta de que não terminaria essa noite sozinha (estava com tantas saudades dele), ou porque fazia um grande contraste com momentos passados de poucos dias atrás, onde nós corríamos pro quarto e nos amávamos. Me sentia mal, carente.

Sentei na penteadeira e fiquei olhando pro meu rosto. Pensava no que acontecia. E me sentia tão sozinha naquele momento. Mas Edgar estava passando por dias tão difíceis e eu não podia, não devia cobrar isso dele.

Estava prestes a chorar quando senti mãos abraçando a minha cintura por trás. Eu não tinha visto o rosto dele, mas sabia que era Edgar. Reconhecia o seu cheiro e toque. Ele se aninhava a mim de tal forma, que eu sabia que pertencia somente aos seus braços. E naquele instante era como se minha mente tivesse concretizado os meus desejos mais íntimos:

– Obrigado... Meu amor... Obrigado. – ele sussurrava enquanto beijava o meu pescoço e nuca– Deve estar sendo muito difícil conviver comigo agora! Obrigado pelo apoio!

– Eu te amo, Edgar! – falei emocionada depois de me virar pra ele – Pode contar comigo!

– Eu te amo, Laura! – ele parecia sincero e profundo, me pegou no colo e me beijou com ardor.

Depois me jogou na cama. Meu sangue fervia enquanto nos beijávamos e tirávamos as nossas roupas. Eu precisava sentir o corpo dele totalmente. Precisava me incendiar com seu calor. E em seu olhar eu via claramente a sua intensidade, a sua vontade.

Começamos nos amar ardorosamente ... sofregamente. Até que adquirimos certa calma ... e profundidade bem de encontro a nossa alma. No fim dormimos nos braços do outro, cansados tanto emocionalmente quanto fisicamente. Estávamos passando por tempos muito difíceis, mas ao menos naquela noite, deixamos nossos sentimentos e desejos nos guiar.

Eu não sabia o que aconteceria a partir dali. Os problemas continuavam... E não estavam nem perto de ser resolvidos, aquela tristeza de Edgar voltaria... Mas esses momentos tinham sido preciosos, verdadeiros, nós estivemos conectados e conseguimos ser felizes. E isso me dava mais força pra continuar a lutar.

Eu acordei sozinha na manhã seguinte. Sabia que provavelmente Edgar levantara cedo (quem sabe de madrugada) pra mexer no processo da Melissa. Eu gostaria de ter acordado com ele, cercada por seus braços e seu calor. Mas não podia me chatear... Na noite anterior, ele ficara de verdade com a gente... e eu sabia o quanto era difícil pra ele largar aquela obsessão.

Mas pelo menos nos dias posteriores, ele tentou dar mais atenção às crianças, brincava um pouco, as colocava pra dormir. Mesmo que não estivesse pleno com elas, ele tentava não demonstrar sua tristeza profunda.

E também teve certa evolução comigo... Em umas noites depois de dar atenção às crianças, nós íamos pro quarto e nos amávamos. Em outras ele ia direto pro escritório, mas às vezes nessas, quando ele voltava ao quarto de madrugada pra dormir, me procurava e nós compartilhávamos momentos ardorosos e verdadeiros. Enquanto nos amávamos, eu me sentia tão próxima a ele, e era como se os problemas não existissem.

Só que em relação aos seus pensamentos e suplícios, ele permanecia fechado. Não compartilhando nada em relação ao processo de Melissa ou suas chances nele.

Um dia, quando voltava da minha escola, encontrei casualmente com Guerra, ele me olhou bem preocupado e começamos a falar de Edgar:

– O sofrimento o está corroendo, Guerra... Ele quase não dorme e passa a maior parte do seu tempo empenhado no processo... Está obcecado, parece que se perder a Melissa não terá mais vida.

– Eu conheço o meu amigo... Ele ama a Melissa, sei o quanto é obstinado, não desiste... Mas dessa vez, torço pra ele repensar, aceitar a decisão do juiz... Senão não sei. É muito triste, Laura. Mas ele não tem chances... A Melissa não ficará com ele – Guerra parecia ter tanta certeza

– O Edgar não fala disso comigo... Ele não tem chances mesmo? –perguntei amedrontada

– Pelo o que andei me informando... Nenhuma... Só teria se o pai biológico de Melissa desistisse... E ele também parece bem obstinado!

Ao escutar aquelas palavras, minha mente se efervesceu. Era realmente muito difícil pra Edgar. Eu queria fazer alguma coisa e fui ao hotel onde Filipe estava hospedado conseguindo conversar a sós com ele:

– Eu gostaria de pedir uma coisa. Desista da Melissa. O Edgar a ama. A Melissa também... Uma separação vai ser muito dolorosa pra ambos. Te prometo que ela será bem cuidada!

– D. Laura, entendo que você está preocupada com o seu marido! Mas eu não posso fazer isso! Melissa é a única pessoa que me resta. É a minha filha e eu a amo desde o primeiro momento!– ele disse intenso, realmente parecia obstinado.

– Se o senhor a ama mesmo, tem que pensar na menina... Como será difícil pra ela. Aqui com o Edgar, ela já tá acostumada, se sente amada, tem um pai a quem ama e que luta por ela. Mas lá em Portugal ela estará numa terra estranha, cercada de desconhecidos- deixei escapulir algumas lágrimas enquanto falava, e as limpei ao terminar...

– Não fique assim, senhora – ele parecia comovido com as minhas lágrimas e só voltou a falar depois que me recuperei- Sei que vai ser difícil, e não faço isso pra senhora ou seu marido sofrerem... Vocês não merecem, sei que já passaram por situação duras... Mas sinceramente acredito que o melhor pra Melissa é ficar comigo. Ela é a minha única filha ... Eu sou o pai verdadeiro dela ... Seu marido tem você e os seus filhos, tem muitos motivos pra viver bem... E eu não ...- ele respirou fundo - A felicidade dela vai ser a motivação da minha vida. Ela vai se sentir amada por mim... plenamente... Ainda é uma criança e vai perceber que sou o pai dela, o quanto a amo, vai me chamar de pai como sempre desejei... Lá não sofrerá influências ou ameaças da mãe mau-caráter, eu não deixarei. A protegerei. Ela pode ser minha filha ilegítima, mas será criada como legítima, na minha casa, ao meu lado e como minha única herdeira. E quem tecer qualquer comentário maldoso ou tratá-la de maneira rude, vai se ver comigo... E te digo, eu sou um homem importante onde vivo! Eles não vão querer me afrontar. – ele terminou decidido

– Mas o Edgar também vai ... Ele está ...

– Entendo que ele ama a Melissa como filha. Sei o quanto é difícil ser afastado de um filho. Catarina afastou minha filha de mim... Um dia... quem sabe ele não pense que a situação que vivi é muito parecida com a dele quando a senhora foi pro interior... Quem sabe isso o conforte... Ele passe a entender. Mas eu quero que minha filha me chame de papai, quero cria-la... Eu não posso mais ficar longe dela, e tenho os meus negócios e obrigações em Portugal... – tinha entendido o seu ponto de vista e ainda surpresa com suas palavras o interrompi

– Como o senhor sabe que eu fui embora? Que eu também fugi...

– Desculpe, eu pedi pra investigarem todos em volta de Melissa e Catarina. Precisava saber de tudo, entender a situação... Não queria bisbilhotar a sua vida particular... Mas isso acabou chegando ao meu conhecimento! – ele comentou um pouco envergonhado

– Entendo... – falei pensativa, de certa forma, ele tinha razão, as situações eram parecidas, mas não gostei de me imaginar agindo como a Catarina.

– Penso que você tinha seus motivos... Pelo o que li, e conversando agora com você, acredito que agiu com boas intenções, D. Laura, e você não enganou ninguém... Mas em relação à Catarina não acho o mesmo... Sei que não foi igual. Ela não pensava no bem da filha. Só nela! Como sei a sua história, acho justo saber a minha também.

Ele me contou que conheceu Catarina enquanto ela se apresentava num grande teatro de Portugal. Ele era um homem casado, mas estava afastado da esposa de quem ainda parecia ter um sincero afeto. Só que ela tivera uma gravidez complicada, perdeu a criança e a possibilidade de ter filhos.

Filipe queria muito ser pai. E com isso acabou abandonando a mulher... Coisa que ele não se orgulhava agora. Mas nesse momento, conheceu Catarina e acabou deixando se seduzir por ela. Em pouco tempo, eles se tornaram amantes.

Catarina começou a apresentar problemas na voz, tendo sérias dificuldades em suas apresentações. E um médico recomendou que ela parasse de cantar, passasse por um tratamento longo, e que após esse, ela poderia ter a possibilidade de voltar aos palcos, e recuperar a sua voz.

Estando apaixonado, ele se comprometeu a pagar o seu tratamento e a levou para morar com ele em uma das suas quintas, uma das muitas em que ele produzia vinho.

Catarina aproveitando a vontade de ele ser pai, e pensando em ter uma ligação forte com um homem tão rico, imaginando até que ele financiaria sua carreira quando voltasse aos palcos, não demorou muito a engravidar dele.

Só que com o tempo, Filipe passou a ver o verdadeiro caráter dela. Ela ainda estava grávida quando já começou a flertar com alguns empregados mais bonitos, e humilhar empregadas que eram da confiança dele.

Ela também reclamava de um tratamento ruim por parte dele, pedia mais luxo e presentes, sendo que ele se dizia generoso com ela. Ela fazia chantagens, ameaças, manipulava todos a sua volta.

E depois quando Melissa nasceu... Uma menina frágil e doente. Catarina não tinha muito jeito com a filha, gritava em suas crises, se mostrava inútil em relação aos cuidados com a menina. Relegando todos eles a Filipe e as empregadas.

Assim, Filipe começou a pensar em sua vida... Estando extremamente decepcionado com Catarina, tentou se aproximar da mulher a quem ele ainda admirava. Ele conseguiu que ela o aceitasse com a filha. E estava decidido a tomar Melissa de Catarina pra cria-la com a esposa. Sendo que não pretendia dar regalo algum a cantora por isso.

Só que Catarina descobriu tudo e enquanto Filipe viajava tentando ajeitar essa situação, ela fugiu com Melissa. E ele ficou os últimos anos atrás delas.

Ele também me contou que a esposa morrera há um ano, e desde então, encontrar Melissa era a única coisa que lhe trazia alento, a esperança da sua vida.

Era uma história triste e admirável. Saí do hotel com o coração apertado, cheguei a chorar. Eu não tinha conseguido mudar a ideia dele. Ninguém conseguiria... Mas imaginava o quanto a perda da Melissa arrasaria Edgar. Não sabia ao certo o que ocasionaria a ele e a nossa família Ao menos, tinha uma certeza, a de que Melissa seria bem tratada por Filipe.

Eu ainda pensei muito sobre isso quando cheguei à casa de Edgar com as crianças. Estava tão tensa que tive até uma tontura... Me sentia zonza. Eu estava passando por tantas coisas, e essa não tinha sido a minha primeira vertigem. Eu me sentia fraca. Cansada.

Naquela noite, mesmo sendo perturbada por tantos pensamentos acabei dormindo profundamente. Pela manhã, notei os braços de Edgar a minha volta, ele devia ter vindo de madrugada e não me acordou.

Ele dormia sereno, até parecia que nada o perturbava. Podia ser sempre assim, e eu comecei a fazer um carinho em seu rosto. Só que parei ao sentir um enjoo súbito. E corri pra casa de banho.

Enquanto me recuperava do mal estar, comecei a pensar, eu andava muito emotiva, o que se justificava pela situação que vivia, mas também sentia tonturas, enjoo, lembrei que minhas regras... Não, não podia ser... Não naquele momento... Isso não podia acontecer... Devia ser coisa da minha cabeça! Mas a ideia de que eu estava grávida começou a me assombrar.


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Notas finais do capítulo

*Obs: o Filipe é Português, mas eu não saberia escrever no Português de Portugal e não pretendo fazê-lo, então espero que não estranhem o linguajar dele, minha intenção não é colocar um linguajar de Portugal. Pensem como uma licença poética, e algo também que dá um linguajar mais simples, mais familiar pra gente.

Então o que acharam? A situação está difícil e gostaria de poder escrever mais pra passar mais rápido por ela. Espero que compreendam essa reação de Edgar e da Laura. Sei que as vezes pode não agradar, mas pra mim é coerente com a história e os personagens.
E essa constatação da Laura...Será que está mesmo grávida? E como isso movimentará a história?
Espero que estejam gostando desse novo personagem (Filipe) e da história. Também espero que comentem muito pra me animar a escrever o próximo, anda mais agora que estou realmente bem ocupada.