Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 56
O convite


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários no capítulo extra. Eles me animaram pra valer ;). Meu agradecimento especial vai pra Gabriela, que recomendou a história. Valeu, você me deixou muito feliz.
Meninas vou deixar vocês com esse capítulo que é a continuação do capitulo 54. Espero que gostem e comentem muito.



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“-Eu queria poder entrar dentro da cabeça da Laura para descobrir o que ela tá pensando. O que ela tá sentindo, sabe?- Edgar

– Pra isso não precisa entrar dentro da cabeça da moça não, meu amigo. Tem que entrar no coração. - Guerra

Lado a Lado


Por Edgar


Eu acordei e me vi sozinho na cama. Estava sendo tomado pela agonia, quando comecei a percorrer meus olhos pelo quarto e vi Laura, o que me aliviou. Ela estava terminando de se arrumar em frente ao espelho, já estava completamente vestida, era um grande contraste com o modo que dormimos na noite anterior:

– Pra que tanta roupa, meu amor? – perguntei atrevido

– Eu tenho que ir – ela veio até a mim devagar e me beijou levemente

– Já? Eu ainda preciso de cuidados... estou doente... – olhei bem pra ela e segurei sua cintura, mas ela fugiu dos meus braços e falou sorrindo.

– Acho que nossa última noite... provou que você já melhorou. – ela riu

– Humm... Se eu soubesse teria ficado mais tempo doente – fazia manha, mas realmente estava melhor.

– Tenho que voltar pra casa, Edgar... As crianças... estou com saudades e elas já ficaram muito tempo sem mim – ela disse de forma agradável e me beijou, mas eu ainda percebia que algo mais a incomodava

– Tá bom, meu amor. Eu também estou morrendo de saudades das crianças... acho que já posso vê-las também. Vou resolver umas coisas, e mais tarde passarei lá- Laura parecia precisar de um tempo.

Depois que Laura partiu, eu fiz meu desjejum, dei uma olhada em alguns papeis no escritório, fiz uma visita a Melissa e depois fui pra casa de Laura. Eu estava morrendo de saudade dos nossos filhos e pensei que já tinha dado tempo suficiente a ela.

Cecília me recebeu com festa. Queria saber se eu estava bem, me abraçou, fez acrobacias em meu colo, mexeu no meu cabelo, falou que estava preparando uma nova apresentação... Ela parecia feliz com a minha volta. Pedrinho não foi tão efusivo, mas me recebeu bem, até percebi alguns sorrisos dele. Nós jogamos xadrez, ele parecia estar melhor do antes, e até ganhou partidas de mim.

À noite, todos nós jantamos juntos e em grande comunhão. Depois eu contei uma história às crianças no quarto de Pedrinho, e após todos dormirem, carreguei Neto e Cecília para os seus quartos.

Encontrei Lauro, Isabel e Laura na sala. Eles conversavam animadamente e eu me juntei a eles. Percebia o clima de romance e os olhares entre Lauro e Isabel, e inclusive em particular, ele me mostrou as alianças que tinha comprado ... Em breve ele pretendia fazer o pedido.

Eu também olhava pra Laura, mas ela me parecia um pouco arredia... De certa forma, até parecia me evitar... Era como se eu tivesse feito alguma coisa errada ou ela estivesse com vergonha.

Quando Laura foi buscar mais um jarra de vinho, fui atrás dela. Era uma boa oportunidade pra deixar Lauro e Isabel sozinhos. E para eu e Laura ficarmos sozinhos também.

Eu segurei a cintura de Laura por trás ... e beijei delicadamente o seu pescoço. Percebi que ela se arrepiava, e tentei continuar com meu carinho. Ainda tinha fresco na memória a noite anterior, a noite incrível que tínhamos passado juntos, eu a queria tanto ... Mas ela se afastou de mim. Ahhh, eu estava cheio de amor e desejo e via em seus olhos que ela também estava:

– Meu amor, eu fiz alguma coisa errada... Você não me quer mais? – perguntei

– Não, Edgar... Não... Eu te quero muito e esses últimos dias ... ontem ... foram maravilhosos – ela parecia perturbada

– Mas então... por que foge de mim?

– Tenho medo de falar ... e a gente discutir.

– Laura, me fala! Eu quero saber, não vou brigar- disse de maneira decidida, realmente eu precisava saber.

– Tá bom... – ela respirou fundo e continuou – Eu te amo, Edgar e te desejo muito... Me sinto tão feliz e realizada nos momentos em que estamos juntos, me sinto tão plena quando nossos corpos estão unidos, mas ... – eu sabia que tinha um mas – eu tenho medo, nós ainda não resolvemos as coisas, e ... eu não acho que é o momento ... eu não quero envolver mais uma criança nessa história, uma criança que pode acelerar as coisas, mais uma criança que pode vir a sofrer ... e se eu e você continuarmos assim... tenho medo de gerar essa criança antes de nos resolver.

– Entendo ... – eu não tinha pensado nisso, mas a ideia de mais um filho com Laura me agradava imensamente, e não consegui conter um sorriso ao pensar– Uma nova criança, Laura. Não vou mentir... Eu quero muito... Um filho ... que eu possa acompanhar a gestação do inicio ao fim... Um filho que eu possa escutar o primeiro choro... Eu não tive isso com nenhum filho.

– Eu entendo, Edgar... E eu também quero. Quero ter e te dar esse filho... Mas esse não é o momento. Não quando a gente ainda está se acertando. Não fique magoado comigo.

– Não, não fico magoado – disse calmo, eu realmente não estava magoado, entendia o que Laura estava falando, apesar de me sentir um pouco ferido em meu orgulho, e também achar que se o destino nos desse mais uma criança, eu não me importaria com o momento, ficaria extremamente feliz, e tinha isso de ficar afastado de Laura, não podendo matar o desejo que nos atraia tanto, seria torturante – Eu não quero ficar longe de você, e gostaria de ter um filho no momento que fosse... Mas eu te amo, Laura, eu não concordo, mas não vou brigar, meu amor – me aproximei dela e a beijei com carinho.

Ficamos ainda mais um tempo namorando sozinhos. E depois voltamos à sala sem eu tentar avançar. Mas a verdade é que eu não tinha aceitado essa ideia de Laura.

Eu tinha outra estratégia em mente. Sabia que discutir esse assunto com ela, poderia atrapalhar a nossa relação... Ela tinha uma cabeça dura e eu também... Eu iria tentar dissuadi-la de outra maneira. Sabia que possuía boas armas. E até que seria divertido lutar nessa “batalha”.

Também acabei me empenhando em outra iniciativa. Comecei a investigar a última edição do Pasquim... Um empresário havia sido afetado, e eu tentava entrar em contato com ele... pra descobrir quais eram os seus inimigos e os possíveis mandantes da matéria. Mas fazia tudo com calma pra não chamar atenção.

Poucos dias depois, houve mais uma apresentação de Cecília. Que foi linda ... maravilhosa. Minha menininha era tão doce, me encantou tanto ao cantar e tocar uma música no piano.

Eu como pai orgulhoso a joguei pra cima depois da apresentação enquanto dizia:

– Você é a melhor pianista e cantora do Universo.

Ela me parecia extremamente feliz, assim como todos a sua volta. E depois de muita alegria e festa. As crianças acabaram dormindo. Ficando apenas eu, Laura, Isabel e Lauro conversando.

Soubemos que ele finalmente tinha pedido Isabel e ela havia aceitado... Agora Lauro só queria falar com seu Afonso. Ele esperava um pouco de resistência, mas nós sabíamos que em breve os veríamos casados.

Laura e eu os deixamos sozinhos e fomos até a cozinha, aproveitando pra conversar e namorar um pouquinho:

– Eles vão ser muito felizes – comentei a abraçando

– Tenho certeza disso, meu amor – Laura riu

– Nós também seremos, meu amor – a beijei

– Sim, seremos – ela disse após o beijo e se afastou um pouco, talvez tivesse medo das coisas esquentarem.

– Quer jantar comigo, Laura? – perguntei aproveitando o momento bom

– Nós jantamos juntos hoje, Edgar- ela me olhou firme.

– Não é esse tipo de jantar... Falo de um jantar na nossa casa... somente nós dois.

– Nós dois? Naquela casa? Não sei, das últimas vezes, ou houve briga ou houve ...

– Se eu prometer que não terá brigas, haja o que houver... E que não te obrigarei a nada.

– Edgar, não é uma boa ideia...- ela ainda me parecia em dúvida

– Laura... aquela casa fica tão vazia sem você, é tão ruim jantar sozinho, e eu fiz isso durante todos esses anos – apelei pra sua compaixão mesmo – Eu quero jantar com você ... Conversar com você como fazíamos antigamente.

– Edgar ... – ela ainda estava apreensiva, mas eu a olhei intenso e ela continuou – Tá bom, eu aceito... Mas não estou prometendo nada.

– Claro, sem promessas – eu ri, já tinha conseguido o mais difícil - Segunda as 9?

– Segunda não, é dia 12, um dia especial que já prometi que vou ficar com as crianças...

– Certo... Domingo as 9. É possível?

– Domingo... então. Mas só o jantar.

– Se você quer assim ...– falei beijando a sua mão e depois a sua boca, estava muito animado, eu tinha conseguido o jantar.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Não aconteceu nada bombante... Mas caminhamos pra bons momentos não? Será que Laura continuará com essa ideia de resistir? Ou Edgar a fará voltar atrás? E esse jantar?
Espero que tenham gostado e que comentem muito. Participem. Isso sempre me empolga a escrever.