Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 7
Revelação


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, esse capítulo foi difícil escrever, o momento é duro e escrevê-lo me demandou certo esforço, assim com temor o coloco aqui. Espero qu gostem.
Muito obrigada pelos ultimos comentários, eles me animaram a escrever ainda mais que como disse, é um momento mais pesado. Mas a dedicatória especial vai para a laucamargo (amiga do rede notícia kkk) que recomendou a minha história. Valeu. Você me deixou muito feliz.
E ahhh, espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359454/chapter/7

Por Edgar

Eu cheguei em casa, e Laura não estava. Quando começou a anoitecer a preocupação tomou conta de mim. Ela me parecera estranha no dia anterior, será que acontecera alguma coisa? Será que ela e o bebê não estavam bem? Não... era melhor não pensar no pior.

Depois de andar de um lado para outro na sala, conversei mais uma vez com Matilde. Laura não havia deixado recado nenhum e saíra a tarde, há algumas horas. Algo tinha acontecido. Só podia ser. E eu comecei a me desesperar.

Resolvi subir, tomei um banho para colocar as ideias em ordem, e depois sairia em busca dela. Torcia mentalmente, nada de ruim tinha acontecido. Nada poderia ter acontecido com ela e nosso bebê.

Vi alguns livros de Laura em nosso quarto. E comecei a mexer neles. Não queria invadir a privacidade dela, mas estava preocupado e talvez houvesse uma pista de onde ela estava.

Em um deles havia um papel. Surpreendentemente era uma carta para mim. Uma carta da Catarina. E eu fiquei em estado de choque após terminar de lê-la. Ela me informava que tínhamos uma filha chamada Melissa. E que ela estava muito doente precisando de mim.

Depois do choque, comecei a pensar nessa filha, uma menininha, minha menininha que precisava de mim. Eu já era pai, era uma boa notícia, mas a doença dela me causava preocupação.

Aí pensei na carta, o que ela estava fazendo nas coisas de Laura? Não era possível. Ela escondera de mim algo tão importante, mesmo depois das nossas conversas sobre filhos, do quanto eu queria ser pai, e ela escondera a minha filha! Que ainda por cima estava doente, sendo que eu podia não ter chance de conhecê-la pela demora em saber da sua existência.

Laura entrou no quarto e senti a decepção tomar conta de mim. A minha mulher, a mulher que tanto amava e admirava havia feito aquilo. Tinha escondido minha filha... Foi algo tão egoísta, algo que não esperava dela.

– Edgar … Edgar – ela gaguejava assustada- eu ia te contar!

– Ia me contar quando? Quando minha filha morresse? Quando já não houvesse chance de eu conhecê-la? - falei elevando a voz, devia ter me controlado mas não consegui

– Não... eu ia te contar hoje, mas … não tive tempo – ela tentava se justificar

– Você abre uma carta minha, esconde que eu tenho uma filha e justifica assim? Que ia contar?- falei mais uma vez sem conseguir me controlar

– Eu não abri a carta, ela já estava aberta quando chegou a mim. De alguma forma, estava com minha mãe. Eu só li. Sei que foi errado. Mas era uma carta da sua AMANTE, Edgar... Te ... informando que você tem uma filha! Um filha de outra. Outra! Uma criança que talvez nem seja sua. Não me recrimine assim por não te contar imediatamente.- ela falou com raiva

– Uma filha doente! - insisti

– De outra! Tente entender, eu ia te contar- ela falou abalada

Eu percebi que tínhamos ido longe demais naquela discussão. Laura estava grávida, e essa exaltação podia prejudicar o bebê, eu ainda estava com raiva, mas disse conseguindo manter certa calma:

– Laura, estou de cabeça quente. Preciso sair... Pensar... É muita coisa para mim.- tomei a direção da porta

Ainda parei no corredor pensando em voltar para ver se ela estava bem. Mas tinha medo de não segurar a raiva que ainda existia em mim.

Fiquei andando por algum tempo sem rumo, até que fui ao jornal conversar com Guerra. Ele tentou me fazer ver o lado de Laura, que ela não era perfeita, se sentira insegura, estava grávida e eu tinha tido uma filha fora do nosso casamento. E nem precisava, pois eu já havia pensado em todas essas coisas.

Eu estava sem Norte. Laura era sempre a luz que me guiava e já estava sentindo uma falta danada dela. Ainda mais numa situação complicada como essa, em que eu precisava conversar com alguém, que eu precisava dela!

Voltei para casa correndo com a esperança de ainda resolver as coisas com ela. Mas encontrei a porta do quarto fechada o que me desarmou. Já era tarde. Ela devia estar dormindo. Me sentei no chão, não queria acordá-la, não depois da nossa discussão. Ela precisava descansar. Eu a esperaria ali até o amanhecer.

Deitei minha cabeça na parede e escutei um som, era um choro baixo. Laura ainda estava acordada. E chorando por minha causa. Aquilo doeu em meu coração. O que eu havia feito? Tinha feito minha mulher chorar, o meu amor sofria por mim. Não, não ia deixar as coisas assim. Me levantei e abri a porta apressado:

– Meu Amor, me perdoa – ela disse entre soluços quando me viu

– È claro. - falei calmo – Eu te amo! E você, meu amor, também me perdoa?

Me aproximei dela e a abracei apertado, depois procurei enxugar as suas lágrimas e seus soluços foram diminuindo:

– É claro – ela parecia melhorar

– Você está bem? E o bebê? - perguntei enquanto fazia carinho nela

– Sim. Acho que sim – ela dizia já tentando esboçar um sorriso, e eu a beijei com carinho

– Que bom! Eu não me perdoaria se algo ruim acontecesse com vocês!- falei após o beijo

– Nada aconteceu- ela já estava mais animada

Nós ficamos abraçados, e durante a noite até conversamos um pouco sobre os últimos acontecimentos. Ela me falou de como a carta chegara em suas mãos. E eu decidi mandar um telegrama para saber sobre minha filha no dia seguinte. Laura me alertou para perguntar sobre o fato de Catarina ter demorado a me contar sobre a menina.

Depois conversamos sobre um assunto menos complicado. Ela me informou que Isabel tivera o bebê, o nosso afilhado. E animada, me contou como foi toda a experiência, sabia que ela já pensava em como seria quando nosso filho nascesse. E assim nós acabamos dormindo abraçados.

Acordei cedo no outro dia e com cuidado me levantei para não acordar Laura. Ela dormia serena e precisava descansar.

Saí e mandei um telegrama para Catarina. Consegui voltar antes de Laura acordar, e fiquei com ela pela manhã. Ela ainda estava abalada com tudo.

Depois do almoço, fui com ela conhecer o nosso afilhado. Afonso era lindo. E eu até pensei em como seria quando conhecesse minha filha, Melissa, e o filho que Laura carregava. Eu mal podia esperar.

À tarde, recebi a resposta de Catarina informando que Melissa havia piorado e que precisava de mim. Também explicava que não queria me atrapalhar, por isso não me contara sobre ela antes. Meu primeiro impulso foi pegar um navio e ir a Portugal. Tinha muito medo que pela doença, não chegasse a conhecer minha filha.

Mas Laura me pediu que agisse com cautela, ela não queria que eu fosse, não queria ficar sozinha. E nem eu desejava isso, ainda mais com ela num estado avançado da gravidez, já com 6 meses de gestação.

Entrei em contato com meu amigo, João em Portugal e pedi que ele resolvesse as coisas. Entretanto, continuava recebendo telegramas da Catarina informando da piora da minha filha e meu medo de não conhecê-la só aumentava.

A gota d'água veio quando João me informou que Catarina era bem atrapalhada com a menina e não conseguia cuidar dela direito. Ele também tinha poucas esperanças de que resolveria os problemas para mim..

Assim cheguei a conclusão de que tinha que ir a Portugal. Eram meus problemas, eu que teria que resolvê-los e de quebra ainda conheceria a minha filha.

Percebi o quanto Laura ficou aflita com essa decisão, mas era necessária. Ela queria ir comigo, mas meu sogro a proibiu, dizia que qualquer problema ou até mesmo o balanço do navio, as condições da viagem poderiam fazer nosso filho nascer antes do tempo. Isso foi bom, eu não sabia o que iria encontrar lá, e não queria meter Laura na minha confusão.

Numa conversa com a minha mãe, confessei sobre o real motivo da viagem, já que para os outros dissemos que eram negócios. Pedi que ela cuidasse de Laura para mim.

Eu já havia despachado as minhas bagagens e fui me despedir de Laura:

– Meu amor, eu volto logo– falei a abraçando- Você não vai nem perceber!

– Não vai, Edgar. Fica! – ela pedia e eu percebia que estava prestes a chorar- Resolve isso de outra forma!

– Eu já tentei, Laura. Você sabe. E são problemas meus, eu mesmo tenho que resolver. - falei enquanto a afagava, tentando acalmá-la

– Eu sei. É que ... e se você não voltar antes do nosso bebê nascer?- ela não se acalmava

– Não acontecerá isso. Eu prometo, voltarei bem antes do nosso filho nascer. – falei sorrindo e a beijei

Enquanto nos beijávamos cheguei a sentir o gosto salgado das lágrimas de Laura, e isso doeu muito em mim, sabia que eu era o culpado. Mas tinha que ir, pois após o beijo escutei a última chamada do navio:

– Eu volto logo, meu amor. Logo. Bem antes do bebê nascer. E te mandarei um telegrama assim que chegar lá- falei tentando consolá-la, toquei em sua barriga me despedindo do nosso filho e parti com meu coração doendo por deixá-los naquele estado.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, sei que o momento é triste e o final deixou esse tom, mas espero que tenham gostando. E também espero que não fuzilem o Edgar (a laurinha e eu ainda o amamos) kkkk. Realmente espero não precisar defendê-lo no próximo capítulo kkk.
Então o que acharam das atitudes dele? E o rumo que segui? O que acham que acontecerá agora? E o que será de Laura e seu bebê?
Comentem pessoal, não deixem de comentar, mesmo de coração partido kkk. O meu também está e preciso de vocês para continuar a escrever kkk Preciso de ânimo nesse momento dificil.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lado A Lado - Novos Rumos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.